[Jogo] Digimon Adventure 03: 1º episódio versão DZ

Sim, sejamos ridículos. Enquanto não há nenhuma informação concreta, nossa imaginação pode fluir como quisermos. Podemos misturar tudo, criar um novo cenário, um novo digital world, novos vilões, poderes etc!

O post do Zampari me deu a ideia de fazer uma brincadeira, sabe aquela bem conhecida: complete a história? Neste caso, iremos idealizar o primeiro episódio de Digimon Adventure 03. Vou começar e vocês seguem. Não há regras desde que se use toda a criatividade de forma saudável, hein!

***

Verão. Calor. "Que ladeira imensa!" - pensou o rapaz de cabelos castanhos. Suspirou fundo e foi subindo lentamente a inclinação à frente. Sentia-se um pouco cansado com exercícios físicos desde que deixou o time de futebol por motivos de... bom, ele não gosta de lembrar. Um clima tenso permanecia no ar. Era como se a cidade estivesse sitiada. Nos muros das casas, cartazes políticos indicavam que haveria um grande conflito em breve. Ele tinha um pouco de medo. É difícil admitir que o garoto que possui o brasão da coragem estivesse amedrontado com o mundo a sua volta, mas não podia evitar.

Parou quando chegou ao topo da ladeira e olhou para o céu. A luz do sol fez doer seus olhos, porém isso não o impedia de ver o que estava acima: uma imensa torre. Um feixe de luz. Um grande buraco aberto bem no topo desta. Observou por alguns segundos até que tudo sumiu, menos a torre.

"Estão tentando de novo!" - mumurou para si.

- Yo! Taichi! - Uma voz o chamou. Taichi voltou o rosto de sorriu amigavelmente.

Maria querendo ver o mundo pegar fogo, vai vendo...

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- Taichi!! - a vozinha fina falou.

O garoto, com seus dezessete anos e cabelos que fazer trânsito parar, olhou para todos os lados.

- Ou eu estou a ficar louco ou o Koromon me cham--

Alguma coisa cor de rosa grudou no rosto dele. O cheiro de peixe podre misturado com o bolo que sua irmã queimara semana passada não deixava qualquer outro pensamento além do de se livrar daquilo o quanto antes se não quisesse desmaiar.
E depois de dois minutos tentando o tirar de seu rosto, o gigante chiclete desgrudou sozinho.

- Taichi! Taichi!
- Koromon! - O rapaz disse surpreso.
- Taichi! Bom te ver!
- Digo o mesmo! - o rapaz disse com um sorriso radiante, mas que logo se apagou. - Cara, você não aprende que eu não gosto de beijo?
- O que seria isso?

Taichi lamentou. "E pensar que meu primeiro beijo foi roubado por um Koromon...", refletiu, mas afastou isso com o abraço que deu em Koromon. Fazia quanto tempo, três, quatro anos que não o via mais? Muita coisa acontecera desde aquela batalha contra BelialVamdemon....

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Your turn.

- Deixa pra lá, - ele disse, olhando para o lado. Koromon não entendeu muito bem aquela reação; o digimon pulou para o canto e mirou o parceiro, que agora o olhava com um ar de confuso.

- Taichi? - chamou Koromon.
- Por que você está nessa forma? E como que...

- Perdão, Yagami. Mas houve um pequeno incidente...

Taichi olhou para trás e viu ele, com Wormmon em seu ombro. Ichijouji Ken, quatorze anos. O garoto usava o uniforme da escola de Tamachi e tinha o cabelo preso em um rabo-de-cavalo com uma fita na cor lilás; Ken aproximou-se e desculpou-se em um aceno de cabeça. Taichi não esperava ter a companhia de Koromon, muito menos de Ken... Mas ele apenas acenou com a mão.

- Yo, Ken - disse ele em um sorriso meio forçado. Não que Taichi o evitasse, mas ele não tinha idéia do que conversar com Ken. Se fosse o Daisuke, Miyako ou Takeru...

