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Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
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Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
Com o anúncio de Digimon Adventure 2015 [* ainda não temos nome oficial], muitos fãs vão chegar aqui no fórum com vontade de rever o anime das suas infâncias e descobrir tudo o que há para saber relacionado com o universo de Digimon Adventure e Zero Two.
Uma das consequências disto é a chegada de novos fãs a comunidades online como a DZ.
Mas quando isto acontece, podem ser surpreendidos de várias maneiras: em praticamente todas as comunidades de digimon (de todas as línguas) os fãs de digimon preferem usar os nomes em japonês: Taichi, Yamato, Tailmon, etc...
Isto pode ser um choque para quem viu apenas a versão dublada.
Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
Quase todos os fãs assistiram apenas as versões dubladas de seus países. O problema é que as versões dubladas muitas vezes estão cheias de erros ou foram vítimas de mudanças e adaptações crassas.
» A versão Norte-Americana
Uma das maiores polémicas é a versão lançada nos E.U.A., onde Digimon Adventure não sofreu apenas modificações no nome dos personagens. Também reescreveram o guião de todos os episódios, censuraram símbolos religiosos, fizeram cortes para excluir violência, e para disfarçar o estrago modificaram completamente toda a banda sonora (OST).
É uma série de animação completamente diferente, de tão modificada. Muitas vezes, os fãs que interagem online na língua inglesa podem entrar em desacordo, não por teimosia infantil, mas pelo simples facto de terem assistido versões diferentes: um viu a versão dos EUA, outro provavelmente viu a versão original ou dublada nas Filipinas (que é falada em inglês mas segue a versão japonesa fielmente).
"Mas por que diabos fizeram isso!?" questionam muitos de vocês. É preciso compreender que, ao nível histórico, os E.U.A. são um país com uma população formada por um mosaico colorido de etnias, culturas, e religiões diferentes. Isto é consequência de anos de fluxo migratório: Judeus e anti-nazis que fugiram para as Américas durante a 2ª Guerra Mundial; Irlandeses que imigraram para lá fugindo da Crise Económica ou da Guerra Civil; sonhadores que ansiavam pelo "país do Holywood e do Elvis"; para nem falar dos povos africanos que procuravam subir na vida. Também houve muitos Japoneses a fugir para os EUA durante a grande guerra.
Para encorajar a igualdade e evitar problemas de confronto entre povos tão diferentes que co-existem no mesmo espaço geográfico, a lei dos audio-visuais Norte-Americana EXIGE que os desenho-animados para crianças sejam completamente neutros e desprovidos de referências religiosas e culturais, que privilegiem uma cultura em relação a outra, ou que influenciem no crescimento e formação de valores da criança.
Eis então o "Digimon dos gringos", que conta a história de Tai Kamiya, que se tornou "Digidestined" em 1995 em "Highton View Terrace", e foi parar ao "Digiworld" com os seus amigos do acampamento de verão.
Mas a crónica não acaba aqui...
Além dos episódios, lançaram lá o filme «Digimon The Movie». Mais uma vez, editaram e reescreveram o guião inteiro... mas aqui as mudanças foram ainda mais impressionantes: usaram três filmes japoneses completamente diferentes para recortá-los, juntar, e fazer um só filme. Também fizeram uma espécie de OVA com a Angela Anaconda a fazer cosplay de Taichi (x). É um brinde do lançamento VHS.
Praticamente todos os países ocidentais (incluindo Brasil e Portugal) importaram este filme, no lugar das versões originais japonesas: Gekijouban Digimon Adventure (que se passa em Hikarigaoka no ano 1995), Digimon Adventure Bokura no War Game (Taichi e Koushirou lutam contra um Diaboromon à solta pela internet) e Digimon Adventure 02 Hurricane Joriku ~ Chosetsu Shinka! ~ (Daisuke está de férias nos EUA e ajuda Wallace a derrotar Chocomon para trazer Taichi de volta ao mundo real).
O Reino Unido e França compraram os episódios aos Estados Unidos. No resto do mundo, a história foi diferente...
» As versões Brasileira, Espanhola, Alemã, Portuguesa, Mexicana, etc...
A tendência de quase todos os restantes países do mundo foi traduzir diretamente da versão japonesa (Espanha, Alemanha, Coreia do Sul, Indonésia, México, etc...) ou a partir das versões dos países que o fizeram (Portugal traduziu da versão Espanhola).
