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Digimon Truth
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Re: Digimon Truth
meu filho! so ha duas maneiras de uma historia acabar: ou o principal morre, ou ela casa-se com o cavalo... a angel nao casou com cavalo nenhum... quanto ao dante... ano pode ter morrido, ELE E FODAO DEMAIS T.T eu gosto dele ç.ç
essa fic tem um PDL de... *quebra scouter* INCALCULAVEL! LOL eu ja tinha opinado sobre ela mas ja agora... as lutas com os cavaleiros reais foram muito fodas, especialmente a do andrew que foi mt boss ao dar mais uma oportunidade ao dante mesmo depois de ele ter perdido! e dificil escolher uma parte favorita mas diria que talvez tenha sido essa! *.*
manda vir o proximo, tipo, logo! \o/
essa fic tem um PDL de... *quebra scouter* INCALCULAVEL! LOL eu ja tinha opinado sobre ela mas ja agora... as lutas com os cavaleiros reais foram muito fodas, especialmente a do andrew que foi mt boss ao dar mais uma oportunidade ao dante mesmo depois de ele ter perdido! e dificil escolher uma parte favorita mas diria que talvez tenha sido essa! *.*
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dmem4e- Child (Seichouki)
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Re: Digimon Truth
Aqui eu posso comentar! HÁ! #likeaboss
Bom muito embora ache que esta fic já deve ter mais de ... ... 7.000 capítulos (~le troll) vou comentar o primeiro pois acabei de começar a ler.
A princípio realmente achei que fosse uma história parecida com a Digimon Fate do Leonardo Polli que li há um tempão atrás, mas o enredo acabou se mostrando bem diferente conforme avançava na leitura. Como sempre você joga muito bem com o humor em determinados pontos, deixando a narrativa mais leve, mas eu acho que o maior ponto a ser melhorado é a descrição. Vejo você repetir muitos adjetivos, as vezes até para sujeitos diferentes, o que acaba deixando o texto um pouco confuso, dois dragões, com duas enormes asas, enfim, você entendeu.
Achei interessante a proposta dos Digimons ligados aos tamers pelo "espírito". Me lembrou algo como a coleção Fronteiras do Universo, conhece? O primeiro livro é a Bússula de Ouro, e lá toda pessoa tem um animal que é ligado a ela mais ou menos dessa mesma maneira. É bem legal. Vamos ver como você vai trabalhar isso mais pra frente.
Confesso que fiquei surpreso com esse pulo enorme na relação do Dante com a Angel nos últimos parágrafos, até achei que foi um pouco.. rápido demais o.o'
Mas vamos lá, são as raras as histórias que começam perfeitas e pelas indicações do pessoal posso imaginar que só tem a melhorar. Quando ler os outros eu comento! ;D
EDIT:
Gostei de ver!
O segundo chap melhorou bastante mesmo, como o pessoal apontou nos comentários! Por mais que a linha de acontecimentos ainda seja muito previsível, a ação foi muito bem narrada e ficou bem daora. Maldito Draco apelão dos infernos, ele é quase Dragon UAHEUAHEU Quando tiver tempo continuo a ler!
Eu fui pegando os errinhos gramaticais e alguns outros trechos aqui aí te mando uma PM depois pra vc dar uma olhada. =)
@admin/mmod : Se fosse um EDIT eu teria colocado EDIT e não outro post. Fiz posts diferentes pois eram comentários diferentes sobre capítulos diferentes, não era flood pra vc unir os posts #fikdik
Bom muito embora ache que esta fic já deve ter mais de ... ... 7.000 capítulos (~le troll) vou comentar o primeiro pois acabei de começar a ler.
A princípio realmente achei que fosse uma história parecida com a Digimon Fate do Leonardo Polli que li há um tempão atrás, mas o enredo acabou se mostrando bem diferente conforme avançava na leitura. Como sempre você joga muito bem com o humor em determinados pontos, deixando a narrativa mais leve, mas eu acho que o maior ponto a ser melhorado é a descrição. Vejo você repetir muitos adjetivos, as vezes até para sujeitos diferentes, o que acaba deixando o texto um pouco confuso, dois dragões, com duas enormes asas, enfim, você entendeu.
Achei interessante a proposta dos Digimons ligados aos tamers pelo "espírito". Me lembrou algo como a coleção Fronteiras do Universo, conhece? O primeiro livro é a Bússula de Ouro, e lá toda pessoa tem um animal que é ligado a ela mais ou menos dessa mesma maneira. É bem legal. Vamos ver como você vai trabalhar isso mais pra frente.
Confesso que fiquei surpreso com esse pulo enorme na relação do Dante com a Angel nos últimos parágrafos, até achei que foi um pouco.. rápido demais o.o'
Mas vamos lá, são as raras as histórias que começam perfeitas e pelas indicações do pessoal posso imaginar que só tem a melhorar. Quando ler os outros eu comento! ;D
EDIT:
Gostei de ver!
O segundo chap melhorou bastante mesmo, como o pessoal apontou nos comentários! Por mais que a linha de acontecimentos ainda seja muito previsível, a ação foi muito bem narrada e ficou bem daora. Maldito Draco apelão dos infernos, ele é quase Dragon UAHEUAHEU Quando tiver tempo continuo a ler!
Eu fui pegando os errinhos gramaticais e alguns outros trechos aqui aí te mando uma PM depois pra vc dar uma olhada. =)
@admin/mmod : Se fosse um EDIT eu teria colocado EDIT e não outro post. Fiz posts diferentes pois eram comentários diferentes sobre capítulos diferentes, não era flood pra vc unir os posts #fikdik
Última edição por Kiba em Qua Dez 28, 2011 9:36 am, editado 1 vez(es)
Re: Digimon Truth
Não vou responder aos comentários por que tipo assim, estou morrendo de preguiça. Mas agradeço a paciência de todos que estão esperando por esse capítulo desde o ano passado xD
Aí vai /o/
Capítulo 6 – For all the wrong reasons
Angel permaneceu parada, ajoelhada sobre o sangue de Dante que se misturava a água e a lama. O tempo parecia passar em câmera lenta enquanto o chão sumia ao redor da garota e ela caia para sempre num abismo infinito.
Os homens de preto estavam falando algo, matraqueando. Angel não podia distinguir as palavras, mas a voz deles a irritava. Eles pareciam distantes, como se estivessem a quilômetros de distância. Ela não conseguia mais ouvir os gritos de dor de Draco, sendo espancado por dois outros digimons. Já não sentia mais a chuva batendo no seu rosto.
Os braços da garota cruzados sobre os próprios ombros, como se ela tentasse segurar os últimos pedaços de si que não haviam sido destruídos. Tudo, tudo que os dois juntos haviam vivido escapava por entre os dedos dela. As lágrimas queriam brotar, mas ela tentava se segurar e impedir que a sua mente entrasse em colapso.
De repente um sentimento quente percorreu todo seu corpo. Como uma descarga de adrenalina que deixou todo seu corpo mole, mas ela sentiu algo mais ali. Uma presença, uma voz, o sussurro do demônio trazendo a tentação aos seus ouvidos. Os homens de preto já não podiam ser ouvidos. Ela se sentia sozinha no vazio com aquele monstro que fechava suas garras ao redor de sua sanidade. Ela tentou resistir, mas fraquejou. Tentou fugir, mas a besta era mais rápida que ela.
Não, ela não queria fugir... ela não queria resistir. Angel então se entregou ao monstro dentro dela, sem se importar com as consequências. Não foi um duelo mental, foi quase uma constatação. Ela só queria acabar com aquilo.
A garota parecia estar desmoronando sobre si mesma. Os dois homens se aproximaram calmamente, rindo da situação. Os dois digimons haviam soltado Draco, que se transformou no pequeno Dracomon e caiu desmaiado no chão, agora rondavam como feras assassinas querendo a próxima vitima. Eles tinham cumprido o objetivo, era hora de voltar para casa com os despojos da batalha.
-Levanta garota! - Disse rispidamente o homem negro. Angel não reagiu. - Não temos a noite toda!
-Acha melhor sedá-la chefe? - Perguntou o asiático.
-É melhor. Não sabemos quando ela pode ter um acesso de loucura. - Uma luz vermelha começou a emanar do corpo de Angel. Começou fraca, como numa vela quase se apagando, mas foi ganhando intensidade rapidamente. A luz começou a se soltar do corpo da garota como se fossem particulas sólidas e se ajuntar logo acima do corpo dela. Os dois homens estavam paralisados. - Rápido, injete agora!
-Ah nós chegamos muito longe para perder aqui. - O asiático sacou uma seringa e rapidamente tentou injetar no pescoço de Angel. A mão da garota agarrou com força o pulso do subordinado. - Argh! Ela vai quebrar meu pulso!
A respiração dela agora era pesada, descompassada. A luz vermelha acima da cabeça dela explodiu num clarão e dele emergiu o poderoso dragão demoníaco. O pobre rapaz asiático tentava se soltar, mas Angel o segurava com força sobrenatural.
Megidramon deu um forte rugido que jogou o homem negro para trás, o asiático também foi jogado assim que Angel o soltou.
O dragão parecia ainda mais enfurecido, sua boca irradiava uma chama vermelha e seus olhos estavam vidrados de ira. Com as imponentes asas abertas, ele parecia multiplicar várias vezes o seu tamanho.
Angel se levantou lentamente, os dois digimons inimigos em posição defensiva ao redor dela. A menina possuída se colocou de pé, com as costas arqueadas e o cabelo molhado jogado sobre o rosto, ainda olhando para baixo. O ronco de Megidramon que parecia vir do fundo do peito do dragão se misturava ao barulho da chuva e dos trovões.
-Ataquem seus vermes inúteis! - Ordenou o homem negro com arrogância aos dois digimons. O asiático parecia em choque, segurando o pulso machucado. O lobisomem com braços robóticos avançou contra Megidramon, que o acertou com sua cauda de cobra e o mandou para longe na escuridão.
O monstro alado se virou lentamente para o esqueleto de mamute que parecia paralisado como um pequeno rato frente a frente com um leão. As garras de Megidramon foram envolvidas em uma chama incandescente e ele atacou com ferocidade o digimon, o esmagando instantaneamente. O digimon dragão então pegou o pequeno ovo deixado no lugar, levando pedaços de terra junto. Megidramon esmagou o digiovo até que esse explodisse em dados e deixasse de existir. Mas a fúria do lagarto demoníaco ainda não havia sido aplacada.
-Mach Gaogamon, onde está você seu pedaço inútil de merda! Venha acabar com essa besta! - Ordenou o homem negro, perdendo a compostura. O lobo voou do meio da escuridão tentando acertar um poderoso soco em seu adversário, mas o soco foi parado pelas garras de Megidramon, provocando um forte estrondo. Angel ainda não havia mexido um músculo.
Megidramon agarrou a mão de Mach Gaogamon e puxou com tanta força que arrancou fora o braço do lobo. O digimon nem teve tempo de sentir dor, pois começou a ser espancado impiedosamente com o próprio braço. Depois de uma sessão de brutalidade, Megidramon usou as lâminas nas laterais de seus braços para decepar a cabeça do digimon lobisomem, que se desfez em dados antes de tocar o chão.
-DESAPAREÇA SEU MONSTRO!! - Finalmente o asiático teve uma reação. Ele pegou uma arma com a mão que não estava machucada e começou a atirar contra o digimon assassino. As balas amassavam contra o peito do dragão como se fossem tiros de confete, Megidramon parecia não estar nem tomando conhecimento do fato. Ele se aproximou lentamente do homem que disparava com mais voracidade. A arma que ele estava usando então emperrou, desesperado o homem tentou recarregar. - AAAAAAAAAAAH!