- C-como eu havia dito - começou Ken -, houve um incidente e Koromon acabou por sair no meu quarto. E ele pediu que eu o trouxesse até você...

- Ah, então foi isso que aconteceu... - Yagami olhou para o digimon rosado - Você saiu do portal? Isso significa que o portal...!

- Sim, - confirmou tanto Koromon quanto Ken.

Os olhos de Taichi pareciam mais vívidos que minutos atrás. Ourvir que o portal para a Digital World estava aberto mais uma vez significa que eles poderiam visitar seus parceiros, e isso também siginificava que eles eram necessários na Digital World mais uma vez.

O escolhido da Coragem levantou em um pulo, e olhou seriamente para Ken, que estranhou aquela atitude. Ken mal o conhecia ainda, e mesmo que tenha passado-se três anos, apenas mantinha contato mais com Yamato e Koushirou do que com Taichi.

- Ken, chame os outros. Precisamos nos encontrar.
- C-Chamar?! - Ken piscou os olhos rapidamente - V-você quer dizer, reunir o meu grupo?!
- Sim, e eu irei chamar Jyou, Mimi, Sora, Yamato e Koushirou. Anda, vai!
- S-sim, Yagami...! - ele saiu correndo, quase tropeçando em seus pés.

- Venham ter a minha casa daqui a uma hora! - Taichi gritou com as mãos à frente da boca, para que Ichijouji pudesse ouvir de longe.

O escolhido da bondade, que descia a lareira algo atrapalhado, acenou lá embaixo como sinal de que o tinha ouvido, antes de se afastar. Taichi companhou-o com o olhar, por segundos demorados, algo preocupado.

- Taichi...? - Koromon piscou os olhos, curioso.

- Anda lá - fez-lhe sinal com a cabeça.

O parceiro saltou-lhe para os braços como uma bola de futebol e Taichi apanhou-o, por força do hábito. Deu meia volta e começou a caminhar em passo apressado, com o amigo transportado no seu colo e o cérebro, todavia, a trabalhar-lhe furiosamente.

Apesar dos músculos doridos das pernas e do suor que lhe colava a camisa às costas, por força daquele calor infernal, sobrepunha-se a adrenalina provocada pelo nervosismo do momento.

Tinha agido por impulsividade e instinto, mas a verdade é que esperava por uma oportunidade daquelas fazia algum tempo desde que Gennai encerrara os portais como medida de prevenção. As chances que tinham de usar os D3s não eram raras, mas eram cada vez mais escassas e preciosas.

- Alguma coisa deve ter mudado.. - balbuciou em voz alta, para ninguém em particular, mas Koromon ouviu-o e anuiu.

- O Gennai disse que os humanos estão a... "forçar" o portal. Não entendi. O que é que isso significa?

Juntos passavam por mais um cartaz de parede, que Taichi faz questão de evitar, afastando-se o mais rápido que pode em direção a casa enquanto procurava o D-Terminal no bolso. Koromon não sabia, mas se tivesse olhado teria visto, em letras garrafais, a frase de campanha eleitoral: «P R O T E J A M O S   A S   N O S S A S   C R I A N Ç A S ! !». Abaixo via-se o desenho de um enorme sinal vermelho de proibição por cima de um vulto preto que parecia-se sinistramente com a silhueta de um Greymon...

Depois das batalhas no mundo digital, todos os países cujo registraram algum "escolhido" que era proveniente de seu espaço foram formalmente convidados para participar da conferência anual que acontecia na ONU.

Aquele mundo tinha um imenso potencial a ser explorado. E o mundo real sabia disso.

- Clamo ele por ser propriedade dos Estados Unidos da América! - um ministro estadunidense clamou, batendo na mesa.
- Jamais! - Revidou o embaixador japonês - Noventa e cinco por cento dos casos aconteceram nas ilhas japonesas e vocês o clamam? INACEITÁVEL!

A guerra de patentes logo se tornou uma espécie de guerra fria, ao ponto de pequenas ofensas acontecerem.