Ainda assim, houve mudanças. Quase sempre usam os nomes adaptados para os personagens humanos (Tai, Matt, TK, etc) e para os digimons (Gatomon, MagnaAngemon, etc). Quase todo o mundo ocidental viu "Digimon O Filme" traduzido para as suas línguas, ao invés dos três filmes originais acima mencionados.
Bom, a "culpa" desta vez não é totalmente dos Estados Unidos. De facto, foram a própria Toei e a Bandai que pediram para fazer essas mudanças nos nomes quando Digimon Adventure foi comprado pela Bandai do ocidente. Tenho lido que a principal razão prende-se com interesses comerciais. Se os nomes forem todos iguais, os brinquedos da Bandai norte-americana e europeia podem circular em todo o mundo ocidental sem problema. Jogos de cartas (TCG), revistas digimon, videojogos (Digimon Rumble Arena, Digimon World), brinquedos, digivices, etc. é tudo vendido em inglês. Se os nomes mudaram nos E.U.A., é do interesse da franquia que todos os países ocidentais mudem os nomes também, para que haja mais merchandising a circular.
Por isso, não é tão estranho assim que o Brasil tenha uma Abertura inspirada na versão dos gringos (que todos conhecem graças à Angélica e o seu cosplay de Sora), enquanto a Alemanha, Espanha e México preferiram traduzir Butter-Fly. Portugal seguiu este exemplo, mudando a letra da música. Apesar disto... todos usam "nomes americanos".
Portugal chegou mesmo a fazer uma mistura entre a versão americana e a versão japonesa durante os primeiros dois episódios: "Tai" é o narrador como na versão americana mas Sora grita "Taichi" quando Kuwagamon o ataca. No segundo episódio Yamato chama o irmão de Takeru uma vez. Depois disso, decidiram seguir exclusivamente o roteiro japonês, mas passaram a usar os nomes adaptados a tempo inteiro. (O que conta é a intenção... XD)
Os países asiáticos tiveram muito mais sorte. Usaram nomes originais e tiveram acesso aos filmes originais.
Nas Filipinas, por exemplo, lançaram uma tradução em Inglês Filipino (cujo sotaque é muito diferente do Americano, Britânico, ou Australiano). Nesta versão inglesa usam nomes como "Taichi Yagami", ao invés de Tai, e usam a banda sonora original. O defeito mais apontado é a qualidade medíocre dos dubladores, mas é provavelmente a tradução que tentou ser mais fiel ao original (x).
Há todavia muitas mudanças e adaptações a nível interno. Em Espanha (e Portugal) transformaram Cody Hida numa menina. No Brasil, transformaram o lourinho Michel (o amigo da Mimi) no "Willis" do filme, como se fossem o mesmo personagem (apesar de terem digimons diferentes).
» A versão Japonesa: os privilégios da adesão ao original
Como é óbvio, tantas diferenças tornam a versão original muito apetecida. Entre os fãs mais dedicados, tornou-se quase "obrigação" ver o anime em japonês (legendado em português por fãs dedicados) para sanar dúvidas crueis e esclarecer contradições.
Isto deu origem a uma "elite de puristas" que nega a existência de todas as dublagens e defende o japonês com unhas e dentes, ferro e fogo, acima de tudo. É exactamente o oposto do que acontece em fandoms como Pokémon que, segundo me contaram, preferem até os nomes americanos e acham "frescura" usar os nomes originais.
Mas tenho reparado que até mesmo fãs casuais que nunca viram o japonês tendem a usar "Taichi" ao invés de "Tai". Também não vejo muita necessidade disso, pois, como já expliquei acima, a grande maioria dos países segue o original independentemente da língua que falam. Parece que não é preciso ser-se "purista" para aderir a este movimento.
Por que será?
