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Batalha de Bandas: Um concerto para esquecer!
3 participantes
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Batalha de Bandas: Um concerto para esquecer!
Ficha Técnica:
Título: Batalha de Bandas: Um concerto para esquecer!
Autor: Membros do Clube de Fãs ★ Taichi x Yamato e demais users da DZ que queiram participar da fic.
Classificação: K+
Personagens: Yagami Taichi, Ishida Yamato, Motomiya Daisuke, Motomiya Jun, Takenouchi Sora, Tachikawa Mimi, Inoue Miyako e todos os outros.
Gênero: Romance/Comédia.
Enredo: Após a luta contra BelialVamdemon, a vida em Odaiba tenta voltar ao normal. O concurso em que Yamato e sua banda participavam, e que fora cancelado por causa do ataque de Digimons na véspera de natal, será realizado novamente. Entretanto, uma ameaça surge para impedi-lo de conquistar o prêmio principal. Caberá a Taichi e Daisuke lhe ajudarem a se safar dessa. 1ª fanfic do Clube de Fãs ★ Taichi x Yamato.
************
Importante!
Olá a todos!
Bem-vindos à primeira fanfic comunitária da DZ! Este projeto começou como uma brincadeira dos membros do Fanclub do Taichi & Yamato do fórum Digital Zone, mas então decidimos deixar mais pessoas participar dele. Não é nada muito complexo, mas que certo modo exige alguma responsabilidade e organização dos participantes.
O objetivo deste tópico é o seguinte: desenvolver uma história sobre a dupla Taichi & Yamato (o tema principal do clube de fãs), em grupo. Ou seja, cada um dos membros irá escrever e postar a sua continuação a partir de uma premissa inicial (neste 1º post). Deste modo, ninguém vai ter total controle sobre a história, e no final veremos o que saiu. O objectivo é que a gente se divirta e deixe rolar a imaginação, ao mesmo tempo que melhoramos a nossa capacidade de fazer encaixar as nossas ideias com as dos outros.
Mas, para que este projeto funcione e não fique caótico, precisamos de definir algumas regras.
Neste tópico vale não apenas as Regras Gerais do Fórum, como também algumas regras específicas que ajudam ao bom funcionamento do projeto. Se houver algum desrespeito a estas regras, a pessoa encarregada pelo Fanclub e pela gestão desta fanfic solicitará à administração que sejam tomadas medidas, começando pela exclusão do(s) comentário(s).
Regras da Fanfic Comunitária:
01 - Sobre o Tópico:
- "Clique para ler":
◊ Qualquer membro da DZ está convidado a comentar sobre o andamento da história. Se quiser, pode contribuir também com um trecho.
◊ Os possíveis comentários e críticas não podem ofender ou comprometer quaisquer membros que já tenham dado alguma contribuição. Comentários do tipo "A tua parte ficou horrível" serão considerados desrespeitosos e acarretarão punição. Preste atenção: se houver algo que o incomoda sobre o trecho que o outro membro escreveu, guarde isso para si, e lembre-se que nenhum e nós aqui é escritor profissional.
◊ Se o leitor deve respeito ao escritor, o contrário também se aplica. Se postarem uma continuação da história, mantenham a coesão (por exemplo, não adianta chegar e dizer que do nada o Taichi encontrou o Takato e eles resolveram lutar; se quiser dar ideias meio absurdas contextualize-as e argumente de forma que possibilite uma continuação viável).
◊ O respeito às regras gramaticais do Português (seja ele de Portugal ou do Brasil) deverá ser de extrema preocupação, a partir do momento que a história é construída por diferentes escritores com linguagens igualmente diferentes o uso apropriado da língua é, no mínimo, essencial.
◊ Tente ser original, não afunde a história dos outros e também não aponte quem afundou. Resumindo: faz a tua parte e deixa que os outros façam a deles.
◊ Leitores/Escritores mais habilidosos sejam dotados de TOLERÂNCIA e COMPREENSÃO, não julguem os trabalhos daqueles que não escrevem tão bem, pois vocês também já foram assim um dia. Leitores/Escritores menos habilidosos não tenham vergonha ou se sintam inibidos de participar, mas prestem muita atenção nas regras acima.
◊ Todos podem participar, não apenas os membros do fanclube de Taichi & Yamato, mas deverão respeitar as ideias do mesmo, assim como a química dos dois personagens.
02 - Sobre a História:
- "Clique para ler":
◊ O primeiro capítulo desta fanfic já está concluido, e ele constitui a premissa da história. Foi escrito conjuntamente pelos membros do Fanclube, no Google Docs. Os protagonistas desta história são especificamente o Yamato e o Taichi, e tudo começou narrado do ponto de vista do Yamato. Quaisquer trechos que você poste deverão prestar atenção a isto.
◊ Cada membro pode postar continuações da história quantas vezes quiser, no entanto, é completamente proibido fazer double-posts. Antes de continuar a fanfic, esperem que outra pessoa escreva uma continuação e poste, só então poderão postar de novo.
◊ Façam um esforço por seguir sempre a mesma linha de pensamento e a sequência de fatos já seguida na fic. Não façam mudanças drásticas nas atitudes dos personagens e nos acontecimentos, porque isso pode confundir o leitor e arruinar a leitura. Quando forçados a isso, façam-no com muito cuidado e atenção.
◊ Trabalhem com os elementos já apresentados e fiquem à vontade para introduzir novos, mas sempre de forma coerente.
◊ Cuidado! Não criem situações que não deixam margem para continuações. Para evitar isso, devem colocar-se no lugar do próximo escritor e procurar deixar a história o mais agradável possível, para que ele a possa continuar.
◊ Os nomes dos personagens de Digimon devem permanecer em japonês.
◊ Só aceitamos como continuação os trechos apresentados com mais de 30 linhas, tamanho 12, sem espaçamento.
*****
Capítulo I
Ameaça no Karaoke
Ameaça no Karaoke
Ela ouviu a propaganda na TV e o sorriso desfez-se. Assistiu ao vídeo de 30 segundos calada e sem movimentar o corpo. Antes, saíra do quarto para reclamar com o irmão sobre o barulho que este e seu Digimon faziam na sala. Não conseguia se concentrar no que estava planejando, com toda aquela algazarra.
Com o fim do anúncio, caminhou até à cozinha. Pegou um copo de refrigerante e chocolates. Trancou-se no quarto e nem se importou mais com as vozes altas que vinham da sala. Sentou-se na cama. Apoiou o corpo em um dos finos e pálidos braços. Voltou o rosto para a escrivaninha. Levantou-se. Andou até o móvel e pegou um panfleto:
Passou um tempo olhando a art. Abaixou a cabeça e amassou o papel, transformando-o em uma bolinha. Jogou em direção ao lixeiro no canto do quarto. Este colidiu com a parede e caiu no chão. Encostou-se na escrivaninha e bateu o copo que segurava com força, derrubando o líquido. Apertou os olhos e disse baixinho:
- Idiota!... Isso não vai ficar assim!
*****
Olhei para Taichi irritado. Tinha ligado uma hora antes e perguntado se ele e Hikari-chan já estavam prontos. O desgraçado disse que sim. Não sei por que ainda acreditei naquelas palavras. Yagami nunca ficava pronto a tempo, e, naquele dia, estávamos atrasados para a reunião.
- Será que você pode se apressar?
- Calma! Eu demoro para arrumá-lo!
- Então passaremos a noite aqui! Porque isso é impossível!
Taichi me lançou um olhar de desdém e sarcasmo. Ele estava pronto para fazer qualquer piada, só para não ficar por baixo. Mas, ele não falou nada. Continuou calado.
- O quê? Sem nenhuma piada infame?
- Acha que tenho que gastar todas as minhas piadas contigo?
- Aff... Cala boca e termina logo de arrumar essa moita!
- MOITA É O CABELO DA SUA AVÓ! Ò.Ó
-EI! Não fala da minha avó!
- Por que? Você vai me bater?
- Você tá com medinho?
- Eu? Hahahahahaha.. você bate igual uma menina!
- Quer apostar?
Trocamos-nos olhares desafiadores. Aquele tipo de discussão sempre acontecia, mas sempre terminava em brincadeira. Todavia, eu não estava a brincar com ele naquela hora. Alguém abriu a porta. Era Hikari-chan:
- Já estão prontos?
- Sim! – respondeu Taichi – Melhor irmos logo porque o Yamato está louco para dar uns beijinhos na Sora! – completou ao passar o braço envolta do meu pescoço e afinar a voz.
Naquela noite tínhamos uma reunião com todas as crianças escolhidas. Entretanto, eu não sabia quais as proporções que aquele encontro ia tomar.
*****
Daisuke franziu o sobrolho quando abriu a porta do quarto. Foi descobrir uma criatura de saias e uniforme verde no meio do corredor, com um ar assassino. Pestanejou para a irmã, com um ar meio aparvalhado, porque “ela” parecia mais furiosa do que o normal... e justo quando ia abrir a boca para perguntar, foi interrompido por um tom de voz esganiçado:
- Não quero nem saber o que tu e essa peste azul estiveram a fazer na sala, eu só tenho uma pergunta!
Daisuke sentiu o sangue ferver ao perceber que “a peste azul” era o monstrinho que tinha no ombro esquerdo.
- O que foi agora?
- ISTO! - ela disparou a mão em tom dramático e colocou um papel colorido mesmo à frente do nariz dele; Daisuke recuou uns centímetros antes de lhe arrancar o panfleto das mãos. Sentiu o peso de Chibimon inclinar-se para a frente e os grandes olhos marrom dançarem para o papel.
- Oh, é aquele lugar onde a gente foi da outra vez! - o digimon pareceu reconhecer o edifício da TV Fuji e Daisuke ficou ainda mais confuso. O que diabo a irmã dele tinha na cabeça?
- Sabes o que isso significa?
Daisuke ergueu uma sobrancelha, sem dar muita atenção ao papel. Ele já o tinha visto por aí e estava careca de ouvir falar dele, mas se fosse para deixar a Jun irritada, ele teria todo o prazer em fazer-se de burro. Olhou para ela com um sorriso trocista.
- É um concurso de música, um lugar onde as pessoas cantam, sabes? Devias aprender a ler um dia destes - atirou o papel para o ar e pisou-o quando passou pela irmã, satisfeito - Se é tudo, eu vou embora!
Jun ficou mais vermelha do que o cabelo. Virou o corpo para frente e viu o irmão partindo. Olhou com desprezo para o panfleto no chão, mas pegou-o. Correu para o sofá e colocou-o na mochila. Calçou os sapatos e partiu, decidida a ir para onde quer que Daisuke fosse.
*****
Taichi estava enchendo o saco. Fazia piadinhas e ficava procurando garotas pela rua. Como ele me mata de vergonha. Já Hikari e Takeru, esses riam sem parar. Eu não via graça. Já estava irritado com aquilo tudo. O telefone tocou e percebi o nome de Sora no visor. Com certeza perguntaria o por quê de nossa demora, mas não consegui atender porque Taichi puxou o aparelho da minha mão e começou a conversar com ela:
- Alô? Alô?
- Taichi?
- Não.. a Madonna! Claro que sou eu! Lindo, inteligente e corajoso!
- Insuportavelmente irritante e brega! - Respondi em seguida.
- Cala boca!
- Vem calar!
- Parem de brigar! - ouvi Sora gritar. Ela parecia nervosa - Taichi, deixa-me falar com o Yamato.
- E se eu não quiser?
- YAGAMI! DÁ-ME ESSE TELEFONE! - Gritei ao puxar o telefone da mão dele.
- SAI DAQUI ISHIDA!
- Meu Deus! Parem! - Disse Hikari-chan.
- Deixa que eu falo com Sora-san - acrescentou Takeru.
- Culpa sua.
- Minha? Você pega meu telefone, não me deixa falar com a Sora e a culpa é minha?
- Cara! Mas, que mau humor é esse? Tá de TPM?
- Ah! Não enche.
Eu não estava afim de descarregar o mau humor no meu melhor amigo, mas por que ele tinha de tornar tudo difícil?
Takeru voltou-se para nós. Disse que todos já estavam lá, inclusive Jou e sua nova namorada. Ele falou que Sora estava preocupada por estarmos demorando tanto. Além disso, Daisuke também não tinha aparecido.
- Daisuke-kun ainda não apareceu? - indagou Hikari ao meu irmão.
- Sora-san disse que não.
- Onde será que ele está? - completou Tailmon.
Não sabíamos, mas Daisuke estava apenas a alguns quarteirões de nós, perdido...
*****
- Eu podia jurar que era na outra rua, Daisuke...
- Vee, eu sei o caminho! Não sou tão burro assim!
- Acho que estamos na rua errada, era a da direita. Estamos indo pela esquerda.
- Ha, como se estivéssemos andando em círculos... - debochou - Meu faro diz que é para este lado.
- Faro...?