Gennai não conseguia dar mais conta. O problema agora se revertia aos humanos cujo identidade foram preservadas para não serem sequestradas, ou até mesmo mortas.


O mundo estava em perigo.
Mas aquelas crianças corriam um perigo ainda maior.

- Mas que droga, ter que sair no meio da aula assim desse jeito! - reclamava uma silhueta que corria pela calçada, com outras duas atrás e uma ao seu lado - Taichi-senpai não poderia ter escolhido outra hora não?!

- Daisuke, - A sombra de cabelos longos, logo atrás deste, falou - Ken disse que é algo importante! E se foi o próprio Taichi-san...

- Oniichan não iria nos tirar da aula por causa de algo inútil! - disse a outra silhueta feminina, que estava ao lado de Daisuke.

- Ok, ok!! Já entendi! - Daisuke deu um suspiro e apertou o passo - Também sei que Taichi-senpai não iria fazer isso! Vamos, corram mais rápido que suas pernas permitem!

- Daisuke... - A quarta sombra deu um tapa em sua testa, e agarrou seu chapéu.


Alguns metros dali, uma criança de 11 anos saía da escola; este jovem saiu mais do que depressa e foi o primeiro a chegar no prédio onde residia a família Yagami. Hida Iori, o mais jovem do grupo, tinha um cabelo um pouco mais longo e bagunçado, a altura a par de Daisuke; Ele subiu de elevador ao 13º andar, parou imediatamente na porta do apartamento 1306 e tocou a campainha.

A porta abriu-se e o garoto encontrou-se com os olhos da senhora Yagami, cujo o cumprimentou e lhe disse aonde estava Taichi; Iori tirou os sapatos e adentrou na casa, indo em direção ao quarto de Taichi. Lá, encontrou Yamato e Sora, e o próprio Taichi ao telefone.

- Venha o mais rápido que puder! - ouviu Taichi - Leu a mensagem? Ok, a reunião é na minha casa. Vê se consegue tirar o Jyou de cima daqueles livros!

- Com licença? - disse Iori, fazendo com que todos o olhassem. Sora acenou para ele, enquanto Yamato apenas deu um pequeno sorriso. Taichi só o olhou, e em seguida voltou a ligar para alguém.

- O que está havendo...? - Iori adentrou no quarto e sentou-se ao lado de Sora - Ken disse que era urgente na mensagem, e logo depois recebi uma do Taichi-san...

- Parece que o portal se abriu outra vez, - respondeu Sora - E justo nessa hora...

- O portal abriu-se na minha casa, - Ken estava em um canto onde Iori não tinha visão pelo ângulo da porta - Quando voltei para casa, encontrei minha mãe lhes dando um chá com biscoitos.

- O portal? - repetiu Hida - O portal da Digital World abriu-se de novo...?

Ken aniuiu com a cabeça.

- Alô? - eles ouviram Taichi outra vez - Jyou? Deixe esses livros e venha logo para a minha casa! Não, estou falando sério! Deixe esses livros ao menos por algumas horas e VENHA aqui; Já chamei todo o grupo. Mimi está vindo de Nova Iorque, Koushirou está a caminho e os novatos também.

- Novatos... - Iori sabia que aquilo significava ele, Daisuke, Miyako e Ken. Não era uma péssima forma de chamá-los, mas eles agora eram tão "veteranos" quanto Taichi. Ao olhar para o Yagami, ele tinha certeza que Taichi estava tão sério, mais do que já estivera três anos atrás.

Cerca de quinze minutos depois, o toque da campaínha ouvia-se mais uma vez.

- Ara? - na cozinha, a senhora Yagami limpava as mãos molhadas ao seu avental azul quando piscou os olhos na direcção da entrada de sua casa, perplexa.

Quase imediatamente viu o filho sair do quarto apressado mas, ainda assim, fechou a porta atrás de si (conseguia ouvir a Sora-chan e o seu grupo de amigos a conversar, mas quando o filho fechava a porta nunca percebia o que diziam). Não se importava que zelassem pela própria privacidade, geralmente até respeitava isso, mas naquele momento tinha que mostrar-se um pouco zangada, por outros motivos.