Há várias razões para explicar isto, mas penso que:
1) É uma tentativa desesperada dos fãs recusarem a 100% qualquer ligação com a versão dos gringos. Talvez seja para tentar levantar a dignidade dos animes destruídos pela tesoura Norte-Americana que já só parece existir para estupidificar seriados (Yu-Gi-Oh é o exemplo mais famoso. Ninguém morre ali. Vai tudo parar ao "Shadow Realm");
2) Está relacionado com a subcultura "otaku" que, durante os últimos anos, tem legendado animes directo do Japão, com um ritmo e qualidade nunca antes visto na internet. Vivemos em tempos diferentes. Há mesmo fãs mais jovens que nunca viram a dublagem e só se tornaram fãs de verdade quando assistiram ao anime completo e legendado de algum sítio online;
3) Está relacionado com o interesse natural de qualquer fã pelo material extra e exclusivo lançado no Japão, que é traduzido gratuitamente por fãs e amplamente divulgado na internet, e que (uma vez que os tradutores são japoneses ou têm família japonesa) usam os nomes originais. Isto é encorajado, obviamente, também pelo ponto anterior e a subcultura otaku.
Estou a falar, claro, dos CD Dramas e das mini-histórias. Há muitos fãs que questionam se estes materiais podem ser considerados "canon" ou não. A minha resposta é: nem todos, mas a maioria é 100% compatível com o anime.
Uma vez vi um fã português muito zangado, dizendo que não entendia a razão por que Jou se tornou médico, apesar da sua fobia ao sangue (mencionada pelo irmão dele nos episódios de Odaiba) e apesar da resistência dele para seguir as pegadas do pai. Acusava-se a Toei de se ter esquecido desse detalhe, quando fizeram o personagem estudar medicina e seguir essa profissão.
Isto é explicado num dos CD Dramas.
Parece que Jou ficou tão frustrado e triste com a morte do Leomon, que decidiu que nunca mais deixaria gente morrer à frente dos seus olhos, se o pudesse evitar. A determinação dele supera a própria fobia ao sangue, e ele seguiu medicina porque quis assim. Não foi por causa do pai. São detalhes como este que tornam o Jou Kido um personagem ainda mais admirável.
Há também muitos "furos" que na verdade não são bem furos. São apenas informações às quais só os Japoneses tiveram acesso. Mas... bom... a verdade é que, até mesmo entre os japoneses, só os fãs mais hardcore se preocupam em saber certas coisas (lol).
Apesar de tudo, acho que a obsessão pelo original prende-se com este tipo de pormenores. Para o fã ocasional pode não ser muito importante. Para o fã dedicado, pode ser uma forma de competição divertida para ver quem sabe mais que os outros. É competição em segredo aberto.
» Considerações finais
Apesar de tudo, acho que a variedade de dublagens e as mudanças mais ou menos polémicas são divertidas para analisar e compreender mentalidades e culturas diferentes. Para muitos pode ser o pomo da discódia... mas eu acho, cada vez mais, que é isto que torna as comunidades mais coloridas e acesas! Não teríamos tanto assunto para discutir. O fandom seria demasiado chato e homogéneo! XD
Bom, em todo o caso... Comecei este artigo com dois objectivos: dar uma ideia global sobre o assunto... e também encorajar uma forma de arqueologia divertida para passar o tempo. Se puderem, dêem uma olhada nos extras e espreitem o original, comparem com outras versões; mas de preferência não se esqueçam que não há nada de mal em ter começado pela versão dublada.
Aliás... eu costumo dizer, em jeito de brincadeira, "Ser neófito não é assim tão mau; é quando há mais portas para abrir e descobrir".
Uma das consequências disto é a chegada de novos fãs a comunidades online como a DZ.
Mas quando isto acontece, podem ser surpreendidos de várias maneiras: em praticamente todas as comunidades de digimon (de todas as línguas) os fãs de digimon preferem usar os nomes em japonês: Taichi, Yamato, Tailmon, etc...
Isto pode ser um choque para quem viu apenas a versão dublada.
Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
Quase todos os fãs assistiram apenas as versões dubladas de seus países. O problema é que as versões dubladas muitas vezes estão cheias de erros ou foram vítimas de mudanças e adaptações crassas.
» A versão Norte-Americana
Uma das maiores polémicas é a versão lançada nos E.U.A., onde Digimon Adventure não sofreu apenas modificações no nome dos personagens. Também reescreveram o guião de todos os episódios, censuraram símbolos religiosos, fizeram cortes para excluir violência, e para disfarçar o estrago modificaram completamente toda a banda sonora (OST).