- Não está sentindo esse cheiro delicioso...?! - mudou a entonação, deixando-a um pouco mais boba e animada - Ramen~
Chibimon encarou o seu parceiro com uma cara de insatisfação. Não estavam dando uma volta por Odaíba. Eles estavam indo a uma reunião. E não uma reunião qualquer, já que era uma organizada pelo líder. Logo... Daisuke havia esquecido completamente deste detalhe assim que seu nariz sentira o cheiro saboroso de um ramen em algum restaurante daquelas ruas.
E a fome somada com os pensamentos de que reuniões em karaokê começam a ficar chatas quando Miyako começava a cantar as mesmas músicas que a Mimi... E em dueto...
É, chegar um pouco atrasado não ia ser tão horrível assim.
- Não é isso, seu idiota! - resmungou o azulzinho - Está esquecendo que deveríamos estar em frente ao...
- É AQUI PERTO! - interrompeu-o, dando um grito alegre e saindo a toda pela calçada. Daisuke quase batia nas pessoas que ali caminhavam.
- O que aquele idiota está fazendo? - uma Jun equipada com uns óculos escuros e um ar suspeito escondia-se na esquina mais próxima. Não se podia dizer que fosse mestra em espionagem; a maleta dela estava suspensa pelo ombro e o cabelo selvagem estava espetado para fora do esconderijo, mas Daisuke parecia não ter reparado em nada.
- Quer comprar alguma coisa, senhorita?
Jun virou a cabeça para descobrir um velho desdentado que sorria para o seu traseiro. Estava sentado numa barraca de bijutarias baratas, com ar de cobiça. Com uma veia saliente nas temporas, ela só não levantou um escândalo porque tinha uma identidade para preservar, mas não se conteve em atirar a maleta pesada contra a boca suja do senhor.
- Daisuke, o que aconteceu ali? - Chibimon via várias pessoas correrem para socorrer um idoso, que fugia de alguém armado com uma maleta...
- Ittadakimaaaaasu~!
...mas Daisuke estava demasiado ocupado para perceber isso...
*****
- Isto são horas de chegar?!
Posso confessar que a-d-o-r-o quando a Sora grita com ele? Principalmente quando o estupor se acha o maior herói, por chegar uma hora depois do combinado. Tudo bem, desta vez ele ia assumir a responsabilidade, para variar.
- Uma linda noite para a senhorita também - ironizou o cabeludo - Podemos entrar?
- Perdemos a sala que reservámos para hoje! - Sora continuava o sermão, mas agora reclamando para ninguém em particular - Agora vamos ter que esperar até uma ficar livre, satisfeito?!
- Bah, foi sem querer - Taichi fez aquele ar de cachorrinho abandonado - Por favor?
Revirei os olhos. Era impossível não ficar aborrecido com as atitudes de Taichi, às vezes.
- Joe-san?
A voz do Takeru fez-me olhar para a minha direita. Eu sabia que era raro vê-lo num lugar afastado de uma área que não fosse mais próxima possível a uma biblioteca ou escola, mas porquê aquele tom de surpresa?
Joe estava ali, com um ar profundamente embaraçado, óculos na ponta do nariz, e com um braço feminino agarrado ao braço direito dele...
- PESSOAAAAAL!!! ~♥
...Mimi, claro. Com mais estrelas no cabelo do que nunca.
- Mimi-san! - Hikari foi cumprimentá-la - Quando foi chegaste a Odaiba?
- Hoje de manhã~!! - Mimi sorria abertamente com um ar encantado - Mas eu vim mais cedo porque quis felicitar os dois pombinhos aqui! O nosso Joe finalmente saiu do armário!!
Houve um coro de gargalhadas.
- Mimi-kun, pára com isso... - Joe estava todo vermelho; eventualmente conseguiu soltar-se do braço dela e pigarreou.
Não estávamos sozinhos. Ele chamou a atenção para uma garota de cabelo castanho, que veio aproximar-se, com um ar profundamente ruborizado. E a menos que eu estivesse a imaginar coisas, ela estava com medo da Tachikawa, a julgar pelos olhares que lhe deitava atrás dos seus óculos graduados.
- E-etto... Bo-boa noite...
Dirigi um olhar aborrecido a Taichi. Não fora ele que insistira para que Joe trouxesse a namorada? Pois é, agora ali estava ela passando mais vergonha do que nunca, com um montão de gente que mal conhecia.
- É a primeira fez que a Keiko-chan sai connosco, por isso, quero que todos aqui se comportem - Sora sublinhou a palavra “todos” com um alvo bem definitivo. E com isto, sorriu e olhou para mim. Eu estava com a cara fechada. Ela veio e minha direção e beijou-me a face. Retribui com outro beijo e um sorriso. Mas, Taichi veio e interrompeu nosso momento:
- O-OH! Pombinhos! Já chega! Vamos! Koushirou arrumou uma sala!
Encaramos ele. Sora timidamente afastou-se. Eu, ao contrário, queria matá-lo ali mesmo. Respirei fundo. Ignorei-o e segui Sora. Ele vinha atrás de mim fazendo as macaquices de sempre.
*****
Daisuke e Chibimon andavam tranquilamente. Estavam felizes depois de comer um delicioso ramen. Chibi só ficou mais calmo depois que a fome o fez se entregar ao cheio apetitoso do macarrão, que acabou tendo de dividir com o parceiro por terem apenas dinheiro para um só prato.
E estavam quase se esquecendo do que iam fazer e onde iriam... Se não fosse pelo súbito estalo costumeiro do Motomiya, que o fazia voltar para a realidade e descer das nuvens.
- AH! S-SENPAI...! Esqueci completamente da reunião!! - exclamou, dando um salto para trás e esbarrando em alguém muito suspeito.
- Não diga... - sussurrou um Chibimon irônico após ter avisado inúmeras vezes do compromisso.
Olhou para trás ao perceber que encostou em uma pessoa. Fitou-a com seus olhos castanhos, deu duas piscadas rápidas e confusas... E finalmente falou:
- Jun...? O que tá fazendo vestida desse jeito...?
Jun espantou-se. Dera bandeira. Agora o irmão percebera seu disfarce e poderia estragar tudo. Ela então, cansou de toda aquela parafernália. Tirou os óculos escuros do rosto e Daisuke podia ver os lábios dela ficarem finos e brancos.
- Eu quero saber onde tu vais.
- Estás doida, deu-te para me seguires agora!?
- Daisuke, eu acho que ela tem uma razão... - Chibimon e sua habilidade para dizer o óbvio, mas Jun nem ligou ao que o monstrinho disse.
- Tu vais ver o Yamato, não é? - Jun finalmente disparou a pergunta ao irmão, como se tivesse aquilo entalado na garganta há imenso tempo. Já o rapaz fez um esforço por não soltar um gemido de impaciência.
- E se for? Pensei que não davas mais bola para ele, que te deu agora para querer vê-lo de novo?
A mente dela podia ser comparado com um problema de matemática, com a única diferença que raramente as coisas faziam sentido para ele. Se bem que... espera. Desde quando a matemática fazia sentido para ele?
- Aquele concerto! - Jun guinchou e deitou as mãos ao ar, como se estivesse doida varrida - Eu quero saber se ele vai participar! Não é óbvio?!
Chibimon ficou com medo dela, à medida que os olhos dilatavam e ela começava a bufar pelos poros da pele.
- O que isso tem de óbvio?! - Daisuke não sabia o que ela queria aprontar, mas não podia ser coisa boa - O Yamato não está afim, eu vou estar com o senpai hoje e também não te quero me seguindo por aí! Enlouqueceste?!
- Talvez eu tenha enlouquecido. Arg, é tudo culpa DELE! - a raiva dela não parecia ser dirigido a ele em particular. Ok, ela claramente tira pirado da cabeça. Ele uniu os dentes e segredou baixinho.
- Chibimon, o que eu faço agora? Ela vai estragar a noite com o pessoal!
- Não sei, será que é melhor a gente fugir?
- Imagina se eu tivesse ido logo ter com os senpais... - Daisuke sorriu para consigo.
- Isso foi sorte...
- Pronto Chibimon? A gente vai tomar um atalho para fugir dessa louca!
Chibimon agarrou-se com toda a força ao colarinho do colete dele como resposta. Sem mais, o garoto sorriu abertamente para a irmã.
- Até mais, neechan!
- O qu...
E usando toda a força de pernas acumulados por anos de treinos de futebol, o Goggle Boy não deu tempo a Jun nem de pestanejar. A jovem deu um gritinho ao sentir a saia esvoaçar, quando Daisuke passou por ela empurrando-a para o lado.
- DAISUKE, ISTO NÃO VAI FICAR ASSIM!
Só que não a ouviu.
- Daisuke, o que ela quer com o Yamato? - o digimon perguntava enquanto dobravam uma esquina rumo ao karaoke.
- Eu que vou saber?
*****
Agora que olho para trás, até penso que tudo o que aconteceu pode ter sido pelo melhor... é, de certo modo. Ainda que não tenha sido nada agradável lidar com aquele monstro (a Sora acha que eu não lhe devo chamar isto, mas, por favor... ela merece algum respeito?), as coisas podiam ter sido... piores.
Aquela noite podia ter sido um simples encontro de karaoke, com as piadas de infames do Taichi soltando cantadas no meio das lyrics, que o faziam perder pontos de propósito, ou Jou envergonhado por mostrar a voz (até que Keiko, a namorada dele, o convenceu a fazer um dueto... caramba, como ela canta bem!) ou até a Mimi dando uma de Britney, dançando por cima da mesa e mostrando mais do que cordas vocais (às vezes eu me pergunto como ela ganhou o brasão da inocência...). Mas aí chegou a minha vez...
- O que é isso? O único vocalista do grupo não vai querer cantar? - Taichi provocou-me, sentando-se do meu lado com duas bebidas na mão.
Observei-o, e confesso que não esperava vê-lo estender o segundo copo para mim... Aceitei, embora desconfiado.
- Eu... não estou afim - menti. Bebi para esconder o calor que subiu às minhas faces; mas era preciso ser muito ingénuo para achar que ele ia deixar cair o assunto. Depois percebi que não era álcool, mas sim uma simples Coca-cola.
- Sei... - ele bebeu também, virando a cabeça para analisar as figuras de Koushirou discutindo com Mimi porque ele não sabia nem as músicas de cor, tampouco as letras que apareciam na tela do televisor. Não gostei do tom dele e disfarcei.
- O Daisuke já chegou?
- Ele tem alguma a ver com as garotinhas que estão ali à espera da tua vez? - Taichi mostrou um sorriso aberto cheio de dentes, que me deu uma vontade súbita que os partir.
- Queres parar com isso!? Hoje não, a Sora... - hesitei, e limitei-me a dirigir o olhar na direcção dela, sem saber como terminar a frase - Hoje não! - rematei.
Taichi ergueu as sobrancelhas.
- Bobagem sua. Canta logo. Eu não vou deixar nenhuma garota maluca se aproximar de ti.
Sorri. Apesar de tudo, Taichi sempre fora um bom amigo; e se ele dizia aquilo era porque realmente não iria deixar nada acontecer. No entanto, aquele não era um bom lugar para cantar.
- Não, Taichi. Na próxima cantarei. Hoje realmente não estou com vontade.
- Às vezes você é tão dramático - disse tomando mais um gole de refrigerante.
Peguei meu copo e o levei até a boca fazendo o mesmo que Taichi. Mas, antes de beber alguma coisa, derrubei toda a minha coca-cola assim que Ken esbarrou em mim. Eu vestia uma camiseta branca e ela ficou manchada. Lamentei ao olhar.
- Desculpe-me Yamato-san! - disse imediatamente.
- Tudo bem, Ken! - respondi. Afinal, não era culpa dele e sim da Miyako-chan que tentava fazê-lo cantar com ela de todo o jeito.
- KEEEEEEEEEN~ VAI LÁ E MOSTRA PRO PESSOAL SUA BELÍSSIMA VOZ! NÃO SEJA TÍMIDO! - vociferou ela.
Em seguida, puxou-o pelo braço e quando Ken percebeu, estava no palco com Miyako fazendo um dueto. Foi até engraçado de assistir. Mas, Taichi voltou a insistir comigo:
- Tá vendo? Até o Ken que é tímido está cantando! Só falta você! Vai logo Yama!
Que saco! Por que esse cabeludo não pode simplesmente me deixar em paz? Não ia cantar e ponto. Ele tinha que entender. Contudo, antes de lhe responder, Daisuke abriu a porta violentamente:
- YAMATO-SAN!
- Daisuke?! - um coral de vozes ecoou pela sala. Claro, quando aquele garoto chega fazendo escarcéu só podia significar uma coisa.
- SENPAI, YAMATO-SAN! - ele continuou gritando - AQUELA... AQUELA MALUCA DA MINHA IRMÃ... TÁ PLANEJANDO ALGUMA COISA!
