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Digimon Synthesis - Página 11 Empty Re: Digimon Synthesis

Mensagem por LANGLEY002 Seg Nov 13, 2017 1:02 pm

Capítulo 16: SaviorSgarfirmon, o Branco.


As pedras balançavam. Impmon ergueu a cabeça, puxou o binóculo, avistou a manada de javalis carregando Digimon dos mais variados, todos cheios de cicatrizes, muitos deles sem braços ou sem pernas – os membros substituídos por próteses enferrujadas. Os trapos que usavam de roupa faziam um estralo repetitivo balançando com a forte ventania. Vieram as areias do deserto vermelho de Zonian até as areias douradas esquecidas daquele lugar.
Os fantasmas se agitaram, se ergueram todos sobre a cidade e a noite pareceu até mesmo chegar mais cedo por conta do efeito que tiveram no ambiente. Se por um lado não passavam de panos brancos e rasgados, flutuavam de forma a deixar qualquer um assustado. Era também horripilante aquela luz pálida que surgia nos buracos recortados para os olhos e as gengivas voluptuosas com seus dentes enormes e pontiagudos. Mãos azuladas e nodosas flutuaram na frente deles.
– Humpf... São só aqueles idiotas da Junkytown. – Recostou a cabeça novamente numa cruz retorcida e invertida que havia sobre a igrejinha de madeira. – Não sei o motivo de ficarem tão agitados. Uma humana passou ontem por aqui e vocês não fizeram nada. – Soltou um risinho. – Vê se pode. Uma humana. Eu poderia ter feito o que quiser com ela se quisesse.
Os fantasmas riram, rodaram em volta dele. Se levantou num salto e atirou uma bolinha de fogo contra eles. Mas os fantasmas assopraram as imagens, era o jeito deles de assombrar. Impmon viu a boca de SlashAgumon se abrindo, o Digimon com uma cicatriz o mastigava pelo meio do corpo até ele estourar em dados.
– Isso nunca aconteceria! Eu vou dizer a vocês o que aconteceria! Eu vou dizer!
 
 
 
 
 
Mako adentrou o pequeno vilarejo usando o disfarce que Babamon lhe deu. De início se sentira um pouco desconfortável, mas então percebeu que aquilo ajudou a manter o disfarce, como se os Digimon associassem uma forma humanizada ao nível de poder. Poucos foram os que a ficaram encarando durante a travessia. Até mesmo conseguiu comida: um grupo de Agumon da Ellada vieram rosnando ao ver SlashAgumon, mas quando a menina tocou na espada de lâmina vermelha, todos eles pararam estremecendo e até jogaram suas comidas para ela.
A garota ficou refletindo sobre as semelhanças que existiam entre eles e o parceiro. Mas também haviam coisas muito diferentes, como o contraste entre uma aparência muito mais selvagem com uma personalidade dócil de SlashAgumon ou mesmo o seu corpo que era muito maior, magro e definido do que dos Agumon baixinhos que nem mesmo tinham cauda.
Os problemas só começaram quando a menina se afastou do vilarejo. O vento parecia soprar cada vez mais forte e a roupa da menina se lotou de areia. Ela olhou em volta para confirmar se não havia mais ninguém. Tirou as botas e saiu do macacão. Balançou o disfarce. Então SlashAgumon rosnou.
– Mako... – Os dentes se projetaram para fora. – Tem alguém vindo!
A menina avermelhou. Pulou logo dentro da vestimenta e quase cedeu ao impulso de fechar o zíper, desistindo quando não sentiu a pequena peça de metal, como se, assim como Babamon o fez surgir como mágica, havia sumido como mágica. Se encolheu atrás de SlashAgumon. Não via exatamente o que vinha, mas as pedras começaram a pular e o som de uma manada de algum tipo de animal trotando podia ser escutado.
Agora via as enormes silhuetas e a nuvem que os seguia. Os javalis derraparam para parar quase em cima dos dois. SlashAgumon mirou seus olhos verdes para cima onde o homem com cabeça de pano, agachado sobre o javali escuro, observava jogando uma bombinha improvisada de uma mão para a outra.
– Geehee! – O corpo magricela se impulsionou, passou por cima de SlashAgumon e Mako antes de cair agachado na areia. Ele tinha um estranho cheiro metálico misturado ao forte odor de suor. O rosto de Mako se contorceu por debaixo da cabeça de abóbora. – Vejam o que temos aqui.
O Digimon esticou o dedo cumprido, calejado, cinzento e muito sujo. Tocou no umbigo da menina e ela, uma onda de eletricidade percorrendo o corpo, saltou dando um gritinho. Todos os outros, diferentes daquele, porém tão mal vestidos e estranhos quanto, riram de cima dos javalis.
SlashAgumon pulou por cima do ombro da garota. Fechou a boca no dedo daquele Digimon. O rasgo no rosto de pano se abriu num berro, e lágrimas saltaram daquelas lentes contornadas por ferro enferrujado que tinha no lugar dos olhos. Começou a balançar o réptil amarelo de um lado para o outro, até decidir erguer uma de suas pernas, a aleijada que, a partir do joelho, tinha uma prótese de metal muito velha, pintada de alaranjado.
SlashAgumon recebeu vários chutes na barriga antes de soltar. Caiu com os joelhos pressionados, as garras numa postura aberta prontas para dilacerarem o que puderem do corpo cinzento do outro.
– Junkiramon! Mostra pra eles!
O Digimon que o grupo chamou de Junkiramon jogou uma daquelas bombinhas em SlashAgumon. A explosão fez o Digimon cair. Agora ele pressionava o dragão no chão com a sua prótese, se agachava colocando uma das luvas retalhadas na cabeça do mesmo e lançava um olhar indecifrável para Mako. SlashAgumon rosnava e gemia tentando se libertar.
– Está machucando ele! – Mako puxou a espada de lâmina vermelha das costas e, girando com toda a força que tinha, acertou o rosto do Digimon com o lado da espada antes de se desequilibrar e rolar na areia.
Junkiramon zonzeou por um momento antes de cair de costas. Os outros começaram a pular dos seus javalis com bastões quebrados, tacos de baseball cheios de pregos e bombinhas iguais às do provável líder. SlashAgumon brilhou.
“SlashAgumon digivolve para... Sgarfirdramon!”.
Assim que o corpo de escamas amarelas se expandiu e abriu as asas grandes e altivas de um dragão, os Digimon todos foram jogados para trás. Os javalis se assustaram e saíram em disparada para todos os lados, muitos se chocando entre si e caindo. Junkiramon se levantou e pulou, mas a cauda de Sgarfirdramon o acertou nas costelas. Voltou a tombar de lado.
Os pés de Sgarfirdramon apertaram o chão, as pernas enormes flexionando-se antes de se erguerem de uma vez tirando-o do chão e levantando muita areia com o bater de asas. A cauda se esticou e Mako a conseguiu agarrar, saiu dependurada ali enquanto o parceiro voava. Junkiramon se levantou, ficou olhando para o dragão que desaparecia no horizonte com a garota abóbora.
Fechou a boca de pano num sorriso.
– Ela tem que ser a rainha do nosso lixão! – Apontou para a direção em que a menina estava indo. – Hoje não saquearemos! Iremos ao norte numa campanha para encontrar a nossa rainha!
 
 
 
 
 
 
Os DeathMeramon chegavam ao Coliseu, a enorme estrutura de arenito, com suas máquinas. Os portões se ergueram com o barulho de correntes e eles adentraram, estacionaram e se espalharam carregando jaulas e Digimon amarrados, amordaçados e algemados enquanto o portão baixava novamente. As arquibancadas já estavam abarrotadas de Digimon de todos os tipos que balançavam pedras brilhantes, correntes douradas, armas ou qualquer outra coisa que tivessem para oferecer aos donos do Coliseu.
Um DeathMeramon, na parte mais alta, reservada aos que comandavam o Coliseu, pôs uma das botas no parapeito e, inclinando-se para frente, ergueu um microfone. Um solo de guitarra surgiu e no seu ritmo fogos coloridos começaram a ser disparados nas bordas do campo de batalha. Veio uma batida de percussão e o DeathMeramon esticou o outro braço, abaixou o rosto metálico. A multidão foi a loucura com assovios, gritos e rugidos.
– Há um dia perdemos um grande parceiro! – Mais uma vez foi ovacionado. – O DeathMeramon! – Veio um som de lamentação. – O DeathMeramon era um dos melhores DeathMeramon que já conheci. Sujeito parceiro! E hoje começamos cedo, pois hoje é em homenagem a ele! – O braço apontou para o centro do coliseu. – E não havia nada que ele adorasse mais do que ver um pequeno e fraco sofrendo!
Um cano verde emergiu da areia no centro do campo de batalha e uma criaturinha alaranjada e redonda foi lançada dali. Quando o bichinho bateu contra o chão soltando um gemido agudo, o cano desapareceu num som em 8bits. A multidão vibrou.
– Então soltem os Liamon contra esse pobre Patamon!
As guitarras recomeçaram quando os alçapões próximos das paredes se abriram. Quatro leões enormes, de pelagem avermelhada e jubas marrons saltaram de dentro das aberturas. Balançavam os dois rabos que cada um tinha e os brincos de argola tilintavam nas orelhas. Rosnaram. O Paramon se encolhia, as asas abaixadas.
Os Liamon começaram a correr na direção dele. Quando estavam muito próximos, prontos para saltar, ele levantou voo. Três dos leões se chocaram, mas o quarto usou o corpo dos caídos para chegar mais longe. A pata dele bateu contra a criaturinha que, arranhada, bateu com força no chão.
A arquibancada não parava de gritar e balançar as mãos. O DeathMeramon também se agitava, como se tentasse animar aos outros. Os instrumentos seguiam o ritmo dele ao começarem uma música de heavy metal para embalar a luta injusta que ocorria no meio do coliseu.
De repente, um barulho incomum veio dos céus. Era comum ventar muito em toda a parte sul do continente, mas aqueles assovios tinham outro significado. Vários DeathMeramon correram para os pontos mais altos do coliseu, começaram a agitar as correntes e a brilharem em azul, incandescidos.
Um dragão oriental desceu o céu batendo asas vermelhas. No capacete de osso que cobria a metade superior do rosto, se equilibrava um menino segurando nos chifres. Quando estava próximo o suficiente do chão, saltou. O cabelo curto e cinzento balançou no vento, e ele ergueu os dois braços como se estivesse se apresentando. Um largo sorriso tomou conta do rosto.
Os Liamon rodeavam o humano apreensivos, não sabiam se deveriam mesmo atacar ou se o melhor era esperaram para ver o que os mestres DeathMeramon faziam. Mas mesmo os DeathMeramon não tinham certeza do que fazer. Enfrentaram dois humanos noutra noite e o líder deles acabou morto.
– Obrigado Airdramon. – O menino balançou o braço. – E obrigado Coliseu por essa chance de aqui estar!
O Patamon levantou voo e pousou na cabeça dele.
– Mas acho que vocês também devem agradecer. – O sorriso se distorceu. Era a expressão mais sádica que aqueles DeathMeramon já haviam visto. – Afinal, esse é o maior espetáculo da vida de vocês.
Um novo ruído invadiu o espaço aéreo do coliseu. Os dragões avermelhados e negros desceram com suas asas roxas e retalhadas, os capacetes de metal que resistiam aos golpes de corrente, as garras mecânicas que tinha no lugar dos braços. Foram cortando e explodindo tudo que encontravam pela frente.
O menino soltava uma gargalhada, as mãos ainda no alto. Quando a estrutura do coliseu começou a ruir e os corpos oscilantes e chiantes de DeathMeramon forravam as bordas do campo de batalha, ele abaixou os braços, fechou a boca. Patamon começou a bater asas, ele correu e saltou. Com a força do Digimon, superou as paredes. Voaram para fora do coliseu, alcançaram a cabeça de Airdramon e, já sobre o capacete de osso, suspiraram observando as explosões.
– Deixemos com os Gigadramon e Megadramon.
 
