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Mensagem por Convidado Qua Mar 28, 2012 4:28 pm

Apenas deu vontade de escrever. Outra oneshot/fic crossover...

Estava meio depressiva ontem e decidi aproveitar isso pra escrever. Talvez fique melhor separada do livro (aka The book of wish) por ser algo meio "diferente".

Base: Xrossover
Tema: --
Classificação: K




Resolvi parar um pouco e refletir. Aconteceu algumas coisas comigo... Coisas que me fizeram feliz. Coisas me deixaram com raiva. Outras que me deixaram angustiado ou triste.

Mas depois daquele tempo todo... De uma rápida interação com eles... Senti que algo faltava em mim. Sentia que não tinha feito absolutamente nada de grandioso.

As pessoas continuavam a me olhar como um garoto normal. Algumas sentiam ódio pela minha existência, outras sorriam e até queriam me abraçar e me consolar... Mas nada. Eu sentia algo diferente percorrendo em meu corpo.

Ora, eu agora deveria sentir felicidade. Orgulho. Acabei me tornando algo importante, certo? Não. Eu não me sentia assim. Sentia que a batalha final tinha sido praticamente... Algo idiota, rápido e fácil. Nem vi direito os tais Lendários Heróis, apenas falei pouco com alguns deles. E só três falaram diretamente comigo.

Eu... Eu não me sentia bem com isso. Sentia que de qualquer forma todos amavam mais ele, o verdadeiro Lendário deste mundo, do que eu. Apenas por ser diferente de mim. Apenas por ter feito atos grandiosos e maiores.

Eu me sentia a sombra de um gigante. A sombra de alguém que depositou sua confiança e uma missão difícil e árdua em minhas costas. Queria que ele estivesse junto comigo naquele momento, ao menos sentiria menos peso na consciência.

- Você está bem...? Tagiru...?
- Ah... Taiki-san... Desculpe. Eu fiquei sentado aqui o tempo todo refletindo... - abaixei a cabeça, tentando esconder meus olhos e esse aperto - Não fiz quase nada no treino de hoje...
- Não precisa esconder se estiver sentindo algo... Pode compartilhar comigo e com o Yuu suas dores e aflições. Não se esqueça que somos um time.

Ele sorriu para mim. O tradicional sorriso de Taiki-san... Que animava qualquer um. Porém...
Comigo não estava a surtir efeitos. "Não se esqueça que somos um time", ele disse. E naquela hora, com o Brave Snatcher e o Arresterdramon...

Eu senti que estava parcialmente sozinho. Não que eu estivesse a sós contra Quartzmon, mas sim um vazio.
Meus amigos tinham sido transformados em dados. Não só eles, meus pais e todos as pessoas do mundo. Isso era horrível para mim, principalmente quando o maléfico digimon disse que se eu o atacasse iria ferir a todos eles. A ferir, machucar, magoar...

Algo ruim que eu queria evitar. Não queria que ninguém se machucasse. A única coisa que eu queria, naquele momento, era salvar a todos. DANE-SE O MEU ESTÚPIDO SONHO, de que adianta querer ser um superstar se você não tiver ninguém ao seu lado?!
E depois daquela batalha, depois de nos separarmos... Eu ainda pensava na entidade lendária que surgiu sem mais nem menos graças ao poder do Clockmon...

- Se algum dia eu pudesse conhecê-los... Se algum dia pudesse compreender o que os fez tão fortes e tão especiais...
- Tagiru? - Yuu olhou para mim lá da quadra. Ele e Taiki-san continuavam a treinar.
- Ah, estou bem. Só um pouco cansativo... - murmurei: ainda...

E observei o céu azul de Shinonome. Não me sentia orgulhoso, por mais que Taiki-san sentisse pelo meu ato de bravura. Por mais que muitos amigos e conhecidos meus sentissem isso. Eu sentia... Nada. Grande? Não fiz nada de grande, foi pura sorte (outra vez e outra vez), pura sorte de Hunter. Mas há quem diga que minha determinação ajudou a mover algumas montanhas e a chegar no "topo". Mesmo assim, ainda sentia estar na sombra de Taiki-san... E de outras cinco pessoas que mal conheci.

- Por que ainda me sinto tão mal pelo que fiz pelos outros...?

Não saía essa pergunta de minha cabeça. A única coisa que pensei foi... Procurar aquele velho relojoeiro e pedir respostas. Não queria perturbar o lendário Kudou Taiki-san. Sentia que ele não merecia ouvir essa minha "chorareira".
Peguei minhas coisas, levantei do banco e segui pela entrada da quadra. Yuu gritou, perguntando aonde ia... Taiki-san apenas ficou a olhar e tenho uma noção de que ele percebeu minha estranha tristeza, mas deixou-me ir ao ouvir minha resposta:

- Já venho. Vou ao fliperama jogar um pouco. Estou meio exausto do treino de hoje - menti, pois nem tinha jogado tanto desde que chegamos à quadra.

Segui pela rua, olhando para as crianças brincando e correndo na calçada. Elas tinham sorrisos reluzentes e cheios de energia. Aquilo animaria qualquer pessoa, mas eu... Eu ainda sentia algo me incomodando. E só queria saber mais, descobrir mais...
Se sou mesmo agora um "lendário", o que me faz me sentir ainda tão "inferior"?! Talvez fosse pelos olhares sérios e frios que recebia de algumas pessoas enquanto andava. O que tinha feito de errado?! Eu apenas... Quis que todos ficassem a salvos.
Apenas quis isso e mais nada.

- Aonde aquele velho está?! - resmunguei um pouco. Minha vontade de encontrá-lo agora era maior do que da primeira vez - Será que no beco do fliperama...?

Apertei o passo, corri até aquele beco e entrei lá. E o que vi? Apenas um canto escuro e tenebroso, que qualquer pessoa em sã consciência não adentraria de jeito algum por ser totalmente fora de questão e perigoso demais. Porém, desesperado por uma resposta... Não tive medo e continuei. Desta vez torci para que a tal loja estivesse lá e que eu pudesse falar com ele.

- Por favor... Por favor, diga que essa loja está neste beco neste exato momento... - implorei bem baixinho, quase não ouvindo direito minha própria frase.

- Então você veio - Eis que uma voz ecoou por ali, vinda do canto direito. Olhei para lá e só vi lentes vermelhas a brilhar para mim - Tive a impressão que você viria me procurar, Tagiru.

E minhas preces foram atendidas. Ele me puxou pelo braço delicadamente e fomos conversar no interior da misteriosa relojoaria.
Foi lá que tudo começou. Toda minha aventura, toda aquela aventura curta. Foi onde me tornei um Digimon Hunter.

- Veio atrás de respostas, certo...? - ele perguntou diretamente para mim, como se pudesse ler minha mente - Desde "aquele dia", percebo que você anda meio diferente do antigo Tagiru. O que aconteceu com aquele garoto que queria ser um superstar e ultrapassar Kudou Taiki?

Veio a pergunta que eu adoraria saber responder. O que estava acontecendo comigo?! Que sensação era essa?!
Não consegui mais segurar e expliquei tudo. Desde os olhares até a forma com que as pessoas agiam ao estar presente em qualquer lugar e em qualquer hora. O velho apenas olhou dentro dos meus olhos, sendo uma espécie de psicólogo para mim...