É uma série de animação completamente diferente, de tão modificada. Muitas vezes, os fãs que interagem online na língua inglesa podem entrar em desacordo, não por teimosia infantil, mas pelo simples facto de terem assistido versões diferentes: um viu a versão dos EUA, outro provavelmente viu a versão original ou dublada nas Filipinas (que é falada em inglês mas segue a versão japonesa fielmente).
"Mas por que diabos fizeram isso!?" questionam muitos de vocês. É preciso compreender que, ao nível histórico, os E.U.A. são um país com uma população formada por um mosaico colorido de etnias, culturas, e religiões diferentes. Isto é consequência de anos de fluxo migratório: Judeus e anti-nazis que fugiram para as Américas durante a 2ª Guerra Mundial; Irlandeses que imigraram para lá fugindo da Crise Económica ou da Guerra Civil; sonhadores que ansiavam pelo "país do Holywood e do Elvis"; para nem falar dos povos africanos que procuravam subir na vida. Também houve muitos Japoneses a fugir para os EUA durante a grande guerra.
Para encorajar a igualdade e evitar problemas de confronto entre povos tão diferentes que co-existem no mesmo espaço geográfico, a lei dos audio-visuais Norte-Americana EXIGE que os desenho-animados para crianças sejam completamente neutros e desprovidos de referências religiosas e culturais, que privilegiem uma cultura em relação a outra, ou que influenciem no crescimento e formação de valores da criança.
Eis então o "Digimon dos gringos", que conta a história de Tai Kamiya, que se tornou "Digidestined" em 1995 em "Highton View Terrace", e foi parar ao "Digiworld" com os seus amigos do acampamento de verão.
Mas a crónica não acaba aqui...
Além dos episódios, lançaram lá o filme «Digimon The Movie». Mais uma vez, editaram e reescreveram o guião inteiro... mas aqui as mudanças foram ainda mais impressionantes: usaram três filmes japoneses completamente diferentes para recortá-los, juntar, e fazer um só filme. Também fizeram uma espécie de OVA com a Angela Anaconda a fazer cosplay de Taichi (x). É um brinde do lançamento VHS.
Praticamente todos os países ocidentais (incluindo Brasil e Portugal) importaram este filme, no lugar das versões originais japonesas: Gekijouban Digimon Adventure (que se passa em Hikarigaoka no ano 1995), Digimon Adventure Bokura no War Game (Taichi e Koushirou lutam contra um Diaboromon à solta pela internet) e Digimon Adventure 02 Hurricane Joriku ~ Chosetsu Shinka! ~ (Daisuke está de férias nos EUA e ajuda Wallace a derrotar Chocomon para trazer Taichi de volta ao mundo real).
O Reino Unido e França compraram os episódios aos Estados Unidos. No resto do mundo, a história foi diferente...
» As versões Brasileira, Espanhola, Alemã, Portuguesa, Mexicana, etc...
A tendência de quase todos os restantes países do mundo foi traduzir diretamente da versão japonesa (Espanha, Alemanha, Coreia do Sul, Indonésia, México, etc...) ou a partir das versões dos países que o fizeram (Portugal traduziu da versão Espanhola).
Ainda assim, houve mudanças. Quase sempre usam os nomes adaptados para os personagens humanos (Tai, Matt, TK, etc) e para os digimons (Gatomon, MagnaAngemon, etc). Quase todo o mundo ocidental viu "Digimon O Filme" traduzido para as suas línguas, ao invés dos três filmes originais acima mencionados.
Bom, a "culpa" desta vez não é totalmente dos Estados Unidos. De facto, foram a própria Toei e a Bandai que pediram para fazer essas mudanças nos nomes quando Digimon Adventure foi comprado pela Bandai do ocidente. Tenho lido que a principal razão prende-se com interesses comerciais. Se os nomes forem todos iguais, os brinquedos da Bandai norte-americana e europeia podem circular em todo o mundo ocidental sem problema. Jogos de cartas (TCG), revistas digimon, videojogos (Digimon Rumble Arena, Digimon World), brinquedos, digivices, etc. é tudo vendido em inglês. Se os nomes mudaram nos E.U.A., é do interesse da franquia que todos os países ocidentais mudem os nomes também, para que haja mais merchandising a circular.