 
 
 
 
“Junkiramon. Digimon homem demônio do tipo vírus. Nível perfeito.”
– Nós realmente encontramos muitos Digimon fortes por aqui. – Sgarfirdramon pousou. A garota olhou em volta curiosa com as pirâmides. Não estavam mais só a leste. Havia uma bem na sua frente. Ou... Bem em cima deles.
– Sgarfirdramon quer ficar mais forte. – O seu corpo começou a se desmanchar. – E então vai proteger a Mako, não fugir.
Mako deslizou em direção à cauda do parceiro antes que ele terminasse de regredir e ela caísse do alto. Parou olhando para a pirâmide cor de ferro, muito lustrosa. Tirou a cabeça de abóbora, limpou o suor do rosto.
– Não precisa se preocupar com isso. – Sorriu para o SlashAgumon que corria para o seu lado. – Um dia você ficará mais forte, mas é bom saber a hora de se retirar.
– O que são essas coisas. – Apontou a garra.
Da ponta da pirâmide descia um feixe de luz.
– Sei tanto quanto você. – A menina ergueu os ombros em dúvida. – Vamos?
– Hum. – Balançou a cabeça afirmativamente.
Subiram a duna bem devagar, despois, inclinados para trás, deslizaram por ela. Pararam na beirada de um buraco. Era nele que entrava o feixe de luz. Iniciava-se como uma caverna com as paredes de pedra e arenito e a areia que se deslizara para lá, mas além de ter escadas para o acessar, havia um corredor construído com tijolos parecidos com os que formavam a pirâmide.
– Não é uma boa ideia. – Balançou a cabeça. – Vamos procurar algum lugar pra encher a garrafa de água. Depois nós voltamos, Agu.
E subiram mais uma duna. A menina não teve certeza se era real, mas viu uma formação de concreto com vários postes. Era um estacionamento, pois havia um mercadinho ali, como os que via nas cidades pequenas dos EUA. Era mesmo um estacionamento, até mesmo haviam carros ali, embora ela questionasse a possibilidade de os automóveis funcionarem.
Correram em direção ao estacionamento. Pisaram no chão escuro dele, passaram pelos carros. A menina teve a impressão de ter visto um fantasma na janela de um carro antigo e vermelho. Aliás, todos os carros ali se pareciam com carros feitos nos anos sessenta e setenta.
Continuou até a máquina de refrigerantes na parede de tijolos da lateral. Pertinho dali estava uma caixa de força e um enorme compartimento verde de lixo, tinha até rodas, exatamente como os que via nos becos de Seattle. Tornou a andar pela frente do mercado. Tinha uma porta de vidro e umas janelas onde podia ver as prateleiras.
Empurraram as portas. Soou o sininho.
Um urso de pelúcia gigante e amarelo se abaixou para passar por uma portinha atrás do balcão. Quando se ergueu, a menina ficou intrigada com o curativo que aparecia na barriga dele, onde o avental azul do mercado não cobria. O urso encostou os cotovelos no balcão e apoiou o rosto.
– Faz tanto tempo que não vejo ninguém aqui. – Olhou para a máscara de abóbora que a menina vestia. – Nunca vi um Digimon assim antes.
– Sou uma LadyPumpkinmon.
– Você deve ser um desses Digimon estranhos que só nascem na Ellada.
– Sim. Me criaram para o Dia das Bruxas. – A menina balançou a cabeça de abóbora. – Sabe...? Dia das Bruxas.
– Oh. Sim. Eu adoro o Dia das Bruxas. – Sua voz era cômica, pensou a menina. – É uma pena que não há muitas crianças humanas para assustar, chutar e pisar no Dia das Bruxas. Meu sonho é alcançar o mundo real, então vou poder fazer isso todo Dia das Bruxas.
A menina estremeceu e SlashAgumon cerrou os dentes.
– S-só no... Dia... das Bruxas?
– Ah, mas é claro. Esse é o meu código. – Se desanimou mais uma vez. – A última vez que vi um menino humano não era Dia das Bruxas.
– Viu um menino humano?
– Oh, vi sim. – Ele se abaixou, mexeu em alguma coisa debaixo do balcão. Colocou um comunicador igual ao de Noriko sobre a mesa. – Acho que ele encontrou isso. Ele veio aqui com um Digimon branco, sabe? – A menina pensou que poderia ser Daiki. Lunamon era o mais próximo de Digimon branco que ela conhecia. – Ele disse que se eu visse uma menina humana, era pra entregar. Mas não vi nenhuma menina humana ainda.
– Eu sei onde encontrar uma. Ela passou aqui perto. – Mako gesticulava com as mãos. – Talvez eu ainda consiga alcança-la. Se quiser que eu entregue...
– Oh... Vocês fariam isso por mim? – SlashAgumon olhou confuso para o urso que alternava entre olhar para ele e para Mako. – Ainda existem Digimon bons nesse mundo. – Empurrou o aparelho. A menina pegou e enfiou numa das mochilas.
– Então, vamos Agu.
Caminharam para a porta.
– Esperem aí!
A menina gelou, já enfiava a mão no bolso do macacão para apertar o Digivice.
– Levem isso! – Atirou uma garrafa estranha e muito gelada e dois pacotes de biscoitos de sabores que a menina não conseguiu decifrar por conta das letras incomuns.
– Obrigada... Seu nome é?
– Monzaemon.
– Obrigada, Monzaemon.
E abriram a porta.
Lá fora, como era de se esperar, ainda ventava. Um vento quente e seco. Mako abriu a garrafa, bebeu um gole e desceu ardendo. Mas o gosto era bom. Difícil de descrever, porém, bom. Refrescante. Passou a garrafa para SlashAgumon e depois de ele beber um gole, guardou na mochila.
Voltaram na direção da pirâmide, olharam para as escadas em ruína.
–  E então? –  Cutucou o Digimon com o cotovelo.
–  Vamos descer, Mako.
–  Será que a Sachi é curiosa assim? – Olhou para o caminho lá de baixo lembrando da amiga que estava sozinha. –  Se a encontrássemos aqui...
Foram descendo com todo o cuidado, sempre se apoiando nas paredes ou nos degraus anteriores. Alguns degraus estavam quebrados e então SlashAgumon ajudava a menina a descer antes de pular. Em outros lugares, faltavam pedaços inteiros da escada e os dois tinham que pular. O estômago dela sempre ficava gelado ao pular. Se recuperava assim que sentia os pés num lugar sólido e o corpo equilibrado.
Enfim chegaram ao piso. A luz da pirâmide se despejava sobre uma fonte. Mako foi se achegando devagar, tocou na pedra fria e prateada que formava a fonte, olhou para a água cristalina, os pontos de luz se espalhando. No centro, de onde a água minava e para onde a luz continuava a descer, ela viu que havia muito mais da antiga estrutura. Era muito profunda, com escadas e plataformas a perder de vista.
Voltou-se ao reflexo trêmulo dela e SlashAgumon. Retirou a cabeça de abóbora e colocou sobre a beirada de pedra da fonte. Seu rosto estava todo avermelhado pelo Sol e cheio de areia e sujeira. O cabelo castanho que antes mal tocava os ombros já começava a se enrolar sobre eles. Encheu as mãos com a água e era bastante fria. Limpou o rosto. Quando voltou, viu um vulto na água e olhou para trás. Não havia nada. Olhou para cima, apenas os pássaros de sempre. Alguns deles eram águias marrons como as que vira no primeiro dia, outros eram iguais a Birdramon, embora pretos.
– Que susto.
–  O que foi, Mako? –  A voz infantil dele se alongou no nome da parceira.
–  Você não viu? –  O réptil olhou confuso. –  Claro que não. Deve ter sido minha imaginação. –  Voltou a encarar o reflexo na água. –  Se soubéssemos que tinha água aqui. Aquele Monzaemon me deu pavor.
Caminharam até o corredor metálico, o atravessaram. O calor do deserto ia ficando para trás conforme avançavam. As paredes construídas acabaram, agora haviam apenas paredes de pedra, cristais brilhantes e arenito. A menina viu o reflexo se multiplicar nos cristais e, mais uma vez jurou ter visto alguém.
Um baque ecoou pela caverna. Ela e Agumon se viraram assustados e seguiram o som. Ao se aproximarem viram um menino. O cabelo ondulado e louro se espalhava numa poça de água acumulada. Se levantou, a água escorrendo pelo blusão amarelo, uma toca branca de ursinho no topo da cabeça, calças azuis. Um aparelho de música verde se conectava ao fone de ouvido antigo.
– Ah. Pensei que não acharia ninguém por aqui. – Os olhos incrivelmente azuis dele cruzaram com os de Mako. Era um rosto familiar, mas não conseguia descobrir de onde conhecia aqueles traços. O menino abriu um sorrisinho e coçou a parte detrás da cabeça, talvez um pouco encabulado com o olhar fixo dela. – Bem, eu sou Finn, e você?
– Eu...?
– É... Você. – Deu um risinho.
– Ah... Eu sou Mako.
– Mako, ham? – Coçou o nariz esfregando o dedo indicador por baixo. – Aquela cabeça de abóbora lá na entrada é sua?
– Cabeça... de... abóbora... – Os olhos da menina se arregalaram. – Ah, eu me esqueci!
Se virou para voltar correndo e pegar o disfarce, mas o menino a segurou pelo macacão.
– Espera. Vamos juntos? Faz um tempo que estou perdido dos meus amigos, não quero ficar sozinho.
– Tem outros aqui? – SlashAgumon olhava confuso. – Achei que só tinha tanta gente assim na casa da Mako.
– Ah... Eram outros dois e... Ah, tinha a nossa líder.
– Líder? – Mako olhou por cima do ombro.
– Sim. A capitã Amélie decidiu que viria junto com a gente para a manutenção da ZSC.
O corpo de Mako estremeceu. Puxou a roupa que o menino segurava e o encarou de frente, os punhos cerrados. SlashAgumon começou a rosnar.
– Ah, eu sei, eu sei! A ZSC está dando problemas pra todo mundo! É por isso que a gente está aqui.
A menina então se lembrou do comunicador.
– Foi você quem deixou isso? – Tirou um dos aparelhos, o que Monzaemon o entregou.
– Isso...? – Os olhos dele brilharam. – Ah! Sim! Eu deixei para uma amiga. Eu não consegui contatá-la, então acho que ela pode ter quebrado. Como a vi na cidade fantasma, imaginei que ela estivesse por perto. Deixei esse naquele mercado no meio do nada. Achei que ela viria.
– Já faz quanto tempo?
– Hm... Bem... – Começou a contar nos dedos. – Imagino que uns dois dias. Fiquei preso dentro desse calabouço.
Depois disso caminharam para a entrada da caverna. Mako pegou a máscara de abóbora e enfiou entre os braços.
– Mako! – SlashAgumon gritou. A menina olhou para cima assustada. A areia se escorria, pedrinhas caiam lá de cima. Os guerreiros do lixo desciam de rapel, as cordas amarradas nos dentes que se curvavam das bocas dos javalis.
– Ah não...
– Ah, o bando do Junkiramon...
– Então os conhece?
– São problema. – Se voltou para a entrada da caverna. – Vamos por aqui. Tem outra saída, o Hackmon está me esperando lá.
– Hackmon? – SlashAgumon se adiantou.
– Sim, meu parceiro Digimon.
Atravessaram o corredor e cruzaram o salão de cristais. Encontraram uma pedra lisa e úmida que descia iluminada pelas estranhas formações cristalinas do teto.
– Por aqui! – Finn saltou e foi escorregando por ali.
– Yuhee! – SlashAgumon foi o próximo. – Vem, Makooooooooooo...! – Sua voz foi diminuindo enquanto se afastava, já fora da visão de Mako.
– Oh... Ok... – Olhou para o túnel, sentiu medo do que encontraria. Olhou para trás, sentiu medo de Junkiramon que se aproximava com dificuldade entre os cristais. – Lá vou eu!
Se jogou. Foi deslizando. Aos poucos as pedras iam desaparecendo, sobraram apenas as paredes de cristais. Ao olhar para os lados, viu que era transparente. Um cano de cristal passando por dentro de um enorme reservatório de água. Reconheceu as plataformas e escadas submersas.
Rampou e caiu em cima de Finn. A abóbora se soltou dos braços dela cobrindo o rosto do menino. Demorou um tempo para perceber onde estava e levantar dando um gritinho, o rosto muito vermelho. Puxou a máscara para si e vestiu antes que Junkiramon chegasse e as coisas piorassem por ele saber que ela era, na verdade, uma humana.
– Ainda bem que você é tão leve. – O menino batia a roupa. – Por que está colocando essa máscara?
– N-nada!
– Eles vão nos alcançar. – SlashAgumon puxou a mão da menina que saiu quase arrastada pelos demais corredores, agora com os tijolos metálicos iguais aos da pirâmide reaparecendo.
Pelas bifurcações que tomaram, a menina se aliviou ao pensar que o Junkiramon ficaria perdido demais para a encontrar.
– Ufa...
Pararam num salão fresco. O teto era feito com aqueles cristais luminosos e ela conseguia ver a água que estava sobre a estrutura.
– Pois é, quem imaginaria que debaixo desse deserto tem tanta água?
– Finn?
– Diz? – O menino tomou liberdade de erguer a máscara de abóbora.
– N-não! – Colocou o mais rápido que pôde e escondeu o rosto.
– Você só está assim por ter... caído em cima de mim? – Ele também corou por um momento, mas depois caiu no riso.
– Não é isso. Não... – Apertou a máscara sobre o rosto. – O que é Morpheus?
– Ham? – Finn balançou a cabeça. – Você não sabe? Achei que soubesse.
Ouviram passos vindo do outro lado do salão redondo. Era um dragão branco andando em quatro patas. Seu corpo era todo formado por placas de metal, todas divididas como se ele fosse uma armadura ou uma máquina. A capa vermelha e retalhada cobria as costas e arrastava pelo chão.
– Finn!
– Hackmon! – Finn correu até o Digimon. Agachado junto dele, fitou Mako. – Todos sabem o que é a Morpheus. Digo, todos os tamers sabem.
– E o que a No... Quero dizer... Você conhece a Noriko?
O rosto do menino se iluminou.
– Ah! A Noriko. Sinto tanta falta dela. – Correu na direção de Mako. – Juro que por um momento, lá atrás, pensei que era você. Claro que depois eu vi que você é um pouquinho mais baixa e o seu cabelo é mais claro, mas... – Parou com o dedo indicador erguido. – Tanto faz. Como está a Nori-chan?
– Ela está bem. Eu acho...
– Ótimo. Não tenho conseguido falar com ela também.
Algo estalou nos corredores. As duas crianças olharam para o lugar de onde vieram.
– Droga... – Finn puxou um Digivice do blusão amarelo. – Isso tem que acabar aqui!
– Minha noiva! A mais formosa das noivas!
Junkiramon saltou para o meio do salão. Todos se afastaram para as laterais.
– Aí está você! – Foi se aproximando da menina. Ela se viu encurralada na parede. Meteu as mãos em suas cinturas.
– Me... deixa! – Ergueu um chute contra a virilha dele. Voltou o pé com uma enorme dor, mas se segurou para não dar sinal de fraqueza.
– Aí! Mas como doí! – Caiu para trás segurando a virilha, depois se levantou apenas com a perna que estava inteira. – Como doí esse amor! – Abriu as mãos novamente.
– Deixa a Mako em paz! – SlashAgumon o cabeceou. Os dois saíram rolando para o centro. Só se viu o réptil ser lançado para o outro lado.
– Hackmon! – Finn levantou o Digivice que brilhou, mas... Nada aconteceu. – O que...?
Mako foi o mais rápido que pôde para o lado de Finn, se agachou perto de SlashAgumon que estava caído.
– Parece que vou ter mesmo que libertar a minha noiva de um tipo desses!
Junkiramon avançou, empurrou a menina para o lado e chutou do Digimon como se fosse uma bola de futebol.
– Agu!
– Por que não consigo evoluir?
– Agu!
“SlashAgumon evolui para... Sfarfirdramon!”
Sgarfirdramon agarrou o chute sequente de Junkiramon e o jogou ao chão pelas pernas. Um monte de tralha se esparramou.
– Vai Explodir! – Uma roda cheia de lâminas se materializou nas mãos dele. Puxou uma corda, como se faz para ligar uma motosserra, e a roda saiu soltando faíscas. Não houve tempo para Sgarfirdramon se esquivar. Fechou os braços ante do corpo e recebeu a explosão de frente. Tombou. – Geehee!
– Agu... Agu!
– Eu não consigo evoluir. – Finn caiu de joelhos. O salão se iluminou.
– Mas o que é isso? – Junkiramon parou para observar o menino brilhando, o cabelo louro serpenteando para cima como se a gravidade se invertesse.
– Mako, me desculpa. Eu deveria ter percebido. – A menina não entendia. – Diz para a Noriko que eu gosto muito dela. Se ver o meu irmão, o Liam, fala que eu nunca queria ter brigado com ele.
– O que você está falando?
– Mako, eu não existo mais. Faz um tempão, sabe? – Bateu as mãos no chão. – Eu acabei me esquecendo disso. – As lágrimas pingavam no chão frio.
– Finn... Precisamos aceitar. – Hackmon flutuou em torno dele como a cauda de um fantasma. Ele se desmanchava em partículas brilhantes.
– Sim... – Levantou a cabeça. – Apenas mais uma coisa, Mako. – Ergueu o Digivice. Hackmon se desintegrou de vez e convergiu ao aparelho. Uma espiral de luz foi lançada em Mako. O Digivice dela, reagindo, flutuou e recebeu toda aquela energia. A menina sentiu o corpo se aquecendo. – Lute com isto!
Sgarfirdramon que caía sobre a parede, se levantou. Rugiu e brilhou. Finn acabava de desaparecer quando uma voz artificial disse:
“Matrix evolution...”
“Sgarfirdramon evolui para...”
O corpo de Sgarfirdramon começou a se alongar, ficando, porém, muito mais esguio. Depois placas de metal branca começaram a se materializar em seu peito, costas e caudas. Um capacete com chifres iguais aos de Hackmon cobria a sua cabeça quando terminou de brilhar e, as asas se alargaram e caíram como uma capa vermelha de retalhos. Era um dragão humanoide escondido numa armadura branca e prateada. Não tinha pés, mas sim lâminas.
“SaviorSgarfirmon!”
As asas, aparentemente de pano, se abriram num estalo. Junkiramon pulou para trás e ficou equilibrando sobre a prótese.
– Acha que vou ficar com medo por ter vestido uma dessas armaduras metidas a besta? – Balançou a mão, surgiram três bombinhas entre os dedos. Balançou de novo e eram quatro. Balançou a outra mão e essa também se encheu de bombinhas. – Venha! Vamos ver do que o ladrão de noivas é capaz!
– Vá embora e deixe a Mako.
– Isso é jeito de chamar essa boneca! – Apontou para a menina. – Ela é claramente uma... Uma... Pumpkinwomon!
– É LadyPumpkinmon! – Gritou a menina sacando a espada e jogando na direção do parceiro. – Fica com isto!
– Sim, Mako. – A espada veio girando. Ele levantou as manoplas brancas e, num brilho, a espada se acoplou à armadura. A Lâmina fina não apareceu apenas naquela manopla, mas nas duas mãos de SaviorSgarfirmon.
Começou a balançar as asas. Uma onda de calor jogou Junkiramon para trás. O Digimon deslizou sobre a prótese velha e jogou as bombinhas contra o cavaleiro dragão que movimentou os sabres cortando as bombas que explodiram em torno dele.
– Hehe... Já era...
O Digimon então voou através da fumaça, rodopiou com os braços abertos.
– Spin Saber! – Uma forte energia azul emanava dos sabres formando um grande círculo que se alastrou e atingiu o Junkiramon. Ele caiu sentado, arfando. – Mako! Vamos!
SaviorSgarfirmon fez com que as lâminas sumissem. Estendeu as mãos para a menina que correu até ele e saltou. Ele a ergueu, as asas se fecharam para proteger o corpo dos dois.
– Nunca mais perturbe a Mako, ou eu, SaviorSgarfirmon, irei acabar com você.
E impeliu contra o teto de cristal que rachou. A água começou a invadir o local enquanto o dragão subia como uma broca vermelha. A água em torno dele se espiralava e se juntava no golpe que o fez atravessar quilômetros do calabouço e atravessar o chão. Caíram nos limites do deserto. Do buraco de onde saíram, um monte de água veio em jato.
As asas se abriram, caíram para trás como uma capa. Estendeu os braços para Mako descer antes de regredir. SlashAgumon titubeou exausto, caiu de queixo na areia úmida. A menina olhou para o furo de onde a água continuava esguichando.