- Taichi...! - conseguiu sobressaltá-lo e fazê-lo olhar para si; mas por respeito às visitas optou por aproximar-se dele e censurá-lo em voz baixa para que não a ouvissem - Convidaste quantas pessoas afinal? Não tenho nada de comer; nem farinha para fazer bolo e oferecer um lanche...!

Taichi piscou os olhos para ela, hesitante (tinha roubado da dispensa todos os pacotes de biscoitos para dá-los ao Koromon). Sabia que até a sua mãe, geralmente gentil e calma, devia achar abusivo convidar os seus colegas sem avisá-la. Mas a hospitalidade da casa era a menor das suas prioridades. Sacudiu-se mentalmente. Enquanto tivesse toda a gente ali, ela não diria nada. Tinha que aproveitar-se disso como podia.

- Deixe estar mãe, ninguém está com fome; e a gente vai sair depois - fez o seu melhor sorriso forçado e não se reteve à frente dela. A campaínha tocou novamente e ele apressou-se a deixar a mãe amuada para trás, apesar de sentir pena dela .

Esticou a mão para abrir a porta.

- Koushirou!

Para seu alívio, encontrou um Izumi ofegante do outro lado, de camisa branca e uniforme escolar. Ainda tinha o celular na mão. Mas, tal como esperado, tinha ido de propósito a sua casa só para ir buscar o seu computador portátil e trazê-lo consigo. Fora mais rápido do que previra, e Taichi sentiu-se algo culpado por ter levantado a voz antes.

- Taichi-san! Peço desculpas pelo atraso... - ofegou.

- Koushirou... Como foi? O Gennai disse alguma coisa? - o escolhido da coragem gostava de lhe dar tempo para respirar, mas tinha que ter a certeza. Tinha uma pequena multidão no seu quarto enervada e ansiosa por respostas (evitara perguntas atrás de perguntas; até o Daisuke parecia aborrecido consigo) e passara-se tempo suficiente enquanto esperava para começar a duvidar de si próprio. Além disso, seria difícil explicar o que quer que fosse sem a ajuda do Izumi.

Mesmo que o tivesse imaginado, não deixou de se surpreender quando uma sombra escureceu o semblante do amigo. Koushirou baixou a cabeça e a expressão do seu rosto tornou-se grave.

Ao vê-lo assim de pé e à sua frente, Taichi sentiu um frio na boca do estômago e lembrou-se de como, várias semanas atrás e naquele mesmo lugar, Koushirou tinha ido ter consigo, alarmado. A voz dele, daquela altura, ainda ecoava-lhe na memória...

"Com escolhidos a entrar e sair a toda a hora é difícil saber o que se passa. (...) O Gennai-san não queria. Mas se algum portal se abrir, assim, saberemos que não fomos nós nem ele. É o único jeito.

Por um lado, significava que o seu receio não era doideira sua. Por outro...

- Enviei um email ao Gennai-san há uma hora, tal como pediste - Koushirou respondeu, algo pensativo - Ele confirmou que não abriu portal nenhum. As televisões deviam estar desligadas - franziu o sobrolho e levantou a cabeça, com um olhar penetrante  - É verdade que o Koromon veio sem problemas?

Ao ouvir isto, Taichi fechou os olhos e respirou fundo. Fez uma tentativa de recuperar energias. Em vez de responder (já que lhe explicado que Ken trouxera Koromon, pela mensagem do D-Terminal), desviou-se do caminho para lhe dar passagem. Seria melhor que falassem com calma, todos juntos.