Acho que devo ser um imã: sempre que tento cantar, aparece algo para me interromper. Principalmente em concursos, apresentações ou até em reuniões num karaoke. Daisuke continuava ofegante, como se tivesse corrido um quarteirão inteiro sem parar para descansar. Miyako, que seria a primeira a dar um sermão do tipo “Está atrasado, Motomiya!”, ignorou este fato e lhe aconselhou a se sentar num banco. Chibimon pulou para o chão, alarmado.
- Gente, é melhor a gente se esconder.
- O quê? - verbalizou a Hikari, pestanejando.
- A irmã do Daisuke enlouqueceu, o Daisuke acha que ela vai... ah, conta logo Daisuke!! - Chibimon olhou para ele ansioso.
Miyako entregou um copo de refrigerante a ele e pediu que respirasse fundo. Após isso, aquela criatura atrapalhada começou a relatar:
- Estava saindo de casa, quando... - engoliu - a Jun me parou para falar sobre um concurso... Aí não dei bola e saí. Porém, aquela doida veio atrás de mim, e continuou com esse papo todo. Pelo jeito ela tá aprontando uma e no mínimo envolve esse concurso, já que a pergunta principal foi - imitou a voz esganiçada da irmã - «O Yamato vai participar deste concurso ou não?! Você fala com ele quase todo dia, então deve saber de alguma coisa!»
- Como é!? - Sora, Hikari, Takeru, Miyako e Taichi fizeram coro.
Falava tão rápido que demorei a processar a informação, mas as palavras “Jun” e “concurso” bastaram para me fazer suar. A minha primeira reacção foi procurar a Sora, que também fez o mesmo mas não mostrou mais do que perplexidade.
- Culpa do Daisuke, que a deixou seguir a gente!
- Como é? - Daisuke encarou Chibimon atiçado - Como que a culpa é minha? Ela veio sozinha e você viu!
- Mas parou para comer o ramen e ela teve tempo para deixa-la seguir a gente!
- Como assim parou para comer ramen?! - Miyako interrompeu indignada.
Daisuke gaguejou.
- Ah, foi só cinco minutos!
- Daisuke, a gente combinou o karaoke há uma hora, você chegou atrasado para comer?!
Enquanto os três discutiam, tentei falar, mas não consegui. Mantive-me de fora: apenas ouvindo calado e, admito, assustado. Aquele concurso era o mais importante do ano. Fora interrompido antes por causa da invasão de Digimons. O que Jun ia aprontar? O que E.U. tinha haver com isto!? Pior do que isso, só mesmo ver as cabeças de todo o grupo (melhos Miyako e Daisuke, que barafustavam) voltarem-se lentamente para mim.
- O... o que foi? - tartamudeei.
- Yamato-san, você fez alguma coisa com ela? - Koushirou indagou com ar sério.
Infelizmente, não tive oportunidade de protestar e limpar o meu nome, porque mal ele terminara de falar e Jun invadia a sala onde estávamos.
- NEECHAN! - Daisuke gritou horrorizado.
Procurou-me com o olhar e quando me encontrou, fuzilou-me com perversamente com os olhos. Taichi, que tinha se sentado para ouvir Daisuke, logo levantou-se. Jun veio caminhando lentamente em minha direção; viu Sora e a encarou com cara de poucos amigos e voltou-se para mim:
- Tu!! - apontou com um dedo dramático; juro, para mim foi quase como se me apontasse uma arma, eu caí no sofá sem mácula - Tu não me enganas nunca mais!!! Fiquei farta do teu jogo! Não vais perder pela demora Yamato!!
- Mas tu endoideceste de vez!? - Daisuke tentava meter-se para salvar-se de tanta vergonha, mas acho que ele não teve muito sucesso.
- SILÊNCIO! - Jun empurrou-o para o lado, completamente possuída. E sem razão aparente, voltou-se para Sora com uma expressão bem estranha - Não sei o que vês de especial neste traste, ele trata o coração de todas as mulheres como se fossem lixo!! - e agora, a voz dela tremia - Como se os nossos sentimentos não valessem NADA! - virou-me para mim - Canalha!
Por uns momentos eu jurei que Sora ia virar um demónio, de tão vermelha que ficou, mas a pessoa que veio para afastar Jun de mim não foi ela, nem Daisuke: foi Taichi, com um ar ainda mais zangado do que ela. Talvez fosse por causa da promessa que tinha feito antes, ou talvez fosse o simples instinto de liderança, pelo bem da reunião. Todos calaram-se quando ele a encarou de frente, até eu, que estava de boca aberta. Senti-me um bocado estúpido, mas não conseguia acompanhar a velocidade daquele furacão.
- Motomiya-senpai, aqui não é o lugar nem a hora! - ele disse com um tom bem perigosamente à irmã do Motomiya - E prometo, seres mais velha do que eu não vai impedir de eu te tirar daqui para fora, se continuares com essa gritaria e a falar mal do Yamato - ameaçou.
Jun revirou os olhos, não parecia minimamente intimidada.
- Sim, claro, e TU vais impedir-me! - escarneceu.
- Mostra respeito com o senpai! - Daisuke estava a ficar irritado.
Taichi sorriu muito devagar, como se estivesse a apreciar aquele atrevimento. Vi-o cruzar os braços no peito, encarando-a de frente, mas o facto de ser mais alto não pareceu intimidá-la nem um pouco.
- Impedir o quê exactamente? - ele estava a... provocá-la?! Taichi, seu idiota! JAMAIS se faz isso com uma Motomiya!
- Ahm? - desta vez, Jun piscou os olhos. Talvez ela não tivesse habituada que a enfrentassem, porque ficou perdida. Mas Taichi não desistiu e aproximou-se dela.
- Eu perguntei o que você vai fazer - o filho de uma anta manteve o sorriso provocador que me corroeu no estômago de frustação.
- Eu vou... - mas a frase dela descarrilou na incerteza, os olhos castanhos dela observaram-no com uma mescla de espanto e fascínio - ...er...
- Não vai fazer nada? - Taichi endireitou-se com uma expressão que transpirava vitória - Eu não admito quando alguém vem ameaçar meus amigos. Vai encarar?
A quebra de contacto visual fê-la cair na real. Jun ficou vermelha, mas de humilhação misturada com impaciência.
- Não penses que me conheces Yagami! - ela exclamou com veemência - Eu sou capaz de MUITO MAIS do que possas imaginar! Verás quando essa droga de concerto chegar!!
Senti um calafrio....
- Essa eu pago para ver - ele anuiu com um sorriso irónico.
- Taichi... - ouvi a voz sibilada de Sora entre dentes, mas eu acho que ele a ignorou de propósito.
- E VERÁS! - Jun afastou-se dois passos, em tom dramático - Só por cima do meu cadáver ele fará mais garotas indefesas como eu sofrer! Não se brinca com o coração de uma donzela!! E TU - apontou o dedo dramaticamente na direcção de Sora - perceberás isso muito em breve!
Sora abriu a boca, mas não saiu nenhum som. E eu estava exactamente na mesma situação.
Fui alvo do último olhar de cólera daquela louca que, sem nem mais uma palavra, agarrou a maleta que tinha no ombro com força sobre-humana. Ela deu meia volta e disparou pela porta fora tão rápido como quando tinha entrado.
Um silêncio profundo caiu na sala, como se alguém tivesse acabado de proferir uma sentença de morte. Eu, sentado e de queixo caído. Sora em estado de choque. Daisuke espreitando pela porta para ter certeza que tudo tinha acabado... e Taichi, com um ar de criança feliz no Natal que me recordou que aquilo mal tinha começado.
E de repente, caí em mim. Eu estava em maus lençóis. Muito maus lençóis... e acho que todos os que não sorriam feito idiotas percebiam isso, a julgar pelo vácuo.
- Bom, correu tudo bem! - Taichi vangloriou-se com a maior cara de pau.
Olhei para ele muito intensamente e levantei-me. Eu não aguentava mais. Encarei o desgraçado mais furioso do que nunca.
- Bem? Correu bem? TAICHI, ela ameaçou sabotar o NOSSO concerto! Aquela louca vai querer me impedir de participar do concurso! - adicionei com sarcasmo.
- Tá de brincadeira? Você tá com medo de uma mulher? - Taichi ignorou os olhares que Sora, Mimi e Miyako lhe lançaram. Hikari pareceu confusa.
- Mas... Não é uma mulher qualquer... - intrometeu-se Daisuke - É a Jun. E... Ela... Ela... - engoliu a seco, tremendo muito ao se lembrar do escarcéu que a irmã armou ali na frente do pessoal. Murmurou baixinho - E ela é minha irmã... *sigh*
Dediquei um olhar assassino ao “génio” cabeludo. Não tive forças para dizer tudo o que ia na minha cabeça; acho que se ficasse ali por muito mais tempo eu ia explodir. Fui embora. Sem olhar para trás e sem nem conversar direito com Sora.
- Yamato, onde você vai?
Ignorei-o.
- Yamato!
*****
- É incrível como você é tão insensível!!
- Sora, larga minha orelha!
- NÃO! Você vem comigo!
Ninguém achou estranho ver a ruiva puxando um certo cabeludo como um cão pela trela, para fora do edifício.
- Está doendo!
- Vai doer mais se o Yamato não conseguir atuar por sua causa!
- Mas... MAS, EU NÃO FIZ NADA!
Sora parou e soltou a orelha de Yagami; pôs as mãos na cintura e o encarou séria:
- Nada? Você não tem noção do que fez?
- Eu já disse que não fiz nada!
- Como você é TEI-MO-SO! - soletrou com a face vermelha de raiva. Cerrou os punhos, cravando as unhas nas palmas das mãos. Não teria como falar com o garoto daquele jeito.
Taichi não estava entendendo o por quê de tanto drama. Tinha provocado um pouco a irmã de Daisuke, era verdade, mas os amigos não precisavam agir daquela forma. Ia falar alguma coisa, quando fora interrompido por Sora novamente:
- Taichi. Este concurso é importante para o Yamato. Sabes o que vai acontecer se a Jun resolver fazer alguma coisa?
- Sora! Ela não vai fazer nada!
- Como você pode ter certeza? Ela é louca, Taichi! Todos sabemos. Inclusive você!
Taichi olhou para a amiga, que de alguma forma, ela tinha razão: agora que parara para pensar, Jun poderia aprontar alguma coisa sim. Ela foi atrás do Yamato no acampamento, o que a impediria de arruinar a apresentação do Ishida? O moreno encostou-se na parede e falou:
- Mesmo se ela pensasse em fazer alguma coisa, acha que conseguiria?
- Não sei. Mas, você viu o estado dela? O jeito que ela olhava para o Yama?
- Sora.. eu aind..
- Não me interessa! - vociferou a ruiva - Sabe Taichi, pelo menos por hoje, pede desculpas ao Yamato. Estragaste a noite dele com aquela discussão desnecessária.
Yagami colocou os braços atrás do pescoço. Olhou para o chão e voltou o rosto novamente para Sora:
- Talvez.. talvez você tenha razão. Eu vou atrás dele - finalizou ao caminhar em direção à porta.
*****
A noite estava fria. Apesar do casaco, minha camiseta ainda estava úmida devido ao refrigerante que Ken derrubou. Sentia o vento gélido passando pela minha pele. Concentrei-me em andar pelas pessoas e não pensar no que acontecera no karaoke. Bom. Essa era a minha intenção:
- YAMAAAATOO!
Não! Não podia ser ele. Que maldição! Por que não me esquece? As vezes, acho-o pior que a Jun.
- YAMAAAATOO! ESPERA-ME!
Apressei o passo. Não ia virar para trás, não ia parar falar com ninguém. No entanto, ele continuava a me perseguir. Dobrei em uma rua qualquer. Ele fez o mesmo. Naquela altura a moita ambulante já estava me alcançando. Restara-me algo que detestava fazer: correr.
Corri. Corri e cortei o máximo de ruas possíveis. O fôlego ia se esvaindo dos meus pulmões. Senti uma mão em meu ombro. Maldito jogador de futebol! Eu estava morrendo por correr algumas quadras e ele parecia normal. Alcançou-me.
Paramos para que eu recuperasse o ar em meus pulmões. Sentei em um banco que estava próximo. Cruzei os braços e silenciei-me. Taichi começou a divagar sobre Sora e como ela sempre o repreende. Como se isso não fosse normal.
- Desculpa - disse de sopetão.
Observei-o com cautela. O que significava aquilo? Não respondi.
- Olha.. eu sei que às vezes sou impulsivo e hoje acabei piorando aquela situação com a Jun. Desculpa.
- Você poderia ter ficado quieto.
- Eu sei.. mas.. às vezes não dá pra evitar - respondeu sorrindo.
- Ela é louca! Com loucos não se discute!
- Ah! Ela estragou nossa reunião! O que você esperava?
- Que você ficasse na sua! Agora aquela maluca vai querer acabar comigo!
- Você tá fazendo drama!
- Eu? Você ouviu o que ela disse?
- Ela não vai fazer nada!