- E aqueles caras... Aqueles grandiosos... - complementei, de cabeça baixa - Quem são exatamente eles? E por que me senti um pouco intimidado ao lutar ao lado deles...? Na hora podia não parecer, mas não conseguia puxar o Brave Snatcher por não saber se era ou não capaz de fazer aquilo, e também... De estar rodeado (literamente) de verdadeiros heróis...

- Tagiru. Você é um menino de bom coração - ele colocou a mão em meu ombro, levantei a cabeça rapidamente e creio que ele viu algumas lágrimas escorrendo de minha face. Fez uma pausa, somente para entender o motivo de eu estar chorando (eu não compreendia isso também...) - Sim, de bom coração. Assim como eles, você tem esse poder selado em seu corpo. O mesmo que Kudou Taiki. Por isso o Brave Snatcher aceitou seu poder. Se não fosse digno, a luz que representaria o poder de Taiki não se acenderia.

Por um momento refleti sobre aquilo. Sim, meu poder foi aceito. Não era lendário, apenas um simples garoto caçador de digimons da Digi-Quartz. Fui aceito pelo Brave Snatcher, e de alguma forma os Lendários também tinham me aceitado... Mas não tinha certeza mesmo disso. O que me faltava era conhecê-los algum dia.

- Esse seu sentimento é por causa de suas atitudes antes do objetivo final - ele continuou - Algumas pessoas podem interpretar errado suas ações de agora devido ao seu excesso de entusiasmo. Mas aos poucos elas irão perceber o que fez por elas no final.

- Foi pura sorte. - deixei escapar aquela frase - Pura. Sorte.
- Não penso que foi apenas sorte ou milagre - contrariou, com um brilho estranho em seus óculos.
- Como não?! - e eu insisti - Algumas pessoas olham para mim e dizem que eu não sei o que é perder!

- A Digi-Quartz não é exatamente como a Digital World, Tagiru. Quando algum dia você conhecê-la de perto, verá que foi apenas algo fácil - outro brilho estranho soou daqueles óculos - Digo isso por experiência própria.

Fiquei meio espantado. Digital World... Já tinha ouvido falar. Então... Algum dia iria conhecê-la?
Não compreendi bem. Só sei que depois disso, o Clockmon começou a fazer alguma coisa. Tentei entender o que era, mas só depois percebi... Surgiu naquela sala cinco silhuetas. Aqueles cinco haviam sido invocados de novo... Mas para quê agora?!

- Vou deixar vocês seis a sós... - falou o velho, mancando um pouco e dirigindo-se para uma outra porta daquela loja - Contem a ele o que lhes fez tornarem-se lendários... O jovem Tagiru precisa do apoio dos veteranos. - virou-se para o quinteto - Afinal, ele também pertence ao grupo agora - e ao finalizar a frase, apontou a bengala de madeira para mim. Logo em seguida retirou-se.

Cinco pares de olhos focaram-se em mim. Isto é, se não contarmos os digimons. O mais estranho é que Gumdramon estava já na loja e só o percebi naquele momento. Será que tinha ido atrás de respostas também?

- Então, nos encontramos de novo - disse o garoto de camisa azul com uma estrela em cada ombro - Tagiru.
- C-Como você sabe meu nome? - perguntei a ele, piscando meus olhos rapidamente. Estava diante deles outra vez.
- Não somos surdos - respondeu outro, que usava as mesmas goggles daquele primeiro - Nós ouvimos o Taiki...
- Eu nem me apresentei direito naquela vez... E-eu sou Akashi Tagiru...! - gaguejei. Estava nervoso, muito até.

- Tenha calma... Aliás não entendi bem essa reunião repentina...
- Não ouviu o velho, Daisuke? - o primeiro olhou para o segundo - Viemos para falar com ele.
- Ah... mas podiam ao menos avisar - e este suspirou, meio amuado - Essas viagens dimensionais do nada não são boas.

- Mas nós temos que fazer alguma coisa, certo? - uma terceira, vinda de um menino de goggles amarelas, olhou para eles. Depois direcionou seus olhos para mim - Tagiru... O que te atormentas?

- Não precisa ter medo que ninguém morde aqui - falou uma quarta, que usava boné e goggles - exceto o Masaru, ele não gosta muito de ficar parado, esperando...

- Oi. Um homem de verdade não abandona os outros. - e o tal citado encarou o quarto - Se ele está com algum problema, nós devemos ajudá-lo.

- Calma - o tal Daisuke interferiu - Não é assim que de inicia uma conversa, de acordo com o Iori - ele posicionou-se mais a frente, sorriu para mim e olhou diretamente para as goggles que o Taiki-san me deu - Até que somos parecidos... - comentou.

- Uh...? - fiquei com uma cara de criança ingênua. Os outros ficaram em silêncio, me encarando.
- Goggles. - Daisuke apontou para as dele, depois para as da primeira figura - Taichi-san as deu para mim. Só que este Taichi-san é de outro tempo.
- Ah. Goggles... - repeti feito um retardado. Eu não sabia MESMO o que dizer a eles! - Então ele se chama Taichi e você...?
- Motomiya Daisuke, sou o kouhai do Yagami Taichi - apontou com o polegar para o seu senpai, que acenou fazendo gracinha. Realmente esses dois eram muito carismáticos e amigáveis. Foram estes dois que haviam me dado forças e incentivo para puxar o Brave Snatch e também para lutar contra Quartzmon.

- Ah... Prazer em conhecê-los... - Ainda falava feito um idiota. Não fazia idéia de como deveria me comportar.
- Meu nome é Takato. Matsuda Takato - apresentou-se a terceira - sou um Digimon Tamer. Parceiro de Guilmon - e mostrou ao seu lado um digimon dragão vermelho quase da altura dele.
- Ah é! - voltou a falar o Daisuke - meu parceiro é o V-mon... Só que ele tá na forma infantil agora, Chibimon - E nem tinha percebido que havia uma bolinha azulada (um dragão bebê) em seu ombro direito.
- E o meu é este cara aqui - Taichi apontou e logo depois abraçou um dino laranja - Agumon.

O mais alto dos cinco também tinha um dino laranja, só que maior. E estes olharam para mim, com um ar sério. Mas depois vi um sorriso companheiro deles.

- Banchou King, Daimon Masaru. - bateu o punho na palma da outra mão.
- Eu sou o parceiro do Aniki, Agumon.

É, estava certo quando deduzi que era outro Agumon.

- Eu sou Gumdramon - e meu parceiro finalmente falou alguma coisa. Estranhei aquele baixinho ficar calado por tanto tempo naquela sala - Sou conhecido como a criança selvagem da Digital World!

- Menos, Gumdramon... - pedi a ele - E você...? - falei com aquele de boné, que não tinha nenhum digimon por perto. Oras, o parceiro dele ficou em sua dimensão?

- Kanbara Takuya - sorriu, como todos os demais. É, todos estavam sendo simpáticos comigo - Ah, eu não tenho parceiro digimon... Eu luto usando o poder dos Spirits of Fire.

- Bom... Todos nós já fomos apresentados - intrometeu-se Taichi - Agora vem a nossa pergunta, que todos aqui querem saber: Qual o problema, Tagiru?
- Não tenha medo de se abrir conosco - ressaltou Takato - Somos todos parceiros, acho que é isso que o Daisuke diz...
- Yosh. - afirmou este - Você não está só sozinho Tagiru. Se tiver algo te incomodando...
- Diga logo - e os outros dois restantes falaram em coro, complementando a frase de Daisuke.