Megidramon acertou um soco com toda força que possuía, mandando o homem como um torpedo em direção ao horizonte e deixando apenas o sangue escorrendo em suas garras. Ele então deslizou vagarosamente, serpenteando na direção do último inimigo que faltava ser destruído. O homem negro nunca havia experimentado um horror tão grande em sua vida, estava indefeso na frente da criatura. Encontraria ali o seu fim.
-O-O QUE É VO-VOCÊ?!? - Gritou ele em meio ao medo. Angel o olhou com frieza e desprezo, com um sorriso quase psicótico no rosto.
-Eu? Sou um monstro sem coração. - Respondeu ela friamente. Megidramon lançou suas chamas na direção do homem que começou a ser carbonizado vivo enquanto gritava de dor e desespero. Ele o acertou com a cauda, transformando o homem num meteoro flamejante voando pelo céu.
Como que saindo de um transe, Angel voltou a si no meio do caos que tinha provocado. Megidramon tinha desaparecido, agora só o insistente barulho da chuva permanecia no ar. Angel caiu mais uma vez de joelhos espirrando água e barro para os lados. As lágrimas agora desciam pelo seu rosto se misturando com a chuva e os cabelos pregados na face. Ela apertou os punhos contra os joelhos, suas emoções prestes a transbordar.
-DANTE! NÃO MORRA! - Gritou ela finalmente, olhando para o rosto imóvel do rapaz. - VOCÊ FOI A ÚNICA COISA BOA QUE ACONTECEU PARA MIM EM TODOS ESSES ANOS, NÃO OUSE MORRER AGORA SEU MALDITO! VOCÊ NÃO PODE MORRER POR QUE EU... EU TE AMO! EU TE AMO DANTE! VOCÊ ME ENSINOU DE NOVO O QUE É VIVER, E AGORA EU NÃO POSSO VIVER SEM VOCÊ!
Em meio ao choro e ao turbilhão de emoções, Angel sentiu um toque leve no seu peito. Uma mão havia acabado de se repousar ali.
-Eu... consigo sen..tir algo ba...tendo aqui. - Disse Dante com dificuldade, sua voz fraca. - Você não é... um mons..tro. É um anjo...minha Angel.
-DANTE! - A garota agarrou a mão do rapaz e chorou inconsolavelmente. - Pare de falar e de se esforçar seu idiota! Temos que procurar um médico! Aah como eu vou conseguir isso no meio do nada!
-Eu não vou deixar que ele morra aqui! - O pequeno dragão verde se levantava com dificuldade, se apoiando nos braços. Ele brilhou e se transformou em Coredramon. - Nós vamos voando.
-Mas Draco vo...
-AGORA ANGEL! NÃO TEMOS TEMPO! - O réptil fraquejou e caiu apoiado nos joelhos. Draco se levantou novamente e tomou Dante nos braços com todo cuidado que um lagarto de três metros podia ter. - Suba nas minhas costas!
Angel hesitou, mas subiu. Ela não conseguia organizar os pensamentos ainda, tudo tinha acontecido muito rápido. Draco decolou e se pôs a voar o mais rápido que podia em seu atual estado.
-Eu vou deixar vocês a alguns metros do hospital. Você vai pegar o telefone no bolso de Dante e ligar para a emergência. Por favor Angel, invente uma história convincente! E dane-se se alguém vai me ver ou não! – Esbravejou o dragão. Draco voou sobrevoando uma cidade pequena nos arredores de Miami, e pousou no cruzamento entre duas ruas. Ele reverteu de forma, mas não voltou a ser Dracomon. Ele se tornou uma pequena bola azul, sem braços ou pernas. Angel presumiu que fosse Petitmon, enquanto a pequena bolinha com olhos desmaiava de cansaço e exaustão. Angel procurou o celular de Dante, enquanto lia os nomes que estavam escritos na placa de sinalização. Seus dedos estavam trêmulos, ela teve dificuldade para digitar os números. Uma voz respondeu do outro lado da linha.
-Socorro! Um rapaz baleado! Assalto! - A voz de Angel também estava trêmula e assustada. - Rua 236 cruzamento com a avenida principal!
A ambulância chegou em pouco tempo e parou perto dos dois jovens.
-Localizem e estanque o sangramento! - Ordenou uma enfermeira que saia da cabine.
-Preciso de um colar cervical aqui! - Um enfermeiro tinha saído da parte de trás e já tinha começado os atendimentos. Dante foi imobilizado e rapidamente colocado dentro da ambulância.
Na branca e luminosa sala de espera do hospital, Angel estava sentada de frente para o balcão de atendimento. Com as mãos juntas e os pés cruzados, ela esperava uma noticia qualquer que pudesse amenizar sua angústia. A balconista atendia ligações e manuseava papéis, aquele não parecia ser um hospital muito movimentado.
Angel estava sozinha na recepção, aguardando infinitamente. Cada segundo parecia demorar horas. Um homem alto de máscara e luvas cirúrgicas, avental e touca se aproximou calmamente enquanto retirava a máscara.
-É você que está com o rapaz baleado? - Perguntou o médico.
-Sim doutor, eu mesma.
-Qual seu grau de parentesco com ele? Irmã? Prima?
-Nenhum doutor.
-Namorados?
-Amigos.
-Entendo. Não é da minha conta de qualquer forma. A cirurgia foi complicada, ele recebeu um tiro no abdômen e um segundo tiro passou de raspão na lateral do crânio na altura da sobrancelha. Ele tem muita sorte de estar vivo, se o atendimento tivesse demorado mais alguns segundos o sangramento teria sido fatal. É um pena que nossa pequena cidadezinha esteja tão violenta, é o segundo caso de roubo seguido de tentativa de assassinato essa semana.
-E agora como ele está?
-Nós retiramos a bala que tinha se alojado no abdômen e os fragmentos que estavam logo acima da orelha direita e foi necessária uma transfusão devido a perda de sangue. O estado dele é delicado, mas é estável. Ele está entubado, só podemos esperar agora.
Cinco dias de espera interminável se passaram. Dante não teve nenhuma complicação de seu quadro médico, então foi mandado para um quarto individual, mas estava sendo mantido constantemente sedado. Os dias para Angel eram longos e monótonos, a maior parte deles passado ao lado da cama de Dante esperando alguma reação. Pela televisão ela viu noticias sobre os misteriosos corpos encontrados no meio do nada a uma distância de quase um quilômetro um do outro, um com a parte dianteira totalmente esmagada e o outro carbonizado. Tudo tinha acontecido logo agora que estavam tão perto de seu objetivo... Mas pessoas não são como brinquedos que se tira e coloca peças conforme elas vão estragando, era necessário ter paciência e fé.
Dessa vez Angel não sentia culpa ou remorso pelas mortes que provocara. “Eles mereceram” repetia para si mesma. Era a sentença deles por ter tentado tirar a vida de Dante.
-Angel – Disse Draco de dentro do digivice. - nós vamos conseguir.
-Eu sei que vamos amigo.
-Deixa eu te contar uma história. Eu morava no mundo digital antes de vir para esse mundo e encontrar com Dante.
-É, eu sei, ele me falou uma vez.
-Mas ele não falou que eu tinha um irmão não é?
-Não...
-Pois é, eu tinha um irmão gêmeo. Nós morávamos num pequeno vilarejo que é apenas habitado por digimons pequenos e alguns poucos adultos, um lugar para ficar até crescer e poder se aventurar por aí. Nós eramos inseparáveis, fazíamos tudo juntos. Mas um dia, um digimon extremamente poderoso que estava provocando destruição por todo mundo digital chegou a nossa pequena aldeia... Não preciso dizer o que aconteceu. Meu irmão morreu nesse dia.
-Que triste Draco, eu não posso nem imaginar como você deve ter se sentido.
-Sem problema, eu carrego uma parte dele comigo. Quer dizer, literalmente. Antes de ele morrer, meu irmão me deu o digicore dele, que é o núcleo de um digimon. “Deixe que eu veja o mundo através dos seus olhos” Foram as últimas palavras dele... Eu sempre sinto que ele está comigo toda vez que evoluo para Examon. Mas enfim, não é isso que eu quero dizer. O que eu quero dizer é, eu nasci num lugar muito diferente daqui. Lá eu tinha amigos, família... No meio daquele caos eu vi uma estranha porta que parecia levar a um lugar muito diferente, onde nada daquilo estava acontecendo... Era o portal que os pais de Dante tinham aberto. Ele tem sido minha família desde então.
-Parece que vocês estavam destinados e se encontrar. - Disse Angel com um sorriso.
-Talvez... Mas no começo foi tudo muito difícil. Aquele lugar estranho com gente estranha, eu estava assustado. Mas Dante fez uma promessa pra mim “Um dia Petitmon, nós vamos juntos para o seu mundo, e vamos derrotar esse malvado que atacou sua casa!” - Disse Draco imitando o tom de voz de Dante, mas fazendo parecer infantil e inocente. - Até hoje procuramos uma forma de fazer isso, apesar de não ter muito êxito. Mas eu tenho certeza Angel, Dante não vai morrer enquanto ele não cumprir nossa promessa!
-Bem, ele me fez uma promessa também... É melhor esse idiota não morrer, ou vai deixar muitas dívidas para trás.
Quatro dias após, enquanto voltava da cafeteria do hospital, Angel viu que um homem estranho estava ao lado da cama de Dante. O homem tinha traços hispânicos e se vestia com roupas casuais. Seu cabelo era raspado e não parecia ter barba. Ele olhava para Dante parecendo estar envolto em pensamentos.
-Quem é você? O que você quer aqui? - Perguntou Angel enquanto entrava rapidamente no quarto.
-Calma calma señorita! Sou amigo!
-Como posso saber se isso é verdade?
-Eu não encostei um dedo nele até agora não é mesmo? Yo soy Miguel, mucho gusto – Disse Miguel estendendo a mão para cumprimentar Angel. A garota ignorou o gesto do rapaz, que recolheu timidamente a mão – Sou o agente de viagem que ia ajudar nas suas férias.
-Férias? … - Um pequeno estalo ocorreu na cabeça de Angel.
-É ele mesmo Angel, nós e Miguel nos conhecemos há certo tempo. - Disse Draco, do digivice.
-Será que poderíamos ir para um local mais reservado para discutir nosso itinerário? - Miguel deu uma piscadela enquanto dizia essa frase. Os dois seguiram até o pequeno estacionamento do lado de fora do prédio. - Madrecita! Que aconteceu aqui? Não, melhor eu não saber, demorou muito tempo para achar vocês.
-Como diabos você nos achou, por falar nisso?
-Vocês não estavam en el ponto de encontro, que aliás estava bem destruído. Depois de procurar em cada necrotério dos arredores de Miami, comecei a olhar nos hospitais. Palpite de sorte.
-Mas como você pode ver, não estamos em condições de fugir agora.
-Ah chica, mas terão que fugir! O cerco está se fechando, seus dois admiradores secretos estão quase achando esse lugar. Você e Dante precisam sair daqui e ir para um lugar seguro.
-Já é incrível que a gente tenha chegado até aqui, quanto mais fugir!
-Não se preocupe, o papi aqui já cuidou de tudo. Esteja preparada para sair daqui amanhã de madrugada.
-Olhe, eu não vou fazer nada que coloque o Dante em perigo.
-Não se preocupe, vocês estão sobre cuidados de profissionais agora. Agora preciso ir. Foi um prazer señorita, nos vemos amanhã! - Miguel foi embora tão repentinamente quanto havia aparecido. Aquele homem por algum motivo tinha muita confiança em si mesmo.