- Taichi se você veio aqui para me falar isso, perdeu seu tempo - finalizei e levantei-me para ir embora. Aquela conversa irritou-me ainda mais.
- Se você está com tanto receio, não precisa se preocupar.
- Do que você está falando?
- Bom. - começou a falar enquanto se levantava - Eu fui o responsável por isso, então.. nada mais justo do que eu não permitir que ela faça algo contra você.
Encarei Taichi com desconfiança. Ele logo entendeu meu olhar, com aquele sorriso de quem está pronto para desafiar qualquer contrargumento e voltou a proferir:
- Eu não disse que nenhuma garota maluca ia se aproximar de ti? Então.. Sou um homem de palavra!
- O que isso significa?
- Você sabe que sempre tenho ótimos planos para essas situações, não é? - sorriu.
Revirei os olhos.
- Não lembro de algum que tenha dado certo...
- Do que você tá falando? Eles sempre dão certo.
Houve qualquer coisa naquela frase que me divertiu. Não no mau sentido, é mas ele realmente não se enxerga às vezes, pois não?
- Olha... acho que essa moita está atrapalhando o desempenho da sua memória!
- Quem é moita aqui? - indagou Taichi com um olhar ameaçador e sanguinário.
- É esse seu ca-be-li-nho...!
- Yamato! Não me provoque!
- Ui! Deu-me até medo agora!
- Seu... Ok. Você não perde por esperar! Mas, agora dá para voltar para a reunião? A Sora vai ficar preocupada e...
E como se nos ouvisse de pronto, ouvi a voz da Sora ao fundo da rua.
- Yamato, Taichi!
Nós os dois olhámos na mesma direcção e eventualmente ela apareceu com um ar ansioso. Mas a expressão dela mudou ao ver Taichi com aquele sorriso idiota e eu, provavelmente, menos zangado do que ela tinha visto antes... bom, não que estivesse mesmo zangado, só um tanto frustrado por meterem o nariz nos meus assuntos. Eu por acaso sou pessoa de dar palpites na vida dos outros? Então...
Mas ela teve aquele dom de me acalmar. Antes que ela abrisse a boca para censurar o “senhor moita”, antecipei-me.
- Tudo bem... - suspirei, e Sora parou ao pé de nós, curiosa - Vou só a casa mudar de roupa, eu volto, ok?
O sorriso de Taichi espandiu-se e Sora sorriu também. Aquela noite ainda podia ter salvação... e bom, eu não tinha que me preocupar com a Motomiya ainda...
Respirei fundo, quando segui caminho, pensando todavia. Aquele concurso ia dar o que falar...
Com o fim do anúncio, caminhou até à cozinha. Pegou um copo de refrigerante e chocolates. Trancou-se no quarto e nem se importou mais com as vozes altas que vinham da sala. Sentou-se na cama. Apoiou o corpo em um dos finos e pálidos braços. Voltou o rosto para a escrivaninha. Levantou-se. Andou até o móvel e pegou um panfleto:
5º Concurso Municipal de Bandas Colegiais.
As melhores bandas de pop/rock de Tókio do momento. Venha ver e escolha a melhor.
Dias: 02, 03, 04, 05, 06 de Janeiro.
Inscrições até o dia 02 pelo site do concurso ou no local das apresentações.
As melhores bandas de pop/rock de Tókio do momento. Venha ver e escolha a melhor.
Dias: 02, 03, 04, 05, 06 de Janeiro.
Inscrições até o dia 02 pelo site do concurso ou no local das apresentações.
Passou um tempo olhando a art. Abaixou a cabeça e amassou o papel, transformando-o em uma bolinha. Jogou em direção ao lixeiro no canto do quarto. Este colidiu com a parede e caiu no chão. Encostou-se na escrivaninha e bateu o copo que segurava com força, derrubando o líquido. Apertou os olhos e disse baixinho:
- Idiota!... Isso não vai ficar assim!
*****
Olhei para Taichi irritado. Tinha ligado uma hora antes e perguntado se ele e Hikari-chan já estavam prontos. O desgraçado disse que sim. Não sei por que ainda acreditei naquelas palavras. Yagami nunca ficava pronto a tempo, e, naquele dia, estávamos atrasados para a reunião.
- Será que você pode se apressar?
- Calma! Eu demoro para arrumá-lo!
- Então passaremos a noite aqui! Porque isso é impossível!
Taichi me lançou um olhar de desdém e sarcasmo. Ele estava pronto para fazer qualquer piada, só para não ficar por baixo. Mas, ele não falou nada. Continuou calado.
- O quê? Sem nenhuma piada infame?
- Acha que tenho que gastar todas as minhas piadas contigo?
- Aff... Cala boca e termina logo de arrumar essa moita!
- MOITA É O CABELO DA SUA AVÓ! Ò.Ó
-EI! Não fala da minha avó!
- Por que? Você vai me bater?
- Você tá com medinho?
- Eu? Hahahahahaha.. você bate igual uma menina!
- Quer apostar?
Trocamos-nos olhares desafiadores. Aquele tipo de discussão sempre acontecia, mas sempre terminava em brincadeira. Todavia, eu não estava a brincar com ele naquela hora. Alguém abriu a porta. Era Hikari-chan:
- Já estão prontos?
- Sim! – respondeu Taichi – Melhor irmos logo porque o Yamato está louco para dar uns beijinhos na Sora! – completou ao passar o braço envolta do meu pescoço e afinar a voz.
Naquela noite tínhamos uma reunião com todas as crianças escolhidas. Entretanto, eu não sabia quais as proporções que aquele encontro ia tomar.
*****
Daisuke franziu o sobrolho quando abriu a porta do quarto. Foi descobrir uma criatura de saias e uniforme verde no meio do corredor, com um ar assassino. Pestanejou para a irmã, com um ar meio aparvalhado, porque “ela” parecia mais furiosa do que o normal... e justo quando ia abrir a boca para perguntar, foi interrompido por um tom de voz esganiçado:
- Não quero nem saber o que tu e essa peste azul estiveram a fazer na sala, eu só tenho uma pergunta!
Daisuke sentiu o sangue ferver ao perceber que “a peste azul” era o monstrinho que tinha no ombro esquerdo.
- O que foi agora?
- ISTO! - ela disparou a mão em tom dramático e colocou um papel colorido mesmo à frente do nariz dele; Daisuke recuou uns centímetros antes de lhe arrancar o panfleto das mãos. Sentiu o peso de Chibimon inclinar-se para a frente e os grandes olhos marrom dançarem para o papel.
- Oh, é aquele lugar onde a gente foi da outra vez! - o digimon pareceu reconhecer o edifício da TV Fuji e Daisuke ficou ainda mais confuso. O que diabo a irmã dele tinha na cabeça?
- Sabes o que isso significa?
Daisuke ergueu uma sobrancelha, sem dar muita atenção ao papel. Ele já o tinha visto por aí e estava careca de ouvir falar dele, mas se fosse para deixar a Jun irritada, ele teria todo o prazer em fazer-se de burro. Olhou para ela com um sorriso trocista.
- É um concurso de música, um lugar onde as pessoas cantam, sabes? Devias aprender a ler um dia destes - atirou o papel para o ar e pisou-o quando passou pela irmã, satisfeito - Se é tudo, eu vou embora!
Jun ficou mais vermelha do que o cabelo. Virou o corpo para frente e viu o irmão partindo. Olhou com desprezo para o panfleto no chão, mas pegou-o. Correu para o sofá e colocou-o na mochila. Calçou os sapatos e partiu, decidida a ir para onde quer que Daisuke fosse.
*****
Taichi estava enchendo o saco. Fazia piadinhas e ficava procurando garotas pela rua. Como ele me mata de vergonha. Já Hikari e Takeru, esses riam sem parar. Eu não via graça. Já estava irritado com aquilo tudo. O telefone tocou e percebi o nome de Sora no visor. Com certeza perguntaria o por quê de nossa demora, mas não consegui atender porque Taichi puxou o aparelho da minha mão e começou a conversar com ela:
- Alô? Alô?
- Taichi?
- Não.. a Madonna! Claro que sou eu! Lindo, inteligente e corajoso!
- Insuportavelmente irritante e brega! - Respondi em seguida.
- Cala boca!
- Vem calar!
- Parem de brigar! - ouvi Sora gritar. Ela parecia nervosa - Taichi, deixa-me falar com o Yamato.
- E se eu não quiser?
- YAGAMI! DÁ-ME ESSE TELEFONE! - Gritei ao puxar o telefone da mão dele.
- SAI DAQUI ISHIDA!
- Meu Deus! Parem! - Disse Hikari-chan.
- Deixa que eu falo com Sora-san - acrescentou Takeru.
- Culpa sua.
- Minha? Você pega meu telefone, não me deixa falar com a Sora e a culpa é minha?
- Cara! Mas, que mau humor é esse? Tá de TPM?
- Ah! Não enche.
Eu não estava afim de descarregar o mau humor no meu melhor amigo, mas por que ele tinha de tornar tudo difícil?
Takeru voltou-se para nós. Disse que todos já estavam lá, inclusive Jou e sua nova namorada. Ele falou que Sora estava preocupada por estarmos demorando tanto. Além disso, Daisuke também não tinha aparecido.
- Daisuke-kun ainda não apareceu? - indagou Hikari ao meu irmão.
- Sora-san disse que não.
- Onde será que ele está? - completou Tailmon.
Não sabíamos, mas Daisuke estava apenas a alguns quarteirões de nós, perdido...
*****
- Eu podia jurar que era na outra rua, Daisuke...
- Vee, eu sei o caminho! Não sou tão burro assim!
- Acho que estamos na rua errada, era a da direita. Estamos indo pela esquerda.
- Ha, como se estivéssemos andando em círculos... - debochou - Meu faro diz que é para este lado.
- Faro...?
- Não está sentindo esse cheiro delicioso...?! - mudou a entonação, deixando-a um pouco mais boba e animada - Ramen~
Chibimon encarou o seu parceiro com uma cara de insatisfação. Não estavam dando uma volta por Odaíba. Eles estavam indo a uma reunião. E não uma reunião qualquer, já que era uma organizada pelo líder. Logo... Daisuke havia esquecido completamente deste detalhe assim que seu nariz sentira o cheiro saboroso de um ramen em algum restaurante daquelas ruas.
E a fome somada com os pensamentos de que reuniões em karaokê começam a ficar chatas quando Miyako começava a cantar as mesmas músicas que a Mimi... E em dueto...
É, chegar um pouco atrasado não ia ser tão horrível assim.
- Não é isso, seu idiota! - resmungou o azulzinho - Está esquecendo que deveríamos estar em frente ao...
- É AQUI PERTO! - interrompeu-o, dando um grito alegre e saindo a toda pela calçada. Daisuke quase batia nas pessoas que ali caminhavam.
- O que aquele idiota está fazendo? - uma Jun equipada com uns óculos escuros e um ar suspeito escondia-se na esquina mais próxima. Não se podia dizer que fosse mestra em espionagem; a maleta dela estava suspensa pelo ombro e o cabelo selvagem estava espetado para fora do esconderijo, mas Daisuke parecia não ter reparado em nada.
- Quer comprar alguma coisa, senhorita?
Jun virou a cabeça para descobrir um velho desdentado que sorria para o seu traseiro. Estava sentado numa barraca de bijutarias baratas, com ar de cobiça. Com uma veia saliente nas temporas, ela só não levantou um escândalo porque tinha uma identidade para preservar, mas não se conteve em atirar a maleta pesada contra a boca suja do senhor.
- Daisuke, o que aconteceu ali? - Chibimon via várias pessoas correrem para socorrer um idoso, que fugia de alguém armado com uma maleta...
- Ittadakimaaaaasu~!
...mas Daisuke estava demasiado ocupado para perceber isso...
*****
- Isto são horas de chegar?!
Posso confessar que a-d-o-r-o quando a Sora grita com ele? Principalmente quando o estupor se acha o maior herói, por chegar uma hora depois do combinado. Tudo bem, desta vez ele ia assumir a responsabilidade, para variar.
- Uma linda noite para a senhorita também - ironizou o cabeludo - Podemos entrar?
- Perdemos a sala que reservámos para hoje! - Sora continuava o sermão, mas agora reclamando para ninguém em particular - Agora vamos ter que esperar até uma ficar livre, satisfeito?!
- Bah, foi sem querer - Taichi fez aquele ar de cachorrinho abandonado - Por favor?
Revirei os olhos. Era impossível não ficar aborrecido com as atitudes de Taichi, às vezes.
- Joe-san?
A voz do Takeru fez-me olhar para a minha direita. Eu sabia que era raro vê-lo num lugar afastado de uma área que não fosse mais próxima possível a uma biblioteca ou escola, mas porquê aquele tom de surpresa?
Joe estava ali, com um ar profundamente embaraçado, óculos na ponta do nariz, e com um braço feminino agarrado ao braço direito dele...