Não sabia como explicar a eles. Só sei que não tinha noção de como aquela súbita reunião me fez piorar um pouco. Era como se eu estivesse em um julgamento, sendo encarado por cinco juízes. Seis, pois Taiki-san logo apareceu atrás de mim, colocando a mão em meu ombro e dando um senhor susto em mim. Ah, e Shoutmon Ou-sama também apareceu em seguida, a julgar pelo som da bengala no piso... Acho que o velho havia chamado-os para a reunião também.

- Tagiru? - Taiki-san olhou-me - Por favor, conte o que aconteceu.
- Taiki-san... - suspirei. Dei uma olhada em todos ali, ao invés de sentir confortável... Ainda sentia uma agonia e que era um nada comparado a eles - Eu...

- Eu me sinto horrível - E eis que meu parceiro atropela minha frase e começa a desabafar - Sinto que não fiz praticamente nada para merecer este "título". Tagiru e eu não fizemos nada de grande, nada que nos tornasse tão orgulhosos de nossos feitos. Somos apenas... Digimon Hunters.

E ele tirou as palavras da minha boca. Era isso que sentia: Não sou lendário, sou apenas um garoto comum que caça digimons. Enquanto eles... Escolhidos, Tamers, Guerreiros... Generais. E eu era o quê? Apenas um Hunter no meio de gente importante.

- E quem disse que derrotar Quartzmon não é algo grande? - contestou Shoutmon. Sim, o Digimon King contestando seu pupilo.
- Ou-sama, aquilo não foi nada. Qualquer um poderia usar o Brave Snatcher. Seria o Ryouma e Astamon, isto é... Se o Astamon não fosse uma farsa.
- Está se inferiorizando agora?! - e ele piscou os olhos rapidamente, perplexo - Onde estava aquele Gumdramon que vivia se gabando de ser o nº 1?!
- Acordou para a realidade. - E meu querido amiguinho roxo abaixou a cabeça, tristonho. Eu sentia o mesmo que ele, então compreendia aquela frase.

- Tá, e o que tem de mais em ser ou não "lendário"? - daqueles cinco, o que havia comentado sobre as goggles se manifestou - De novo presencio essa mesma pergunta. O que isso me faz? Mais poderoso? Mais inteligente?

- Obvio que você não é inteligente - riu o Takuya, e em seguida recebeu um olhar de reprovação do outro.

- Tagiru - ignorou-o e voltou-se direto para mim - Não importa se é ou não, o que importa é ser você mesmo. Dane-se o que os outros pensam de você! No começo todos também me consideravam um idiota. Ninguém me dava ouvidos. Ninguém parecia confiar em mim. Mas no final... Minha voz chegou até a eles. Finalmente consegui me conectar a eles. Depois disso, percebi que foi graças a minha persistência em querer ser reconhecido pelo grupo e querer que eles me aceitassem do jeito que eu sou que me fez prosseguir e trilhar meu próprio caminho.

- Ele quis dizer que não importa o seu "título" - simplificou Takato - O que importa é o que ou quem você é.

Confesso que aquele turbilhão de palavras e a frase resumida me fizeram melhorar um pouco.

- Tirou as palavras da minha boca - comentou Taichi, a olhar para Daisuke. E este voltou a se calar. Acho que estava pensando no que dizer... Tive essa impressão.

- Obrigado, Taichi-san e Takato - sorriu de volta para eles, e encarou Takuya seriamente depois - E a você também, Kanbara.

- Ah, calminha Daisuke! - Takuya começou a falar - Foi uma brincadeira! Mas de fato você está certo. - E em seguida olhou para mim - Não somos tão diferentes de você. Somos humanos... Nós temos nossas qualidades e defeitos. Esse papo de "lendário" é só uma coisa daquele aquele velho ali. A única diferença que temos é que somos de dimensões distintas. Com exceção de você e Taiki... E o Taichi e Daisuke, que são do mesmo mundo só que de tempos diferentes.

- E você se transforma em digimon. - completou um coro de quatro vozes humanas e quatro vozes digimons. Taiki-san e eu ficamos calados, e nossos parceiros também.

- Ah... Mas isso é só um detalhezinho! - tentou se explicar - E o Takato que se funde com o Guilmon?!
- Ei! I-Isso é... Diferente...‼

- E o Masaru nem precisa usar Spirit Evolution - continuou - o cara já sai batendo na maior coragem nos inimigos!
- Heh. Obrigado - agradeceu-o Masaru.

- Senpai..... Você já bateu em algum digimon? - perguntou o curioso kouhai de Taichi ao próprio.
- B-Bem... - gaguejou um pouco. A conversa havia mudado de assunto?

- Não desviem do assunto - gritou o mais alto de todos nós. Sim, o Banchou King - Não viemos aqui pra fazer reunião pra trocar figurinhas. Aquele velho barbudo do Relógio-mon pediu para apoiá-lo. - fixou seus olhos nos meus - Pare de choramingar, Tagiru. Só isso não te levará a lugar algum.

- Yamato iria dizer "deixa chorar. Chorar faz bem" - comentou o primeiro dos goggle boys - Mas ficar só chorando não adianta. Sacode a poeira e coragem. Você já mostrou sua bravura naquele dia. Ainda não entendo o que te fez ficar tão incomodado assim.

- Você queria me superar e conseguiu - Taiki-san colocou a mão de novo no meu ombro - E eu fiquei orgulhoso de sua atitude naquele dia.

- Não consegui nada - cismei com ele. Melhor, com eles -Ainda sinto que falta algo em mim... Foi tudo sorte, muita sorte. O velho disse que a Digi-Quartz não é nada comparada à Digital World.

- Eeeeeeeeeeeeeee...? - o engraçadinho foi justo o que tava entre Taichi e Takato. Logo levou um tapão do Yagami na cara.
- T-Taichi-senpai!!
- Ei, não viemos pra fazer gracinha!
- Ah... Mas a Digital World corria um perigo não tão perigoso assim na minha época. Por isso o "eeeeeeeeeeeeee?".
- Daisuke. Você é um idiota - disse Masaru, fuzilando-o com o olhar. E Takuya acenou com a cabeça, concordando.

- Não estive o tempo inteiro na Digital World também - afirmou Takato - Foi apenas por um tempo, e por um bom motivo. Mas tivemos nossos problemas. Várias coisas trágicas aconteceram. Mas tivemos bons momentos.

- Só fui para a Digital World algumas vezes - então Masaru fez seu depoimento - Até o dia em que decidi ir morar lá com o Agumon.
- Você foi morar na Digital World?! - um coro de quatro vozes preencheu a sala outra vez.
- Ué? E não podia? Meu pai tinha retornado e meus pais nem se importaram. De vez em quando dou umas visitadas na familia.

- Wow, então eu posso fazer o mesmo - sorriu Daisuke, olhando pra Chibimon - Posso morar lá, ir à escola todos os dias e depois dela me divertir a beça explorando-a e até batendo bola com os digimons. Aqueles punimons foram tão gentis comigo, e aprendem rápido!

- Cara. Eu queria poder fazer isso - Taichi, Takato e Takuya encararam os outros dois.
- Hein? Por quê? - perguntei, com uma dúvida. Eles não pareciam muito contentes.

- Passei maior parte da minha aventura na Digital World - responderam os outros dois. Takato não, ele ficou em silêncio desta vez.