– Finn... Hackmon...
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Mensagem por LANGLEY002 Seg Nov 13, 2017 3:29 pm

KaiserLeomon escreveu:Pois é Impmon continua sendo Impmon não importa a qual Digital World ele pertença . Uma pergunta Pines você disse que não pretende utilizar Royal Knights nessa fanfic certo ? Mas e " Demon Lords " iguais Beelzebumon , Lilithmon , Daemon etc ? Você pretende usar eles ? Ou outros Digimon baseados em Demônios de diferentes mitologias ? Afinal quem disse que um Impmon tem sempre que evoluir para um Boogiemon , um Devimon , um Phellesmon , um NeoDevimon e para um Beelzebumon se existam tantos outros Demônios na Cristandade e em outras culturas com aparência ainda mais irada que a de um Beelzebumon não é verdade ? E coitada da Mako ... digo " LadyPumpikinmon que bela enrascada ela foi se meter contra os Junkiramon acabou que o líder deles quis se casar com ela . E nossa como você é cruel Pines . Jogar um pobre Patamon indefeso contra três Liamon selvagens no Coliseu dos DeathMeramons ? Mas no final a carnificina digital foi outra que os punks não esperavam . Quem era aquele menino que desceu dos céus comandando um exercito de Airdramons com um Gigadramon e um Megadramon ? Ele pareceu completamente sadico . E kkkkkkkk comedia a Mako e o SlashAgumon quando se encontraram com Monzaemon . Quando ele disse : " Você deve ser um desses Digimon estranhos que só nascem na Ellada." e a Mako respondeu " – Sim. Me criaram para o Dia das Bruxas. – A menina balançou a cabeça de abóbora. – Sabe...? Dia das Bruxas." e Monzaemon lhe disse  "– Oh. Sim. Eu adoro o Dia das Bruxas. – Sua voz era cômica, pensou a menina. – É uma pena que não há muitas crianças humanas para assustar, chutar e pisar no Dia das Bruxas. Meu sonho é alcançar o mundo real, então vou poder fazer isso todo Dia das Bruxas." e a Mako ficou toda apavorada . Mas no final ele acabou ajudando ela . E surpresa ! Outro menino ! Ou melhor " espirito digitalizado " de um menino . Cara morri de pena do pobre Finn . Ele estava morto e não sabia disso . Mas no final acabou auxiliando Mako a evoluir Sgarfirdramon para SaviorSgarfirdramon que derrotou os Junkiramon e quando Finn e o digiespirito de seu companheiro Hackmon sumiram e ele disse " – Mako, me desculpa. Eu deveria ter percebido. – A menina não entendia. – Diz para a Noriko que eu gosto muito dela. Se ver o meu irmão, o Liam, fala que eu nunca queria ter brigado com ele." fiquei com uma pena do Finn . Qual é a relação dele com a Professora Noriko e com Liam ? Enfim otimo capitulo Pines .

Comecemos pelo fim: Finn. Tudo bem que não sabíamos a sua personalidade e ainda agora não temos informações que expliquem bem toda a história dele e da Morpheus, mas boa parte de seu desenvolvimento poderia ser prevista com alguns capítulos anteriores. 

No Capítulo 4: A Primeira Reunião Ordinária do Clube de Cinema, nós temos, durante o diálogo entre Liam e Noriko: 

Capítulo 4 escreveu:– Mas os meus irmãos são um pensamento presente. – Ela logo franziu o cenho. – Desculpe. Sabe o que quero dizer. Sabe que não estou falando como se você não sentisse a perda... deles... todos...

Claro que nesse caso em específico ele não está se referindo somente ao irmão de sangue, mas em contra partida, no Capítulo 12: O Pesadelo, nós espiamos os pensamentos de Liam enquanto ele caminha até o apartamento de Sana, onde Noriko o esperava.