- PESSOAAAAAL!!! ~♥
...Mimi, claro. Com mais estrelas no cabelo do que nunca.
- Mimi-san! - Hikari foi cumprimentá-la - Quando foi chegaste a Odaiba?
- Hoje de manhã~!! - Mimi sorria abertamente com um ar encantado - Mas eu vim mais cedo porque quis felicitar os dois pombinhos aqui! O nosso Joe finalmente saiu do armário!!
Houve um coro de gargalhadas.
- Mimi-kun, pára com isso... - Joe estava todo vermelho; eventualmente conseguiu soltar-se do braço dela e pigarreou.
Não estávamos sozinhos. Ele chamou a atenção para uma garota de cabelo castanho, que veio aproximar-se, com um ar profundamente ruborizado. E a menos que eu estivesse a imaginar coisas, ela estava com medo da Tachikawa, a julgar pelos olhares que lhe deitava atrás dos seus óculos graduados.
- E-etto... Bo-boa noite...
Dirigi um olhar aborrecido a Taichi. Não fora ele que insistira para que Joe trouxesse a namorada? Pois é, agora ali estava ela passando mais vergonha do que nunca, com um montão de gente que mal conhecia.
- É a primeira fez que a Keiko-chan sai connosco, por isso, quero que todos aqui se comportem - Sora sublinhou a palavra “todos” com um alvo bem definitivo. E com isto, sorriu e olhou para mim. Eu estava com a cara fechada. Ela veio e minha direção e beijou-me a face. Retribui com outro beijo e um sorriso. Mas, Taichi veio e interrompeu nosso momento:
- O-OH! Pombinhos! Já chega! Vamos! Koushirou arrumou uma sala!
Encaramos ele. Sora timidamente afastou-se. Eu, ao contrário, queria matá-lo ali mesmo. Respirei fundo. Ignorei-o e segui Sora. Ele vinha atrás de mim fazendo as macaquices de sempre.
*****
Daisuke e Chibimon andavam tranquilamente. Estavam felizes depois de comer um delicioso ramen. Chibi só ficou mais calmo depois que a fome o fez se entregar ao cheio apetitoso do macarrão, que acabou tendo de dividir com o parceiro por terem apenas dinheiro para um só prato.
E estavam quase se esquecendo do que iam fazer e onde iriam... Se não fosse pelo súbito estalo costumeiro do Motomiya, que o fazia voltar para a realidade e descer das nuvens.
- AH! S-SENPAI...! Esqueci completamente da reunião!! - exclamou, dando um salto para trás e esbarrando em alguém muito suspeito.
- Não diga... - sussurrou um Chibimon irônico após ter avisado inúmeras vezes do compromisso.
Olhou para trás ao perceber que encostou em uma pessoa. Fitou-a com seus olhos castanhos, deu duas piscadas rápidas e confusas... E finalmente falou:
- Jun...? O que tá fazendo vestida desse jeito...?
Jun espantou-se. Dera bandeira. Agora o irmão percebera seu disfarce e poderia estragar tudo. Ela então, cansou de toda aquela parafernália. Tirou os óculos escuros do rosto e Daisuke podia ver os lábios dela ficarem finos e brancos.
- Eu quero saber onde tu vais.
- Estás doida, deu-te para me seguires agora!?
- Daisuke, eu acho que ela tem uma razão... - Chibimon e sua habilidade para dizer o óbvio, mas Jun nem ligou ao que o monstrinho disse.
- Tu vais ver o Yamato, não é? - Jun finalmente disparou a pergunta ao irmão, como se tivesse aquilo entalado na garganta há imenso tempo. Já o rapaz fez um esforço por não soltar um gemido de impaciência.
- E se for? Pensei que não davas mais bola para ele, que te deu agora para querer vê-lo de novo?
A mente dela podia ser comparado com um problema de matemática, com a única diferença que raramente as coisas faziam sentido para ele. Se bem que... espera. Desde quando a matemática fazia sentido para ele?
- Aquele concerto! - Jun guinchou e deitou as mãos ao ar, como se estivesse doida varrida - Eu quero saber se ele vai participar! Não é óbvio?!
Chibimon ficou com medo dela, à medida que os olhos dilatavam e ela começava a bufar pelos poros da pele.
- O que isso tem de óbvio?! - Daisuke não sabia o que ela queria aprontar, mas não podia ser coisa boa - O Yamato não está afim, eu vou estar com o senpai hoje e também não te quero me seguindo por aí! Enlouqueceste?!
- Talvez eu tenha enlouquecido. Arg, é tudo culpa DELE! - a raiva dela não parecia ser dirigido a ele em particular. Ok, ela claramente tira pirado da cabeça. Ele uniu os dentes e segredou baixinho.
- Chibimon, o que eu faço agora? Ela vai estragar a noite com o pessoal!
- Não sei, será que é melhor a gente fugir?
- Imagina se eu tivesse ido logo ter com os senpais... - Daisuke sorriu para consigo.
- Isso foi sorte...
- Pronto Chibimon? A gente vai tomar um atalho para fugir dessa louca!
Chibimon agarrou-se com toda a força ao colarinho do colete dele como resposta. Sem mais, o garoto sorriu abertamente para a irmã.
- Até mais, neechan!
- O qu...
E usando toda a força de pernas acumulados por anos de treinos de futebol, o Goggle Boy não deu tempo a Jun nem de pestanejar. A jovem deu um gritinho ao sentir a saia esvoaçar, quando Daisuke passou por ela empurrando-a para o lado.
- DAISUKE, ISTO NÃO VAI FICAR ASSIM!
Só que não a ouviu.
- Daisuke, o que ela quer com o Yamato? - o digimon perguntava enquanto dobravam uma esquina rumo ao karaoke.
- Eu que vou saber?
*****
Agora que olho para trás, até penso que tudo o que aconteceu pode ter sido pelo melhor... é, de certo modo. Ainda que não tenha sido nada agradável lidar com aquele monstro (a Sora acha que eu não lhe devo chamar isto, mas, por favor... ela merece algum respeito?), as coisas podiam ter sido... piores.
Aquela noite podia ter sido um simples encontro de karaoke, com as piadas de infames do Taichi soltando cantadas no meio das lyrics, que o faziam perder pontos de propósito, ou Jou envergonhado por mostrar a voz (até que Keiko, a namorada dele, o convenceu a fazer um dueto... caramba, como ela canta bem!) ou até a Mimi dando uma de Britney, dançando por cima da mesa e mostrando mais do que cordas vocais (às vezes eu me pergunto como ela ganhou o brasão da inocência...). Mas aí chegou a minha vez...
- O que é isso? O único vocalista do grupo não vai querer cantar? - Taichi provocou-me, sentando-se do meu lado com duas bebidas na mão.
Observei-o, e confesso que não esperava vê-lo estender o segundo copo para mim... Aceitei, embora desconfiado.
- Eu... não estou afim - menti. Bebi para esconder o calor que subiu às minhas faces; mas era preciso ser muito ingénuo para achar que ele ia deixar cair o assunto. Depois percebi que não era álcool, mas sim uma simples Coca-cola.
- Sei... - ele bebeu também, virando a cabeça para analisar as figuras de Koushirou discutindo com Mimi porque ele não sabia nem as músicas de cor, tampouco as letras que apareciam na tela do televisor. Não gostei do tom dele e disfarcei.
- O Daisuke já chegou?
- Ele tem alguma a ver com as garotinhas que estão ali à espera da tua vez? - Taichi mostrou um sorriso aberto cheio de dentes, que me deu uma vontade súbita que os partir.
- Queres parar com isso!? Hoje não, a Sora... - hesitei, e limitei-me a dirigir o olhar na direcção dela, sem saber como terminar a frase - Hoje não! - rematei.
Taichi ergueu as sobrancelhas.
- Bobagem sua. Canta logo. Eu não vou deixar nenhuma garota maluca se aproximar de ti.
Sorri. Apesar de tudo, Taichi sempre fora um bom amigo; e se ele dizia aquilo era porque realmente não iria deixar nada acontecer. No entanto, aquele não era um bom lugar para cantar.
- Não, Taichi. Na próxima cantarei. Hoje realmente não estou com vontade.
- Às vezes você é tão dramático - disse tomando mais um gole de refrigerante.
Peguei meu copo e o levei até a boca fazendo o mesmo que Taichi. Mas, antes de beber alguma coisa, derrubei toda a minha coca-cola assim que Ken esbarrou em mim. Eu vestia uma camiseta branca e ela ficou manchada. Lamentei ao olhar.
- Desculpe-me Yamato-san! - disse imediatamente.
- Tudo bem, Ken! - respondi. Afinal, não era culpa dele e sim da Miyako-chan que tentava fazê-lo cantar com ela de todo o jeito.
- KEEEEEEEEEN~ VAI LÁ E MOSTRA PRO PESSOAL SUA BELÍSSIMA VOZ! NÃO SEJA TÍMIDO! - vociferou ela.
Em seguida, puxou-o pelo braço e quando Ken percebeu, estava no palco com Miyako fazendo um dueto. Foi até engraçado de assistir. Mas, Taichi voltou a insistir comigo:
- Tá vendo? Até o Ken que é tímido está cantando! Só falta você! Vai logo Yama!
Que saco! Por que esse cabeludo não pode simplesmente me deixar em paz? Não ia cantar e ponto. Ele tinha que entender. Contudo, antes de lhe responder, Daisuke abriu a porta violentamente:
- YAMATO-SAN!
- Daisuke?! - um coral de vozes ecoou pela sala. Claro, quando aquele garoto chega fazendo escarcéu só podia significar uma coisa.
- SENPAI, YAMATO-SAN! - ele continuou gritando - AQUELA... AQUELA MALUCA DA MINHA IRMÃ... TÁ PLANEJANDO ALGUMA COISA!
Acho que devo ser um imã: sempre que tento cantar, aparece algo para me interromper. Principalmente em concursos, apresentações ou até em reuniões num karaoke. Daisuke continuava ofegante, como se tivesse corrido um quarteirão inteiro sem parar para descansar. Miyako, que seria a primeira a dar um sermão do tipo “Está atrasado, Motomiya!”, ignorou este fato e lhe aconselhou a se sentar num banco. Chibimon pulou para o chão, alarmado.
- Gente, é melhor a gente se esconder.
- O quê? - verbalizou a Hikari, pestanejando.
- A irmã do Daisuke enlouqueceu, o Daisuke acha que ela vai... ah, conta logo Daisuke!! - Chibimon olhou para ele ansioso.
Miyako entregou um copo de refrigerante a ele e pediu que respirasse fundo. Após isso, aquela criatura atrapalhada começou a relatar:
- Estava saindo de casa, quando... - engoliu - a Jun me parou para falar sobre um concurso... Aí não dei bola e saí. Porém, aquela doida veio atrás de mim, e continuou com esse papo todo. Pelo jeito ela tá aprontando uma e no mínimo envolve esse concurso, já que a pergunta principal foi - imitou a voz esganiçada da irmã - «O Yamato vai participar deste concurso ou não?! Você fala com ele quase todo dia, então deve saber de alguma coisa!»
- Como é!? - Sora, Hikari, Takeru, Miyako e Taichi fizeram coro.
Falava tão rápido que demorei a processar a informação, mas as palavras “Jun” e “concurso” bastaram para me fazer suar. A minha primeira reacção foi procurar a Sora, que também fez o mesmo mas não mostrou mais do que perplexidade.
- Culpa do Daisuke, que a deixou seguir a gente!
- Como é? - Daisuke encarou Chibimon atiçado - Como que a culpa é minha? Ela veio sozinha e você viu!
- Mas parou para comer o ramen e ela teve tempo para deixa-la seguir a gente!
- Como assim parou para comer ramen?! - Miyako interrompeu indignada.
Daisuke gaguejou.
- Ah, foi só cinco minutos!
- Daisuke, a gente combinou o karaoke há uma hora, você chegou atrasado para comer?!
Enquanto os três discutiam, tentei falar, mas não consegui. Mantive-me de fora: apenas ouvindo calado e, admito, assustado. Aquele concurso era o mais importante do ano. Fora interrompido antes por causa da invasão de Digimons. O que Jun ia aprontar? O que E.U. tinha haver com isto!? Pior do que isso, só mesmo ver as cabeças de todo o grupo (melhos Miyako e Daisuke, que barafustavam) voltarem-se lentamente para mim.
- O... o que foi? - tartamudeei.
- Yamato-san, você fez alguma coisa com ela? - Koushirou indagou com ar sério.
Infelizmente, não tive oportunidade de protestar e limpar o meu nome, porque mal ele terminara de falar e Jun invadia a sala onde estávamos.
- NEECHAN! - Daisuke gritou horrorizado.