- Eu fui sugado por uma onda em pleno acampamento de verão - explicou o Yagami - Aprendi a sobreviver naquilo em conjunto dos meus companheiros por dias... ou meses! E quando eu voltei pra casa por meros minutos... Todos haviam se separado. Aí fui juntando todo mundo e no final me elegeram como líder só por essa causa. E minha primeira ação como líder do bando foi...

Todos olharam diretamente para ele, interessados no restante do relato. Os olhos de Daisuke pareciam brilhar de emoção e orgulho do garoto um pouco mais baixo que ele.

- ... Mandar o Koushirou resolver aquele enigma no castelo de Vamdemon. Não sou tão bom naquilo e foi por ter gostado da carta do Agumon que conseguimos abrir o portal para casa.
- Ah... - suspirou o Agumon dele - Aquela carta... E o pessoal pensando que foi uma escolha sábia.
- Ela era bonitinha! Parecida contigo!

Ok... Todos capotaram com aquilo. Menos Daisuke, que ficou ainda "babando" em cima do seu senpai.

- Essa foi a escolha mais sábia, senpai! Você realmente é o melhor!
- Hehe, obrigado.

- Oi. Oi. - acenou o quarto goggle boy - Eu não fui sugado. Na verdade... Recebi um convite por celular. Tava interessado em saber o que era aquilo e aceitei. Fui parar num terminal de trens secreta cheia de Trailmons... Emberquei em um deles, conheci outros jovens e ficamos amigos. Como tinha um garotinho mais novo, o Tomoki, que nos contou ter sido empurrado por outros meninos, fiquei cuidando dele como se fosse o meu irmão mais novo... Ficamos amigos, ele me chamava, e me chama ainda, de "Takuya-niichan". Tinha também um cara que ficava sozinho, o Kouji, que logo depois se uniu a nós... Ah, foi divertido enquanto durou. Tenho saudades do Bokomon e do Neemon, aqueles dois eram tão hilários... Ah, também tinha uma garota chamada Izumi que já tinha morado na Itália e era muito valente, e o Junpei que era um cara muito engraçado e companheiro e o Kouichi que...

Ele ficou falando, enquanto três se afastaram e foram falar comigo pessoalmente. Por coincidência...

- Tagiru, isso não importa. O que importa mesmo é o que você é. Se teve ou não sorte, todos nós tivemos alguma vez. - o primeiro estendeu a mão para mim.

- Sorte... Tive muitas vezes, mas o que importa é que não esteja sozinho. E você não estava sozinho naquela luta contra o Quartzmon. Nós estávamos lá, dentro do Brave Snatcher... Não sei como que entramos pra dentro daquilo, mas nós estávamos com você naquele momento. E o Taiki também, porém em suas goggles. - e o segundo estendeu a mão também.

- Tagiru... - Taiki-san falou seriamente desta vez - Se houver algo te incomodando ainda, nos diga. Nos avise. Somos um grupo... E sempre que precisar, você pode contar conosco. Eu não irei dar as costas à você nunca. - sorriu outra vez. Desta vez aquele mágico sorriso dele conseguiu me confortar.

- Hottokenai! - gritaram os outros dois, rindo no final. Parece que eles aprenderam rápido sobre o bordão do Taiki... Ou foi por ele ter dito agora pouco.

Os digimons deles se reuniram junto de Gumdramon e também o consolaram. Agora sentia que nós dois estávamos em um grupo. Talvez meu medo de ficar sozinho e de ser excluído agora por ter conquistado uma das minhas metas (a de superar Taiki-san, a quem venero e admiro desde muito tempo) tenha me deixado desanimado. Medo dos olhares das pessoas, que pensam num Tagiru esnobe e arrogante por ter alcançado o sonho de ser um superstar. Mas a verdade é que eu continuava o mesmo e nunca havia mudado.
Ainda sou aquele idiota que não consegue controlar seus impulsos, que bufa quando está bravo ou empolgado... Ou o idiota que sempre bate com a cara na placa da cesta de basquete...

- Arigatou... Minna.

Sorri para eles. E para os outros, que logo se agruparam atrás de Daisuke e Taichi. Agora sim, estava feliz de ter conhecido-os.
De ter ouvido um pouco de suas histórias, de ter ouvido seus conselhos e consolos...

E de ter sido aceito ao grupo. Agora sim pensava ser digno de pertencer ao grupo dos lendários heróis...
Ao lado deles. E ao lado de Taiki-san.


Última edição por Daisuke Kaizaa em Qua Mar 28, 2012 5:14 pm, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Omega MagnaDuxV Qua Mar 28, 2012 5:00 pm

Incrível. Sério, incrível. Não acreditaria que o Tagiru amadurecesse tão rápido a começar a analisar a posição dele nas caçadas tão logo, mas se ele o fizesse... e depois tivesse a chance de conversar com os outros heróis... consigo imaginar perfeitamente as suas palavras na minha cabeça, e não sera difícil de acreditar que essa conversa seria desse jeito.
Sem mais palavras pra descrever essa história... just, amazing, my friend.
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Mensagem por Rayana Qua Mar 28, 2012 6:31 pm

Aaah, IF ONLY!!

É muita pena que o anime não tenha tido nem metade do desenvolvimento desta fanfic - e eu gostei bastante dela! Tanto pelo POV do Tagiru como pela reacção dos leaders. À medida que eles iam contando as histórias, passou a sensação de que eles também não eram ninguém assim tão especial, eles apenas foram eles mesmos. xDD Acho que foi isso que de certo modo animou o "narrador-personagem".

Como personagem, não imagino o Tagiru como do tipo que fica depressivo sem razão, mas neste caso acho que encaixou.

No geral, gostei!!
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Mensagem por Hikari no Hana Qui Mar 29, 2012 8:31 am

É... em algumas páginas você fez o que a Toei não conseguiu em mais de 20 episódios. Desenvolver um personagem, o que custa não?

Ficou muito bonitinha... e eu imaginava um encontro dos "All Stars" bem assim! Parabéns ^^
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Mensagem por Henry Aric Qui Mar 29, 2012 9:22 am

Eu preciso falar que fiquei emocionado quando li? Eu até falei para Nina, que eu estava lendo e tive que parar porque escorreu uma lagrima dos meus olhos e tinhas varias pessoas onde eu estava lendo... Ia pegar mal começar a chorar ali, né?

Mas li o resto, meu... Como a Hikari no Hana falou: Você fez em um texto o que a TOEI não conseguiu fazer em 25 episódios!! Um texto simples, contudo, foda. =D

Parabéns. =)
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Mensagem por Jyunirii Qui Mar 29, 2012 9:34 am

Levei um susto, porque pra quem ta acostumado a ler fanfics comicas vindas da Nina, esta foi um baque daqueles. Tive a sensacao de que este Tagiru existia no anime, mas a Toei nem fez o esforco de mostrar.

Ni, eu gostei. Deu a sensacao que eu tava lendo o Tamers 1984 sem muita acao, mas bem construido. Eu so vi um ou dois errinhos na gramatica, nada que afete o texto.
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Mensagem por Convidado Qui Mar 29, 2012 10:20 pm

Comentários dos comentários no spoiler abaixo.
Spoiler:

Enquanto eu tava aqui morrendo de tédio e desenhando MAIS UM RYOUMA.......... Fiquei com vontade de escrever de novo.
E vocês sabem. Uma caixa de texto aberta e vontade de escrever. Moar. *aproveitando que o tópico é focado nesse tema...*




Base: Xrossover, Digimon Hunters (epílogo)
Tema: --
Classificação: K




Passei algum tempo calado e pensativo. Tudo tinha voltado ao normal... Para os outros.
E quanto a mim... Apenas sentia um aperto no peito.