Por isso, não é tão estranho assim que o Brasil tenha uma Abertura inspirada na versão dos gringos (que todos conhecem graças à Angélica e o seu cosplay de Sora), enquanto a Alemanha, Espanha e México preferiram traduzir Butter-Fly. Portugal seguiu este exemplo, mudando a letra da música. Apesar disto... todos usam "nomes americanos".
Portugal chegou mesmo a fazer uma mistura entre a versão americana e a versão japonesa durante os primeiros dois episódios: "Tai" é o narrador como na versão americana mas Sora grita "Taichi" quando Kuwagamon o ataca. No segundo episódio Yamato chama o irmão de Takeru uma vez. Depois disso, decidiram seguir exclusivamente o roteiro japonês, mas passaram a usar os nomes adaptados a tempo inteiro. (O que conta é a intenção... XD)
Os países asiáticos tiveram muito mais sorte. Usaram nomes originais e tiveram acesso aos filmes originais.
Nas Filipinas, por exemplo, lançaram uma tradução em Inglês Filipino (cujo sotaque é muito diferente do Americano, Britânico, ou Australiano). Nesta versão inglesa usam nomes como "Taichi Yagami", ao invés de Tai, e usam a banda sonora original. O defeito mais apontado é a qualidade medíocre dos dubladores, mas é provavelmente a tradução que tentou ser mais fiel ao original (x).
Há todavia muitas mudanças e adaptações a nível interno. Em Espanha (e Portugal) transformaram Cody Hida numa menina. No Brasil, transformaram o lourinho Michel (o amigo da Mimi) no "Willis" do filme, como se fossem o mesmo personagem (apesar de terem digimons diferentes).
» A versão Japonesa: os privilégios da adesão ao original
Como é óbvio, tantas diferenças tornam a versão original muito apetecida. Entre os fãs mais dedicados, tornou-se quase "obrigação" ver o anime em japonês (legendado em português por fãs dedicados) para sanar dúvidas crueis e esclarecer contradições.
Isto deu origem a uma "elite de puristas" que nega a existência de todas as dublagens e defende o japonês com unhas e dentes, ferro e fogo, acima de tudo. É exactamente o oposto do que acontece em fandoms como Pokémon que, segundo me contaram, preferem até os nomes americanos e acham "frescura" usar os nomes originais.
Mas tenho reparado que até mesmo fãs casuais que nunca viram o japonês tendem a usar "Taichi" ao invés de "Tai". Também não vejo muita necessidade disso, pois, como já expliquei acima, a grande maioria dos países segue o original independentemente da língua que falam. Parece que não é preciso ser-se "purista" para aderir a este movimento.
Por que será?
Há várias razões para explicar isto, mas penso que:
1) É uma tentativa desesperada dos fãs recusarem a 100% qualquer ligação com a versão dos gringos. Talvez seja para tentar levantar a dignidade dos animes destruídos pela tesoura Norte-Americana que já só parece existir para estupidificar seriados (Yu-Gi-Oh é o exemplo mais famoso. Ninguém morre ali. Vai tudo parar ao "Shadow Realm");
2) Está relacionado com a subcultura "otaku" que, durante os últimos anos, tem legendado animes directo do Japão, com um ritmo e qualidade nunca antes visto na internet. Vivemos em tempos diferentes. Há mesmo fãs mais jovens que nunca viram a dublagem e só se tornaram fãs de verdade quando assistiram ao anime completo e legendado de algum sítio online;
3) Está relacionado com o interesse natural de qualquer fã pelo material extra e exclusivo lançado no Japão, que é traduzido gratuitamente por fãs e amplamente divulgado na internet, e que (uma vez que os tradutores são japoneses ou têm família japonesa) usam os nomes originais. Isto é encorajado, obviamente, também pelo ponto anterior e a subcultura otaku.
Estou a falar, claro, dos CD Dramas e das mini-histórias. Há muitos fãs que questionam se estes materiais podem ser considerados "canon" ou não. A minha resposta é: nem todos, mas a maioria é 100% compatível com o anime.
Uma vez vi um fã português muito zangado, dizendo que não entendia a razão por que Jou se tornou médico, apesar da sua fobia ao sangue (mencionada pelo irmão dele nos episódios de Odaiba) e apesar da resistência dele para seguir as pegadas do pai. Acusava-se a Toei de se ter esquecido desse detalhe, quando fizeram o personagem estudar medicina e seguir essa profissão.