Procurou-me com o olhar e quando me encontrou, fuzilou-me com perversamente com os olhos. Taichi, que tinha se sentado para ouvir Daisuke, logo levantou-se. Jun veio caminhando lentamente em minha direção; viu Sora e a encarou com cara de poucos amigos e voltou-se para mim:
- Tu!! - apontou com um dedo dramático; juro, para mim foi quase como se me apontasse uma arma, eu caí no sofá sem mácula - Tu não me enganas nunca mais!!! Fiquei farta do teu jogo! Não vais perder pela demora Yamato!!
- Mas tu endoideceste de vez!? - Daisuke tentava meter-se para salvar-se de tanta vergonha, mas acho que ele não teve muito sucesso.
- SILÊNCIO! - Jun empurrou-o para o lado, completamente possuída. E sem razão aparente, voltou-se para Sora com uma expressão bem estranha - Não sei o que vês de especial neste traste, ele trata o coração de todas as mulheres como se fossem lixo!! - e agora, a voz dela tremia - Como se os nossos sentimentos não valessem NADA! - virou-me para mim - Canalha!
Por uns momentos eu jurei que Sora ia virar um demónio, de tão vermelha que ficou, mas a pessoa que veio para afastar Jun de mim não foi ela, nem Daisuke: foi Taichi, com um ar ainda mais zangado do que ela. Talvez fosse por causa da promessa que tinha feito antes, ou talvez fosse o simples instinto de liderança, pelo bem da reunião. Todos calaram-se quando ele a encarou de frente, até eu, que estava de boca aberta. Senti-me um bocado estúpido, mas não conseguia acompanhar a velocidade daquele furacão.
- Motomiya-senpai, aqui não é o lugar nem a hora! - ele disse com um tom bem perigosamente à irmã do Motomiya - E prometo, seres mais velha do que eu não vai impedir de eu te tirar daqui para fora, se continuares com essa gritaria e a falar mal do Yamato - ameaçou.
Jun revirou os olhos, não parecia minimamente intimidada.
- Sim, claro, e TU vais impedir-me! - escarneceu.
- Mostra respeito com o senpai! - Daisuke estava a ficar irritado.
Taichi sorriu muito devagar, como se estivesse a apreciar aquele atrevimento. Vi-o cruzar os braços no peito, encarando-a de frente, mas o facto de ser mais alto não pareceu intimidá-la nem um pouco.
- Impedir o quê exactamente? - ele estava a... provocá-la?! Taichi, seu idiota! JAMAIS se faz isso com uma Motomiya!
- Ahm? - desta vez, Jun piscou os olhos. Talvez ela não tivesse habituada que a enfrentassem, porque ficou perdida. Mas Taichi não desistiu e aproximou-se dela.
- Eu perguntei o que você vai fazer - o filho de uma anta manteve o sorriso provocador que me corroeu no estômago de frustação.
- Eu vou... - mas a frase dela descarrilou na incerteza, os olhos castanhos dela observaram-no com uma mescla de espanto e fascínio - ...er...
- Não vai fazer nada? - Taichi endireitou-se com uma expressão que transpirava vitória - Eu não admito quando alguém vem ameaçar meus amigos. Vai encarar?
A quebra de contacto visual fê-la cair na real. Jun ficou vermelha, mas de humilhação misturada com impaciência.
- Não penses que me conheces Yagami! - ela exclamou com veemência - Eu sou capaz de MUITO MAIS do que possas imaginar! Verás quando essa droga de concerto chegar!!
Senti um calafrio....
- Essa eu pago para ver - ele anuiu com um sorriso irónico.
- Taichi... - ouvi a voz sibilada de Sora entre dentes, mas eu acho que ele a ignorou de propósito.
- E VERÁS! - Jun afastou-se dois passos, em tom dramático - Só por cima do meu cadáver ele fará mais garotas indefesas como eu sofrer! Não se brinca com o coração de uma donzela!! E TU - apontou o dedo dramaticamente na direcção de Sora - perceberás isso muito em breve!
Sora abriu a boca, mas não saiu nenhum som. E eu estava exactamente na mesma situação.
Fui alvo do último olhar de cólera daquela louca que, sem nem mais uma palavra, agarrou a maleta que tinha no ombro com força sobre-humana. Ela deu meia volta e disparou pela porta fora tão rápido como quando tinha entrado.
Um silêncio profundo caiu na sala, como se alguém tivesse acabado de proferir uma sentença de morte. Eu, sentado e de queixo caído. Sora em estado de choque. Daisuke espreitando pela porta para ter certeza que tudo tinha acabado... e Taichi, com um ar de criança feliz no Natal que me recordou que aquilo mal tinha começado.
E de repente, caí em mim. Eu estava em maus lençóis. Muito maus lençóis... e acho que todos os que não sorriam feito idiotas percebiam isso, a julgar pelo vácuo.
- Bom, correu tudo bem! - Taichi vangloriou-se com a maior cara de pau.
Olhei para ele muito intensamente e levantei-me. Eu não aguentava mais. Encarei o desgraçado mais furioso do que nunca.
- Bem? Correu bem? TAICHI, ela ameaçou sabotar o NOSSO concerto! Aquela louca vai querer me impedir de participar do concurso! - adicionei com sarcasmo.
- Tá de brincadeira? Você tá com medo de uma mulher? - Taichi ignorou os olhares que Sora, Mimi e Miyako lhe lançaram. Hikari pareceu confusa.
- Mas... Não é uma mulher qualquer... - intrometeu-se Daisuke - É a Jun. E... Ela... Ela... - engoliu a seco, tremendo muito ao se lembrar do escarcéu que a irmã armou ali na frente do pessoal. Murmurou baixinho - E ela é minha irmã... *sigh*
Dediquei um olhar assassino ao “génio” cabeludo. Não tive forças para dizer tudo o que ia na minha cabeça; acho que se ficasse ali por muito mais tempo eu ia explodir. Fui embora. Sem olhar para trás e sem nem conversar direito com Sora.
- Yamato, onde você vai?
Ignorei-o.
- Yamato!
*****
- É incrível como você é tão insensível!!
- Sora, larga minha orelha!
- NÃO! Você vem comigo!
Ninguém achou estranho ver a ruiva puxando um certo cabeludo como um cão pela trela, para fora do edifício.
- Está doendo!
- Vai doer mais se o Yamato não conseguir atuar por sua causa!
- Mas... MAS, EU NÃO FIZ NADA!
Sora parou e soltou a orelha de Yagami; pôs as mãos na cintura e o encarou séria:
- Nada? Você não tem noção do que fez?
- Eu já disse que não fiz nada!
- Como você é TEI-MO-SO! - soletrou com a face vermelha de raiva. Cerrou os punhos, cravando as unhas nas palmas das mãos. Não teria como falar com o garoto daquele jeito.
Taichi não estava entendendo o por quê de tanto drama. Tinha provocado um pouco a irmã de Daisuke, era verdade, mas os amigos não precisavam agir daquela forma. Ia falar alguma coisa, quando fora interrompido por Sora novamente:
- Taichi. Este concurso é importante para o Yamato. Sabes o que vai acontecer se a Jun resolver fazer alguma coisa?
- Sora! Ela não vai fazer nada!
- Como você pode ter certeza? Ela é louca, Taichi! Todos sabemos. Inclusive você!
Taichi olhou para a amiga, que de alguma forma, ela tinha razão: agora que parara para pensar, Jun poderia aprontar alguma coisa sim. Ela foi atrás do Yamato no acampamento, o que a impediria de arruinar a apresentação do Ishida? O moreno encostou-se na parede e falou:
- Mesmo se ela pensasse em fazer alguma coisa, acha que conseguiria?
- Não sei. Mas, você viu o estado dela? O jeito que ela olhava para o Yama?
- Sora.. eu aind..
- Não me interessa! - vociferou a ruiva - Sabe Taichi, pelo menos por hoje, pede desculpas ao Yamato. Estragaste a noite dele com aquela discussão desnecessária.
Yagami colocou os braços atrás do pescoço. Olhou para o chão e voltou o rosto novamente para Sora:
- Talvez.. talvez você tenha razão. Eu vou atrás dele - finalizou ao caminhar em direção à porta.
*****
A noite estava fria. Apesar do casaco, minha camiseta ainda estava úmida devido ao refrigerante que Ken derrubou. Sentia o vento gélido passando pela minha pele. Concentrei-me em andar pelas pessoas e não pensar no que acontecera no karaoke. Bom. Essa era a minha intenção:
- YAMAAAATOO!
Não! Não podia ser ele. Que maldição! Por que não me esquece? As vezes, acho-o pior que a Jun.
- YAMAAAATOO! ESPERA-ME!
Apressei o passo. Não ia virar para trás, não ia parar falar com ninguém. No entanto, ele continuava a me perseguir. Dobrei em uma rua qualquer. Ele fez o mesmo. Naquela altura a moita ambulante já estava me alcançando. Restara-me algo que detestava fazer: correr.
Corri. Corri e cortei o máximo de ruas possíveis. O fôlego ia se esvaindo dos meus pulmões. Senti uma mão em meu ombro. Maldito jogador de futebol! Eu estava morrendo por correr algumas quadras e ele parecia normal. Alcançou-me.
Paramos para que eu recuperasse o ar em meus pulmões. Sentei em um banco que estava próximo. Cruzei os braços e silenciei-me. Taichi começou a divagar sobre Sora e como ela sempre o repreende. Como se isso não fosse normal.
- Desculpa - disse de sopetão.
Observei-o com cautela. O que significava aquilo? Não respondi.
- Olha.. eu sei que às vezes sou impulsivo e hoje acabei piorando aquela situação com a Jun. Desculpa.
- Você poderia ter ficado quieto.
- Eu sei.. mas.. às vezes não dá pra evitar - respondeu sorrindo.
- Ela é louca! Com loucos não se discute!
- Ah! Ela estragou nossa reunião! O que você esperava?
- Que você ficasse na sua! Agora aquela maluca vai querer acabar comigo!
- Você tá fazendo drama!
- Eu? Você ouviu o que ela disse?
- Ela não vai fazer nada!
- Taichi se você veio aqui para me falar isso, perdeu seu tempo - finalizei e levantei-me para ir embora. Aquela conversa irritou-me ainda mais.
- Se você está com tanto receio, não precisa se preocupar.
- Do que você está falando?
- Bom. - começou a falar enquanto se levantava - Eu fui o responsável por isso, então.. nada mais justo do que eu não permitir que ela faça algo contra você.
Encarei Taichi com desconfiança. Ele logo entendeu meu olhar, com aquele sorriso de quem está pronto para desafiar qualquer contrargumento e voltou a proferir:
- Eu não disse que nenhuma garota maluca ia se aproximar de ti? Então.. Sou um homem de palavra!
- O que isso significa?
- Você sabe que sempre tenho ótimos planos para essas situações, não é? - sorriu.
Revirei os olhos.
- Não lembro de algum que tenha dado certo...
- Do que você tá falando? Eles sempre dão certo.
Houve qualquer coisa naquela frase que me divertiu. Não no mau sentido, é mas ele realmente não se enxerga às vezes, pois não?
- Olha... acho que essa moita está atrapalhando o desempenho da sua memória!
- Quem é moita aqui? - indagou Taichi com um olhar ameaçador e sanguinário.
- É esse seu ca-be-li-nho...!
- Yamato! Não me provoque!
- Ui! Deu-me até medo agora!
- Seu... Ok. Você não perde por esperar! Mas, agora dá para voltar para a reunião? A Sora vai ficar preocupada e...
E como se nos ouvisse de pronto, ouvi a voz da Sora ao fundo da rua.
- Yamato, Taichi!
Nós os dois olhámos na mesma direcção e eventualmente ela apareceu com um ar ansioso. Mas a expressão dela mudou ao ver Taichi com aquele sorriso idiota e eu, provavelmente, menos zangado do que ela tinha visto antes... bom, não que estivesse mesmo zangado, só um tanto frustrado por meterem o nariz nos meus assuntos. Eu por acaso sou pessoa de dar palpites na vida dos outros? Então...
Mas ela teve aquele dom de me acalmar. Antes que ela abrisse a boca para censurar o “senhor moita”, antecipei-me.
- Tudo bem... - suspirei, e Sora parou ao pé de nós, curiosa - Vou só a casa mudar de roupa, eu volto, ok?
O sorriso de Taichi espandiu-se e Sora sorriu também. Aquela noite ainda podia ter salvação... e bom, eu não tinha que me preocupar com a Motomiya ainda...
Respirei fundo, quando segui caminho, pensando todavia. Aquele concurso ia dar o que falar...
Última edição por Mimi-chan em Dom Mar 11, 2012 7:20 pm, editado 1 vez(es)
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Re: Batalha de Bandas: Um concerto para esquecer!
Humm, o capitulo parece um tanto diferente agora, depois de finalizado. Lendo agora, me parece que a idéia original foi muito bem executada. Gostei, bastante repleto de momentos win, e o Taichi como sempre metendo os pés pelas mãos, kkkkkk. E a Jun como vilã sedenta de vingança é creepy (e hilário ao mesmo tempo :P ). No geral, ficou ótimo! Agora é aguardar pra ver as loucuras que irão acontecer nos próximos capítulos :D .