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Tentei dar um rumo e conectar os pontos sem ficar OOC; espero que tenha feito algum sentido. Se não, vai parecer que o Taichi não bate bem da cabeça (LOL). Next~

(Sorry, queria postar, mas queria que mais gente postasse aqui)

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Após se reunirem com os demais no quarto -- apenas faltando Mimi, que deveria estar em um avião durante aquele tempo --, Ken veio com os detalhes do que aconteceu. Ele parecia meio que atrapalhado, pois não pensou que toda a atenção se voltasse para ele. Respirou fundo e começou o relato:

- Estava na escola, quando recebi uma ligação urgente da minha mãe... Ela estava de folga hoje e ouviu algo caindo no meu quarto; Minha mãe abriu a porta para verificar o que aconteceu e então se deparou com Wormmon e Koromon no meio do quarto. Quando voltei para casa, encontrei-os a tomar chá com biscoitos na sala.

Koushirou olhou para os dois digimons; voltou a digitar no notebook e a ouvir os outros a falarem.

- Mas o que aconteceu...? - Perguntou Sora aos digimons - Como vocês vieram para cá? O portal está aberto?? Algum escolhido abriu o portal... Não foi? - ela parecia nervosa quanto a isso, pois temia que algo muito pior.

- Nós encontramos o portal aberto - respondeu Koromon - e foi tudo muito rápido, não consigo me lembrar direito...!

- Não me diga que...--

- Está com todo o jeito, - pensou alto o Izumi - Eles estavam a forçar o portal faz algum tempo... Estive checando a atividade do Digital Gate e sempre havia alguém tentando abrí-lo, mas não era nenhum escolhido.

- Mas com aquela campanha?! O que fazemos?! - Takenouchi levantou-se da cama e olhou para Taichi, numa tentativa de conseguir algum consolo - Nossos parceiros e os digimons...!!

- Tenha calma, - respondeu Taichi - Sora, eu não posso prometer nada, mas nós temos que manter a calma. Se estão querendo invadir a Digital World, Gennai irá dar um jeito. Por enquanto a única coisa que podemos fazer é... - ele olhou para Koushirou - É...

- Não temos como fazer algo agora, - ponderou o escolhido da Sabedoria - temos que esperar por notícias de Gennai. Estou tentando me comunicar com ele nesse instante.

- Nossos parceiros estão lá também - disse Iori - Será que não podemos perguntar a eles como as coisas estão? Se o portal está aberto, ao menos poderíamos tentar algum contato!

- Acho que deveríamos ir até lá! - Daisuke interrompeu-os, com um olhar sério e determinado. Com os punhos fechados, ele olhou para o Yagami - Não é, Taichi-senpai?

Os olhares foram de Daisuke até Taichi, que apenas cruzou os braços, abaixou a cabeça por alguns segundos e em seguida sacudiu-a em resposta. Taichi dissera não e ele soltou um suspiro desanimado.

- Mas... Por quê?!

- Daisuke, eu sei que você quer fazer algo e ajudar, mas às vezes nem sempre pular direto pro ataque é uma boa opção. Tente ser menos impulsivo.

- Anos atrás você seria o primeiro a fazer isso, - ironizou Yamato.

ooOoo

- GENNAI! - uma voz masculina gritou.

Um homem de olhos azuis profundos e cansados se virou e mirou para a voz que chamava seu nome. Deixou de movimentar as mãos e as telas em frente a si sumiram como um sinal de luz.

- Me desculpa por te fazer contrariar as ordens de Atanasoff, Ryo.
- Nah, a velha Ruki pode tolerar essa vez.

"Velha Ruki" era como o senhor do tempo chamava a mãe do digimundo. "Nada muito profissional", pensou Gennai, muito embora não conhecesse a famigerada Ruki do qual ele sempre se gabava.

- Mas diga, do que você precisa? - o garoto emparelhou ao lado do mais velho.
- E por que você acha que eu quebrei os limites do tempo-espaço e encarei ENIAC para te trazer, rapaz?
- Tomar chá e falar de garotas eu tenho certeza que não. - respondeu Ryo, ironico.

Gennai suspirou.

- Olha isso, rapaz. - e estendeu o braço.