Isto é explicado num dos CD Dramas.
Parece que Jou ficou tão frustrado e triste com a morte do Leomon, que decidiu que nunca mais deixaria gente morrer à frente dos seus olhos, se o pudesse evitar. A determinação dele supera a própria fobia ao sangue, e ele seguiu medicina porque quis assim. Não foi por causa do pai. São detalhes como este que tornam o Jou Kido um personagem ainda mais admirável.
Há também muitos "furos" que na verdade não são bem furos. São apenas informações às quais só os Japoneses tiveram acesso. Mas... bom... a verdade é que, até mesmo entre os japoneses, só os fãs mais hardcore se preocupam em saber certas coisas (lol).
Apesar de tudo, acho que a obsessão pelo original prende-se com este tipo de pormenores. Para o fã ocasional pode não ser muito importante. Para o fã dedicado, pode ser uma forma de competição divertida para ver quem sabe mais que os outros. É competição em segredo aberto.
» Considerações finais
Apesar de tudo, acho que a variedade de dublagens e as mudanças mais ou menos polémicas são divertidas para analisar e compreender mentalidades e culturas diferentes. Para muitos pode ser o pomo da discódia... mas eu acho, cada vez mais, que é isto que torna as comunidades mais coloridas e acesas! Não teríamos tanto assunto para discutir. O fandom seria demasiado chato e homogéneo! XD
Bom, em todo o caso... Comecei este artigo com dois objectivos: dar uma ideia global sobre o assunto... e também encorajar uma forma de arqueologia divertida para passar o tempo. Se puderem, dêem uma olhada nos extras e espreitem o original, comparem com outras versões; mas de preferência não se esqueçam que não há nada de mal em ter começado pela versão dublada.
Aliás... eu costumo dizer, em jeito de brincadeira, "Ser neófito não é assim tão mau; é quando há mais portas para abrir e descobrir".
Última edição por Rayana em Ter Ago 26, 2014 6:00 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : erros ortográficos D:)
Rayana- Ultimate (Kyuukyokutai)
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
Eu confesso que adoro a dublagem brasileira apesar da troca dos nomes e de alguns erros :P Não sei se é pq eu acostumei de tanto, mas acho que as vozes são muito boas e que os dubladores mandaram muito bem pra época. A japonesa também me agrada MUITO, adoro a interpretação dos dubladores :)
Fui conferir a americana esses dias e realmente é bizarríssima! Não consegui assistir mais de um episódio. Fiquei imaginando o que os fãs americanos fariam se assistissem o versão original... Pq tem uns personagens que ficam com a personalidade totalmente diferente '-' Fico me perguntando se eles prefeririam a original ou a versão deles haha
Meio off, mas ainda sobre dublagem:
Fui conferir a americana esses dias e realmente é bizarríssima! Não consegui assistir mais de um episódio. Fiquei imaginando o que os fãs americanos fariam se assistissem o versão original... Pq tem uns personagens que ficam com a personalidade totalmente diferente '-' Fico me perguntando se eles prefeririam a original ou a versão deles haha
Meio off, mas ainda sobre dublagem:
Última edição por gabiiru em Seg Ago 25, 2014 3:28 am, editado 1 vez(es)
gabiiru- Baby 2 (Younenki II)
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
A coisa que mais me impressiona na dublagem americana é o qual ruim o encaixe das vozes é. Agumon soa como o Pateta da Disney, Wormmon tem voz de pedófilo estuprador, por aí vai. É como se eles sequer tivessem tentado.
Dragon- Ultimate (Kyuukyokutai)
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
Quem jogou Digimon Rumble Arena sabe o que é o drama de se deparar com as vozes dubladas em inglês... Já na vida adulta descobri a opção de mudança de áudio no menu..mas ai já havia sido tarde de mais, tarde de mais...
E é por isso que eu aprendi a AMAR o Alexandre moreno e a trupe de dubladores brasileiros que fizeram dessa, uma das melhores versões de Adventure de TODOS OS FUCKING TEMPOS, sem mais!
E é por isso que eu aprendi a AMAR o Alexandre moreno e a trupe de dubladores brasileiros que fizeram dessa, uma das melhores versões de Adventure de TODOS OS FUCKING TEMPOS, sem mais!