Como no combinado, às 2 da manhã da madrugada seguinte o plano foi posto em prática. Miguel entrou vestido de enfermeiro, com mais duas mulheres disfarçadas, fingindo estar encaminhando Dante par um hospital em Miami. Eles levaram a maca até a entrada de ambulâncias, onde uma ambulância roubada os esperava. Angel deu a volta pelos fundos e entrou também. Dentro da ambulância ela se sentiu segura, apesar de não fazer a mínima ideia de para onde estavam indo. Pelas pequenas janelas nas portas ela pode perceber que eles não estavam indo em direção a Miami, mas sim se dirigindo por rotas pouco usadas, uma cena que já era rotina na vida de Angel.
A ambulância parou, e Angel pode ver que eles estavam no meio do nada. Mas de repente o carro andou, e começou a ir para baixo. Eles estavam descendo uma espécie de rampa que levava para o fundo do solo.
Quando a ambulância parou, Angel saiu rapidamente para tentar entender o que diabos estava acontecendo. Eles estavam no que parecia ser uma garagem subterrânea onde vários outros veículos, provavelmente roubados, também estavam estacionados. Carros da policia, do corpo de bombeiros, da cruz vermelha e até mesmo do exército da salvação.
Aos poucos várias pessoas começaram a se aglomerar ao redor da ambulância, o que de certa forma assustou Angel. Mas o que realmente a assustou é que repentinamente vários digimons pequenos começaram a se mostrar espontaneamente. Lagartos, pássaros, cachorros, peixes, verdes, azuis, vermelhos, todo tipo de digimon andando livremente como se estivessem em casa.
-Señor Draco, pode sair agora! - Disse Miguel, saindo da ambulância. A pequena bolinha saltou para fora e se misturou no meio dos outros digimons. - Señorita Angel, bem vinda a Resistência!
-Resistência?!? Como assim?!? Dá pra me explicar o que está acontecendo aqui?
-Depois! Agora precisamos abrir caminho para o ferido! - Os humanos e digimons formaram um corredor para que a maca de Dante pudesse passar, como se fosse o retorno de um herói de guerra. A mente de Angel estava dando um nó.
-Señorita Angel, eu disse que agora vocês estavam nas mãos de profissionais! - Disse Miguel sorrindo largamente, agora vestindo roupas normais. Os dois estavam no que parecia ser um refeitório. - Não se preocupe com Dante, ele vai ficar bem. A unidade médica daqui não é boa o suficiente para cuidar de um ferimento a bala, mas com certeza podemos manter ele estável até se recuperar. Tome, pegue um café. Brasileño, muito bom!
-Primeiro, onde diabos eu estou. Segundo, o que caralhos é a “Resistência”? Terceiro, por Deus, isso não parece ser uma ocupação de um coiote!
-Isto aqui é uma antiga base militar anti radiação nuclear, construída na época da guerra fria por causa do medo da guerra atômica. As pessoas importantes de Miami seriam trazidas para cá caso a União Soviética lançasse um ataque contra os EUA. Mas você sabe, na União Soviética as bombas se escondem de VOCÊ! - Miguel esperou alguma reação a sua piada, que não aconteceu. - Ok, não teve graça. Com o fim da guerra fria essa base foi completamente abandonada, até que nós a achamos. A Resistência é uma questão político-ideológica. Se existem situação, no caso as organizações espalhadas pelo mundo, e oposição representada pela Digital Hazard, deve haver alguém que se oponha as duas. Anarquia quem sabe? Nosso objetivo é mostrar o mundo a verdade sobre os digimons señorita Angel. Tornar digimons livres, reconhecidos por todos, o que por consequência traria liberdade aos humanos que estão ligados a eles. Nosso objetivo é mudar o mundo! Hahaha
-Não parece algo meio ambicioso demais? Quer dizer, eu e Dante lutamos contra essa gente, não parece ser muito fácil derrotá-los.
-Mas veja o que vocês sozinhos conseguiram! Quer dizer, quase sozinhos não é mesmo? - Disse Miguel com um sorriso sacana.
-Como assim quase sozinhos?
-Acho que se encontraram com Samantha não é mesmo? Nossa melhor espiã dentro da organização americana!
-Quer dizer, a loira metida?!? - Angel estava em choque. - Aquela arrogante trabalha pra vocês?!?
-Ah não fale assim da señora Samantha, ela é uma boa mulher! Quando ouviu que a organização estava chegando perto de vocês nada a impediu de ir ajudar. E aquele médico amigo do Dante – Miguel dava a entender que fazia uma vaga idéia de quem fosse, queria que Angel completasse a frase.
-Gustavo?
-Isso, Gustavo! Sem as informações que ele passa de dentro da base da organização, nunca poderíamos ter chegado até aqui. Outro bom espião. Nós temos homens e mulheres infiltrados nas organizações de todo mundo, inclusive dentro da Digital Hazard. Infelizmente não conseguimos interceptar os planos deles para vocês dois antes que fosse tarde demais, perdoe-me señorita Angel.
-Está tudo bem agora... Mas Dante sabe que ele estava cercado de espiões desde o início?
-Não não, estava esperando o momento certo para contar a ele sobre a Resistência. Não podia colocar em risco nossos planos. Respondendo sua última pergunta, Dante disse que eu trabalho com imigração ilegal, mas não disse que tipo de imigrantes. Aqui nessa base, pessoas de todos los continentes encontram um refúgio. Essas paredes reforçadas contra radiação impedem que qualquer equipamento possa rastrear os digimons aqui em baixo. Estamos seguros.
-Mas o que quer dizer com “esperar o momento certo”? O que exatamente você está planejando?
-Veja bem señorita Angel, desde o inicio eu tinha intenção de colocar Dante no esquema. Mas eu precisava de una oportunidade em que tudo ficasse claro. E agora, vocês dois são vistos como heróis por essa gente, como pessoas que realmente lutaram contra a opressão. Se puderem nos ajudar, sua ajuda será muy buena!
-Então vamos mudar o mundo. - Disse uma voz conhecida na porta. Quando Angel se virou para olhar viu Dante em pé na porta do refeitório, escorado nos beirais para não cair. Ele estava vestindo uma calça de moletom preta, tinha faixas enroladas no abdômen e na cabeça e parecia cansado. Mas mesmo assim, soou determinado.
-Dante! - Gritou Angel, numa mistura de alegria e preocupação.
-Ai caramba señor Miguel! Perdón perdón! Senõr Dante acordou do nada, eu não pude manter ele na cama! - Exclamou um pequeno digimon azul que entrou por baixo do braço escorado de Dante, parecendo amedrontado.
-Sem problemas Pablito. Dante gosta de acordar cedo! - Respondeu Miguel, sorrindo ao ver o amigo de pé. - Este és Pablito, meu Veemon. Diga olá para señorita Angel, Pablito.
-Mucho gusto señorita. - Disse o digimon estendendo a mão para Angel. A garota mal podia acreditar na surrealidade da cena que estava vivendo.
-Dante, sente conosco e nos conte como você conseguiu sobreviver. Sua amiga aqui não parece saber muchos detalhes. – Disse Miguel apontando uma cadeira para Dante. O rapaz se sentou com um pouco de dificuldade, colocando a mão na lateral do corpo. O pequeno digimon azul o ajudou e permaneceu ao seu lado.
-Bem, aqueles malditos sabiam de algum jeito que nós íamos para aquele ponto de encontro. Talvez eles tenham feito cálculos de física quântica para prevê o futuro ou algo assim. Quando eu vi que o homem negro ia disparar, tentei dar uma de Matrix e desviar... É, idiota eu sei. – Disse Dante com um sorriso besta.
-Você quase morreu, não fique fazendo piadas. – Retrucou Angel com seriedade.
-Enfim, eu tentei sair da mira. Obviamente não consegui. No exato momento que ele disparar contra a minha cabeça, caiu um raio. Eu já estava em movimento, e acho que o clarão fez ele perder a mira. Depois disso escutei Angel chegar... E tudo passa a ser borrões e pedaços de memórias... Ai – Dante levou a mão ao ferimento da cabeça, com dor. – Angel, como você escapou?
-Eu não fiz nada, foi o Megidramon. – Disse ela com um sorriso sem graça. – Foi tudo muito rápido, eu estava um pouco... chateada.
-O importante é que você está bem. – Respondeu Dante com um sorriso. – Eu poderia te dar um abraço, mas você está do meu lado machucado.
-Já que está tão bem disposto, vou pedir às enfermeiras que mostrem o seu quarto Dante, e aproveitar para te dar alguns analgésicos. Trate de descansar, depois nós conversaremos sobre nossos planos. Señorita Angel, esta outra enfermeira irá te mostrar o seu quarto. - Angel seguiu atordoada o caminho que a mulher lhe indicou. Ela não podia acreditar no surrealismo e na aleatoriedade de tudo que estava vivendo naquele momento. Parecia que ela estava no meio de uma fanfic.
Angel caminhou na direção do quarto de Dante. Apenas depois de ser deixada sozinha no seu quarto é que a ficha foi cair: Ela tinha feito uma declaração de amor desesperada há uma semana atrás. O que ele ia pensar dela agora? Será que ele pensaria que ela era uma mulher fácil, se atirando nos braços dele? Será que eles partilhavam o mesmo sentimento? Ele sequer se lembraria? Agora era a hora da verdade e encarar o rapaz recém despertado. Ela chegou na porta do quarto e chamou.
-Dante?
-Pode entrar Angel. - Ela sentiu um arrepio quando ele disse seu nome. Lembrou-se imediatamente do que ele havia falado naquele dia, na chuva. Angel abriu a porta, para entrar no quarto de tamanho moderado, com poucos móveis e uma segunda porta que devia ser um banheiro. Dante estava sentado na cama nos mesmos trajes que tinha aparecido na porta do refeitório, com um sorriso convidativo no rosto.
-Como está se sentindo? - Disse Angel, se aproximando e sentando ao lado dele na cama.
-Como se tivesse levado um tiro. - Ele tentou rir, mas levou a mão na lateral do corpo. - Nota mental: Contar piadas é uma péssima ideia.
-Pare de me tentar fazer rir, já me fez chorar o suficiente estes dias.
-Ah, me desculpe Angel... Tudo isso foi tão rápido e estranho eu não sabia que eles estavam me esperando... Nem sei como conseguiram.
-Esta bem, é que eu fiquei tão... preocupada. - As lágrimas começavam a brotar.
-Ei, não chore. Está tudo bem agora. - Disse o rapaz, secando gentilmente as lágrimas dos olhos de Angel, e então segurando a mão da garota entre as suas. - Eu me lembro do que você disse.
-Ah Dante não quero que pense que... - O rapaz colocou o indicador sobre os lábios de Angel, para que ela parasse de falar.
-Está tudo bem, por que eu te amo muito também. - O olhar de Dante penetrava fundo nos olhos de Angel, parecendo enxergar até o interior de sua alma. Ele gentilmente puxou a garota para perto de si, e se aproximou cuidadosamente. Antes que ela pudesse perceber, seus lábios estavam ligados em um beijo apaixonado, Dante segurava delicadamente o queixo da moça.
Naquele momento o mundo deixou de existir para Angel. Tudo que ela queria era aproveitar a sensação de seus lábios se encontrando com os de Dante, o calor do corpo dele fluindo diretamente para o dela. As barreiras haviam sido rompidas uma a uma até chegar este momento, em que ela pôde se entregar ao amor que sentia por ele. O coração de Angel batia forte, a pulsação acelerava, e o beijo se intensificava.