Capítulo 12 escreveu:Liam olhou para a tela do celular, o aplicativo de troca de mensagens aberto. O nome de Noriko aparecia no topo, junto de uma miniatura redonda de uma foto onde a professora aparecia olhando para o lado, a boca semiaberta. Não conseguia entender como ela podia ser tão bonita. Desde adolescente vivera entre pessoas de tantos lugares diferentes, mas ainda assim pensava que não havia alguém que pudesse a superar.
Talvez os seus sentimentos por ela fossem o que o impedisse de ver o quanto outras pessoas poderiam ser ainda mais belas. Tentava reprimir aquilo, mas só lhe fazia doer o peito. Usava os mais variados truques para convencer a si próprio de que não poderia continuar a amando, mas isso fazia doer ainda mais. Ele nunca fora a primeira escolha dela. A primeira escolha fora o irmão. A primeira escolha fora Finn, não Liam. Ainda assim a amava. Por quê?
Checou o endereço e o número do apartamento nas mensagens. Olhou em volta, viu a quantidade de pessoas entrando e saindo das lojas de tecnologia lá embaixo. Tomou forças e bateu na porta. Ninguém o atendeu. Bateu de novo. Escutou os passos apressados. Noriko abriu a porta, tinha os olhos muito cansados.

Então, a relação entre Finn e Liam, assim como o próprio Finn diz, é a fraternidade. São irmãos. Mas Finn era também o primeiro amor de Noriko e provavelmente um dos motivos pelos quais por muito tempo ela tentou se afastar de assuntos como a Morpheus, tendo uma crise de choro quando reencontrou Liam em Tokyo.
E Finn também é motivo para o Liam ter condenado as ações da Morpheus por tanto tempo, pois, para ele, a culpa de seu irmão ter desaparecido no Mundo Digital é da organização. Para quem perdeu o irmão para os Digimon, eles são todos maus e alvos de sua vingança.

Mas ainda haviam mais dois tamers na missão de Finn ao Mundo Digital, mais a tal capitã Amélie.

Agora sobre Junkiramon. Só havia um Junkiramon e ele era o líder do bando da Junkytown a qual o Impmon se refere. Dessa forma, Junkiramon é literalmente o rei do lixão. Não existe no mundo nenhum outro Digimon igual a ele, e ele retornará para falar sobre o motivo. Os outros Digimon que vivem em Junkytown são tão variados que eu achei que seria um trabalho enorme ficar pensando na aparência e nome de cada um deles, além daqueles da franquia oficial que se encaixariam perfeitamente no grupo. Uma curiosidade é que os saqueadores da Junkytown e a gangue de headbangers dos DeathMeramon competem pelos territórios dos dois desertos.

Na batalha em que Sgarfirdramon evolui para SaviorSgarfirmon, só havia o Junkiramon lutando, pois ele era o mais ágil do grupo e conseguiu se esgueirar com maior facilidade pelo calabouço e encontrar Mako/LadyPumpkinmon, por quem se apaixonou e a quem queria como noiva e futura rainha de Junkytown.

Agora, o Patamon do coliseu... Bem, estava tudo dentro do plano. No fim o parceiro dele desce e o plot twist faz parte do seu modo de destruir os seus inimigos. Só havia um Airdramon, aquele que o carregou até ali. Porém havia mais de um Megadramon e Gigadramon, que são Digimon extremamente fortes, explicando bem a facilidade com que derrubaram o coliseu e derrotaram tantos DeathMeramon num piscar de olhos.

E o que eu havia dito é que não planejo utilizar os Royal Knights como protagonistas, eles ainda podem dar as caras por aí. Na verdade, com toda essa confusão rolando (declaração de guerra contra o Mundo Real, a ZSC [que Finn acaba comentando como se fosse uma aliada da Morpheus] sendo comandada pelo rei da Ellada, o possível julgamento de Jeannemon e ainda a crescente expansão do território da Ellada), temos muitos momentos propícios para os protetores da Rede fazerem uma aparição.

Os Demon Lords, por outro lado, estão fora da jogada. Quem já foi escalado para atuar de demônios foram Astamon e GranDracmon. É possível que a BelleStarmon também passe para dar um "oi" futuramente, mas não tenho certeza quanto ao uso dela. E bem... As evoluções de um certo Digimon protagonista podem trazer um Digimon do tipo Homem Demônio em breve.
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Mensagem por LANGLEY002 Seg Nov 13, 2017 5:41 pm

KaiserLeomon escreveu:Ah ! Agora as coisas começam a fazer sentido ! Finn foi o Primeiro Amor da Professora Noriko e irmão de Liam mas não imaginava que ele tinha morrido no Digital World e se transformado num fantasma junto com seu companheiro Digimon e que ele estava morto a tanto tempo que não se lembrava de sua morte e ficou condenado a vagar como um fantasma digital pelo Digital World na companhia do espirito de seu companheiro Digimon . Coitado . Agora compreendo em parte o ódio do Liam pelos Digimon por causa deles ele perdeu um ente querido .

Poxa não sabia dessa sobre o Junkiramon imagino que ele e os Digimon de Junkytown sejam literalmente " uns lixos " de Digimon os vagabundos do Digital World literalmente os " vagabundos " que ninguém deseja por perto e que sejam formados pelo " lixo " da Rede , como spams vírus mas imagino que ainda o veremos provocar muita dor de cabeça para Mako como Lady Pumpkinmon.

Quer dizer que o Patamon se deixou ser capturado apenas para ser levado para dentro do Coliseu dos DeathMeramons apenas para que seu parceiro viesse com seu Airdramon e seus Megadramon e Gigadramon e pusesse o Coliseu abaixo ? Nossa que Patamon sadico concordaria em fazer isso ?

Não estou bem certo de que seria uma boa ideia incluir os Royal Knights . Quero dizer ... Eu até gostaria que aparecesse algum Digimon Exalted Knight mas que não fosse um membro dos Royal Knights ... Eles aparecem sempre em tudo quanto é fanfic eu gostaria de uma fanfic que dispensasse os Royal Knights e que usasse outros Digimon do tipo Cavaleiro como por exemplo Durandamon . Tipo eu espero sinceramente que o Mega Leval do Dorumon de Daniel não seja um " Alphamon " mas que também não fique nada a dever a um Alphamon em termos de poder tipo com um Ultimate / Perfect Level que fosse um tipo de " versão bombada " de Grademon tipo um " Digimon Cavaleiro Dragão " tão musculoso quanto Cyberdramon que tivesse traços de Death-X-DORUgreymon mesclados aos de um Grademon num Digimon de corpo forte e vigoroso que usaria espadas como armas ( ou alguma outra arma qualquer tipo talvez uma arma que servisse tanto para protege-lo quanto para atacar como o escudo do Capitão America que pode ser usado como arma de arremesso que sempre volta para as mãos dele por exemplo ) enquanto que no Mega Level como é o caso de Omegamon Alter-S quem sabe ele não pudesse ser uma subesespecie de Exalted Knight Digimon Variante de Alphamon como Omegamon Alter-S que é uma subespecie variante de Omegamon tão poderoso quanto ele ?

E tudo certo quanto aos Demon Lords Pines eu entendo que você prefira não inclui-los . Quem sabe outros Digimons Demônios iguais a Murmuxmon e a Galfmon ? Enfim otimo epsodio .

Mais ou menos. O Finn não ficou exatamente condenado a vagar pelo Mundo Digital. Existe uma cadeia de eventos que levou sua consciência a ganhar forma e agir como se o último dia de sua vida não tivesse ocorrido. Aquilo foi como uma memória residual arquivada na rede, mas esse arquivo precisava ser executado por alguma ação externa, por assim dizer.

Ninguém deseja os Digimon de Junkytown por perto, isso é fato. E isso é o que precisamos saber. Por enquanto.

Não sei bem por onde o Dorumon irá evoluir. Levando em conta que a evolução vai carregar o modo de ele e o Daniel lutarem. O SlashAgumon, contudo, por conta dessa influência de Hackmon (aliás ganhando características do nível perfeito de Hackmon, SaviorHackmon), está caminhando para se tornar um cavaleiro. 

E como disse, um dos protagonistas está caminhando para se tornar um Digimon com traços de demônio, embora não vá chegar a uma aparência mais grotesca como é a de grande parte dos Digimon do tipo.
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Mensagem por LANGLEY002 Ter Nov 14, 2017 2:45 pm

Uma pequena alteração no capítulo 17. Não vou poder explicar sobre a origem da Amélie com quem o Daiki se encontrou ainda.

Btw

Pray for Misaki.
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Mensagem por LANGLEY002 Ter Nov 14, 2017 8:25 pm

Capítulo 17: Transgressões. 



Foi abrindo os olhos devagar. Ardiam muito e a nuca doía. Sabia que era fruto da pancada que recebera das correntes dos DeathMeramon. Sentiu uma mão acariciando sua cabeça e era tão bom. Estava deitado com o rosto nas pernas da menina e... de repente, ao piscar, não estava mais.
Tampouco sentia o trem balançar. Se perguntou o quanto daquilo era fruto de sua imaginação. Confuso, levantou o tronco soltando todo o ar num espasmo. Olhou em volta, estava em outra estação abandonada. Percebeu as ataduras no braço esquerdo. Tentou se levantar e veio um puxão no joelho. Ao retornar, um sinal elétrico viajou das costas.
– Estou tão ferrado. – Dorumon não estava por perto. – Cadê você, Dorumon?
A noite no deserto vermelho era fria como a voz e a respiração de Twilimon. Adormeceu de novo. Via a menina, o capuz dela voava e se desmanchava. Começou a correr em sua direção naquele campo florido. De repente ela estava num vestidinho branco, um chapéu de palha na cabeça. Quando a alcançou, porém, ela estourou como balão.
O céu se enfureceu e as nuvens vieram de todos os lados, os raios caíram e seu coração disparou. Twilimon emergia, jogava a capa e as espadas, retirava a máscara. O que via era ainda mais aterrorizante que a máscara, algo que jamais poderia descrever. Gritou, mas nenhum som se formou em suas cordas vocais, nenhuma vibração atravessou a sua boca em direção ao mundo.
O sonho acabava assim, mas não o seu sono. Teve muitos outros sonhos. Sonhou primeiro com Daiki e Mako. Os dois caminhavam juntos e chamavam por alguém. Pensou que fosse ele, mas quando tocou no ombro da menina, os dois se viraram com cara de nojo e disseram que não o queriam por perto.
Depois disso, sonhou com Sachi. A menina estava com o tornozelo preso nas pedras na travessia de uma cachoeira. Chamava o seu nome. Quando se aproximou, ela deixou cair os óculos. O cabelo molhado escorria pelo rosto. Os lábios se contorceram e... O sonho acabou.
 
 
 
 
– Eu fico pensando, será que todos estão bem?
Daiki se virou na toalha, olhou para o rosto de Lunamon. Ela observava a lua já há algum tempo.
– Só me preocupo com o Dorumon e o Daniel. – Fechou os olhos. – Twilimon é mesmo um Digimon perigoso.
A fogueira crepitava. Por vezes uma poeira incandescente escapava da lenha e flutuava até ser totalmente consumida por uma brasa vermelha. A francesa observava de perto, as pernas esticadas, o corpo todo molhado depois de um mergulho, uma toalha sobre as costas.
– Tem uma cidade por perto. – Ergueu a cabeça. – Acho que ainda dá tempo de pegar o último Trailmon.
– Mas nós precisamos ficar aqui. Se a Lazulitemon aparecer, vamos ter de lutar para libertá-la. – Lunamon se colocou de pé, a face iluminada pela fogueira.
– É uma cidade costeira. – Olhou para o horizonte, além dos morros. Jurava que tinha visto uma das torres pouco antes. Agora elas desapareciam sob o céu escuro. Porém, enxergou através do mar um morro distante onde se erguia um farol.
– Eu já estive na Radiantower. – Lunamon havia seguido o rosto e Amélie e encontrou também o farol. – É a cidade da Ellada mais próxima das fronteiras de Zonian. – Estava bastante desanimada com a ideia. – Lugares como este estão sempre cheios de guardas.
– Bem... Então dormiremos aqui. Sem problemas. – Manteve os olhos sobre as ondas do mar. – Boa noite.
Largou a toalha que cobria o corpo e se deitou de lado. Lunamon também voltou a deitar. Ela e Daiki, porém, demoraram muito para pegar no sono.
 