Desde que acabou as caçadas, fiquei meio receioso para ir falar com uma pessoa peculiar. Alguém que eu admirava tanto. Alguém que eu ainda admiro desde que presenciei aquela batalha final: Kudou Taiki-san.

Porém o que eu fiz, o que dizem que não foi minha culpa e sim que estava sendo manipulado feito uma marionete, ainda me perseguia por dias e noites. A mesma cena. Aquele dia em que traí a todos e feri justo o meu ídolo.
Queria esquecer disso, mas não conseguia. Mesmo que estivesse sendo controlado, eu tive bons momentos com ele.

Desde que eu o conheci. Desde que parei na Digi-Quartz acidentalmente.

"Que lugar é esse?! Onde estou?!"

Lembranças daquele dia vinham como um flashback em preto e branco. Um estranho monstro surgiu atrás de mim e tentou me matar. Fiquei assustado e corri o máximo que pude, porém a tal criatura aproximou mais e mais. Estaria morto se não fosse por um vulto a atacá-lo ao longe, com uma arma de fogo.
Para escapar dos tiros, mergulhei no chão assim que ouvi o som dos disparos. Virei meu corpo para o lado e do alto de um daqueles prédios em ruínas, musgo e dados digitais, estava ele. Aquele que...

"Você está bem?"
"E-estou... Obrigado...?"
"O que um humano como você está fazendo na Digi-Quartz?"
"Digi-Quartz?!"


... Se tornaria meu parceiro.

Nos apresentamos. Percebi um olhar determinado e poderoso vindo dele. Aquele digimon, cujo se chamava Astamon, correspondeu ao meu sentimento. Aquele sentimento de querer ser que nem o Taiki-san. Mas naquela vez, eu creio que ele não era exatamente o Quartzmon. Sentia que aquele digimon era mesmo real. O verdadeiro Astamon.

Naquele dia, aconteceu algo. Ele sabia de alguma coisa e, como de alguma forma nos tornamos amigos ao longo de muita conversa, resolveu me contar:

- A Digi-Quartz é um lugar muito misterioso para mim ainda. Não sei como vim parar aqui. Só sei que me sinto observado. Que as paredes possuem olhos. Que todo esse lugar esteja nos monitorando a cada passo.

- Você... Você acha que este lugar tem vida própria?! - arregalei meus olhos, e continuei escutando-o.

- Não tenho certeza. E acho melhor sair daqui logo. Há outros digimons por aqui. Dê um jeito de ir embora - e ele olhou-me com uma expressão séria no rosto.

Não pensava que isso significava que ele não queria mais saber de mim. Foi mais com o intuito de me proteger dos perigos daquele ambiente misterioso. Astamon e eu tínhamos alguma coisa em comum. Só não consegui descobrir...

Pois foi logo depois de me afastar dele que ouvi alguma explosão ao algo similar a isso. Não fazia a idéia de onde tinha vindo tal som, só sei que algo mandou voltar e ir ver se meu amigo estava bem. Só que... Depois daquilo. Acho que não estava mais conversando com aquele Astamon. Mas sim com o verdadeiro inimigo dos meus futuros companheiros, e de outras pessoas que se juntariam a este "jogo".

- Astamon?! Aconteceu algo?! Ouvi uma explosão! - berrei ao longe, respirando ofegante. Aproximei mais dele. Acho que não devia. Talvez não devia ter feito isso.

- Ryouma... Não se preocupe. Alguns digimons tentaram me acertar despercebido e eu os espantei - ele sorriu para mim, um sorriso diferente daquele que vi muitas horas atrás enquanto trocávamos histórias.

- Ah... Estou aliviado. - sorri de volta, chegando mais perto dele. Resolvi que não iria abandoná-lo mais. Mesmo sem meu Xros Loader (ainda), eu já havia me declarado parceiro de Astamon. E ele fez o mesmo.

Ficamos andando horas e horas. Até que paramos para descansar. Então surgiu aquele misterioso idoso. Astamon não gostou muito de tê-lo visto, mas naquela época não entendia bem isso. O velho disse "Time Shift" e logo eu estava de volta ao mundo real.
Acredito eu que estava meio... estranho. O senhor de idade respondeu algumas perguntas que eu fiz. Típicas que qualquer um faria (e acho que muitos hunters fizeram a mesma coisa que eu fiz)

Então ele me levou para o interior daquela loja estranha. Lá dentro selei o que faria a partir daquele momento:

- Sim. Eu estou ciente da minha resposta. Estou ciente dos riscos.

Ele deixou o Xros Loader em cima da mesa. Meus pensamentos estavam focados no Taiki-san e no meu objetivo: Querer me tornar melhor que ele. Ao tocar no Xros Loder... Ele ficou verde. O relojoeiro encarou-me, mas nada disse. Peguei o Xros Loader da mesa, agradeci e saí. Voltei para buscar Astamon e começarmos a realização do meu desejo profundo.

Trilhando nosso caminho, conheci Airu e Ren. No começo não pensei em querer aliados, apenas pensava em superar Taiki-san junto de Astamon. Queria ter os mais poderosos digimons da Digi-Quartz. Porém as habilidades deles me chamaram a atenção, e a de Astamon também.
Fizemos uma aliança e nos tornamos amigos e companheiros. Ren não gostava muito de Airu e vice-versa. Então eu servia como um mediador do que um falava ao outro. Fui considerado o líder de nosso pequeno grupo. Três hunters que se uniram por objetivos distintos.

Admito que Airu era uma chata de princípio. E o Ren muito mal-humorado... Mas nós superamos esses defeitos. E era divertido caçar ao lado deles e de seus parceiros: Dracmon e Opossumon.

Foram bons momentos juntos. Caçamos digimons raros, fofos e poderosos. Compartilhamos várias experiências e histórias também.
Porém um lado da minha mente se focava em algo que não estava nos meus planos. Creio que era a parte sendo manipulada discretamente.

Fiz atrocidades com os meus digimons às escuras. Ren e Airu nem tinham noção disso. Nem eu entendia direito. Ficava confuso se o que fazia era certo... Agora vejo que fiz algo terrível aos pobres monstros que capturei não só em batalhas, mas também por eles terem visto o meu esforço e querer se aliar a mim.

- Astamon... Você acha que isso é certo...?
- Ah. Isso te deixará forte, Ryouma. Confie em mim.

E confiei nele. Mesmo sem saber que era apenas um bonequinho em suas mãos. O verdadeiro Astamon estava em algum lugar dentro daquele falso. Se eu soubesse que nós dois estávamos condenados a isso... Procuraria pelo senhor da relojoaria mais cedo, quando você ainda estava comigo e não tinha sido absorvido pelo Quartzmon.

E em muitas çadadas. Fui me tornando forte. Deixava alguns digimons em meu Xros Loader... Sacrificava outros. Meu grupo esbarrou com um garoto chamado Akashi Tagiru em uma de nossas perseguições. Olhei para ele e vi goggles na cabeça. Então Taki-san tinha outro fã? Não era de se esperar do grandioso lendário Kudou Taiki.