Quando Dante pousou a mão livre sobre a cintura da moça, ela recuou instintivamente.
-Me desculpa, é que eu... - Angel tentou se explicar, mas foi interrompida.
-Tudo bem, eu não teria condição de ir muito mais além mesmo. - Respondeu Dante antes que ela pudesse terminar a frase, fazendo uma arma com as mãos e disparando dois tiros imaginários contra si mesmo. - Nada vai nos separar agora Angel.
E ali começou outro beijo.
Continua
OUTRA FUCKING REVIRAVOLTA, DEAL WITH IT! E todo meu carinho para aquele que providenciar a foto de um Veemon usando um bigode mexicano.
Aí vai /o/
Capítulo 6 – For all the wrong reasons
Angel permaneceu parada, ajoelhada sobre o sangue de Dante que se misturava a água e a lama. O tempo parecia passar em câmera lenta enquanto o chão sumia ao redor da garota e ela caia para sempre num abismo infinito.
Os homens de preto estavam falando algo, matraqueando. Angel não podia distinguir as palavras, mas a voz deles a irritava. Eles pareciam distantes, como se estivessem a quilômetros de distância. Ela não conseguia mais ouvir os gritos de dor de Draco, sendo espancado por dois outros digimons. Já não sentia mais a chuva batendo no seu rosto.
Os braços da garota cruzados sobre os próprios ombros, como se ela tentasse segurar os últimos pedaços de si que não haviam sido destruídos. Tudo, tudo que os dois juntos haviam vivido escapava por entre os dedos dela. As lágrimas queriam brotar, mas ela tentava se segurar e impedir que a sua mente entrasse em colapso.
De repente um sentimento quente percorreu todo seu corpo. Como uma descarga de adrenalina que deixou todo seu corpo mole, mas ela sentiu algo mais ali. Uma presença, uma voz, o sussurro do demônio trazendo a tentação aos seus ouvidos. Os homens de preto já não podiam ser ouvidos. Ela se sentia sozinha no vazio com aquele monstro que fechava suas garras ao redor de sua sanidade. Ela tentou resistir, mas fraquejou. Tentou fugir, mas a besta era mais rápida que ela.
Não, ela não queria fugir... ela não queria resistir. Angel então se entregou ao monstro dentro dela, sem se importar com as consequências. Não foi um duelo mental, foi quase uma constatação. Ela só queria acabar com aquilo.
A garota parecia estar desmoronando sobre si mesma. Os dois homens se aproximaram calmamente, rindo da situação. Os dois digimons haviam soltado Draco, que se transformou no pequeno Dracomon e caiu desmaiado no chão, agora rondavam como feras assassinas querendo a próxima vitima. Eles tinham cumprido o objetivo, era hora de voltar para casa com os despojos da batalha.
-Levanta garota! - Disse rispidamente o homem negro. Angel não reagiu. - Não temos a noite toda!
-Acha melhor sedá-la chefe? - Perguntou o asiático.
-É melhor. Não sabemos quando ela pode ter um acesso de loucura. - Uma luz vermelha começou a emanar do corpo de Angel. Começou fraca, como numa vela quase se apagando, mas foi ganhando intensidade rapidamente. A luz começou a se soltar do corpo da garota como se fossem particulas sólidas e se ajuntar logo acima do corpo dela. Os dois homens estavam paralisados. - Rápido, injete agora!
-Ah nós chegamos muito longe para perder aqui. - O asiático sacou uma seringa e rapidamente tentou injetar no pescoço de Angel. A mão da garota agarrou com força o pulso do subordinado. - Argh! Ela vai quebrar meu pulso!
A respiração dela agora era pesada, descompassada. A luz vermelha acima da cabeça dela explodiu num clarão e dele emergiu o poderoso dragão demoníaco. O pobre rapaz asiático tentava se soltar, mas Angel o segurava com força sobrenatural.
Megidramon deu um forte rugido que jogou o homem negro para trás, o asiático também foi jogado assim que Angel o soltou.
O dragão parecia ainda mais enfurecido, sua boca irradiava uma chama vermelha e seus olhos estavam vidrados de ira. Com as imponentes asas abertas, ele parecia multiplicar várias vezes o seu tamanho.
Angel se levantou lentamente, os dois digimons inimigos em posição defensiva ao redor dela. A menina possuída se colocou de pé, com as costas arqueadas e o cabelo molhado jogado sobre o rosto, ainda olhando para baixo. O ronco de Megidramon que parecia vir do fundo do peito do dragão se misturava ao barulho da chuva e dos trovões.
-Ataquem seus vermes inúteis! - Ordenou o homem negro com arrogância aos dois digimons. O asiático parecia em choque, segurando o pulso machucado. O lobisomem com braços robóticos avançou contra Megidramon, que o acertou com sua cauda de cobra e o mandou para longe na escuridão.
O monstro alado se virou lentamente para o esqueleto de mamute que parecia paralisado como um pequeno rato frente a frente com um leão. As garras de Megidramon foram envolvidas em uma chama incandescente e ele atacou com ferocidade o digimon, o esmagando instantaneamente. O digimon dragão então pegou o pequeno ovo deixado no lugar, levando pedaços de terra junto. Megidramon esmagou o digiovo até que esse explodisse em dados e deixasse de existir. Mas a fúria do lagarto demoníaco ainda não havia sido aplacada.
-Mach Gaogamon, onde está você seu pedaço inútil de merda! Venha acabar com essa besta! - Ordenou o homem negro, perdendo a compostura. O lobo voou do meio da escuridão tentando acertar um poderoso soco em seu adversário, mas o soco foi parado pelas garras de Megidramon, provocando um forte estrondo. Angel ainda não havia mexido um músculo.
Megidramon agarrou a mão de Mach Gaogamon e puxou com tanta força que arrancou fora o braço do lobo. O digimon nem teve tempo de sentir dor, pois começou a ser espancado impiedosamente com o próprio braço. Depois de uma sessão de brutalidade, Megidramon usou as lâminas nas laterais de seus braços para decepar a cabeça do digimon lobisomem, que se desfez em dados antes de tocar o chão.
-DESAPAREÇA SEU MONSTRO!! - Finalmente o asiático teve uma reação. Ele pegou uma arma com a mão que não estava machucada e começou a atirar contra o digimon assassino. As balas amassavam contra o peito do dragão como se fossem tiros de confete, Megidramon parecia não estar nem tomando conhecimento do fato. Ele se aproximou lentamente do homem que disparava com mais voracidade. A arma que ele estava usando então emperrou, desesperado o homem tentou recarregar. - AAAAAAAAAAAH!
Megidramon acertou um soco com toda força que possuía, mandando o homem como um torpedo em direção ao horizonte e deixando apenas o sangue escorrendo em suas garras. Ele então deslizou vagarosamente, serpenteando na direção do último inimigo que faltava ser destruído. O homem negro nunca havia experimentado um horror tão grande em sua vida, estava indefeso na frente da criatura. Encontraria ali o seu fim.
-O-O QUE É VO-VOCÊ?!? - Gritou ele em meio ao medo. Angel o olhou com frieza e desprezo, com um sorriso quase psicótico no rosto.
-Eu? Sou um monstro sem coração. - Respondeu ela friamente. Megidramon lançou suas chamas na direção do homem que começou a ser carbonizado vivo enquanto gritava de dor e desespero. Ele o acertou com a cauda, transformando o homem num meteoro flamejante voando pelo céu.
Como que saindo de um transe, Angel voltou a si no meio do caos que tinha provocado. Megidramon tinha desaparecido, agora só o insistente barulho da chuva permanecia no ar. Angel caiu mais uma vez de joelhos espirrando água e barro para os lados. As lágrimas agora desciam pelo seu rosto se misturando com a chuva e os cabelos pregados na face. Ela apertou os punhos contra os joelhos, suas emoções prestes a transbordar.
-DANTE! NÃO MORRA! - Gritou ela finalmente, olhando para o rosto imóvel do rapaz. - VOCÊ FOI A ÚNICA COISA BOA QUE ACONTECEU PARA MIM EM TODOS ESSES ANOS, NÃO OUSE MORRER AGORA SEU MALDITO! VOCÊ NÃO PODE MORRER POR QUE EU... EU TE AMO! EU TE AMO DANTE! VOCÊ ME ENSINOU DE NOVO O QUE É VIVER, E AGORA EU NÃO POSSO VIVER SEM VOCÊ!
Em meio ao choro e ao turbilhão de emoções, Angel sentiu um toque leve no seu peito. Uma mão havia acabado de se repousar ali.
-Eu... consigo sen..tir algo ba...tendo aqui. - Disse Dante com dificuldade, sua voz fraca. - Você não é... um mons..tro. É um anjo...minha Angel.
-DANTE! - A garota agarrou a mão do rapaz e chorou inconsolavelmente. - Pare de falar e de se esforçar seu idiota! Temos que procurar um médico! Aah como eu vou conseguir isso no meio do nada!
-Eu não vou deixar que ele morra aqui! - O pequeno dragão verde se levantava com dificuldade, se apoiando nos braços. Ele brilhou e se transformou em Coredramon. - Nós vamos voando.
-Mas Draco vo...
-AGORA ANGEL! NÃO TEMOS TEMPO! - O réptil fraquejou e caiu apoiado nos joelhos. Draco se levantou novamente e tomou Dante nos braços com todo cuidado que um lagarto de três metros podia ter. - Suba nas minhas costas!
Angel hesitou, mas subiu. Ela não conseguia organizar os pensamentos ainda, tudo tinha acontecido muito rápido. Draco decolou e se pôs a voar o mais rápido que podia em seu atual estado.
–//////--
-Eu vou deixar vocês a alguns metros do hospital. Você vai pegar o telefone no bolso de Dante e ligar para a emergência. Por favor Angel, invente uma história convincente! E dane-se se alguém vai me ver ou não! – Esbravejou o dragão. Draco voou sobrevoando uma cidade pequena nos arredores de Miami, e pousou no cruzamento entre duas ruas. Ele reverteu de forma, mas não voltou a ser Dracomon. Ele se tornou uma pequena bola azul, sem braços ou pernas. Angel presumiu que fosse Petitmon, enquanto a pequena bolinha com olhos desmaiava de cansaço e exaustão. Angel procurou o celular de Dante, enquanto lia os nomes que estavam escritos na placa de sinalização. Seus dedos estavam trêmulos, ela teve dificuldade para digitar os números. Uma voz respondeu do outro lado da linha.
-Socorro! Um rapaz baleado! Assalto! - A voz de Angel também estava trêmula e assustada. - Rua 236 cruzamento com a avenida principal!
A ambulância chegou em pouco tempo e parou perto dos dois jovens.
-Localizem e estanque o sangramento! - Ordenou uma enfermeira que saia da cabine.
-Preciso de um colar cervical aqui! - Um enfermeiro tinha saído da parte de trás e já tinha começado os atendimentos. Dante foi imobilizado e rapidamente colocado dentro da ambulância.
–//////--
Na branca e luminosa sala de espera do hospital, Angel estava sentada de frente para o balcão de atendimento. Com as mãos juntas e os pés cruzados, ela esperava uma noticia qualquer que pudesse amenizar sua angústia. A balconista atendia ligações e manuseava papéis, aquele não parecia ser um hospital muito movimentado.
Angel estava sozinha na recepção, aguardando infinitamente. Cada segundo parecia demorar horas. Um homem alto de máscara e luvas cirúrgicas, avental e touca se aproximou calmamente enquanto retirava a máscara.