 
 
 
 
 
Jeannemon caminhava pelo bosque. Sua armadura tilintava por todo o caminho. A alguns metros estavam dois SlashAngemon a observando por detrás da viseira de seus capacetes. As armaduras prateadas e as calças azuis largas como balões nem se moviam, mas o vento assobiava ao passara por entre as suas asas compostas por lâminas.
A amazona chegou a um altar, se pôs de joelhos e, apoiando os cotovelos, enfiou o rosto entre as mãos. Ficou daquele jeito por um breve momento. Foi interrompida por uma mão fria. Uma mulher alta de pele rosada alisava o seu ombro, o vestido azul era curto e as meias de bailarina se confundiam com a sua pele. Os olhos completamente brancos se umedeceram, o cabelo cor de cerejeira balançou.
– Servantmon. – Disse Jeannemon. – Vá embora. Preciso de um momento.
– Mas minha senhora... – As lágrimas frias escorreram pelo rosto de Servantmon. Baixou o nariz empinado e encostou o rosto no cabelo da guerreira. Beijou. – Me perdoe. Os Generais lhe chamam. Deve retornar a Cidadela o mais rápido possível.
Começou a soluçar. Envolveu os braços por cima da armadura. O rosto jovial e alvo de Jeannemon se virou, fitou os olhos brancos e vazios de Servantmon. Não disse nada, apenas encostou a testa na clavícula da outra.
– Eles provavelmente irão me prender e marcar meu julgamento. – Esfregou os olhos no ombro da outra. – Agora que venceram a guerra contra Albion, já não sou necessária.
– Não diga isso, minha... Minha Jeannemon. – Os dedos compridos ergueram o rosto de moça da Digimon. Empurrou as mechas de cabelo que escapavam da tiara. – Você sempre será necessária.
Foi aproximando o rosto rosado. Faltava pouco para se tocarem quando as manoplas interviram. Jeannemon empurrou os lábios de Servantmon bem devagar com os dedos. Se levantou e saiu balançando a armadura reluzente. Servantmon ficou ali, abaixada. Os olhos desceram ao chão e as lágrimas ganharam ainda mais força.
 
 
 
 
 
Misaki fechou rápido a porta do quarto. Se encostou na madeira e começou a respirar fundo. O corpo foi escorregando até que estava sentada. Ergueu os joelhos e cruzou os braços em volta. Escondeu o rosto. Já era tarde da noite quando se levantou, abriu uma janela e ficou olhando para a lua.
Ali daquele ponto, na parte mais alta de toda a Cidadela, conseguia ver o telhado da maioria dos edifícios e enxergar muito do que havia além da muralha. Viu os Trailmon que chegavam sem parar contornando ou atravessando a muralha para as estações da cidade. Sentiu um aperto no peito.
– Qual era mesmo o nome dele? – Cruzou os braços sobre a beirada da janela, afundou o queixo ali e permaneceu. – O que eu estou pensando.
Se levantou.
– Se eu tomar um banho quente, talvez pare de pensar em besteiras.
Abriu um armário, retirou um pijama e roupas íntimas. Fechou. Depois, em outra porta, tirou uma toalha. Na gaveta do lado da cama pegou um sabonete com cheiro de flores. Deixou as roupas sobre a cama e foi para o banheiro. Ligou a água quente. O líquido começou a preencher a banheira escura e lustrosa. Ela se sentou na beira de mármore onde estavam os shampoos.
– Deve estar muito frio no deserto. – Os dedos ficavam indo e voltando pela borda escorregadia e gelada de mármore. – E deve estar ventando muito. Muita areia. – Apertou a borda. – Lá não existem banheiras grandes ou sabonetes com cheiro de flor. Nem uma cama macia cheia de cobertores.
Permaneceu refletindo por alguns minutos. A água começou a tocar em seus dedos macios. Fechou as torneiras e retirou o casaco preto, desamarrou os laços do colete que usava para a sua proteção e, por fim, a roupa debaixo. Jogou as botas, baixou as calças e as meias longas. Quando finalmente nua, entrou na água.
As costas e as costelas doeram ao se encostas na superfície rígida. Soltou um gemido. Esticou o corpo ali dentro, apenas os olhos, a boca, o nariz e parte do queixo apareciam na superfície. O cabelo se espalhava em volta da cabeça.
– Por que eu estou formigando? Por que o meu peito dói? – Afundou. Depois de alguns segundos subiu soltando bolhas de ar. – Eu sempre soube que lá fora não havia nada. Eu nunca precisei me preocupar com isso. Agora eu estou aqui dentro.
Pegou o sabonete, começou a deslizar a pedra rosada pelo corpo pálido. Esfregou o queixo no próprio ombro. Macio. Esfregou as mãos em torno dos braços, das coxas, das costelas. Olhou para cima, a lanterna que dava uma luz amarelada, quente e confortável ao lugar. Não um daquelas luzes fortes com as quais se acostumara na Terra.
– Meu corpo está formigando. – Passou as mãos pelo próprio rosto. – E está quente. O que é isso?
Saiu da água. Secou o cabelo antes de se enrolar na toalha e ir procurar as roupas. Quando chegou até a cama, viu o espelho. Soltou a toalha e, olhando por cima dos ombros, viu as marcas roxas. Lembrou as correntes dos DeathMeramon que rodopiavam batendo contra Twilimon.
– Eu estava com proteção e não recebi nenhum golpe direto. – Começou a se vestir. – Mas... E ele.
Gastara todo o equipamento de primeiros socorros que Steelmon deu a ela para ajudá-lo.
Quando terminou de vestir o pijama, se preparou para deitar, mas antes que o fizesse, uma dor horrível começou a se espalhar pela nuca. Era uma dessas dores agudas que não deixam escutar nada, pensar em nada, fazer nada. Gritava e gritava.
Twilimon emergiu pelas sombras que haviam debaixo da cama. Pegou a menina nos ombros. Sempre a carregou com o equipamento da ZSC, mas não havia tempo para fazê-lo.
– Tampe bem os ouvidos.
Afundaram nas sombras. Dentro daquele lugar que parecia um espaço preenchido por líquido, haviam coisas mais antigas que o tempo. Elas serpenteavam em torno dos dois deixando vultos que o Digimon sempre viu através das vibrações. Seu corpo fora construído de modo a suportar aquilo por mais doloroso que fosse, mas Misaki não foi feita para aquilo.
Vazou pelo corredor. O atravessou e bateu as mãos sobre uma porta. Steelmon abriu, ajustou os óculos para enxergar Twilimon de perto, depois girou mais uma vez e a lente se ajustou para que ele observasse Misaki.
Entraram. Colocaram a menina numa das macas frias. Ela apertava a cabeça, a expressão de choque e a língua se enrolando. Dois estranhos aparelhos flutuaram sobre o corpo da menina passando scans azuis. Os scans então desceram até alcançarem o meio da cabeça da menina. Começaram a rodar.
Uma tela se acendeu e iluminou o local. Twilimon sentiu a vibração. O jaleco de Steelmon balançando, as mãos mecânicas cor de bronze mexendo nos aparatos, os canos condutores de vapor que se ligavam nos braços e naquela estrutura nas costas. Sentia esses em específico, o vapor quente que viajava pelo corpo do cientista como viajava o sangue pelo corpo de Misaki.
– Sei que os desmaios têm se tornado frequentes, mas... As lentes giraram sem o apoio de suas mãos. – ...a verdade é que o tratamento está diminuindo a área afetada.
– E como espera que eu acredite nisso.
Um largo sorriso se abriu no rosto de Steelmon.
– Porque você não tem escolha senão acreditar.
Twilimon tocava nos sabres.
– Vamos Twilimon. – Balançou os braços. – Eu criei o seu corpo. Eu sei cada uma das fraquezas dele. Vai mesmo se rebelar contra a vontade de seu rei por conta de uma humana?
O Digimon afastou as mãos dos cabos.
– Foi apenas um impulso. – Se virou, começou a descer pelas sombras do laboratório. – Isso aconteceu porque por ordem do rei eu devo protege-la até que cumpramos nossos objetivos.
– E até lá, ela estará curada.
 
 
 
 
 
 
Alguma coisa roçava no rosto de Daki. Levantou antes mesmo de abrir os olhos, tamanho o seu susto. Quando abriu, percebeu que era um dos pés de Amélie. Viu na areia as marcas do movimento da garota durante a noite. Parecia ter tido um sono bastante inquieto.
Ao contrário disso, Lunamon permanecia na mesma posição, a barriga para cima e um sorrisinho no rosto. O menino chacoalhou a parceira e pediu para que ela acordasse Amélia. Enquanto isso, caminhou na areia fresca e limpou o rosto com a água. Se arrependeu, o sal fez seus olhos arderem.
Os dois sóis mal mostravam suas luzes sobre o continente, vindo do outro lado das montanhas e das pirâmides ao leste. Bocejou e se espreguiçou. Amélie passou por ele jogando a camiseta para o alto e dando um salto para dentro da água. Olhou para o outro lado.
A francesa voltou, pegou uma toalha e se secou. Bateu a camiseta e levou para dentro da pequena cabana, depois de se trocar, saiu. Estava de short, camiseta sem mangas e um tênis vermelho. Daiki pensou em se trocar, mas se lembrou que a mochila que usava tinha encharcado durante a sua queda no Mundo Digital. E pensar que já foram duas noites, e pensar que já era o segundo dia, mas nada de Mako, Daniel ou Sachi.
Ajudou Amélie a limpar e dobrar as toalhas que ela guardou numa mochila.
– Ainda acho que deveríamos ir para uma cidade. – Tentou avistar o farol. Viu a silhueta azulada por detrás da neblina.
– O que é aquilo? – Daiki apontou para o céu. Ao longe estavam dragões serpenteando.
– Parece um Airdramon. – Respondeu a princesa. – E aquilo são Gigadramon ou Megadramon. Talvez sejam das duas espécies. – Um tremor atravessou o seu corpo. – Se abaixem. Se eles nos verem, já éramos.
Nesse momento algo disparou para fora do mar. Girou no ar, caiu em pé na praia girando um bastão. Depois do susto de levaram, viram que era apenas Shawjamon.
– O dia começou mais cedo no deserto. – Falou o guerreiro.
– Está dizendo por causa do fuso horário?
– Fuso horário? – Se inclinou sobre Daiki, o menino pendendo para trás. – O que? Não sei... Deve ser, não é mesmo? Só sei que quanto mais ao leste, mais cedo amanhece.
– Então é isso mesmo. – O menino acenou com a cabeça em gesto de afirmação. A boca de Shawjamon se abriu, estava surpreso com a informação.
– Pois bem, um grupo de Aquilamon fugiu para uma ilha aqui perto, os ouvi dizer sobre outro humano.
– Outro humano? – Daiki se atentou.
– Sim. Um menino. – Fincou o bastão na areia, levou a mão ao queixo. – Parece que ele era parceiro de um Patamon. Os Patamon são Digimon da nobreza da Ellada e eu acharia muito estranho se já não tivesse visto vocês dois. – Apontou para Daiki e Lunamon.
– Mas eu abandonei o meu posto na Ellada.
– Sim, claro.
– E hierarquicamente estou abaixo daqueles que nascem Patamon. Eles são naturais da Ellada.
– Oh. Isso também é verdade. – Parecia pensativo. – Mas o mais estranho é que pareciam estar a serviço da Ellada.
– Como é possí...vel... Oh... – Daiki se lembrou da pessoa encapuzada que estava junto de Twilimon. – Agora que disse, não é a primeira vez que vemos isso também.
– Não?
– Não. – Lunamon também se lembrou de Twilimon. – Conhece o Twilimon?
– Twilimon? Nunca vi um Digimon desse tipo antes.
– É. Nem eu. – Balançou a cabeça em negação. – Mas ele tinha uma pessoa humana com ele.
Ficaram em silêncio por um tempo.
– Shawjamon, conhece algum lugar pra gente tomar um banho? – Amélie quebrou o silêncio.
– Tem uma cidade aqui perto.
– Não é perigoso? É uma cidade da Ellada... – Disse Lunamon.
– Sim. Mas a cidade foi evacuada alguns dias atrás. Provavelmente não irão voltar antes de os generais decidirem mandar um grupo de ataque.
– Isso é por causa de alguma célula revolucionária? – Lunamon se lembrou do grupo de Dorumon que a ajudou a se esconder quando fugiu do palácio. – E você por acaso conhece BanchoLeomon?
– Eu e o BanchoLeomon somos velhos amigos. Temos juntado nossas forças para atacar algumas rotas de suprimentos dos Cinco Generais da Ellada. – Depois balançou a cabeça. – Mas nenhuma célula revolucionária tem atacado diretamente as cidades da Ellada. Acontece que aquele Digimon descontrolado que vocês viram apareceu na cidade há algum tempo e assustou os moradores. Os Generais não parecem ter dado grande importância a isso, ou estão cuidando de algo mais grave.
– E o que poderia ser mais grave?
– Nossos infiltrados souberam de que alguma coisa aconteceu nos laboratórios da Cidadela, capital da Ellada. Não temos certeza ainda do que, mas por algum motivo a Ellada tem gastado recursos nos últimos meses para enviar Digimon ao Mundo Real. – Apontou para um diminuto globo brilhante no céu, ofuscado pelo tamanho dos sóis. – Acontece que há poucos dias a situação se agravou. Numa das missões um soldado da Ellada teria sido morto por uma arma humana e então um dos Generais desceu para declarar guerra. Quando voltou, houve um ataque na muralha da cidadela. Depois disso não soubemos de mais nada. As informações parecem estar na posse apenas dos Generais.
– SlashAgumon. – Sibilou Lunamon. – Será?
– Então, se pegarmos um trem para a cidade...?
– Terão de saltar. Os Trailmon não param e estações selvagens ou interditadas.
– Por mim tudo bem... – Amélie serrou o punho.
– Mas seria mais rápido se eu os levasse... A viagem por água é mais curta.
 