Milhares de telas se abriram e iluminaram aquele ambiente escuro, apenas com o fraco brilho dos dados ali. Ryou se esforçou para prestar atenção em todas, mas foi impossível.
Em algumas das telas despontava uma guerra, daquelas que se viam em filmes. Muitos morreram.
Em outras eles presenciavam a guerra muda de homens engravatados. Embora ambos aparecessem muito na tv, as expressões do homem negro e o outro branco de nariz aquilino expressavam o mais puro do ódio, o que deixava os outros homens - e mulheres - amedrontados, com o olhar desolado.
Em outras mostrava o estado que estava a Muralha Zuìhòu Qíxiàn e que como que estavam o estado dos digimons ATLAS, o exército escolhido para defender as brechas da Muralha: derrotados.

Na maior tela de todas mostrou o tráfico de muitas coisas, em especial crianças e digimons, drogas e dados pornográficos, conhecidos nas profundezas da internet, coisa que poucos tinham acesso.

Os olhos azuis e profundos de Ryo assumiram um ar cinza, tristonho, e ao mesmo tempo preocupado.

Em dois lugares diferentes, por pessoas diferentes, com destinos diferentes e com um fato em comum entoaram, com a voz embriagada de medo.

- A barreira está caindo, e não há como parar isso.

- Por isso eu disse, vamos agir! - Daisuke entonou mais uma vez, agora com o tom demosntrando raiva.
- Sossega essa bunda ai, Daisuke. É muito fácil falar, mas você sabe o que fazer pra parar isso? - Taichi calou o mais novo com a pergunta.
- n-Não, eu não sei.... Mas não podemos ficar parados! - bradou Daisuke.
- A ONU tem ordens de prender digiescolhidos para interrogatório sobre o Mundo Digital, todos os dias acontecem tráfico das mais variadas formas, e usam as brechas de Shimekiri das piores formas para conseguir informações privilegiadas, se não como estratégia de guerra, e que, falando em guerra, temos Estados Unidos e Rússia travando a maior ameaça de guerra da história da humanidade fora a queda da economia global e a campanha anti-digimons. A menos que você tenha um plano fodido pra caralho de tão bom, melhor sentar e ver o que a galera acha, e não apenas contar com a sorte que você teve de ser o único que se favoreceu do ataque de BelialVamdemon, Daisuke. - Koushirou disse enquanto digitava, apenas parando para olhar Daisuke nos olhos quando terminou seu discurso.

O clima foi de choque. Não bastasse os problemas que a popularização dos digimons que o erro de Selectia gerou, ouvir Koushirou usar um palavrão chocava.

A situação estava mais do que crítica.

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Muralha Zuihou Qixian/Shimekiri: foi uma tradução bem G-translate para a expressão "Marco Zero".
Erro de Selectia: o code que Gennai criou e que foi danificado quando o digimental de Ken se manifestou e tocou a zona. Basicamente era a rule que determinava quem era escolhido e o resto.

Deu pra sentir que deixei o tom da coisa bem ao meu jeito, mesmo, mas isso expressa o que eu vejo depois da morte de Oikawa. Your turn.

Apesar de que eu acredito que o Daisuke não faria questão de insistir em algo depois da palavra do Taichi... Ok, vamos fingir que ele fez isso.

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- Então... - Miyako decidiu quebrar o silêncio - estamos reunidos para fazermos o quê? Se não vamos à Digital World, pra quê o grupo todo precisa estar dentro deste quarto que não cabe tantas pessoas? Ei, Ken toma cuidado com esse cotovelo aí!

Todos olharam pro Taichi, que olhou pra Koushirou como se procurasse uma solução para o problema atual.

- Bem, o portal está aberto - começou o Yagami - Poderíamos... Poderíamos dar uma olhada na Digital World, não? Talvez o Daisuke tenha razão... - Koushirou pirragueou ao ouvir aquilo, mas Taichi já havia mudado de idéia - Mas não precisa ir todo mundo, talvez uma pessoa só e caso tenha problemas lá, aí vai um pequeno grupo, - eis que todos agora olhavam para o goggle boy, como se estivessem escalando-o para tal missão.

- O... O quê?! - gaguejou um Daisuke surpreso - V-vocês não estão querendo que eu vá fazer isso?!