-É você que está com o rapaz baleado? - Perguntou o médico.
-Sim doutor, eu mesma.
-Qual seu grau de parentesco com ele? Irmã? Prima?
-Nenhum doutor.
-Namorados?
-Amigos.
-Entendo. Não é da minha conta de qualquer forma. A cirurgia foi complicada, ele recebeu um tiro no abdômen e um segundo tiro passou de raspão na lateral do crânio na altura da sobrancelha. Ele tem muita sorte de estar vivo, se o atendimento tivesse demorado mais alguns segundos o sangramento teria sido fatal. É um pena que nossa pequena cidadezinha esteja tão violenta, é o segundo caso de roubo seguido de tentativa de assassinato essa semana.
-E agora como ele está?
-Nós retiramos a bala que tinha se alojado no abdômen e os fragmentos que estavam logo acima da orelha direita e foi necessária uma transfusão devido a perda de sangue. O estado dele é delicado, mas é estável. Ele está entubado, só podemos esperar agora.
–//////--
Cinco dias de espera interminável se passaram. Dante não teve nenhuma complicação de seu quadro médico, então foi mandado para um quarto individual, mas estava sendo mantido constantemente sedado. Os dias para Angel eram longos e monótonos, a maior parte deles passado ao lado da cama de Dante esperando alguma reação. Pela televisão ela viu noticias sobre os misteriosos corpos encontrados no meio do nada a uma distância de quase um quilômetro um do outro, um com a parte dianteira totalmente esmagada e o outro carbonizado. Tudo tinha acontecido logo agora que estavam tão perto de seu objetivo... Mas pessoas não são como brinquedos que se tira e coloca peças conforme elas vão estragando, era necessário ter paciência e fé.
Dessa vez Angel não sentia culpa ou remorso pelas mortes que provocara. “Eles mereceram” repetia para si mesma. Era a sentença deles por ter tentado tirar a vida de Dante.
-Angel – Disse Draco de dentro do digivice. - nós vamos conseguir.
-Eu sei que vamos amigo.
-Deixa eu te contar uma história. Eu morava no mundo digital antes de vir para esse mundo e encontrar com Dante.
-É, eu sei, ele me falou uma vez.
-Mas ele não falou que eu tinha um irmão não é?
-Não...
-Pois é, eu tinha um irmão gêmeo. Nós morávamos num pequeno vilarejo que é apenas habitado por digimons pequenos e alguns poucos adultos, um lugar para ficar até crescer e poder se aventurar por aí. Nós eramos inseparáveis, fazíamos tudo juntos. Mas um dia, um digimon extremamente poderoso que estava provocando destruição por todo mundo digital chegou a nossa pequena aldeia... Não preciso dizer o que aconteceu. Meu irmão morreu nesse dia.
-Que triste Draco, eu não posso nem imaginar como você deve ter se sentido.
-Sem problema, eu carrego uma parte dele comigo. Quer dizer, literalmente. Antes de ele morrer, meu irmão me deu o digicore dele, que é o núcleo de um digimon. “Deixe que eu veja o mundo através dos seus olhos” Foram as últimas palavras dele... Eu sempre sinto que ele está comigo toda vez que evoluo para Examon. Mas enfim, não é isso que eu quero dizer. O que eu quero dizer é, eu nasci num lugar muito diferente daqui. Lá eu tinha amigos, família... No meio daquele caos eu vi uma estranha porta que parecia levar a um lugar muito diferente, onde nada daquilo estava acontecendo... Era o portal que os pais de Dante tinham aberto. Ele tem sido minha família desde então.
-Parece que vocês estavam destinados e se encontrar. - Disse Angel com um sorriso.
-Talvez... Mas no começo foi tudo muito difícil. Aquele lugar estranho com gente estranha, eu estava assustado. Mas Dante fez uma promessa pra mim “Um dia Petitmon, nós vamos juntos para o seu mundo, e vamos derrotar esse malvado que atacou sua casa!” - Disse Draco imitando o tom de voz de Dante, mas fazendo parecer infantil e inocente. - Até hoje procuramos uma forma de fazer isso, apesar de não ter muito êxito. Mas eu tenho certeza Angel, Dante não vai morrer enquanto ele não cumprir nossa promessa!
-Bem, ele me fez uma promessa também... É melhor esse idiota não morrer, ou vai deixar muitas dívidas para trás.
–//////--
Quatro dias após, enquanto voltava da cafeteria do hospital, Angel viu que um homem estranho estava ao lado da cama de Dante. O homem tinha traços hispânicos e se vestia com roupas casuais. Seu cabelo era raspado e não parecia ter barba. Ele olhava para Dante parecendo estar envolto em pensamentos.
-Quem é você? O que você quer aqui? - Perguntou Angel enquanto entrava rapidamente no quarto.
-Calma calma señorita! Sou amigo!
-Como posso saber se isso é verdade?
-Eu não encostei um dedo nele até agora não é mesmo? Yo soy Miguel, mucho gusto – Disse Miguel estendendo a mão para cumprimentar Angel. A garota ignorou o gesto do rapaz, que recolheu timidamente a mão – Sou o agente de viagem que ia ajudar nas suas férias.
-Férias? … - Um pequeno estalo ocorreu na cabeça de Angel.
-É ele mesmo Angel, nós e Miguel nos conhecemos há certo tempo. - Disse Draco, do digivice.
-Será que poderíamos ir para um local mais reservado para discutir nosso itinerário? - Miguel deu uma piscadela enquanto dizia essa frase. Os dois seguiram até o pequeno estacionamento do lado de fora do prédio. - Madrecita! Que aconteceu aqui? Não, melhor eu não saber, demorou muito tempo para achar vocês.
-Como diabos você nos achou, por falar nisso?
-Vocês não estavam en el ponto de encontro, que aliás estava bem destruído. Depois de procurar em cada necrotério dos arredores de Miami, comecei a olhar nos hospitais. Palpite de sorte.
-Mas como você pode ver, não estamos em condições de fugir agora.
-Ah chica, mas terão que fugir! O cerco está se fechando, seus dois admiradores secretos estão quase achando esse lugar. Você e Dante precisam sair daqui e ir para um lugar seguro.
-Já é incrível que a gente tenha chegado até aqui, quanto mais fugir!
-Não se preocupe, o papi aqui já cuidou de tudo. Esteja preparada para sair daqui amanhã de madrugada.
-Olhe, eu não vou fazer nada que coloque o Dante em perigo.
-Não se preocupe, vocês estão sobre cuidados de profissionais agora. Agora preciso ir. Foi um prazer señorita, nos vemos amanhã! - Miguel foi embora tão repentinamente quanto havia aparecido. Aquele homem por algum motivo tinha muita confiança em si mesmo.
Como no combinado, às 2 da manhã da madrugada seguinte o plano foi posto em prática. Miguel entrou vestido de enfermeiro, com mais duas mulheres disfarçadas, fingindo estar encaminhando Dante par um hospital em Miami. Eles levaram a maca até a entrada de ambulâncias, onde uma ambulância roubada os esperava. Angel deu a volta pelos fundos e entrou também. Dentro da ambulância ela se sentiu segura, apesar de não fazer a mínima ideia de para onde estavam indo. Pelas pequenas janelas nas portas ela pode perceber que eles não estavam indo em direção a Miami, mas sim se dirigindo por rotas pouco usadas, uma cena que já era rotina na vida de Angel.
A ambulância parou, e Angel pode ver que eles estavam no meio do nada. Mas de repente o carro andou, e começou a ir para baixo. Eles estavam descendo uma espécie de rampa que levava para o fundo do solo.
Quando a ambulância parou, Angel saiu rapidamente para tentar entender o que diabos estava acontecendo. Eles estavam no que parecia ser uma garagem subterrânea onde vários outros veículos, provavelmente roubados, também estavam estacionados. Carros da policia, do corpo de bombeiros, da cruz vermelha e até mesmo do exército da salvação.
Aos poucos várias pessoas começaram a se aglomerar ao redor da ambulância, o que de certa forma assustou Angel. Mas o que realmente a assustou é que repentinamente vários digimons pequenos começaram a se mostrar espontaneamente. Lagartos, pássaros, cachorros, peixes, verdes, azuis, vermelhos, todo tipo de digimon andando livremente como se estivessem em casa.
-Señor Draco, pode sair agora! - Disse Miguel, saindo da ambulância. A pequena bolinha saltou para fora e se misturou no meio dos outros digimons. - Señorita Angel, bem vinda a Resistência!
-Resistência?!? Como assim?!? Dá pra me explicar o que está acontecendo aqui?
-Depois! Agora precisamos abrir caminho para o ferido! - Os humanos e digimons formaram um corredor para que a maca de Dante pudesse passar, como se fosse o retorno de um herói de guerra. A mente de Angel estava dando um nó.
–//////--
-Señorita Angel, eu disse que agora vocês estavam nas mãos de profissionais! - Disse Miguel sorrindo largamente, agora vestindo roupas normais. Os dois estavam no que parecia ser um refeitório. - Não se preocupe com Dante, ele vai ficar bem. A unidade médica daqui não é boa o suficiente para cuidar de um ferimento a bala, mas com certeza podemos manter ele estável até se recuperar. Tome, pegue um café. Brasileño, muito bom!
-Primeiro, onde diabos eu estou. Segundo, o que caralhos é a “Resistência”? Terceiro, por Deus, isso não parece ser uma ocupação de um coiote!
-Isto aqui é uma antiga base militar anti radiação nuclear, construída na época da guerra fria por causa do medo da guerra atômica. As pessoas importantes de Miami seriam trazidas para cá caso a União Soviética lançasse um ataque contra os EUA. Mas você sabe, na União Soviética as bombas se escondem de VOCÊ! - Miguel esperou alguma reação a sua piada, que não aconteceu. - Ok, não teve graça. Com o fim da guerra fria essa base foi completamente abandonada, até que nós a achamos. A Resistência é uma questão político-ideológica. Se existem situação, no caso as organizações espalhadas pelo mundo, e oposição representada pela Digital Hazard, deve haver alguém que se oponha as duas. Anarquia quem sabe? Nosso objetivo é mostrar o mundo a verdade sobre os digimons señorita Angel. Tornar digimons livres, reconhecidos por todos, o que por consequência traria liberdade aos humanos que estão ligados a eles. Nosso objetivo é mudar o mundo! Hahaha
-Não parece algo meio ambicioso demais? Quer dizer, eu e Dante lutamos contra essa gente, não parece ser muito fácil derrotá-los.
-Mas veja o que vocês sozinhos conseguiram! Quer dizer, quase sozinhos não é mesmo? - Disse Miguel com um sorriso sacana.
-Como assim quase sozinhos?
-Acho que se encontraram com Samantha não é mesmo? Nossa melhor espiã dentro da organização americana!
-Quer dizer, a loira metida?!? - Angel estava em choque. - Aquela arrogante trabalha pra vocês?!?
-Ah não fale assim da señora Samantha, ela é uma boa mulher! Quando ouviu que a organização estava chegando perto de vocês nada a impediu de ir ajudar. E aquele médico amigo do Dante – Miguel dava a entender que fazia uma vaga idéia de quem fosse, queria que Angel completasse a frase.
-Gustavo?
-Isso, Gustavo! Sem as informações que ele passa de dentro da base da organização, nunca poderíamos ter chegado até aqui. Outro bom espião. Nós temos homens e mulheres infiltrados nas organizações de todo mundo, inclusive dentro da Digital Hazard. Infelizmente não conseguimos interceptar os planos deles para vocês dois antes que fosse tarde demais, perdoe-me señorita Angel.