 
 
 
 
 
Havia uma dor atrás dos olhos de Misaki quando ela gemeu para rolar para fora da cama. Cambaleou até o espelho, olhou para o próprio rosto. Foi apalpando a face, mexendo no cabelo, buscando por alguma coisa, mas sem saber o que procurava. Os movimentos foram cada vez mais desesperados, acompanhados de uma respiração pesada e barulhenta. Parou com a mão erguendo o cabelo curto.
Uma fita vermelha começou a escorrer do nariz. Quando chegou aos lábios, ela empurrou o espelho que caiu e se estilhaçou. A dor de cabeça não ia embora e suas memórias todas apareciam em lampejos, tomavam sua visão para o negro e para o branco. Foi andando para o banheiro, os dedos apertados contra a cabeça. Abriu as torneiras, deitou na banheira ainda de roupa e ficou olhando para o teto.
– T...w...i...l...i...m...o...n...
A água foi molhando o pijama. A roupa escura e macia foi se colando a pele da menina. Uma pontada na cabeça, outra pontada na cabeça. O sangue que escorreu do nariz se espalhou e desapareceu em contato com a água quente. A banheira começa a transbordar.
– Faz... isso... parar... A minha... cabeça... Me... ajuda...
No laboratório de Steelmon os telões exibiam as imagens do quarto de Misaki. Ele comprimiu os lábios, não como se visse algo que o deixou desgostoso, mas sim como se tivesse alguma vontade de rir.
Alguém bateu a porta. Dois SlashAngemon entraram juntou de um gorila preto vestido numa armadura tecnológica robusta e branca. Os olhos completamente amarelos do gorila foram refletidos pelas lentes no rosto do cientista. O sorriso dele finalmente se abriu.
– General CrankGorimon.
– Doutor Steelmon. – As mãos mecânicas de CrankGorimon impulsionam o corpo. Ele fica ereto. – Os Generais pedem uma reunião para discutir o futuro da síntese de número 011.
– Entendo. Nada sobre a síntese de número 015?
O macaco olha para as telas. Vê a expressão vazia no rosto da menina humana. Num gesto de repulsa, cospe.
– Não. Apenas a cobaia 011.
Se retira junto dos SlashAngemon. Não demora muito e o cientista também saí pelos corredores. Sobe as escadas em direção a sala de reuniões. Ao abrir a porta, lá estão os generais numa mesa redonda. Na cadeira maior está seu rei, Ruramon, um guerreiro em trajes azul-prateados e brilhantes, o longo cabelo de platina escorrendo por detrás de um elmo altivo onde se acoplam detalhes em forma de lisas asas douradas. Nas suas costas magras vazam seis asas metálicas. Sua voz, tão imponente quanto a aparência, soava como uma tempestade sobre os ouvintes.
– Meu senhor. – Steelmon se curva antes de se sentar na cadeira reservada.
– Declaro o início de nossa reunião. – A voz fria vem de Medusamon, a mulher que senta do lado direito do rei. Steelmon lança um olhar para o rosto delicado, os olhos escondidos atrás de uma placa metálica e o amuleto de olho acoplado a este que gira no topo da testa. Seu corpo está parcialmente oculto pela mesa, mas seus ombros estão cobertos por um colante preto, o cabelo em tons claros de roxo escorre por ali, muito longo.
– Doutor Steelmon. – Chama o rei. – Qual é a real situação?
O Digimon aperta os lábios. Os olhos viram por dentro da lente. Giram como se fossem bolinhas de sorteio sendo misturadas dentro de uma roda.
– Bem... Tem... E mesmo se... E também... – O cientista falava sozinho. Os Generais captavam algumas palavras, mas as outras soavam ininteligíveis e se perdiam no ar. Um dos generais bateu sobre a mesa. – Ora, sua bruxa imunda!
– Beldamon. – Sob a voz de trovão do guerreiro, a mulher pálida de rosto ossudo se afastou e encostou sua coluna torta na cadeira. Os olhos de botão encaravam o cientista. – E não temos todo o tempo do mundo, Steelmon. As ocasiões pedem por decisões rápidas.
– A síntese 011 tem apresentado evolução em termos de capacidades físicas como força, agilidade e velocidade. É um tipo bastante silencioso e as capacidades dadas a ele pelo Abyss o permitem receber todas as vibrações, assim tendo grande percepção e um tempo bastante rápido de reação.
– Mas e quanto ao comportamento? – As placas de metal que cobrem a o corpo do cavaleiro balançam quando ele apoia o cotovelo sobre a mesa. O cientista fica tentando enxergar através daquele elmo branco.
– Veja bem, Enkidumon...
– Veja bem? – O quinto general, interveio ao se levantar exaltado. Suas asas brancas e empenadas se abriram por detrás da armadura cor de ferro. Se os olhos aparecessem, se não fosse coberto por um elmo típico da classe angelical, estariam cheios de fúria. – O Abyss é algo ao qual nem mesmo os Digimon da Dark Area ocorreriam. Se não bastasse isso e a humana, a aberração que você criou parece estar se esquecendo de sua real missão e se esquecendo de nossas leis, perdendo o respeito pelos generais. – Bateu as mãos sobre a mesa. Os cálices balançaram. – Eu e minha Servantmon caminhávamos pelos corredores quando ele apareceu se arrastando. Imagina se mais alguém o vê?
– O Abyss não é ruim nem bom, Princedomon. – Medusamon ergue sua voz sobre as demais. – Se o utilizamos por uma boa causa...
– Diz isso porque você mesma é fruto do Abyss! –Enkidumon apontou para ela, a armadura tilintando.
– E é também você culpada pelas transgressões da síntese 011. – Princedomon se virou para a mulher de olhos tapados. – Você o defende porque o vê como igual. Você é a razão de tudo isso.
– Princedomon e Enkidumon! – Ruramon se põe em pé, as asas cortantes assobiam. – Tenham respeito por Medusamon.
– Deixe que façam suas críticas, meu senhor.
O rei respira fundo. Se senta novamente. Junto dele os Generais também o fazem. Estremeciam.
– Espero que possa responder a isso, Steelmon.
– Oh, sim... Claro... – Solta um riso. Os olhares o fazem repensar. Abafa a gargalhada. – A síntese 011 tem mesmo apresentado transgressões de comportamento, razão pela qual será submetida à punição severa. Mas não podemos nos livrar dele antes do teste de seu novo nível evolutivo. Os preparativos para a sua fase perfeita estão... quase prontos!
– Entendo. – O rei apoia os cotovelos na mesa, cruza os dedos numa expressão de reflexão. – E quanto a humana?
– A humana. – Os olhos dele balançam mais uma vez. Um som repetitivo e irritante de engrenagens, os assobios do vapor que viaja pelo seu corpo. Assobios. As costas assobiam como uma chaleira. – A humana tem apresentado sinais de um grupo de doenças nomeado como Demência Frontotemporal pelos humanos, porém parte dos sintomas são muito estranhos ao grupo. Tenho sintetizado medicamentos capazes de impedir o avanço para que a missão possa ser concluída, mas...
– Mas...
– Embora eu tema que a humana morra, é possível que ela deixe de ser necessária muito em breve. Quando alcançarmos o potencial total de nossas sínteses, entenderemos o suficiente sobre a evolução. Já teremos todo o conhecimento para continuarmos com o plano. – Os olhos param de rodar. A lente gira para aproximar o rosto do rei. – Ela sobreviverá até o fim da missão, imagino.
– Talvez um de nossos curandeiros possa a ajudar.
– Curandeiros? – Os lábios do cientista se comprimem como se tivesse colocado uma substância amarga na boca.
– E será mesmo que devemos gastar tempo e energia de nossos curandeiros, aqueles que receberam o dom sagrado, para tratar de... uma aberração orgânica da Terra? – Princedomon distorceu a boca como se estivesse prestes a vomitar. – Isso enfureceria o nosso deus.
– Eu sou o deus da Ellada. Eu guio a Ellada até o melhor destino possível e eu farei tudo que estiver ao meu alcance para proteger o meu povo. – Princedomon se encolhe em sua cadeira. – Se eu, como entidade suprema da Ellada, do continente e do Mundo Digital, decidir por prolongar a vida da humana, assim faremos. Ela é um mal necessário.
 
 
 
 
 
Shawjamon observava o movimento do mar enquanto as duas crianças percorriam as ruas da cidade em busca de comida e um lugar para se lavarem. Cruzaram com o que aparentemente se tratava de uma casa de banho.
– Uma casa de banho? – Daiki apontava para os tecidos que caíam sobre a abertura, os desenhos que aparentemente mostravam banheiras cheias de vapor.
– Isso vai servir. – Disse Amélie animada.
– Mas eu não tenho roupas pra trocar, estão todas muito molhadas ainda.
A menina franziu as sobrancelhas.
– Eles devem ter um sistema de aquecimento. – Gesticulo para que a seguisse. – Vem.
Daiki e Lunamon cruzaram olhares, depois entraram. Assim que chegaram ao que parecia ser um grande forno, cheio de pedras para serem aquecidas e colocadas nas banheiras, viram uma bola de fogo flutuando. Ela se encostou na parede. Imediatamente o menino puxou o Digivice.
“DemiMeramon, Digimon chama do tipo data. Nível em treinamento.”
– H-humanos! – Gritou. – Saiam! Saiam!
– Ah, mas nós precisamos de você. – Amélie se apoiou nos joelhos. – Você pode ganhar muito com isso, gracinha... – Apertou os lábios, piscou os olhos. Daiki caiu para trás fervendo, mas o DemiMeramon apenas observou aquilo com estranheza.
– Mas o que é...?
– Isso nunca vai dar certo. – Lunamon riu da situação.
– U-uma Lunamon!
DemiMeramon veio voando para circular a princesa, boquiaberto. Ela franziu a testa enquanto tentava acompanhar o movimento do Digimon.
– É tão linda.
– Sai pra lá!
– Não, Lunamon! – Amélie se agachou perto de Lunamon. – Pede pra ele ligar o sistema de aquecimento.
– Você pode, por favor...? – Lunamon ergue a mão fazendo o pedido.
– É claro!
A chama se ergue e se enfia dentro do forno. Automaticamente uma lavareda se ergue ali dentro com olhos enormes que ficam observando as crianças e a princesa. Vários canos começam a soltar vapor.
– Usem as pedras para aquecerem a água mais rápido!
Amélie vai até o forno com uma grande pinça que encontrou, depois se dirige a uns tubos e vai soltando as pedras aquecidas. Escuta o som da água entrando em contato com os objetos do outro lado da parede.
– É só colocar as suas roupas por perto, isso deve fazer com que sequem mais rápido. – A menina abandona a mochila no chão e corre para a entrada das banheiras femininas. Daiki fica ali esperando até um grito atravessar a cidade. Era Shawjamon.

– Daiki, Lunamon, Amélie! – O Digimon pulava de telhado em telhado enquanto olhava para o monstro que se erguia no mar trazendo enormes pilares espirais de água. – Corram!
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Digimon Synthesis - Página 11 Empty Re: Digimon Synthesis

Mensagem por LANGLEY002 Ter Nov 14, 2017 11:38 pm

Capítulo 18: Entre lança e martelo. 