Ah. E eu saber dos lendários... Graças ao Quartzmon-Astamon. O que mais me agonizava agora, neste exato momento em que lembro foi aquele dia em que finalmente ocorreu o erro mais grave que cometi desde que me uni a estas caçadas

- Nós contamos com você, Ryouma. - ele disse. Aquele quem eu mais admirava... Contava comigo.
- Ryouma? - e ele estranhou meu silêncio. Desejaria que Taiki-san não tivesse baixado a guarda naquela hora.

- Ter isto aqui aqui é algo problemático para mim, Taiki-san. E ter vocês seis juntos aqui é ainda mais problemático.

Meu erro. Aquela cena repetia-se de novo. Eu ataquei Kudou Taiki com o Brave Snatcher. usei a força dos seis lendários contra um deles. Diante de todos. E algo no fundo em mim gritava de ódio pelo que tinha feito. Não era bem eu quem havia ferido Taiki-san.

- EI, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!
- Vocês ainda não perceberam? Eu sou aliado do Quartzmon.

- IMPERDOÁVEL‼ VOCÊ FERIU O TAIKI-SAN‼
- E O OU-SAMA!


- Não entendo... O que eu fiz...?

- VOCÊ NOS TRAIU! NÃO SE FAÇA DE BESTA!

- ... Eu...?

Foi ele. Quartzmon.
Ele quem atacou Taiki-san. Fui usado como um boneco naquela hora. E depois... Depois não conseguia mais compreender.
Meu parceiro, meu amigo. Ele não era o Astamon que tinha conhecido. Era Quartzmon. Tudo veio como um flash em minha cabeça.

Assim como estes que vieram agora. E um lado meu queria avançar contra aquele impostor e vingar meus digimons, meus amigos, Taiki-san, os lendários e principalmente o Astamon.

- Ryoumaaaaaaaaaaaaaaa, você está sentado nessa janela faz horas. Não acha que deveria parar de pensar no que te aconteceu e seguir em frente?!

Depois meses se passaram. Descobri uma coincidência... Airu morava do outro lado da minha rua. Ren algumas quadras de lá. Mas nunca os tinha visto antes, pois estudei alguns anos no exterior. Na Inglaterra, onde meu pai mora. Voltei ao Japão ano passado, decidindo viver com minha mãe. Foi nas férias de verão que houve aquela batalha, se não me engano...

- RYOUMA. FALE COMIGO! OU SE ESQUECEU DE MIM?! OIIIIIIIIIII, TERRA PARA RYOUMA, TERRA PARA RYOUMA!

Digimons. Kudou Taiki-san... Digimon Hunter... Digi-Quartz...

- NÃO ME FAÇA IR ATÉ AÍ E TE ATIRAR UMA PEDRA NA CARA!

Me distraía em lembraças boas e ruins. E a Airu na janela da outra casa, gritando e acabando com a paz da vizinhança.
Até que acordei daquele transe. Aquela "adorável" companheira e seus gritos iriam quebrá-lo logo.

- Airu. Você não acha que deveria usar o telefone? - ri no final de minha frase. Ela me olhou com uma cara de tonta.
- Pra quê telefone? - ela respondeu - Estava tão concentrado que duvido que ouviria ele tocar.
- Que seja... - suspirei. Ainda estava melancólico quanto ao problema nº 1.

Saí da janela. E ela também, já que passou alguns minutos e ouvi baterem na porta. E lá estava a srta. Suzaki com aquele sorriso fofo e roupas rosadas. Encarei-a sem ânimo algum. Digamos que Airu e Ren sabiam dos meus aflitos só de olharem para minha face. E também da estranha mania que eu tinha de algumas vezes evitar contato visual com Taiki-san.

- Eu não estava gritando na janela à toa, seu idiota! - ela balbuciou, chateada comigo - Acabei de receber uma ligação do meu subordina-- Digo, do Yuu. Tagiru quer falar contigo, em particular.

Comigo? Em particular? Não sei se deveria ir depois de todo o caos que causei. E se eu encontrar o Taiki-san pelo caminho? Será que terei coragem de...

- Não demora, Ryouma! - Ela interrompia até meus pensamentos. Airu puxou-me pelo braço e quase que me arrasta descalço. Ainda bem que ela ao menos esperou que eu colocasse meus sapatos para que continuasse a me puxar pelo pulso até o tal local em que Yuu tinha dito a ela.

Era... O parque perto do prédio onde ficava a suíte residencial da família Amano. Enquanto era puxado, pensei ter visto o Ren atirado no sofá da casa dele, jogando no videogame. Tenho uma noção de que ele me viu sendo arrastado pela nossa amiga. Deve ter rido e achado que ela me fez de seu subordinado.

"Ryouma? Você é bonitinho."

Droga de lembrança. Por que lembrei justo do que ela me disse quando nos conhecemos?!

- Calma que o Taiki-san disse estar ocupado e só vai vir depois.
- T-Taiki-san?! - arregalei os olhos. estava um pouco nervoso.
- Deixa de ser medroso. Todos já te perdoaram, por mais que você não tenha feito nada de errado.
- Nada de errado... - murmurei - Airu. Você...
- RYOUMA. CHEGA. O drama passou, Quartzmon já era, todos estão bem e fim de história. Tagiru quer conversar contigo. Ele também está preocupado. Você vive desaparecendo quando o Taiki-san aparece...

Eles ainda não entenderam quanta vergonha sentia de mim por tudo aquilo. Podiam me perdoar, mas eu não conseguia esquecer e apagar aquelas cenas da minha cabeça. E eu não me achava mais digno de falar com o Taiki-san.
Perdi minha honra. Perdi minha dignidade.

- Se você não parar de agir feito uma criancinha chorona eu juro que pego seu Xros Loader e enfio na sua cabeça pra ver se consigo fazê-lo super evoluir! - E ela me ameaçando piorava cada vez mais minha situação.

Alguns minutos depois chegamos ao tal parque. Lá estava o Tagiru, Yuu... Não sei se havia mais alguém lá. Meus olhos só captaram aqueles dois. Airu continuou me puxando até eles e só me soltou quando estava a dois passos dos dois hunters da Xros Heart. Logo me soltou e puxou o loiro pelo pulso. Pobre Yuu, agora ele quem seria puxado e arrastado por ela.

- Ryouma... Aconteceu alguma coisa? - Tagiru perguntou a mim, com uma expressão séria e preocupada - Por favor, abra-se comigo.

Não conseguia dizer. As palavras ficavam presas em minha garganta. Como explicar a ele que me sentia desonrado pelo que ajudei Quartzmon fazer?! E quanto ao Taiki-san?!
E agora... Queria fugir dele também. As goggles do meu ídolo residiam agora na cabeça de seu pupilo. Por mais que você negue, Tagiru, agora é alguém mais poderoso que eu. E um lendário herói também.

- Se você não disser nada, vai continuar te magoando mais e mais - ele insistia - Coloque para fora. Quero apenas te ajudar, não se sinta mal.
- Tagiru... - desviei o olhar, fitei o chão - Desculpe, mas eu não consigo fazer isso.

- Oi... Não faz assim. - colocou a mão no meu ombro, fazendo com que eu me voltasse a ele - Sabe que pode contar comigo e com os outros. Somos amigos, não somos? Tudo já passou. As caçadas, o Quartzmon... Sei que você odeia lembrar dessas coisas, mas se não encará-las de frente, não vai conseguir vencer esse seu trauma - e ele sorriu para mim.