-Está tudo bem agora... Mas Dante sabe que ele estava cercado de espiões desde o início?
-Não não, estava esperando o momento certo para contar a ele sobre a Resistência. Não podia colocar em risco nossos planos. Respondendo sua última pergunta, Dante disse que eu trabalho com imigração ilegal, mas não disse que tipo de imigrantes. Aqui nessa base, pessoas de todos los continentes encontram um refúgio. Essas paredes reforçadas contra radiação impedem que qualquer equipamento possa rastrear os digimons aqui em baixo. Estamos seguros.
-Mas o que quer dizer com “esperar o momento certo”? O que exatamente você está planejando?
-Veja bem señorita Angel, desde o inicio eu tinha intenção de colocar Dante no esquema. Mas eu precisava de una oportunidade em que tudo ficasse claro. E agora, vocês dois são vistos como heróis por essa gente, como pessoas que realmente lutaram contra a opressão. Se puderem nos ajudar, sua ajuda será muy buena!
-Então vamos mudar o mundo. - Disse uma voz conhecida na porta. Quando Angel se virou para olhar viu Dante em pé na porta do refeitório, escorado nos beirais para não cair. Ele estava vestindo uma calça de moletom preta, tinha faixas enroladas no abdômen e na cabeça e parecia cansado. Mas mesmo assim, soou determinado.
-Dante! - Gritou Angel, numa mistura de alegria e preocupação.
-Ai caramba señor Miguel! Perdón perdón! Senõr Dante acordou do nada, eu não pude manter ele na cama! - Exclamou um pequeno digimon azul que entrou por baixo do braço escorado de Dante, parecendo amedrontado.
-Sem problemas Pablito. Dante gosta de acordar cedo! - Respondeu Miguel, sorrindo ao ver o amigo de pé. - Este és Pablito, meu Veemon. Diga olá para señorita Angel, Pablito.
-Mucho gusto señorita. - Disse o digimon estendendo a mão para Angel. A garota mal podia acreditar na surrealidade da cena que estava vivendo.
-Dante, sente conosco e nos conte como você conseguiu sobreviver. Sua amiga aqui não parece saber muchos detalhes. – Disse Miguel apontando uma cadeira para Dante. O rapaz se sentou com um pouco de dificuldade, colocando a mão na lateral do corpo. O pequeno digimon azul o ajudou e permaneceu ao seu lado.
-Bem, aqueles malditos sabiam de algum jeito que nós íamos para aquele ponto de encontro. Talvez eles tenham feito cálculos de física quântica para prevê o futuro ou algo assim. Quando eu vi que o homem negro ia disparar, tentei dar uma de Matrix e desviar... É, idiota eu sei. – Disse Dante com um sorriso besta.
-Você quase morreu, não fique fazendo piadas. – Retrucou Angel com seriedade.
-Enfim, eu tentei sair da mira. Obviamente não consegui. No exato momento que ele disparar contra a minha cabeça, caiu um raio. Eu já estava em movimento, e acho que o clarão fez ele perder a mira. Depois disso escutei Angel chegar... E tudo passa a ser borrões e pedaços de memórias... Ai – Dante levou a mão ao ferimento da cabeça, com dor. – Angel, como você escapou?
-Eu não fiz nada, foi o Megidramon. – Disse ela com um sorriso sem graça. – Foi tudo muito rápido, eu estava um pouco... chateada.
-O importante é que você está bem. – Respondeu Dante com um sorriso. – Eu poderia te dar um abraço, mas você está do meu lado machucado.
-Já que está tão bem disposto, vou pedir às enfermeiras que mostrem o seu quarto Dante, e aproveitar para te dar alguns analgésicos. Trate de descansar, depois nós conversaremos sobre nossos planos. Señorita Angel, esta outra enfermeira irá te mostrar o seu quarto. - Angel seguiu atordoada o caminho que a mulher lhe indicou. Ela não podia acreditar no surrealismo e na aleatoriedade de tudo que estava vivendo naquele momento. Parecia que ela estava no meio de uma fanfic.
–//////--
Angel caminhou na direção do quarto de Dante. Apenas depois de ser deixada sozinha no seu quarto é que a ficha foi cair: Ela tinha feito uma declaração de amor desesperada há uma semana atrás. O que ele ia pensar dela agora? Será que ele pensaria que ela era uma mulher fácil, se atirando nos braços dele? Será que eles partilhavam o mesmo sentimento? Ele sequer se lembraria? Agora era a hora da verdade e encarar o rapaz recém despertado. Ela chegou na porta do quarto e chamou.
-Dante?
-Pode entrar Angel. - Ela sentiu um arrepio quando ele disse seu nome. Lembrou-se imediatamente do que ele havia falado naquele dia, na chuva. Angel abriu a porta, para entrar no quarto de tamanho moderado, com poucos móveis e uma segunda porta que devia ser um banheiro. Dante estava sentado na cama nos mesmos trajes que tinha aparecido na porta do refeitório, com um sorriso convidativo no rosto.
-Como está se sentindo? - Disse Angel, se aproximando e sentando ao lado dele na cama.
-Como se tivesse levado um tiro. - Ele tentou rir, mas levou a mão na lateral do corpo. - Nota mental: Contar piadas é uma péssima ideia.
-Pare de me tentar fazer rir, já me fez chorar o suficiente estes dias.
-Ah, me desculpe Angel... Tudo isso foi tão rápido e estranho eu não sabia que eles estavam me esperando... Nem sei como conseguiram.
-Esta bem, é que eu fiquei tão... preocupada. - As lágrimas começavam a brotar.
-Ei, não chore. Está tudo bem agora. - Disse o rapaz, secando gentilmente as lágrimas dos olhos de Angel, e então segurando a mão da garota entre as suas. - Eu me lembro do que você disse.
-Ah Dante não quero que pense que... - O rapaz colocou o indicador sobre os lábios de Angel, para que ela parasse de falar.
-Está tudo bem, por que eu te amo muito também. - O olhar de Dante penetrava fundo nos olhos de Angel, parecendo enxergar até o interior de sua alma. Ele gentilmente puxou a garota para perto de si, e se aproximou cuidadosamente. Antes que ela pudesse perceber, seus lábios estavam ligados em um beijo apaixonado, Dante segurava delicadamente o queixo da moça.
Naquele momento o mundo deixou de existir para Angel. Tudo que ela queria era aproveitar a sensação de seus lábios se encontrando com os de Dante, o calor do corpo dele fluindo diretamente para o dela. As barreiras haviam sido rompidas uma a uma até chegar este momento, em que ela pôde se entregar ao amor que sentia por ele. O coração de Angel batia forte, a pulsação acelerava, e o beijo se intensificava.
Quando Dante pousou a mão livre sobre a cintura da moça, ela recuou instintivamente.
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-Tudo bem, eu não teria condição de ir muito mais além mesmo. - Respondeu Dante antes que ela pudesse terminar a frase, fazendo uma arma com as mãos e disparando dois tiros imaginários contra si mesmo. - Nada vai nos separar agora Angel.
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Re: Digimon Truth
Meu, eu parto-me a rir com isto, na boa. xDDDDDD E tens razão, ficou foderoso, seria uma pena reescrever porque ia perder-se muita coisa!
Ae!! Forma bem fluída de salvar um catraio baleado e uma fera LOL! (acho que nunca antes o Megidramon me pareceu tão rox... just saying) A aparição da Resistência foi agradável, gostei de saber que ela justifica atitudes como as da Sam. Acho que só podia ser mesmo algo parecido com isto para os salvar sem parecer demasiado conveniente, funcionou até muito bem! E simpatizei de alguma forma com o teu careca mexicano, LOL também para o V-mon dele!! Ri-me quando citaste Matrix, porque ele fez-me lembrar justamente o Morpheusar confiante e salvador de um herói que é levado em convalescença para o território dele, né? E ainda há aqueles "agentes"... Well...? xDD
Então, temos a explicação para várias coisas, não apenas os "espiões" mas como a própria evolução do Examon. Ficou também bem pensado. Embora isso levante outra questão: quem atacou a aldeia do Draco e o com que intenções em concreto?
E finalmente... THE ROMANCE :D Embora, ok, nem há o que comentar nessa parte, mas só fico a questionar que tipo de final este casal terá. Final feliz, final subentendido, tragédia ou...? Bah, melhor seguir a história mesmospoilers de fic não tẽm graça mesmo.
Dragon!! Thanks pelo upload *w* SEGUE!!!
...e só não prometo um v-mon pq sou horrivel pra promessas, mas se sair, já sabem de onde ele veio lol
Ae!! Forma bem fluída de salvar um catraio baleado e uma fera LOL! (acho que nunca antes o Megidramon me pareceu tão rox... just saying) A aparição da Resistência foi agradável, gostei de saber que ela justifica atitudes como as da Sam. Acho que só podia ser mesmo algo parecido com isto para os salvar sem parecer demasiado conveniente, funcionou até muito bem! E simpatizei de alguma forma com o teu careca mexicano, LOL também para o V-mon dele!! Ri-me quando citaste Matrix, porque ele fez-me lembrar justamente o Morpheus
Então, temos a explicação para várias coisas, não apenas os "espiões" mas como a própria evolução do Examon. Ficou também bem pensado. Embora isso levante outra questão: quem atacou a aldeia do Draco e o com que intenções em concreto?
E finalmente... THE ROMANCE :D Embora, ok, nem há o que comentar nessa parte, mas só fico a questionar que tipo de final este casal terá. Final feliz, final subentendido, tragédia ou...? Bah, melhor seguir a história mesmo
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Re: Digimon Truth
meu! isso é tão FODA! *.* o megi é um must a ownar tudo e todos, sou fã!! xD
eu sabia que o dante não podia morrer, ele é foda demais para morrer tão depressa! xDD
a aparição aqui da resistência foi mt win para entender melhor a sam e o gustavo que, antes, pareciam ter saído do nada paraum SUPRISE BUTTSEX os confrontar e agr tudo pareceu bem mais óbvio xD
MAS, o que me matou mesmo... FOI O FIM! TT.TT QUE COISA LINDA ESSE FINAL! descobri o lado sensível e fofinho do dragão da américa do sul! auahauhauahuahua e me gusta! ;D
VENHA LOGO O PRÓXIMO, A JE NAM AGUENTA! T.T
eu sabia que o dante não podia morrer, ele é foda demais para morrer tão depressa! xDD
a aparição aqui da resistência foi mt win para entender melhor a sam e o gustavo que, antes, pareciam ter saído do nada para
MAS, o que me matou mesmo... FOI O FIM! TT.TT QUE COISA LINDA ESSE FINAL! descobri o lado sensível e fofinho do dragão da américa do sul! auahauhauahuahua e me gusta! ;D
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Re: Digimon Truth
THIS
Finalmente li tudo xD
Bom cara achei beeeem legal. Bem legal mesmo. Por mais que toda a história seja bem previsível, é de certa forma reconfortante ter as expectativas nutridas conforme a leitura avança. As lutas estão sendo bem narradas, e isso é um ponto forte da fic, muitas questões ficaram em aberto, visto que a cada resposta você cria mais umas três perguntas, mas esse suspense também é rox, e me faz querer mais hahaha
Sem dúvida é a unica fic com personagens originais que eu já tenha apreciado. Muito bom!
Finalmente li tudo xD
Bom cara achei beeeem legal. Bem legal mesmo. Por mais que toda a história seja bem previsível, é de certa forma reconfortante ter as expectativas nutridas conforme a leitura avança. As lutas estão sendo bem narradas, e isso é um ponto forte da fic, muitas questões ficaram em aberto, visto que a cada resposta você cria mais umas três perguntas, mas esse suspense também é rox, e me faz querer mais hahaha
Sem dúvida é a unica fic com personagens originais que eu já tenha apreciado. Muito bom!