SHAD- Child (Seichouki)
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
Dragon escreveu:A coisa que mais me impressiona na dublagem americana é o qual ruim o encaixe das vozes é. Agumon soa como o Pateta da Disney, Wormmon tem voz de pedófilo estuprador, por aí vai. É como se eles sequer tivessem tentado.
De fato '-'
Não sei como isso foi em Adv, não vi a versão deles e a minha memória só tem guardado os legendados que eu ando vendo, mas a versão de "Fusion" chega a ser triste. Eles se esforçam pra transformar uma cena séria em algo cheio de chacota boba. '-'
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
Eu adoro a dublagem BR, principalmente a de Adventure (a de 02 deixa a desejar na atuação de vários personagens). Em Adventure parece que os dubladores realmente deram vida pros personagens, mas não a ponto de torná-los completamente diferentes do que eles são na versão original. Ficou uma representação bem bacana de como eles seriam se falassem português xD. E a versão do digirap com a Angélica é muito melhor que a americana, pelo menos tem uma letra e alguma melodia.
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
TerriLopz escreveu:Dragon escreveu:A coisa que mais me impressiona na dublagem americana é o qual ruim o encaixe das vozes é. Agumon soa como o Pateta da Disney, Wormmon tem voz de pedófilo estuprador, por aí vai. É como se eles sequer tivessem tentado.
De fato '-'
Não sei como isso foi em Adv, não vi a versão deles e a minha memória só tem guardado os legendados que eu ando vendo, mas a versão de "Fusion" chega a ser triste. Eles se esforçam pra transformar uma cena séria em algo cheio de chacota boba. '-'
É assim também em Adventure. O pessoal vive fazendo piadinhas toscas nas cenas mais séria/depressivas pq ~as crianças americanas não estão prontas pra esse tipo de cena, então vamos estragá-las~ -.-
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
Cá eu nem sequer me dignei a ver até ao fim "Digimon: The Movie" por causa daquela cena com a Anaconda... Vê-la com o cabelo do Taichi foi PERTURBADOR... Fiquei tão indignado com isso que nem me atrevi a ver esse filme (e os restantes da franquia) até ao fim...
Eu cá não sei, mas a versão americana é um pouco "infantilizada". Apenas vi alguns episódios dessa versão de "Digimon Fusion" e mesmo assim... Pensar em chamar "Os Piriquitos Zangados" à Xros Heart foi decepcionante. A censura é compreensível, mas os diálogos têm demasiadas "piadas" (...)
(Não quero fugir muito ao tema de Digimon Adventure...) É aceitável que o público alvo sejam as crianças, mas não percebo qual foi o propósito de alterar completamente os OST's.
Enfim... Foi apenas um desabafo (com isto não estou a dizer que o Original é melhor que as Dublagens - afinal penso que todos nós viemos parar à Franquia Digimon com a versão Dublada)
Eu cá não sei, mas a versão americana é um pouco "infantilizada". Apenas vi alguns episódios dessa versão de "Digimon Fusion" e mesmo assim... Pensar em chamar "Os Piriquitos Zangados" à Xros Heart foi decepcionante. A censura é compreensível, mas os diálogos têm demasiadas "piadas" (...)
(Não quero fugir muito ao tema de Digimon Adventure...) É aceitável que o público alvo sejam as crianças, mas não percebo qual foi o propósito de alterar completamente os OST's.
Enfim... Foi apenas um desabafo (com isto não estou a dizer que o Original é melhor que as Dublagens - afinal penso que todos nós viemos parar à Franquia Digimon com a versão Dublada)
Última edição por Jackob em Seg Ago 25, 2014 11:45 am, editado 1 vez(es)
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
O filme, mais especificamente na cena da batalha contra Kerpymon, é totalmente diferente nas duas versões. O clima da luta é outro com aquela musiquinha animada.
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Re: Digimon Adventure: Versão Japonesa VS. Dublagens
TerriLopz escreveu:O filme, mais especificamente na cena da batalha contra Kerpymon, é totalmente diferente nas duas versões. O clima da luta é outro com aquela musiquinha animada.
Cara, nunca tinha assistido esse OVA no áudio original até mês passado e realmente muda MUITO o clima. Passa de uma batalha com clima macabro pra uma lutinha divertida só de mudar a trilha sonora.
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