- Quem deu a idéia foi você - Yamato empurrou-o de leve para frente de Taichi e Koushirou - então é o mais provável que você seja o voluntário para esta terefa.

- M-Mas...!!
- Ok, Daisuke - Taichi puxou-o pelo ombro - obrigado por se oferecer, não vai ser algo tão perigoso ou difícil. Tudo o que você tem de fazer é ir lá na Digital World, encontrar nossos parceiros e ver se está tudo bem. Caso contrário mande uma mensagem e nós iremos te ajudar. Mas acho que não vai ter tanto problema assim, a não ser que o que tenha feito Koromon voltar ao estágio bebê ainda esteja lá, certo? - o Motomiya engoliu a seco, mas não contrariou o seu senpai.

- Mas senpai, eu...

Daisuke pegou o digivice, mesmo protestando. Esperava que V-mon pudesse encontrá-lo o mais rápido que pudesse assim que chegasse na Digital World; com aquela idéia na cabeça, o Motomiya apontou o D-3 para a tela e então uma luz sugou-o; Koushirou e os outros observaram a entrada de um Motomiya Daisuke no mundo digital, porém tudo que podiam ver era só a paisagem exótica e o garoto.

- P-parece que está tudo normal aqui - eles ouviram a voz de Daisuke atráves do Digital Gate - Bem normal... Uh, vou continuar vasculhando, se eu encontrar algo já os aviso pelo D-terminal - e a tela apagou-se.

Depois de tanto tempo indo e vindo pelo portal, Daisuke já estivera acostumado a andar por aquele mundo estranho desde 2002; a máquina de refrigerantes deixara de ser uma coisa bizarra para ele, ou o fato que algumas tinham até Numemons morando dentro delas... Ou vários objetos que não fariam sentido de estarem em uma floresta. Andando por lá, o goggle boy viu alguma coisa peculiar se movendo atrás de alguns arbustos; Daisuke andou silenciosamente até o arbusto e de repente um vulto saiu dele, correndo entre as árvores; o escolhido seguiu-o esperando que fosse Gabumon ou outro de seus parceiros (mas... qual seria o sentido de fugir?), até que perdeu seja lá  o que ou quem era de vista.

- E então? - dizia um Taichi impaciente, checando as mensagens de seu D-terminal - Será que ele está bem?
- Nada ainda - disse um Koushirou aborrecido - e por favor, Taichi-san, o Daisuke-kun tem quatorze anos! Ele já está acostumado com a Digital World.

Voltando-se para a missão, Daisuke sacou o D-terminal do bolso e escreveu "Está tudo calmo aqui, sem problemas... Acho que vi alguém, vou ver quem é." e enviou para o grupo. Continuou a andar pela mata, com o D-3 em mãos e procurando pelo sinal de algum digimon, ou Piyomon ou até mesmo Patamon. Quando estava prestes a mandar um próximo e-mail para os outros, ouviu o som de alguma coisa se aproximando... Passos? E então vozes. Eram vozes humanas? Outro escolhido estava na Digital World?

Um estrondo fez com que o Motomiya se atirasse no chão e escapasse de um projétil, que acertou o tronco de uma árvore; Daisuke arrastou-se pelo chão e pegou o estranho objeto que acertara a árvore, revelando ser uma bala. Como diabos um Escolhido estaria armado?? Isso poderia ferir os digimons! Mas depois de ouvir melhor a vozes (além de se atirar entre os arbustos para esconder-se), o jovem Daisuke descobriu que eram vozes de adultos -- humanos adultos. Pelo linguajar deles, eram ou britânicos ou americanos; Daisuke aproximou-se com cautela até ver uns três homens armados caminhando pela floresta. Tentou ouví-los e acabou quase por soltar uma exclamação, mas conseguiu continuar calado. Enviou uma mensagem para os amigos do outro lado do portal:

"Há homens armados na Digital World! Parecem ser americanos... Sei lá! Eles falam em inglês; estão caçando Digimons para o governo. Avisem os outros!!"

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Sry mas eu queria dar continuação.