Re: Digimon Truth
Quero pedir desculpas a todos pela demora ^^' Eu passei por um processo de mudança em minha vida. Mudei de cidade, comecei a faculdade... Precisei de um tempo para me adaptar a nova rotina. Só acho que esse tempo demorou demais hauahahauh Bem, aí está. Acho que é o maior que escrevi até agora, enjoy o/
Capítulo 7 – Mr Anderson
Dante e Miguel caminhavam pelos corredores do esconderijo secreto após o apagar das luzes. Apenas algumas luzes no teto davam uma fraca iluminação, suficiente para alguém que quisesse andar pelos corredores à noite, mas que deixava tudo com o clima sombrio de um filme de suspense. Os dois discutiam os rumos que o mundo tomaria de agora em diante, o momento chave estava chegando.
-Então quer dizer que a Digital Hazard planeja uma espécie de atentado terrorista em Nova York? – Perguntou Dante puxando uma cadeira e se sentando perto de Miguel.
-Si señor, mas ainda não sabemos o que esses pendejos estão pensando.
-Todos os ataques hostis acontecem nessa cidade, é impressionante. Aliens, terroristas, seres dimensionais, acho que eles vão pra lá passar férias e causam o caos no processo.
-Bem, se quer provocar um evento que ganhe proporções mundiais. – Disse Miguel ainda rindo das comparações de Dante. – Este és el local perfeito para isso. Mas claro, nós vamos contra-atacar.
-Como exatamente?
-No dia em que estes cabróns planejam agir, nós vamos agir antes. É uma pequena peripécia que tengo planejado por meses. Primeiro vamos começar a soltar na internet todo tipo de informação sobre digimons, sobre a DH e sobre as organizações que temos armazenado por anos. Uma vez na rede, essa información no poderá más ser silenciada. – Miguel fez uma pequena pausa com um sorriso de satisfação. – Em uma hora determinada, nossos agentes com digimons espalhados por todo globo vão começar a sair das sombras e fazer aparições públicas. Mi amigo, agora entra a parte más ambiciosa: Vamos invadir los sistemas locais de televisão e enviar imagens na tela produzidas por nós, ao vivo, de cada grande centro urbano onde conseguirmos posicionar um hombre. Tudo isso de forma coordenada.
-Isso é bem... Ambicioso. Mas não se apoiaria em uma base muito fraca? – Perguntou Dante desconfiado.
-Amigo, teremos la populación ao nosso lado! Se conseguirmos fazer com que el povo simpatize com nossa causa, la fuerza más poderosa do mundo estará ao nosso favor. Governos, espiões, agentes secretos, nem a MIB poderá silenciar la populación del mundo inteiro. Nuestra intención não é mostrar quanto conhecimento temos ou quanto sabemos, si mostrar para la populación a informação que não querem que eles saibam.
-Uma espécie de Revolução Francesa em escala global...
-Exato! E se ainda sim eles quiserem nos dar algum regalo, eu, você e a señorita Angel vamos estar lá para mostrar nuestra hospitalidade.
-Agora sim você falou minha língua hahaha – Dante parecia se divertir com o plano de seu amigo. – E quando exatamente isso vai acontecer?
-Dentro de três meses, no exato dia em que eles planejam fazer o atentado. Consegue ficar inteiro até lá?
-É tempo suficiente. Mas por que arriscar tanto e agir exatamente no mesmo dia? Não poderíamos fazer isso sei lá... Semana que vem?
-Ah, só para trollar eles um pouco. Além disso, teremos um convidado especial em nuestra festa.
-Quem seria essa pessoa tão importante?
-La Señora Eva Dumont. Ela é el caso mais antigo que se tem registrado de um humano ligado a um Digimon. Señora será nuestra porta-voz nessa causa. Mas ela está mantida sob custódia de las autoridades canadenses. Esses três meses serão necessários para orquestrar uma fuga. Nosotros seremos los guarda-costas dela após isto e a levaremos a Nova York.
-Adoro seu jeito de pensar. Ok então, a operação “Pílula Vermelha” começa em três meses.
-Haha gostei do nome!
Era uma típica noite fria canadense, onde o vento vindo do norte soprava sobre as copas das árvores fazendo com que elas se balançassem num balé sincronizado.
Nesse cenário, uma figura cruzava velozmente as estradas, rompendo a sinfonia do barulho do vento com o ronco de uma moto de corrida. A moto preta era pilotada por alguém vestindo um macacão de couro preto, que usava um capacete preto que cobria completamente o seu rosto.
A moto seguiu em velocidade até encontrar um posto policial escondido entre as árvores, de onde um oficial já acenava ordenando que ele parasse. A moto desacelerou e parou a poucos metros do policial.
-Vou ter que pedir que o senhor dê meia volta, apenas pessoal autorizado a partir desse ponto. – Disse o oficial. O ser da moto tirou o capacete num gesto espalhafatoso, revelando longos cabelos ruivos. Logo após abriu o zíper que estava fechado até o pescoço revelando um decote matador, e penetrou até na alma do policial com vibrantes olhos azuis. O pobre homem ficou automaticamente desconcertado.
-Mas nem se eu pedir com jeitinho? – Disse ela apoiando o capacete no corpo da moto.
-Ah-eh bem hmm... Se no caso você tiver uma autorização, pode seguir em frente.
-Eu não tenho nenhuma autorização, mas se você quiser me dar uma – Disse a moça dando uma piscada na direção do policial. – Sou apenas uma viajante que não é desse país viajando por estradas que não conhece. Pensei que poderia usar essa estrada para chegar à cidade mais próxima.
-Er.. Não senhora, sem autorização não pode passar. – Disse o homem ficando corado.
-Não tem nada que eu possa fazer para você me deixar passar? – Disse ela inclinando o corpo para frente, tornando o decote mais visível. O oficial da policia sentiu um arrepio percorrendo todo seu corpo. Não era todo dia que algo assim acontecia.
-Não senhora, infelizmente não.
-Então será que você pelo menos poderia me informar como chegar na cidade mais próxima?
-Claro, venha comigo. – O homem caminhou em direção ao posto policial, seguido pela sedutora mulher de macacão de couro. Após entrarem, ele apontou uma cadeira para que ela pudesse se sentar, o que ela fez cruzando as pernas de forma sensual. Nesse instante, outro oficial entrou no recinto.
-O que está acontecendo aqui?
-A moça está perdida, precisa de informação. – Disse o primeiro policial.
-Entendo... Melhor olhar no mapa então. – Disse o segundo policial, estudando as formas da convidada. A mulher sorriu e acenou para ele.
-Hmm.. Se ela voltar pela estrada e pegar o primeiro desvio a esquerda então vai poder... – Enquanto os dois oficiais estudavam o mapa, envolvidos por pensamentos pecaminosos com a convidada sentada a poucos metros, não perceberam quando um quarto individuo entrou na sala. O homem vestido com o que parecia ser uma roupa camuflada para andar na floresta a noite se esgueirou vagarosamente por detrás dos dois policiais.
-Bye bye – Disse ele injetando uma seringa no pescoço de cada um deles. Os dois caíram apagados instantaneamente. – Vamos lá, já neutralizei todos os outros guardas daqui.
-Tudo bem então, nós temos vinte minutos até o horário onde eles trocam de turno. Vamos esconder os policiais na floresta para dar a impressão que eles já voltaram para a penitenciária quando os guardas chegarem para a troca de turno. Se nós chegarmos lá a tempo, vão achar que nós somos os guardas que vieram do posto e nos deixarão entrar sem problemas. Os documentos falsos e os disfarces estão prontos?
-Fiz o melhor que pude – disse ele retirando a touca e mostrando ser um jovem asiático. – Aparentemente tem um subgrupo de registro de pessoal que não é usado há muitos anos. Qualquer numero de identificação que caia nesse registro não vai encontrar conflitos.
-Esse é meu asiático preferido. Eu vou usar um quepe e uma peruca para esconder o cabelo, mas não posso esconder a voz. Qualquer pergunta que fizerem, você responde. – Disse a moça se levantando e indo em direção aos desacordados.
-Eu sabia que minhas aulas de teatro iam servir para alguma coisa.
-Vamos nos trocar agora. – A ruiva começou a puxar o zíper de seu macacão, que ia até a virilha, revelando não estar usando nada por baixo.
-Oi oi Marina-san, vamos fazer isso aqui mesmo? – Perguntou o asiático com o rosto vermelho.
-Nós não temos tempo para procurar um provador Daisuke. Vai me dizer que você nunca viu um corpo feminino desprovido de vestimentas. Na internet não vale.
-Cala a boa. – Retrucou Daisuke, envergonhado. Os dois vestiram roupas roubadas dos guardas desacordados, Marina usou um colete a prova de balas para disfarçar as curvas de seu corpo.
Os dois seguiram pela estrada em direção à penitenciária. Pouco tempo depois eles passaram por um carro igual ao que eles haviam roubado, como Marina havia premeditado, tudo correndo dentro do plano. Em pouco tempo eles chegaram até uma grade metálica alta e extensa, com arame farpado eletrificado no topo. Uma pequena cabine como se fosse um pedágio estava posicionada ao lado da parte que parecia ser móvel, o policial lá dentro parecia entediado. O carro parou logo ao lado.
-Coronel Marston solicitando liberação de entrada soldado. Viemos para a transferência de prisioneiro. – Disse Daisuke, com voz firme. Marina continuou olhando para frente.
-Não fui informado de nenhuma transferência. – Respondeu o soldado da cabine.
-Ordens superiores soldado.
-Segurança nacional? – Daisuke apenas fez um gesto apontando para cima. – Interpol?
-Um pouco mais acima.
-Senhor, me perdoe senhor. Entrada liberada. – Perdendo a compostura, o soldado levantou a cancela e abriu o portão automático.
Os dois foram recebidos na entrada da penitenciária por dois soldados portando armas de grande porte. Os dois tinham sido encarregados de escolta-los pelas instalações, até que o diretor se apresentasse.
A prisão era um local melancólico e depressivo como se espera que um lugar destes seja. Corredores escuros, cheios de celas onde pessoas eram isoladas do mundo. Alguns gemidos podiam ser ouvidos, como se os presos estivessem se contorcendo em remorsos por seus próprios crimes. Alguns olhavam curiosos para os visitantes, outros nem mesmo se preocupavam em demonstrar reação. Era um cenário desolador, onde nenhum ser humano estaria por vontade própria. Marina se perguntava como uma senhora de idade tinha parado em um lugar assim.
Após caminhar por alguns minutos, os quatro pararam em frente a uma porta reforçada com uma pequena abertura onde pouca ou nenhuma luz entrava.
-O diretor pediu que aguardassem a chegada dele aqui. – Disse um dos soldados.
-Pois vá e diga ao seu diretor que é uma extrema falta de educação deixar um superior esperando.
-Senhor...
-Agora. – Disse Daisuke, em tom sério. Quando os dois homens começaram a se retirar, Daisuke voltou a falar. – Antes, abra a cela. Quero ver a prisioneira enquanto o incompetente do seu diretor não se apresenta.
-Mas Senhor...