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Re: Batalha de Bandas: Um concerto para esquecer!
Meu, agora que eu estou a reler o 1º capítulo, acho que ficou MUITO melhor do que parecia, enquanto a gente escrevia!! xDDD E o facto de ler isto passados alguns meses ajuda ao efeito de distância para com o texto! lol!
Aí, temos que escrever o 2º capítulo! \o/ E se correr bem, podemos até postar lá pra finais de Fevereiro. xD
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Re: Batalha de Bandas: Um concerto para esquecer!
WoW! O Taichi é bem sacana... E a Jun é tão aloprada assim?
Gostei muito da história. Nunca tinha visto os escolhidos assim. É vê como eles são na visão dos outros. E a mimi é bem safadinha hem....
Gostei muito da história. Nunca tinha visto os escolhidos assim. É vê como eles são na visão dos outros. E a mimi é bem safadinha hem....
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Re: Batalha de Bandas: Um concerto para esquecer!
Muito bem pessoal, a partir de hoje, esta fanfic comunitária será continuada aqui no fórum. \o/ Leiam as regras do 1º post (q a Mimi vai editar agora mesmo), com as explicações de como isto será feito. =D
Sem mais! Segue aqui o meu trecho!
==================================
Assim que cheguei a casa só conseguia pensar no quão cansado me sentia. Ouvi a porta bater e percebi, com algum espanto, que o meu pai tinha chegado mais cedo. Ainda naquela noite, fui obrigado a ignorar alguns dos telefonemas do Yagami. Motivo? Sinceramente, não tive vontade nenhuma de ouvir mais um daqueles planos besta, que provavelmente só iam piorar as coisas... Mas depois, telefonou a Sora. Como estava com pressa, respondi com uma SMS.
“Estou a fazer o jantar do meu pai. Amanhã começa o concurso e tenho que acordar cedo para os ensaios. Desculpa. - Yamato”
E não era mentira nenhuma... Nós os dois tínhamos combinado ir juntos mais cedo para a escola de manhã, por isso, achei que podia falar com ela logo no dia seguinte.
Mas a manhã seguinte veio, e Sora não apareceu. Esperei por ela quase meia hora, vi o sol subir no céu limpo e dei os bons dias a dois vizinhos meus. Praguejei. Será que ela se tinha esquecido? O celular dela estava desligado, e fui obrigado a seguir caminho sem ela. Não havia nenhuma mensagem no D-Terminal. Respirei fundo. Deduzi que ela estivesse amuada comigo. Será que era por... eu tê-la deixado pendurada?
- Oi, Yamato!! - exclamou uma voz masculina.
No caminho para a escola, olhei para trás. Fui encontrar Yukata, um dos meus colegas da banda dos Teenage Wolves, com uma grande mala pendurada no ombro com a palavra “CASIO” gravada no topo.
- Então, como vai isso? - Ele usava o uniforme da escola, mas não tinha trazido gravata; os olhos castanhos dele sorriam com um ar felicíssimo - Ouvi dizer que ontem à noite tiveste um encontro?
O meu cérebro gelou. A minha cabeça girou para encará-lo fixamente.
- O quê?
Yukata riu, e para minha perplexidade, parecia bem disposto. Talvez fosse a ideia de matar aula para ir ensaiar.
- O Yagami esbarrou comigo ontem à noite, ele disse que tiveste uma aventura com uma das tuas fãs?
Caros leitores, se no final desta narrativa eu me esquecer que matar o Yagami, avisem-me, tá?
- Ah, ele passou-me um recado - continuou o rapaz; eu resmunguei entre dentes, mas fiz o obséquio de desviar o olhar do meu parceiro de banda - Qualquer coisa como a Takenouchi não poder vir; ela tem que ajudar a mãe dela na loja.
- Oh, certo... - pestanejei, e senti-me secretamente apreensivo. Aquilo seria a desculpa dela para não me acompanhar? - Obrigado.
- Oooi! Yukata, Yamato!!
Os dois virámos as cabeças; vi a silhueta de Takashi no meio da estrada. Havia um pesado equipamento da percussão no meio do chão, exactamente a três metros diante dos portões da escola. Ele agitava os braços acima da cabeça para que nós dois o víssemos - não que fosse necessário. O instrumento que ele carregava era enorme!
- Podem ajudar-me a carregar isto?! - ele tinha um ar de um coitado miserável - O maldito do Akira adormeceu e deixou o trabalho todo para mim!!
Eu e Yukata entreolhámo-nos significativamente. A minha banda é composta basicamente por quatro pessoas: eu, Yukata, Takashi e Akira. Este último é o baterista da nossa banda, mas não estranhei quando vi Takashi carregar o instrumentos dele no seu lugar. E como se adivinhasse os meus pensamentos, Yukata começar imediatamente a gozar com ele.
- Deixa adivinhar, perdeste uma aposta com ele, não foi?
Devia ter acertado em cheio, porque Takashi ficou vermelho, e muito indignado.
- Ele trapaceou!!
Yukata começou a rir à gargalhada. Takashi continuou a protestar, irritado.
- E foi culpa dele!! Eu venho de Shibuya para aqui todos os dias de metro!! E ele, que mora aqui ao lado da escola, nem se dignou a ajudar-me! Pode uma coisa destas?!
Yukata mal o ouviu, estava divertidíssimo.
- Onde foi? Naquele salão de arcade do pai dele?
- Não foi nada disso!
- Argh, deixem-se disso! - eu intervim com impaciência; já tínhamos perdido um tempo precioso e ainda tínhamos de ensaiar para a demonstração dessa tarde - Podemos levar isso todos juntos!
- Yamato, Deus te pague!
Yukata ainda se ria.
Aproximei-me para ajudar e equilibrei a minha guitarra-baixo ao ombro; mas... tinha apenas iniciado um gesto para transportar o kit de pratos de metal, quando vi um vulto.
Pisquei os olhos. Nem ouvi o que os meus dois colegas estavam a dizer, porque tudo deixou de ter importância. Para lá do gradeamento da escola, jurei ter visto uma figura feminina com um cabelo selvagem, a olhar para mim. Fiquei petrificado no chão. Só sei que, quando pisquei os olhos novamente, tinha sumido. A rua estava deserta...
- Ei, Yamato! Não fiques aí especado!
...pensei seriamente se não seria paranóia minha. Mas... que absurdo! Tão cedo, àquela hora da manhã!? Tentei procurar em volta, esperei alguns segundos, mas o vulto não voltou a aparecer...
A menos que Yagami Taichi tivesse encarnado o travesti, eu sabia exactamente quem era...
- Onii-chan... o que fazes acordado a esta hora? - uma Hikari ensonada apareceu de pijama no corredor.
Ele já estava vestido. Percorria a casa de um lado para o outro, descalço, com uma toalha pendurada ao pescoço e a escova de dentes na boca. Em vez de responder à pergunta da irmã, atirou-se para cima do sofá e começou a calçar um par de meias brancas. Disse qualquer coisa que soou a:
« Bisde ô beu elódgisuke! »
Hikari piscou os olhos na direcção dele, confusa.
- Desculpa?
Taichi engoliu a pasta de dentes e tirou a escova da boca, com o ar mais natural do mundo.
- Combinei encontrar-me com o Daisuke! - sorriu com ar sabedor.
A escolhida da luz foi abrir a geladeira, mas com aquele ar curioso.
- Havia treino de futebol hoje?
Taichi saltou para o chão e continuou a escovar os dentes energeticamente, correndo agora para o quarto. Ela ouviu-o.
- Isto é mais importante do que o futebol! - ele voltou em segundos, colocando um relógio digital no pulso - Não contem comigo para almoçar, hoje eu como fora, ok?
Ela ficou com um ar de suspeita.
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Muito bem, o próximo, que continue o 2º capítulo! xDDD
Sem mais! Segue aqui o meu trecho!
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Capítulo II
Day 1
Day 1
Assim que cheguei a casa só conseguia pensar no quão cansado me sentia. Ouvi a porta bater e percebi, com algum espanto, que o meu pai tinha chegado mais cedo. Ainda naquela noite, fui obrigado a ignorar alguns dos telefonemas do Yagami. Motivo? Sinceramente, não tive vontade nenhuma de ouvir mais um daqueles planos besta, que provavelmente só iam piorar as coisas... Mas depois, telefonou a Sora. Como estava com pressa, respondi com uma SMS.
“Estou a fazer o jantar do meu pai. Amanhã começa o concurso e tenho que acordar cedo para os ensaios. Desculpa. - Yamato”
E não era mentira nenhuma... Nós os dois tínhamos combinado ir juntos mais cedo para a escola de manhã, por isso, achei que podia falar com ela logo no dia seguinte.
Mas a manhã seguinte veio, e Sora não apareceu. Esperei por ela quase meia hora, vi o sol subir no céu limpo e dei os bons dias a dois vizinhos meus. Praguejei. Será que ela se tinha esquecido? O celular dela estava desligado, e fui obrigado a seguir caminho sem ela. Não havia nenhuma mensagem no D-Terminal. Respirei fundo. Deduzi que ela estivesse amuada comigo. Será que era por... eu tê-la deixado pendurada?
- Oi, Yamato!! - exclamou uma voz masculina.
No caminho para a escola, olhei para trás. Fui encontrar Yukata, um dos meus colegas da banda dos Teenage Wolves, com uma grande mala pendurada no ombro com a palavra “CASIO” gravada no topo.
- Então, como vai isso? - Ele usava o uniforme da escola, mas não tinha trazido gravata; os olhos castanhos dele sorriam com um ar felicíssimo - Ouvi dizer que ontem à noite tiveste um encontro?
O meu cérebro gelou. A minha cabeça girou para encará-lo fixamente.
- O quê?
Yukata riu, e para minha perplexidade, parecia bem disposto. Talvez fosse a ideia de matar aula para ir ensaiar.
- O Yagami esbarrou comigo ontem à noite, ele disse que tiveste uma aventura com uma das tuas fãs?
Caros leitores, se no final desta narrativa eu me esquecer que matar o Yagami, avisem-me, tá?
- Ah, ele passou-me um recado - continuou o rapaz; eu resmunguei entre dentes, mas fiz o obséquio de desviar o olhar do meu parceiro de banda - Qualquer coisa como a Takenouchi não poder vir; ela tem que ajudar a mãe dela na loja.
- Oh, certo... - pestanejei, e senti-me secretamente apreensivo. Aquilo seria a desculpa dela para não me acompanhar? - Obrigado.
- Oooi! Yukata, Yamato!!
Os dois virámos as cabeças; vi a silhueta de Takashi no meio da estrada. Havia um pesado equipamento da percussão no meio do chão, exactamente a três metros diante dos portões da escola. Ele agitava os braços acima da cabeça para que nós dois o víssemos - não que fosse necessário. O instrumento que ele carregava era enorme!
- Podem ajudar-me a carregar isto?! - ele tinha um ar de um coitado miserável - O maldito do Akira adormeceu e deixou o trabalho todo para mim!!
Eu e Yukata entreolhámo-nos significativamente. A minha banda é composta basicamente por quatro pessoas: eu, Yukata, Takashi e Akira. Este último é o baterista da nossa banda, mas não estranhei quando vi Takashi carregar o instrumentos dele no seu lugar. E como se adivinhasse os meus pensamentos, Yukata começar imediatamente a gozar com ele.
- Deixa adivinhar, perdeste uma aposta com ele, não foi?
Devia ter acertado em cheio, porque Takashi ficou vermelho, e muito indignado.
- Ele trapaceou!!
Yukata começou a rir à gargalhada. Takashi continuou a protestar, irritado.
- E foi culpa dele!! Eu venho de Shibuya para aqui todos os dias de metro!! E ele, que mora aqui ao lado da escola, nem se dignou a ajudar-me! Pode uma coisa destas?!
Yukata mal o ouviu, estava divertidíssimo.
- Onde foi? Naquele salão de arcade do pai dele?
- Não foi nada disso!
- Argh, deixem-se disso! - eu intervim com impaciência; já tínhamos perdido um tempo precioso e ainda tínhamos de ensaiar para a demonstração dessa tarde - Podemos levar isso todos juntos!
- Yamato, Deus te pague!
Yukata ainda se ria.
Aproximei-me para ajudar e equilibrei a minha guitarra-baixo ao ombro; mas... tinha apenas iniciado um gesto para transportar o kit de pratos de metal, quando vi um vulto.
Pisquei os olhos. Nem ouvi o que os meus dois colegas estavam a dizer, porque tudo deixou de ter importância. Para lá do gradeamento da escola, jurei ter visto uma figura feminina com um cabelo selvagem, a olhar para mim. Fiquei petrificado no chão. Só sei que, quando pisquei os olhos novamente, tinha sumido. A rua estava deserta...
- Ei, Yamato! Não fiques aí especado!