Estava tão certo que parei um pouco para pensar. Como venço meus traumas causados por aquilo? Só os conseguiria se... Encarasse-os de frente? O Tagiru de antes era praticamente um idiota que aparentava só se preocupar com Digimon Hunting e em superar Kudou Taiki.
Mas depois de algum tempo, fui conhecendo o Tagiru de verdade. Ele fazia aquilo para proteger os outros também. Confesso que segui algumas vezes a Xros Heart e vi suas atuações. Aquele "idiota" capturou digimons algumas vezes por querer salvar alguém ou para que estes não continuassem causando confusões.

- E então? Vai ficar que nem eu e choramingar pelo passado? Sabe o que um deles me disse?

"Um deles"?!

- "Pare de choramingar, só isso não te levará a lugar algum". E outro completou:

"Outro"?! Aconteceu alguma coisa esse tempo todo que...!

- "Ficar só chorando não adianta. Sacode a poeira e coragem"... Acho que foi assim.
- É. Foi isso que eu disse.

Uma terceira voz, não sendo a de Yuu nem de Airu, surgiu de trás daquelas árvores. Olhei atentamente para lá e vi algumas sombras se moverem por ali. Ouvi um "Você não devia ter interrompido a conversa dele" vindo de outra voz. Tagiru suspirou e fez um sinal de "podem sair agora" e todos saíram.

Estava a ser vigiado. Antes quem fazia isso era eu e o "Astamon". Controlávamos os movimentos deles desde que soubemos pelo senhor da relojoaria que havia recrutado reforços. Então aqueles quem eu os monitorava... Agora eram quem estavam me observando.

- Taichi-san, você não devia ter dito nada - resmungou um garoto pouco mais alto que o citado.
- Ah, foi um deslize meu, pessoal! - e este tentou se desculpar - E algum de nós logo iria fazer isso.

- Só se fosse o Daisuke...
- Takuya!
- Haha, não deu pra resistir...


Diante dos Lendários outra vez. É, eu estava olhando para as cinco lendas. Me senti meio angustiado comigo mesmo. Ainda pensava naquele dia. E de como perdi a coragem para ir me desculpar com o Taiki-san depois de tudo ter voltado ao normal. E também nunca tive a chance de me desculpar por ter traído a confiança de todos.

- Ryouma, né? - falou o mais alto de todos - Não adianta ficar se escondendo nos erros. Um homem de verdade os encara de frente.
- Masaru realmente possui a melhor filosofia de vida daqui - elogiou aquele segundo goggle boy.
- Você ficou fan dele agora é? - cutucou o primeiro goggle boy.
- Mas sua filosofia de vida também me inspira, senpai!

Não entendo... Por que ele os reuniu aqui...? Não, a minha pergunta é... Como ele os reuniu aqui?!
Até perguntaria, mas nem isso conseguiria. Como havia me desonrado daquele jeito... Eu...

- Não me diga que nós somos tão assustadores assim...!
- Ah, senpai. Você não assustador. Bom, sempre quis saber como que você consegue ter esse cabelo tão gran--

- Ei, sem gracinhas, por favor! - pirragueou um garoto de goggles amarelas - Sem faltar com o respeito. Não viemos aqui a convite do Tagiru?
- Ah... Já não bastava o velho nos tirar do conforto pela segunda vez. - resmungou outro, de boné e goggles.
- Mas o Ryouma não estava estranho? - contestou o segundo - Foi isso que ouvi o Tagiru dizer depois da nossa conversa!

Então o velho relojoeiro os trouxe aqui para conversar com o Tagiru...? Não entendi bem do que eles estavam falando.
Só sei que eles continuaram falando entre si.

- *ahem* Pessoal - Tagiru interrompeu-os - Seria melhor se vocês se... Apresentassem a ele... Eu acho.
- Tagiru... - me esforcei para falar, ainda sentindo um nervosismo - Asta-- Quartzmon havia falado deles antes.
- Já os conhecia?

Acenei positivamente com a cabeça. Fui apontando para cada um e dizendo respectivamente seus nomes:

- Yagami Taichi, Motomiya Daisuke, Matsuda Takato, Kanbara Takuya, Daimon Masaru.

- Puxa, ele é bom - riu Taichi, que comentou isto com Daisuke.
- Será que ele sabe minha idade e o meu futuro? - devolveu este.
- Ele vai ler as estrelas - Masaru estralou o punho, posicionando-se atrás deles.

- Sem briga! Sem briga! - e o Tagiru interferiu mais uma vez - Ryouma também sofreu com aquilo. Ele parece ainda estar magoado consigo mesmo... Todos nós, inclusive o Taiki-san, já dissemos a ele que está tudo bem e a culpa não foi dele.

- Ouch... Sinto que já assisti esse filme antes. - comentou o Motomiya.
- Já? - perguntaram os outros.
- "Por que eu tinha de me tornar o Digimon Kaiser?! Por quê?!" - imitou alguém, suponho - Aí ele ficou nessa conversa e... Dei um tapa na cara dele.
- Wow - exclamararam os outros. Eu fiquei calado, apenas ouvindo-os.

- Um homem de verdade fala com os punhos.
- Ah, não soquei ele pois não queria nocauteá-lo. Queria falar e se ele tivesse desmaiado ia gastar meu tempo.
- Ué, eu socava o Yamato quase todo o tempo - comentou o primeiro goggle boy - E ele me socava de volta.
- Eu brigava muito com o Kouji também! Agora não tou lembrando se soquei a cara dele - e depois foi o Takuya.

- Pelo visto vocês adoram socar os amigos... - comentou Takato.
- Claro. - disseram os quatro - Socar a cara do outro amigo é um cumprimento.
- Vocês estão brincando... Não é?
- Não - negou Masaru - Eu já cheguei dando um soco na cara do Thoma.

Outra vez voltaram a conversar entre si e eu fiquei de lado. Nem me importava com isso, não merecia mesmo ter a atenção deles. Tentei escapar, mas uma mão segurou o meu pulso quando tentei correr. Segui esta mão com meus olhos, subindo o braço e até chegar na cabeça.

E um calafrio bateu em meu corpo. Ele estava olhando para mim, com um ar de preocupado. Mal conseguia dizer nada, só sei que por dentro parecia chorar e me remoer de culpa. Ter feito aquilo me fez perder a coragem de olhar diretamente em seu rosto.

- Ryouma?

A voz dele era tão forte que todos ali voltaram-se para nós. Os risos e piadas, comentários e histórias pararam imediatamente.
Apenas olhavam para ele... E para mim.

- T-Taiki-san... - gaguejei, ainda sem coragem alguma para dialogar com ele.
- O que foi? - perguntou, ainda me segurando para que não fugisse - Quase não te vejo...
- Eu... Eu... - "Eu perdi a coragem, Taiki-san", era isso que queria dizer e não conseguia.

- Ei, Ryouma. - chamou Taichi - Está tudo bem, não precisa ficar com vergonha. Aquilo tudo já passou a ninguém aqui guardou ressentimentos de você.
- Não foi sua culpa - reforçou Daisuke - Não me faça aplicar o mesmo que apliquei no Ichijouji.
- Nah, deixa que eu bato nele se for preciso - pediu Masaru. Espera, eles estão falando em bater em mim?!

- Fala logo, Ryouma - bufou o Tagiru, literalmente - Anda, desabafe conosco. Nós estamos aqui para de ajudar.