Uma parede de água se erguia. Não havia como calcular as suas dimensões, mas, ao olhar, a sensação era de que o mar passara a desobedecer a gravidade e agir por conta própria. A água estourou sobre a cidade no momento em que Shawjamon conseguiu pegar Amélie nos braços. Dynalepmon saltou para um telhado alto onde deixou Daiki. A manoplas começaram a brilhar e se expandir.
Os pilares em espiral agora se comportavam como serpentes se erguendo e se abaixando, fazendo movimentos de onda para derruba construções e proteções da cidade. O farol que dava nome ao lugar, pendeu e caiu num estrondo enquanto o monstro no qual Ignifatumon se transformara ao forçar Lazulitemon a se fundir, se aproximava. O corpo estava cheio de algas e estas pareciam fazer parte dele, se esticavam e o puxavam como cordas ou batiam como chicotes em qualquer coisa que se aproximasse.
Vinhas de espessuras inacreditáveis começaram a brotar do fundo do aguaceiro. Iam crescendo por cima das construções. Numa minoria de situações, tinha de se adaptar totalmente. Na maioria a construção ia ao chão sob tal pressão. Shawjamon foi se aproximando aos saltos e golpeou o monstro com a lâmina do bastão. Foi jogado por uma patada. Uma mão de água flutuou. Viu a palma descendo junto dele.
Um vulto dourado o atingiu. Era Dynalepmon que, com a força concentrada nas manoplas, jogou o Digimon de volta para a batalha. Ficou aguardando o monstro chegar mais perto, de pé num dos prédios altos o suficiente para ficarem fora da água. Quando a coisa chegou, começou a sequenciar socos. A cada soco, as manoplas que eram dez vezes maiores que Dynalepmon, perdia tamanho, até se reduzirem ao tamanho normal.
Dynalepmon estava ofegante e não tinha feito nada contra o monstro que continuava a avançar. Não conseguiu se desviar da alga e foi jogada. Se recuperou ainda no ar, parou agachada e respirou fundo. Procurou pelo parceiro e viu que o monstro estava perto demais daquele telhado. Apontou para o menino. Amélie parecia se alternar entre se segurar nele e no mastro de metal.
Quando Shawjamon foi em socorro das crianças, Dynalepmon se acendeu e, no formato de um cometa, chocou o próprio corpo com o do monstro. As pernas erraram o passo, algumas escorregaram sobre um telhado, se desviou do caminho rugindo. A princesa firmou os pés contra a pele e foi subindo. Impeliu-se contra o ar, juntou as manoplas fazendo surgir o martelo que com maestria rodopiou entre as mãos nuas antes de descer girando.
Uma luz intensa veio daquele ponto e foi se espalhando pela criatura.
– Vamos... Lazulitemon...! – Continuava a golpear com o martelo. – Judge’s Hammer! Judge’s Hammer! Judge’s Hammer!
Mas a cada golpe o brilho perdia intensidade. Dynalepmon cambaleou e caiu direto na água que invadia a cidade costeira. Foi boiando, levada pela correnteza, até encontrar um telhado firme. Parou arfando. Shawjamon havia deixado as crianças num ponto mais seguro e voltava a golpear o monstro.
– Lazulitemon...
 
 
 
 
 
 
Daniel acordou de ímpeto. Sentiu a cauda peluda de Dorumon batendo contra ele em cima do duro banco da estação abandonada. Se pôs de pé. O Digimon o tinha dado um susto ao desaparecer depois da aventura que tivera ao lado da menina encapuzada. Os sonhos não o ajudaram, foram cada um mais assustador que o outro.
Se levantou e bateu a poeira que se acumulava nas roupas. Desejou ter um lugar para tomar um bom banho e encher a barriga de comida. Ficou refletindo. No dia em que chegara, quando foram atacados por Twilimon, ele foi o único a restar na rota. Mas ao que exatamente aquela rota deveria levar? Se tivesse um mapa para verificar.
Talvez aquele caminho que tomava o poderia levar até uma célula revolucionária. O grupo de Digimon insatisfeitos com o avanço da Ellada que queriam defender seu lugar, seu espaço, seu modo de vida. Foi chacoalhar o companheiro para perguntar o que havia na rota, mas lhe ocorreu que ele, no último momento, também tinha vazado para fora da rota.
– Então... – Olhou para cima. – Sacchi?
Percebeu pela visão periférica um borrão roxo se levantando. Dorumon empinou a cabeça e, apertando os olhos, visualizou o céu, depois encarou o parceiro.
– Está bem?
– Uhm... – Balançou a cabeça. – Só um pouco confuso.
– Sobre o Twilimon? Eu também não vi quando nos deixaram.
– Não. Sobre a rota.
Dorumon parecia fazer um esforço para se lembrar.
– Nós também caímos fora, não foi?
– Oh... Foi... Senão... A Sachi.
– Estaria com a gente. – Fechou os olhos. – Talvez tenha sido melhor assim. Os DeathMeramon eram muito perigosos.
– Mas nós estamos chegando perto. – Dorumon chacoalhou o corpo. Muita poeira voou dele, uma nuvem vermelha com a areia daquele deserto. – Eu saí para verificar ontem a noite.
– Ah, então foi isso?
– Estamos perto da fronteira da Ellada. Podemos ir caminhando até uma estação e pegar viagem para onde a Sachi deve estar.
– E onde é isso?
– Appletown. É bem perto da Cidadela, capital da Ellada.
– Então vamos mesmo enfrenta-los de frente?
– Eu não sei. Isso vai depender muito... do BanchoLeomon.
O menino parou por um momento, olhou para as águias gigantes que cruzavam os céus. Para os capins secos que se amontoavam e alguns cantos, estes que balançavam muito com a ventania. Toda a melancolia daquela terra seca o fez ficar preso nos pensamentos por mais tempo que esperava.
– Vamos. – Disse. – Vamos ter que caminhar bastante, não é?
– Uhm! – Dorumon confirmou com um aceno de cabeça.
Desceram da plataforma e foram em frente, encontraram uma trilha e o Digimon disse que era por ela que deveriam seguir. As dunas de areia de vez em quando faziam sua aparição, mas o predominante eram as formações rochosas muito avermelhadas.
Já andavam há muitos minutos. Tomaram um gole de água agachados na sombra de uma das enormes formações rochosas, se levantaram, bateram a areia e continuaram a caminhada. Passaram no meio de um monte daquelas pirâmides metálicas e invertidas. Algumas delas estavam suspensas no ar.
– A antiga Cidade-Estado de Zonian. – Dorumon olhou melancólico para o obelisco que se erguia a frente. – A esmeralda no meio do mar rubi. A joia maior do deserto vermelho. Antes haviam máquinas por todos os lados, muita água. Era o principal centro comercial e onde o bits começou a ser usado.
– Zonian? – Passou as mãos na parede metálica. – A cidade era toda construída com metal?
– Sim. – Dorumon olhou para as pirâmides flutuantes, a luz pálida que ainda era emitida dela. – Era uma cidade tecnológica. O Reino das Máquinas. Foi a maior resistência contra a Ellada quando o novo rei tomou o poder dez anos atrás. – Olhou novamente para o obelisco. – Mas a cidade foi traída pela ZSC. A ZSC se transformou numa organização independente e logo depois uniu forças ao rei.
– Então foi assim? – Foram chegando perto do obelisco.
– Tudo aconteceu por influência do novo rei. Todos seriam livres se ele não tivesse corrompido a Ellada e a ZSC.
– Qual é o nome dele?
– O Deus Guerreiro, Ruramon. – O corpo do dragão estremeceu, os pelos se eriçaram. – O Senhor Supremo da Ellada. Ele é o destino da Ellada e os seus Generais são os cinco dedos de sua mão direita.
– Você fala como num livro épico.
– Talvez a nossa história seja épica, afinal.
Daniel concordou.
– Você nasceu livre ou nasceu na Ellada? – Perguntou ao Digimon.
– Eu não sei bem... – Chacoalhou a cabeça. – Vamos...
Finalmente passaram pelo obelisco. Chegaram ao extremo da cidade.
– Não haviam portas nas...
– A cidade foi derrubada por uma explosão nas minas e calabouços. Ela afundou e o deserto a cobriu. – Manteve firme o olhar no horizonte. – As Cidades-Estados já não tem autonomia. Devemos derrotar Ruramon antes que ele faça a unificação completa do continente sob suas mãos. Aí todos nascerão para as funções que eles escolherem, como foi com a Lunamon.
A cidade foi ficando para trás e as rochas e as dunas aos poucos foram desaparecendo completamente. Finalmente, em tanto tempo, viram o verde. Começou com um arbusto aqui e outro ali. Depois desceram com cuidado para o vale entre as enormes pedras cinzentas, acompanhando uma cachoeira. Daniel parou no meio da trilha se lembrando do sonho que tivera.
– Foi só uma coincidência, né? – Sibilou.
– O que foi?
– Nada... – Depois percebeu que se não pudesse contar com Dorumon, não poderia contar com mais ninguém. – Eu tive um sonho com a Sachi. Ela estava perto de uma cachoeira, tinha prendido o pé nas pedras e gritava por ajuda.
– Na verdade, talvez não seja coincidência. – Dorumon tentou procurar pelo cheiro da menina. Os pelos do focinho já estavam úmidos com a neblina. – O Mundo Digital é feito de informação. Pensamentos e memórias são informação, sonhos também. Às vezes isso se escapa para a atmosfera, como um resíduo. Aqueles que são sensíveis aos fenômenos psíquicos o recebem. Existem alguns Digimon que conseguem captar isso e prever muitas coisas.
– Então ela deveria estar pedindo ajuda para se soltar e isso chegou até mim?
– É o que parece. – Olhou para chão onde a cachoeira despendia sua água. – Dizem que é assim que venceram os reinos das ilhas de Albion. Uma camponesa da Ellada conseguia prever o futuro. Ela é a única história de uma nobreza que entra para a nobreza.
– Conheço uma história parecida. – Cruzou o olhar com o de Dorumon. – Foi uma heroína francesa, Joana D’Arc. Ela era uma camponesa e os mitos dizem que ela tinha poderes sobrenaturais que a levaram a vencer uma guerra. É uma pena que não tenha acabado nada bem...
– Joana D’Arc...
Finalmente chegaram ao fim. Escorregaram pelas pedras lisas até o centro, um lugar raso cheio de pedras menores. A água era cristalina. Seguiram por um corredor de pedra e lodo. Do outro lado começavam a aparecer árvores. Algumas delas tinham terminais nos quais cabos saídos do chão se ligavam. Se lembrou que também vira coisas assim no deserto, inclusive teclados gigantes como esse que acabou de encontrar cheio de lodo apareciam cobertos de areia.
– O Reino dos Cogumelos. A cidade deve estar muito ao noroeste.
– Achei que tinha uma estação por perto.
– Tem. Estamos chegando.
Ouve uma mudança no nível. Agora estavam subindo um caminho de pedra em direção ao topo do vale. Continuaram atravessando até um planalto. Haviam muitas montanhas ao longe e desfiladeiros enchiam a paisagem. Daniel ficou intrigado com os cogumelos brilhantes que estavam em todos os cantos possíveis espalhando uma seiva luminosa.
– Olha lá!
Avistaram uma estação. Foram correndo naquela direção.
– Dorumon. – Disse o menino a poucos metros da estação. – Meu Digivice está reagindo.
– O que quer dizer?
– Lembra que você tinha usado o aparelho da ZSC pra podermos rastrear a Ignifatumon?
– Os olhos de Dorumon se arregalaram.
No chão todas as pedrinhas tremiam.
– Está vindo.
Não muito longe dali, Mako parou de olhos fechados. A brisa que batia contra ela era tão boa. Puxou o celular ainda na esperança de que o mapa tivesse voltado a funcionar. Ao acessar o aplicativo, porém, viu que todos os pontos ainda estavam num mundo vazio. Não tinha certeza de qual a precisão daquilo, afinal, quando seguiu um aglomerado de pontos só encontrou um Impmon descansando sobre o telhado de uma cidade fantasma.
– Espera aí. – Viu que havia um pontinho muito próximo e outro vinha a sentido nordeste em alta velocidade. – Daiki, Daniel...
– Mako... – SlashAgumon farejava alguma coisa. – O Daniel está...
– Eu sei... – Apertou o Digivice. – Vamos!
Sgarfirdramon abriu as asas e saltou do penhasco. A menina pulou sobre ele. Foram planando na direção indicada pelo celular. Já se achegavam a Daniel quando viram Dorugrowlmon erguer voo. Ao olharem mais a frente viram um monstro enorme. A água que o acompanhava inundava as regiões mais baixas.
– Que jeito de a gente se encontrar, não? – Daniel desceu num rasante junto do parceiro. As esferas de metal foram caindo contra as costas daquela coisa.
– Ainda bem que vocês estão aqui! – Gritou Daiki das costas de Dynalepmon.
– Oi! – Mako desceu sobre o planalto. Ficou observando de cima, logo Dorugrowlmon passou e Daniel também pulou. O último a se juntar foi Daiki. Dynalepmon mal o deixou e já descia com as manoplas se expandindo para acertar a coisa. – O que é aquilo?
– Isso é... A Lazulitemon e a Ignifatumon.
A boca de Mako se abriu.
– Não vamos conseguir parar isso usando só o nível adulto. – Apontou o Digivice na direção de Sgarfirmon. O Digimon passava raspando sobre o corpo enorme daquele oponente, as espirais de fogo pareciam não surtir nenhum efeito. – Vamos lá. – As algas se juntaram, se esticaram e lançaram o Digimon contra um paredão de pedra. – Por que não funciona?
– O que não funciona? – Perguntou Daniel.
– Eu e o SlashAgumon tínhamos evoluído para o nível perfeito. – Ainda não surtia nenhum efeito. – Se eu conseguir... Se eu...
– A Lunamon vai cuidar disso. – Daiki viu a parceira girar o martelo. O golpe fez com que toda a região do rosto do monstro de borrasse para os espectadores. – Ela vai libertar a Lazulitmon.
Lá embaixo os três Digimon enfrentavam grande dificuldade para atingirem o monstro. Finalmente Shawjamon fez sua aparição com Amélie nos braços. Pousou a menina no outro lado do planalto antes de pular contra a cabeça do oponente. Foi logo rebatido com uma palma de água. Todos foram.
– Essa coisa... Parece que nada faz efeito. – Dorugrowlmon não conseguia nem mesmo atordoa-la com a descarga de sua cauda.
– Sgarfirdramon! – Gritou Mako. – Use a sua força!
O dragão encaixou as garras contra o pescoço do monstro, cerrou os dentes e começou a rosnar. Suas asas batiam rápido e suas escamas pareciam entrar em combustão de tão quentes que se tornavam. Das narinas vazava muita fumaça.
– Vamos! – Gritou Dynalepmon para Dorugrowmon.
O roxo passou agilmente cortando a pele grossa com suas lâminas retrateis enquanto se esquivava das mãos e pilares de água, algas e vinhas.
– LAZULITEMON! – A manopla esquerda desapareceu, mas a direita crescia infinitamente. – VOCÊ TEM QUE SAIR!
A manopla foi disparada do punho de Dynalepmon como se fosse um míssil. O golpe atingiu o pescoço do monstro, onde continuou aplicando pressão. As faíscas se espirravam para trás. Aquilo foi o que faltava para Sgarfirdramon conseguir tombar o monstro. Ele foi tentando se agarrar nos penhascos com os braços, as pernas patinando contra as paredes rochosas, mas finalmente afundou num baque. A água se ergueu e as beiradas do penhasco começaram a cair.
– Acabou? – Dorugrowlmon passou por Dynalepmon.
A princesa estava agachada, ofegante.
– Não. – Cerrou os punhos. – Não pode. A Lazulitemon.
E pulou do penhasco afundando na água.
– O que ela está fazendo? – Mako apontou para o lugar onde Dynalepmon saltara. Nem mesmo Shawjamon arriscava mergulhar por ali onde um ataque daquela criatura grotesca acabara de se concretizar. – Você tem que pedir pra ela...
O rosto do menino ficava úmido.
– Ela disse que é uma coisa que ela faria. Que ela libertaria a Lazulitemon.
Um jato de água. Dois. Foram surgindo suscetíveis jatos de água que se juntaram em espirais. O corpo de Dynalepmon foi jogado para fora da água, as espirais convergindo na direção dela antes da criatura se levantar.
– Vocês podem! – Mako esfregou a mão no ombro de Daniel. O garoto engoliu o choro e apertou o Digivice.
– Eu acho que eu posso. Eu acho que nós podemos.
Dynalepmon se levantou. Um intenso brilho fez o seu corpo se afinar e se alongar. As manoplas desaparecem para ela manusear livremente uma lança azul brilhante. Uma roupa preta cobre o corpo feminino. O cabelo ganha tamanho e volume quebrando o antigo capacete, escorre prateado por todo o corpo, as orelhas de coelho livres para trás.
– LancetLepmon... LancetLepmon! – Grita Daiki.
A mulher coelho parece o ouvir quando pressiona as pernas contra o chão e salta levantando poeira e deixando um profundo sulco.
– Isso acaba aqui! – Enquanto os dois dragões voam distraindo o monstro com seus tiros, LancetLepmon desce rodopiando e acerta um chute contra a cabeça. Ele urra.
Uma mão de água vem em sua direção. Dança no ar como se pudesse voar. Escapa do primeiro golpe, anda sobre uma segunda mão e, balançando a lança que se acende, corta o terceiro golpe. Uma onda luminosa sai cortando o ar e acerta o peito do monstro. Suas formas desaparecem e ele começa a piscar em luzes multicoloridas.
– Lazulitemon!
A princesa vai descendo de ponta como uma bala, afunda na água, onde os dois corpos caíram depois da separação. Alcança o vestido azul da bruxa da água. Ao puxá-la para si, o vestido se abre, se juntando todo ao corpo de Lazulitemon assim que LancetLepmon se impulsiona para sair da água.
Ao pisar sobre a terra firme, porém, vê surgir Ignifatumon. O corpo rígido e amarelado da mulher planta é impulsionado pelo jato de gás e fogo que sai por detrás dos cotovelos. As mãos se moldam em botões de flores que se abrem num jato de fogo. Nesse momento Sgarfirdramon a acerta com a cauda.
No alto, Ignifatumon tenta se recuperar com a liberação de gás e fogo a partir dos pés, mas leva um encontrão de Dorugrowlmon. Uma descarga se dá pelo toque da cauda do Digimon que se abriu pouco antes de investir. Ela gira no ar e cai de joelhos próxima de LancetLepmon.
A coelha deposita gentilmente o corpo de Lazulitemon.
– Adeus Aruraumon! – Corre até a outra, a lâmina se materializando. – Receba o meu julgamento!
A lâmina emite uma forte luz azul ao atravessar a lateral do corpo de Ignifatumon. A princesa para numa pose. A lança gira até as suas costas e desaparece. Ignifatumon fica paralisada por um momento antes de se desmanchar. A menina planta, Aruraumon cai ao chão inconsciente.
Agora quem cai é Lunamon. Está exausta. Se arrasta para alcançar o parceiro, mas este vem correndo ao seu encontro e a coloca em seus braços.
– Eu não te disse? – Falou ele. – Você é forte.
– Sim, Daiki. E eu disse que salvaria a Lazulitemon. Por mim, por ela, pelo Coronamon.
– Lunamon... Você... – Mako se aproximou. – Você não se cansa de impressionar...
Sgarfirmon e Dorugrowlmon olhavam para a estação desconfiados.
– Daniel. – Chamou Dorugrolwmon. Mas o amigo estava muito concentrado no corpo de Aruraumon para atendê-lo.
– O que faremos com ela?
– Deixe... aí... – Lunamon se esticou até o ombro de Daiki. – Ela deve pensar bem... em tudo... Em tudo o que fez pela Ellada.
Um Trailmon estava parado na estação. Por fim as crianças se voltaram aos dois dragões que observavam atônitos. No céu um terceiro dragão serpenteava indo em direção ao norte. No último vagão do Trailmon, dependurado por uma alça de metal, estava um menino de cabelo cinzento. Ele abriu um sorriso com uma criaturinha alaranjada andando da ponta de seu braço esticado até o ombro.
– Quem é você? – Sgarfirdramon desceu, encarou o menino.
Mako sentiu medo. Cada fio de cabelo em seu corpo se arrepiou. Havia algo de muito sombrio no sorriso daquele menino e mesmo na aparência inocente do Digimon que o acompanhava.
– Sgarfirdramon! Saia de perto dele?
– Mas por que, Mako?
A menina correu para perto do parceiro. Daiki e Daniel acompanharam. Por último veio Amélie que parecia cuidar dos ferimentos de Shawjamon.
– É ele... – Notou Shawjamon. – Quem destruiu o coliseu dos DeathMeramon.
– Não foi mesmo um sucesso? – Falou o menino. – Eu deveria fazer mais shows assim, não?
– Coliseu dos DeathMeramon? – Daniel franziu o rosto.
– Pois sim, Daniel. – O moreno sentiu um frio na espinha. – Considere isso um presente. – Levou a mão livre ao queixo. – Se bem que era desejo da Ellada há muito tempo derrubar os DeathMeramon. Agora a única coisa que faz o deserto resistir ao domínio são os restos de dados... Os Digimon do lixão.
– Ele está falando do Junkiramon, Mako? – O corpo de Sgarfirdramon finalmente se desmanchou. SlashAgumon olhou confuso para a menina.
– Sim... – A menina continuava apertando o Digivice.
– Eu sei que foi muito divertido, mas... Sabe, eu tenho uma agenda cheia.
Ele se agarrou no Digimon alaranjado, um Patamon, como Mako viu no Digivice. Voaram até Aruraumon. Recolheu o corpo e voltou. Ao trem. Acenou. O Trailmon começou a andar. As crianças não sabiam o que pensar sobre aquilo.
 