...pensei seriamente se não seria paranóia minha. Mas... que absurdo! Tão cedo, àquela hora da manhã!? Tentei procurar em volta, esperei alguns segundos, mas o vulto não voltou a aparecer...
A menos que Yagami Taichi tivesse encarnado o travesti, eu sabia exactamente quem era...
***
- Onii-chan... o que fazes acordado a esta hora? - uma Hikari ensonada apareceu de pijama no corredor.
Ele já estava vestido. Percorria a casa de um lado para o outro, descalço, com uma toalha pendurada ao pescoço e a escova de dentes na boca. Em vez de responder à pergunta da irmã, atirou-se para cima do sofá e começou a calçar um par de meias brancas. Disse qualquer coisa que soou a:
« Bisde ô beu elódgisuke! »
Hikari piscou os olhos na direcção dele, confusa.
- Desculpa?
Taichi engoliu a pasta de dentes e tirou a escova da boca, com o ar mais natural do mundo.
- Combinei encontrar-me com o Daisuke! - sorriu com ar sabedor.
A escolhida da luz foi abrir a geladeira, mas com aquele ar curioso.
- Havia treino de futebol hoje?
Taichi saltou para o chão e continuou a escovar os dentes energeticamente, correndo agora para o quarto. Ela ouviu-o.
- Isto é mais importante do que o futebol! - ele voltou em segundos, colocando um relógio digital no pulso - Não contem comigo para almoçar, hoje eu como fora, ok?
Ela ficou com um ar de suspeita.
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Muito bem, o próximo, que continue o 2º capítulo! xDDD
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Re: Batalha de Bandas: Um concerto para esquecer!
Un... queria continuar, até pediram pra que eu continuasse pra isso andar... Okay xD Me perdoem se ficar algo fora da idéia de vocês, qualquer coisa dá um toque que arrumo DDD:
E prefiro dizer que... Como minha praia não é muito o Taichi e o Yamato, prefiro fazer as cenas com o Daisuke e o pessoal .w. Flui mais quando ele tá na área, consigo escrever melhor (uh, gosto de Taito, mas amo shippings com o Dai, tipo Taisuke *SHOT*)
Levou cerca de uns trinta e cinco minutos para que o Yagami chegasse ao local. Ele havia recebido uma mensagem urgente de Daisuke, pedindo-o que se encontrassem no campo de futebol, aquele mesmo onde o seu pupilo enfrentou Ken antes. Taichi olhou para um goggle boy bastante nervoso e sentado na arquibancada, olhando ao redor e com um ar de estar morrendo de medo de ser surpreendido por...
- Daisuke, o que você queria comigo?
- N-NEESAN?! - o jovem Motomiya deu um berro ao ouvir a voz do senpai. Logo depois que o identificou, suspirou aliviado - Taichi-senpai... *phew* É você, não ela...
Taichi franziu o nariz. Não era muito comum ver aquele idiota com medo, aliás, era tão raro ver o Daisuke demonstrando medo que podia sentir o verdadeiro motivo do menino tremer e ter calafrios. E ele continuava a olhar para os lados, como se fosse mesmo paranóico.
- Daisuke, estamos sozinhos - Taichi tentou acalmá-lo, mesmo sabendo que era meio "impossível" - E como que você me confundiu com sua irmã?! - fez-se de tolo, sabendo que tal "neesan?!" era uma pista pro verdadeiro motivo do Dai estar meio "doido"
- Senpai... - Então ele tomou coragem e sussurrou, ainda com receio de algo - A Jun-neesan me pegou. Me colocou contra a parede, literalmente. Me ameaçou de coisas horríveis! De... De...!
- Calma, Daisuke...! - Taichi afastou-o de si e encarou-o sério - Respira fundo, depois fale. Não adianta falar correndo, bem baixinho e ainda por cima com essa voz trêmula!
- O-Ok... - Daisuke fez o que ele pediu. Respirou fundo e começou outra vez, falando de uma forma mais clara - A Jun-neesan me colocou numa errascada. Ela quer que eu a ajude a sabotar a apresentação dos Teenage Wolves. Ela está disposta a arruinar a imagem do Yamato-san e... E ela me ameaçou. Se eu não fizer, estarei morto! Meus pais jamais vão me perdoar se aquilo cair em mãos erradas!!
Tanto drama por parte do Daisuke deixou Taichi mais confuso que antes. Mentalmente o escolhido da Coragem recaptulou o relato: Jun está determinada em estragar o concurso para se vingar do Yamato; Ela ameaçou e forçou o Daisuke unir-se a ela; Daisuke está morrendo de medo da Jun por causa dela ter algo que o faria ter uma briga com os pais... Hein? Como assim a Jun o chantageou?! E com o quê?!
- Ela te chantageou?! É por isso que está assim, tão nervoso?! - E mais uma vez o cabeludo fez-se de besta.
- Senpai... - O Motomiya deu um olhar praticamente morto, como o de um zumbi - Ela achou, enquanto arrumava meu quarto no sábado passado, aquele mesmo que quase cheguei atrasado no treio do time, minha prova de matemática. A tal prova que escondi dos meus pais e disse que não tínhamos recebido ainda. Minha nota foi uma das PIORES - deu ênfase no "piores" - da turma. Quase 95% de erros nela. Se aquilo cair nas mãos dos meus pais... Eu vou ficar sem treino, sem poder sair de casa, sem ramen, sem... SEM...
- Tá, tá! - Taichi tentou outra vez controlar o nervosismo do outro - Fica calmo, entendi o motivo de tanto pânico... - eis que pipoca uma idéia praticamente... genial - Ei, Daisuke... Você sendo aliado dela, pode até dar certo.
- C-COMO?! - berrou Daisuke, num tom indignado - Como que posso ficar CONTRA o Yamato-san?! Nem pensar! Eu me recuso a ajudá-la, nem mesmo que eu pague com minha escravidão por meses até recuperar a nota de matemática!
O Yagami deu um tapa na testa. Claro, o mais novo ali era tão ingênuo (ou talvez fosse aquela paranóia de horas atrás) que não havia entendido sua idéia. Sabendo que se o Daisuke se aliasse à Jun, poderia aproveitar daquilo a favor dele, Yamato e principalmente pro lado que o seu kouhai queria pertencer naquele momento (que era o de seus senpais)
- Se acalma. - pediu pela terceira fez a Dai - Não acredito que não percebeu ainda! Se você fizer aliança com sua irmã, pode acabar favorecendo ao Yamato! Saberemos exatamente o que ela irá aprontar e poderemos evitar antecipadamente.
- E se ela descobrir que estou passando as informações?! - desta vez ele havia entendido a mensagem do mais velho - Sabia que aquela prova está nas mãos dela?! Minha liberdade está em jogo, e se--
- Oras, apenas jogue a culpa em mim para safar tua pele dela e manter seu posto - sorriu, aquele era a melhor jogada possível contra a Jun - Só precisamos desarmá-la por dentro, ou seja...
- Ah! Entendi...! Mas culpá-lo caso ela descubra que algo deu errado vai mesmo funcionar? Ela. é. muito. esperta. - repetiu aquele mesmo tom e olhar de zumbi.
- Fica calmo, desde quando algum plano meu falhou antes? - continuou com aquele sorriso na cara.
Daisuke nem preferiu responder, apenas ficou imaginando o que seria pior: Ser forçado a ajudar sua irmã ou a ser espião de Taichi e sabotar os planos de Jun. Talvez ambas opções fossem pior que a sua nota de matemática...
- Bom, tenho que ir... - falou o kouhai, levantando-se e pegando a mochila - Está quase na hora da aula... Espero que não tenha te atrapalhado, senpai...
- Magina... Até que foi uma boa noticia - aquela resposta o fez receber um olhar enfurecido do caçula - Ahn... Preciso ir para a aula também...
Ambos separaram-se, agora um estava mais encrencado que antes... E o outro meio contente com tal informação dada.
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E prefiro dizer que... Como minha praia não é muito o Taichi e o Yamato, prefiro fazer as cenas com o Daisuke e o pessoal .w. Flui mais quando ele tá na área, consigo escrever melhor (uh, gosto de Taito, mas amo shippings com o Dai, tipo Taisuke *SHOT*)
Levou cerca de uns trinta e cinco minutos para que o Yagami chegasse ao local. Ele havia recebido uma mensagem urgente de Daisuke, pedindo-o que se encontrassem no campo de futebol, aquele mesmo onde o seu pupilo enfrentou Ken antes. Taichi olhou para um goggle boy bastante nervoso e sentado na arquibancada, olhando ao redor e com um ar de estar morrendo de medo de ser surpreendido por...
- Daisuke, o que você queria comigo?
- N-NEESAN?! - o jovem Motomiya deu um berro ao ouvir a voz do senpai. Logo depois que o identificou, suspirou aliviado - Taichi-senpai... *phew* É você, não ela...
Taichi franziu o nariz. Não era muito comum ver aquele idiota com medo, aliás, era tão raro ver o Daisuke demonstrando medo que podia sentir o verdadeiro motivo do menino tremer e ter calafrios. E ele continuava a olhar para os lados, como se fosse mesmo paranóico.
- Daisuke, estamos sozinhos - Taichi tentou acalmá-lo, mesmo sabendo que era meio "impossível" - E como que você me confundiu com sua irmã?! - fez-se de tolo, sabendo que tal "neesan?!" era uma pista pro verdadeiro motivo do Dai estar meio "doido"
- Senpai... - Então ele tomou coragem e sussurrou, ainda com receio de algo - A Jun-neesan me pegou. Me colocou contra a parede, literalmente. Me ameaçou de coisas horríveis! De... De...!
- Calma, Daisuke...! - Taichi afastou-o de si e encarou-o sério - Respira fundo, depois fale. Não adianta falar correndo, bem baixinho e ainda por cima com essa voz trêmula!
- O-Ok... - Daisuke fez o que ele pediu. Respirou fundo e começou outra vez, falando de uma forma mais clara - A Jun-neesan me colocou numa errascada. Ela quer que eu a ajude a sabotar a apresentação dos Teenage Wolves. Ela está disposta a arruinar a imagem do Yamato-san e... E ela me ameaçou. Se eu não fizer, estarei morto! Meus pais jamais vão me perdoar se aquilo cair em mãos erradas!!
Tanto drama por parte do Daisuke deixou Taichi mais confuso que antes. Mentalmente o escolhido da Coragem recaptulou o relato: Jun está determinada em estragar o concurso para se vingar do Yamato; Ela ameaçou e forçou o Daisuke unir-se a ela; Daisuke está morrendo de medo da Jun por causa dela ter algo que o faria ter uma briga com os pais... Hein? Como assim a Jun o chantageou?! E com o quê?!
- Ela te chantageou?! É por isso que está assim, tão nervoso?! - E mais uma vez o cabeludo fez-se de besta.
- Senpai... - O Motomiya deu um olhar praticamente morto, como o de um zumbi - Ela achou, enquanto arrumava meu quarto no sábado passado, aquele mesmo que quase cheguei atrasado no treio do time, minha prova de matemática. A tal prova que escondi dos meus pais e disse que não tínhamos recebido ainda. Minha nota foi uma das PIORES - deu ênfase no "piores" - da turma. Quase 95% de erros nela. Se aquilo cair nas mãos dos meus pais... Eu vou ficar sem treino, sem poder sair de casa, sem ramen, sem... SEM...
- Tá, tá! - Taichi tentou outra vez controlar o nervosismo do outro - Fica calmo, entendi o motivo de tanto pânico... - eis que pipoca uma idéia praticamente... genial - Ei, Daisuke... Você sendo aliado dela, pode até dar certo.
- C-COMO?! - berrou Daisuke, num tom indignado - Como que posso ficar CONTRA o Yamato-san?! Nem pensar! Eu me recuso a ajudá-la, nem mesmo que eu pague com minha escravidão por meses até recuperar a nota de matemática!
O Yagami deu um tapa na testa. Claro, o mais novo ali era tão ingênuo (ou talvez fosse aquela paranóia de horas atrás) que não havia entendido sua idéia. Sabendo que se o Daisuke se aliasse à Jun, poderia aproveitar daquilo a favor dele, Yamato e principalmente pro lado que o seu kouhai queria pertencer naquele momento (que era o de seus senpais)
- Se acalma. - pediu pela terceira fez a Dai - Não acredito que não percebeu ainda! Se você fizer aliança com sua irmã, pode acabar favorecendo ao Yamato! Saberemos exatamente o que ela irá aprontar e poderemos evitar antecipadamente.
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- Bom, tenho que ir... - falou o kouhai, levantando-se e pegando a mochila - Está quase na hora da aula... Espero que não tenha te atrapalhado, senpai...
- Magina... Até que foi uma boa noticia - aquela resposta o fez receber um olhar enfurecido do caçula - Ahn... Preciso ir para a aula também...
Ambos separaram-se, agora um estava mais encrencado que antes... E o outro meio contente com tal informação dada.
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