Seria o mal de Digimon ter conteúdo de mais e organização de menos?

Como um pesquisador assíduo da franquia, essa dúvida me veio a mente enquanto lia uma das quests do Collectors sobre os 7 Great Demon Lords, Ogudomon e os Royal Knights, em especial Gankoomon.

Muita coisa em Digimon nas mídias como Animes, mangás, cards e jogos não condizem exatamente com o que é dito no Reference Book e/ou vice-versa. Os animes conseguem explicar bem a influência da criação dos Digimons, mas não explica exatamente como as coisas são. O Crack Team, D-Brigade, os próprios Royal Knights e sua maluquice de ser muita coisa em um único Digimon e tornando tudo confuso. Isso é até charmoso, mas é bizarro um Duftmon ser 2 cavaleiros da távola redonda e nazista ao mesmo tempo. q Sendo que pra mim, os RKs são até badalados por serem na maioria das vezes os protagonistas.

Grupos com uma organização melhor como os Olympus Twelve, Warrior Ten e até mesmo os 7 Great Demon Lords conseguem ser menos confuso, dando sentido ao muito que acontece em Digimon.

Será que Digimon precisa ser reorganizado pra poder finalmente se solidificar? Ou essa forma confusa e muitas vezes charmosa é melhor para a franquia?

Sempre foi assim, desde o começo. É aceitar o estilo da franquia.

A mitologia da franquia realmente tem muito conteúdo confuso, mas se tem uma coisa que eu aprendi depois de anos acompanhando tudo isso é que não existe um manual de como escrever os personagens de Digimon. Independente do que diz o Reference Book está na verdade a critério do autor decidir se quer ignorar, usar parcialmente ou seguir a risca a informação que está lá. Cada obra ser na maior parte do tempo uma nova continuidade ajuda muito isso, o escritor não é obrigado a escrever os Digimon que ele vai usar sempre do mesmo jeito, ele pode muito bem escrever um Cavaleiro Real mal ou um Lorde Demônio bonzinho se ele quiser e jogar o livro de regras pela janela.

Afinal de contas o Reference Book não passa de um material suplementar, ele é ótimo para se usar como um guia, mas nem tudo que está lá deve ser tomado de forma literal. Se o autor fosse ficar preso a tido que o livro diz a liberdade artística dele estaria muito limitada. Mas eu acho que esse é um problema que muitos materiais suplementares sofrem, eu por exemplo acompanho Naruto e já vi o Kishimoto passar por cima de informação dos Databooks que ele mesmo escreveu quando lhe é conveniente.

Além disso o lore do Reference Book como você mesmo disse é muito confuso e algumas vezes até incompleto.
Pegue o Crack Team por exemplo, nós temos informações sobre alguns dos projetos da organização, mas ao mesmo tempo não sabemos qual o objetivo de tudo isso, se é benigna, malévola, quão grande ela é, quem é que manda nela, tudo o que nós sabemos sobre essa equipe não passam de informações aleatórias, não há condições de se trabalhar com isso sem usar licença artística.

Simplesmente não há muito o que fazer se você seguir toda essa informação. Imagine o quão estressante seria ter que incluir BantyoLeomon na história toda vez que o autor quisesse usar o Darkdramon. Ou ter que levar os Guerreiros Lendários de bagagem na história sempre que alguém quisesse usar o Lucemon. Não há condições de fazer tudo isso, é frustrante ter que conectar todas essas fichas e com o tempo ficaria repetitivo escrever tudo sempre do mesmo jeito que o livro diz. É algo que te deixa muito limitado, tem mais é que fugir um pouco disso mesmo.

Só mais uma coisa. Com isso eu não estou dizendo para ignorar o material suplementar completamente, e sim que o escritor deveria usá-lo apenas como uma base para sua obra porque ele é um ótimo guia para uma história por mais confuso que ele seja, o problema só aparece quando você tenta seguir tudo 100%.

Não acho que organizar mais faz muita diferença pra franquia. E se consolidar? Acho que já está bem consolidada não? Depois de tantos anos, tantas temporadas, jogos, produtos, etc. Pode não ser um mega sucesso como outras franquias, mas continua aí firme e forte. Fora que essas incoerências servem de assunto de discussão pro fandom, sem elas o que a gente teria pra criticar?

Takuya escreveu:Não acho que organizar mais faz muita diferença pra franquia. E se consolidar? Acho que já está bem consolidada não? Depois de tantos anos, tantas temporadas, jogos, produtos, etc. Pode não ser um mega sucesso como outras franquias, mas continua aí firme e forte. Fora que essas incoerências servem de assunto de discussão pro fandom, sem elas o que a gente teria pra criticar?

Eu não falei consolidar, e sim solidificar, tirar a confusão. Eu quero saber de vocês o que acham se é realmente bom pra Digimon ser confuso e esburacado como é ou se ele for sólido, com fatos apenas.

Eu queria tirar o esburacado pelo menos, é muito mindfuck.

Odin escreveu:

Eu queria tirar o esburacado pelo menos, é muito mindfuck.

Foi como falou o Rafa: tirar as crateras de digimon tornaria a franquia mais morna do que ela ja é. Imagina, não iria ter espaço pra criticar o Sanjo ou não iria existir as richas entre shippings (se bem que se acabasse a viuvice seria no mínimo gostoso).

Uma coisa que não me faz trocar de fandom é o fato de que 90% do que eu assisto sempre fica bem finalizado e não sobra espaço pra você criticar, refutar, mimimizar ou o whatever. Ou o roteiro é motherfuckermente bem feito mas que te entrega tudo na mão ao invés de você gastar seu tempo pesquisando ou o roteiro é tipo shoujo: "se não tem declaração ou 'pelamor sempai me nota e me come' o plot morre ali". A graça de digimon é essa. A nossa adorável equipe técnica da toei já mostrou que se digimon seguisse sempre uma única fórmula iria ser mais chatinho que pokemon, eles sabem que é mais daora atiçar as meninas com Sorato e Taiora. Isso mantém os fãs por perto.