Abaixei a cabeça, percebi que comecei a chorar. Segundos depois, Taiki-san me puxou pelo braço delicadamente e me envolveu em um abraço. Tenho a certeza que ele sabe o que eu sentia, a raiva que tinha do que fiz para todos eles. Por ter traído-os justo quando eles e o resto do pessoal contavam comigo.

- Daijoubu. - falou ele, consolando-me - Ryouma, você precisa esquecer o que aconteceu e se perdoar. Não foi sua culpa. Está tudo bem. Não te odeio, nem os outros aqui. Pois sabemos que foi apenas uma vítima do Quartzmon, então não fique se remoendo nessas mágoas. Esquece isso e siga adiante. Tagiru também esteve sentindo-se ruim por aquilo.

Soltei-me de seus braços, olhei para Tagiru. Como ele poderia estar se sentindo ruim... Se ele quem salvou o mundo e a todos nós?
Nunca tinha o visto desanimado. Apenas naquela luta. Ele compreendeu que meu olhar expressava um "Como assim?!" e logo explicou:

- Estava sentindo medo de ser rejeitado pelos demais só por ter me tornado um superstar. Que as pessoas pensassem que me tornaria arrogante e orgulhoso demais... Mas graças a eles e ao Taiki-san, percebi que isso era só um receio bobo meu. Ninguém aqui é mais forte ou melhor que ninguém. Somos todos humanos, tendo nossos defeitos e qualidades. E nenhum de nós irá abandonar nossos parceiros, seja humanos ou digimons.

- Até que ele aprende rápido, não é?
- Shh. Daisuke, deixa o Tagiru falar.
- Foi mal, senpai!


- Então, se estiver afim de desabafar conosco... - Tagiru estendeu a mão para mim, sorrindo de novo - Não tenha vergonha ou medo. Nós iremos ajudar e apoiar quando precisar.

Talvez ter me envolvido com Digi-Quartz, Quartzmon, Digimon Hunting... Com isso tudo... Tenha me levado à grandes amigos.
Como o Tagiru, a Airu, Ren... Taiki-san. E aos lendários também.

- Obrigado... - agradeci a eles, de coração - E me perdoem pelo que causei, e por ter traído a confiança de vocês... - reverenciei umas três a cinco vezes, forcei a fazer isso... Ainda faltava coragem.

- Não adianta nós te perdoarmos se você não se perdoar também - direcionou-se o lendário Daimon Masaru.
- Está se sentindo melhor? - perguntou outro lendário, Takato.
- Acho que sim... - respondi, com um pequeno sorriso. Um pouco das minhas dores havia desaparecido.
- Que bom, agora vê se não vai ficar se questionando sobre isso ok? - encarou-me o lendário Daisuke - Aquilo já passou, e não foi sua culpa.

- Agora está sendo duro demais - brincou Taichi - Tá parecendo minha mãe.
- Ei! S-senpai!
- Mama Daisuke? - riu Takuya, e os outros também. E eu até ri também.
- Ah, galera! Ok... Mas a "mama" devia ser o Masaru.
- O que?! - ambos encararam-se - "Mama"?!

- Masaru tá mais pra pai.
- Mama Daisuke e Papa Masaru.
- Ei! Não me ponham com ele!
- E nem eu com ele!


Aquela reunião toda terminou daquele jeito. Todos rindo e felizes. Mas ainda sentia que algo me faltava.
Ah. Saudade dele.

- PESSOAL. ATENÇÃO!

E todos viraram-se para Shoutmon, que apareceu correndo de um canto. Ele parecia um pouco pasmo. Teria acontecido algo?!
E o grupo de lendários perguntou em coro o que tinha acontecido, e eu apenas fiz esta pergunta mentalmente. Logo em seguida veio Yuu e Airu, seguido de Ren e respectivamente todos os digimons lendários e os nossos parceiros.

- Encontramos um Digitama. - contou Gumdramon - E... E enquanto cuidávamos deste digitama misterioso... Ele começou a rachar.
- Pensamos que poderia ser o Quartzmon e isso não seria nada bom, dame dame... - completou Damemon.
- Só que o ovo... - continuou a explicar Opossumon - Rachou.
- E este pequenino começou a chamar por alguém - terminou o rei dos digimons.

Todos nós olhamos para o que estava nas mãos de Shoutmon. Um pequeno ser avermelhado e mole como uma gelatina, três chifres, um par de olhos e uma pequena boca.

Nossos olhos se encontraram. E então, ouvi uma digimelody.

"Ryouma...!"

Meus olhos arregalaram, comecei a chorar subitamente. Voltaram sua atenção em mim e em como reagia ao olhar para aquele digimon bebê.

- Astamon...?! - gaguejei, abrindo aos poucos um sorriso. O pequenino também começou a chorar...
- Ryoma...?!

- Huh?! É o Astamon...?! - fizeram um coro de vozes. O bebê saltou das mãos de Shoutmon e foi parar em meus braços.

- Astamon! Eu... Eu...
- Ryouma!

Talvez fosse isso que me faltava. Ter meu parceiro de volta.
Agora estava completo. Havia me desculpado com todos, e tinha também o Astamon outra vez.


Última edição por Daisuke Kaizaa em Qui Mar 29, 2012 11:04 pm, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Omega MagnaDuxV Qui Mar 29, 2012 10:37 pm

Pelo amor de Deus, para de escrever... esses epílogos mexem com a gente, sabia? Haha, Nina, perfeito. Você está fazendo um trabalho incrível ao "consertar" o que deu de errado no Hunters. Olha... a one-shot do Tagiru e esta... incríveis, incríveis, incríveis. Como eu queria que no final tivesse sido assim...
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Mensagem por Henry Aric Sex Mar 30, 2012 7:15 am

THIS!!!! ISSO SIM É UM FINAL DIGNO!!! UM FINAL DE HONRA!!! De novo, me emocionei com a cena do Taiki abraçando o Ryouma, a atmosfera pesada, de culpa, ficou muito, mas muito dramático.

Só achei o fim meio corrido e aleatório, a parte do Digitama. Não que esteja ruim, mas... Ficou descontextualizado.

Fora isso, gostei, me emocionei e me encantei. =) Agora... PARA DE ESCREVER PORRA, ESSA COISAS MEXEM COM A GENTE!!!!!! XDDDDDDD
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Mensagem por Hikari no Hana Sex Mar 30, 2012 8:47 am

Omega MagnaDuxV escreveu:Pelo amor de Deus, para de escrever... esses epílogos mexem com a gente, sabia? Haha, Nina, perfeito. Você está fazendo um trabalho incrível ao "consertar" o que deu de errado no Hunters. Olha... a one-shot do Tagiru e esta... incríveis, incríveis, incríveis. Como eu queria que no final tivesse sido assim...

Campanha Nina para escrever os epílogos da Toei. Ela tá salvando Hunters com finais dignos de Digimon, ELA MERECE!

Se eu já tinha gostado do trabalho com o Tagiru, de como ele finalmente teve uma guinada emocional e começou a se tornar interessante... a do Ryouma superou! Eu adoro "vilões", sobretudo se este é alguém de personalidade... hum, não diria fraca, mas com certeza suscetível. Eles são ótimos pra trabalhar.

E olha aí uma coisa que não tinha parado pra pensar: Tagiru "está" (BEM ENTRE ASPAS) para Daisuke assim como Ryouma "está" para o Ken. Pena que de segunda categoria (no canon, porque na fic eles estão à altura).

Masaru Chuck Norris, socos neles, por favor, é muita emice junta -Q

Parabéns, parabéns e parabéns!
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