 
 
 
 
 
Já era noite quando o Trailmon que pegaram chegou na estação da Cidade das Maçãs. No caminho Daiki narrou os fatos que ocorreram na praia. Amélie, pessoa de quem ele falou várias vezes, ficou um pouco isolada dos outros, não souberam dizer porquê. Mako também contou todas as aventuras que teve, explicando o motivo de estar com uma roupa daquelas.
– Você vai poder guardar esse disfarce. – Dorumon disse. – Com certeza haverá um bom lugar para descansarmos aqui.
Daniel também estava distante. Não dissera muito. Na verdade, não queria falar sobre o que aconteceu entre ele e os DeathMeramon, mas ele se negava a responder e impedia que o parceiro o fizesse. Se contasse sobre os DeathMeramon, também contaria sobre a menina encapuzada e a luta que travaram junto de Twilimon.
E embora tentasse fugir daquilo, durante a viagem ficou pensando em todos aqueles acontecimentos. Os reviu várias e várias vezes dentro de sua cabeça. Desceram na estação.
– Amélie! – Disse Daiki. – Vem, conta pra Mako aquilo que você estava dizendo sobre...
– Outra hora. Estou morta de sono. – E passou cabisbaixa.
– Ela parecia menos... – Mako chegou perto do ouvido do menino. – ...Daniel pelo que você tinha falado.
– É. Ela era.
– Mas estou preocupada com ele. – Mako olhou o moreno lá atrás. – Se ele não melhorar depois de um banho quente, vamos ter que falar com ele.
– Falar com ele? – Daiki se atrapalhou no caminho. Mako o ficou fitando sem entender a reação. Ele deu uma tosse forçada. – Ele está bem. Ele é assim mesmo.
– Mas...
Quando passaram pelo edifício da estação, haviam três Digimon sentados. Os dois anjos que tinham espadas como asas se levantaram rápido. Os braços prontos para golpear os Digimon que andavam acompanhados de humanos.
– Como é que vocês...! – Mas uma espada o atravessou. Olhou para o próprio tronco, os dados vazando. O rosto se contorceu por detrás do elmo.
As crianças se afastaram apreensivas e impressionadas com a cena. Uma mulher muito jovem balançou a armadura e os dois anjos caíram aos seus pés. Se desmancharam imediatamente. Ela lançou um olhar frio para eles antes de caminhar para a plataforma. Ouvira a sua voz macia dizer:
– Estão no seu dia de sorte.
– Jeannemon... – Lunamon sibila. – Há quanto tempo...
Mas um novo Trailmon já partia e, assim, Jeannemon desapareceu. Tudo naquela estação os fazia pensar: era como se Jeannemon nunca tivesse passado por ali.
Depositaram o corpo desacordado de Lazulitemon, que SlashAgumon e Dorumon carregavam usando uma das toalhas de Amélie e ficaram esperando enquanto Dorumon saia para chamar ajuda de seu grupo. Não demorou muito e dois Digimon que pareciam ser formados por montes de pedra apareceram com o dragão.

– Encontramos um lugar pra gente.
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