-Vai questionar ordens de um superior, soldado? – O soldado relutante abriu a porta da cela, e se distanciou na companhia do outro. Dentro do espaço apertado, onde apenas tinha espaço para uma cama, um vaso sanitário e uma cadeira caindo aos pedaços, uma senhora aguardava pacientemente. Ela estava sentada na cadeira, com as pernas juntas e as mãos cruzadas sobre o colo. Um pequeno gato branco, que tinha um anel dourado na cauda e as pontas das orelhas azuis, dormia tranquilamente sobre suas pernas. A senhora usava um vestido cinza desbotado, tinha uma aparência serena, cabelos brancos presos no alto da cabeça e olhava curiosa para as pessoas na porta.
-Senhora, viemos libertá-la. – Disse Marina falando pela primeira vez desde que tinha colocado a roupa de oficial.
-Temos que tirá-la daqui antes que a força de segurança volte. – Complementou Daisuke.
-Eu sabia que este dia chegaria. Obrigado por se lembrarem desta velha senhora. – A mulher se levantou com cuidado para não acordar seu gato, e continuou carregando-o enquanto caminhava pelos corredores. Alguns presos olhavam surpresos a figura de uma mulher como aquela, e carregando um gato, andando por uma prisão federal. Eles voltaram pelo mesmo caminho que tinham feito, com Daisuke expressando toda sua habilidade teatral enquanto exibia seus documentos forjados.
Eles já estavam do lado de fora, dentro do veículo roubado quando a sirene tocou. O barulho agudo ecoou por toda floresta como um grito desesperado, enquanto Daisuke acelerava o carro ao máximo e disparava pela estrada antes que qualquer oficial pudesse ter alguma reação.
Três veículos passaram a segui-los de perto, tentando acertar a lateral do carro para fazê-lo rodopiar e perder a velocidade.
Mas Daisuke jogou o carro em direção à floresta, se movimentando entre as árvores e perdendo rapidamente seus perseguidores de vista. Eles seguiram até um ponto determinado onde em uma clareira um caminhão baú esperava para socorrê-los. Os três fugitivos entraram com carro e tudo dentro do compartimento de carga do caminhão, que era revestido com espelhos para dar a impressão de vazio, assim como nos truques de mágica onde um objeto some misteriosamente dentro de uma caixa.
-Dante vai pirar quando souber que conseguimos facilmente resgatar a senhora. – Disse Marina retirando o quepe e a peruca. – Soube que ele explodiu uma base militar inteira só para sair de lá com a Angel.
-Senhora, meu nome é Daisuke e a animada aqui se chama Marina. Nós somos amigos.
Num quarto sem janelas, uma garota dormia profundamente. O corpo nu apenas coberto por um lençol branco, a pele clara levemente arrepiada pela temperatura do ar-condicionado, os cabelos bagunçados espalhados sobre um travesseiro onde uma segunda pessoa parecia ter se deitado até pouco tempo atrás.
A garota deixou a claridade do quarto pouco a pouco iluminar sua visão enquanto ela abria vagarosamente os olhos. Ao passar a mão pela cama, percebeu apenas um espaço vazio.
Ela se sentou na cama, esfregando os olhos sonolenta, observando o quarto vazio. A pequena mesa de refeição para dois, o sofá, a televisão, ele não estava em lugar nenhum. Teria sido tudo um sonho?
A garota se levantou, revelando seu belo corpo nu sob a luz branca. Ela abriu o armário e se cobriu com um roupão. Um banho ia ajudar a por a cabeça no lugar. Enquanto ela se dirigia para o banheiro, a porta de metal do quarto se abriu, revelando o que para ela era uma visão dos deuses. O olhar profundo, o sorriso bobo, o ar de menino que acabou de aprontar. Nem as bandagens enroladas ao redor da cintura dele podiam tirar sua beleza. Ele carregava uma bandeja de prata cheia de diferentes tipos de comida. Ele caminhou como se estivesse flutuando no ar e colocou a bandeja sobre a mesa, e fez um gesto como se fosse um garçom de um restaurante francês.
-Está servida, mademoiselle?
-Seu idiota, achei que você tinha me deixado sozinha aqui! – Disse ela correndo e se lançando nos braços dele com um pequeno salto. Seus rostos estavam a centímetros um do outro, ambos sorriam de forma radiante.
-Eu queria te fazer uma surpresa depois da nossa primeira noite juntos. Queria... Sei lá, fazer você ficar feliz depois de acordar.
-Dante, você me aceitou e me amou, não tem como eu ser mais feliz.
-Mas talvez você possa ME deixar um pouco mais feliz... – Dante rodeou a mesa e pegou da bandeja de prata uma pequena caixinha preta, escondida no meio de alguns recipientes de comida. Ele voltou a ficar frente a frente com Angel, segurou uma mão dela e se ajoelhou. O rosto de Angel começou a ficar corado, pequenas lágrimas brotaram nos cantos de seus olhos. – Amanhã nós vamos mudar o mundo. E eu sinceramente não sei como as coisas vão correr de agora em diante, por isso eu não ia me perdoar se eu perdesse essa chance.
-Idiota, não fale como se nós fossemos morrer! – A voz de Angel já estava embargada.
-Angel, quer se casar comigo? – Dante abriu a caixa, revelando um anel de ouro branco com um diamante incrustrado.
-É claro que eu quero! – Angel disse quase gritando, puxando Dante pelos ombros, e o beijando de forma intensa. – Onde você conseguiu esse anel?
-Eu tive três meses para descobrir como conseguir um. Ei, ajuda a tirar essas bandagens agora? Não aguento mais ficar com isso enrolado no corpo.
-Tem certeza que já pode tirar?
-Qual é, já tem três meses, eu vou sobreviver. – Angel desenrolou o curativo como se Dante fosse feito de vidro e se quebraria com um movimento brusco. Depois que todos os panos já tinham sido retirados, apenas podia se ver a cicatriz rosa em relevo no local onde a bala havia entrado. A garota passou os dedos por cima da cicatriz, as lembranças do dia em que ela havia sido feita fluindo em sua mente. – Eu achei que fosse te perder nesse dia.
-Mas eu estou aqui não é? Nós estamos aqui. – Dante puxou Angel para junto de si. Aos poucos os dois se aproximaram da cama e se recostaram mais uma vez, envolvidos em um beijo apaixonado. A mão do rapaz fez todo o contorno da perna de Angel, passando pela sua coxa, até parar sobre a sua cintura. – Angel...
-Que foi? – Disse ela de olhos fechados.
-A comida vai esfriar.
-A comida pode esperar.
Os preparativos foram tomados. A resistência montou um caminhão com o compartimento de carga revestido por material isolante, para que os digimons pudessem viajar sem serem detectados. Na cabine, Miguel estava ao volante com Dante ao seu lado. Eva e Angel estavam nos assentos traseiros. Desta forma, os quatro seguiram para Nova York, a capital do mundo.
Angel nunca tinha visto de perto um centro urbano tão grande, com tantas pessoas reunidas sempre parecendo apressadas para algum compromisso. O grupo passou por arranha-céus, prédios comerciais, até chegar em Times Square. O carro foi estacionado a poucos metros do cruzamento principal, no local onde os taxistas geralmente esperam com seus carros.
-Qual é o plano com a Times Square? – Perguntou Angel.
-No momento certo, iremos tomar o controle simultâneo de todos os telões. Nuestros hombres que já estão na cidade devem estar cuidando disto neste exato momento. A imagem e a voz de la Señora Eva ira ganhar todas as telas daqui.
-É um prazer poder ajudar. – Disse a senhora, em tom suave.
-A esta altura a parte online do plano já deve ter tido inicio, e a informação deve estar se espalhando pelo mundo. Cada país ira receber as informações em sua própria língua... Só precisamos ter paciência agora. – Disse Dante. A ação seria cronometrada ao redor do mundo, ocorrendo simultaneamente em todos os pontos possíveis. Os minutos se arrastavam parecendo horas, a tensão no ar podia se cortar com uma faca. Aqueles quatro estavam a minutos do evento mais importante de suas vidas.
De repente, um estrondo que fez as janelas do carro balançarem. Os quatro revolucionários se entreolharam, assustados. Dante saiu rapidamente para ver o que acontecia, conseguiu enxergar somente um mar de gente correndo em todas as direções. O que tinha acontecido?
-Dante! – Gritou Angel.
-Fiquem no carro! – Respondem ele. Dante subiu na carroceria para poder enxergar melhor. Percebeu que todas as pessoas estavam se afastando de um ponto em comum: O centro da Times Square. Lá, algo como um fio preto de dezenas de metros de altura pairava no ar. O fio aos poucos começou a aumentar sua largura. Dante já havia visto aquilo, era um portal para o mundo digital. – Draco, está vendo isso?
-Sim! – Disse o dragão saindo do digivice e aparecendo ao lado de Dante na carroceria. – Mas o que pode passar por um portal tão grande assim?
-Não sei amigo, e tenho medo de descobrir. – Dante pulou do lado da porta em que Angel estava. – A Digital Hazard agiu. De alguma forma eles abriram um portal digital gigante bem no meio da Times Square. Eu vou impedi-los!
-Iremos com você! – disse Miguel, começando a abrir a porta.
-Não, vocês tem que ficar a proteger a senhora Eva!
-Você não vai me convencer a ficar aqui! – Disse Angel saindo do carro. – Eu não vou te deixar sozinho de novo!
-Mas Angel...
-Mas Angel nada! Quem quase morreu foi você, não tem direito de querer mandar em mim!
-Vão, eu protejo la señora Eva! – Disse Miguel, com urgência na voz.
-Boa sorte meninos! – Disse Eva, enquanto Dante e Angel já se afastavam.
Os dois corriam no fluxo contrário da multidão, que tentava se afastar, Draco voava por cima da cabeça deles. O portal já tinha se aberto o suficiente para um carro passar por ele e continuava a se expandir. Angel segurou firmemente a mão de Dante enquanto corria, o anel de brilhante reluzindo em seu dedo. Quando os dois chegaram bem ao centro da Times Square, a população já havia se dispersado, eram apenas eles e o portal gigante. Angel sentiu que havia algo estranho dentro dela. Megidramon estava inquieto.
-Dante, eu tenho um mau pressentimento sobre isso...
-Não precisa falar Angel, eu e Draco estamos tendo maus pressentimentos para uma sessão inteira no psicólogo.
-Dante... está vindo. – Quando o portal atingiu uma enorme extensão, Draco se colocou em posição de batalha. Seus músculos haviam se contraído, as presas estavam à mostra. Um rugido ecoava da garganta do dragãozinho. Então, do vazio negro que parecia ser o interior do portal, surgiu um par de olhos vermelhos. Dois braços enormes, com grandes garras se apoiaram no chão, enquanto metade do corpo do ser se projetou para fora, revelando uma estrutura que emitia uma luz amarela presa as suas costas, com o que pareciam ser dois canhões enormes. – Millenniummon!
-Milen o que? – Perguntou Angel, assustada com o enorme Digimon.
-Millenniummon. O Digimon que destruiu a vila onde Draco morava e matou o irmão dele. – disse Dante, sério. – Quem diria que nos encontraríamos aqui não é mesmo?
-Eu vou fazer você pagar por tudo que você fez! – Disse Draco rapidamente se transformando em Examon e investindo contra Millenniummon.
-Não seria melhor procurar os responsáveis por isso? – Perguntou Angel.
-Seria exatamente o que eles querem. Angel, nesse momento, só nós podemos impedir que esse monstro acabe com centenas, talvez milhares de vida. Eu nunca achei que diria isso para você, mas é hora de lutar.
-Entendido. – Respondeu Angel, Megidramon rapidamente se materializou sobre a sua cabeça.
Os dois dragões iniciaram uma batalha feroz contra a besta que tentava se libertar do portal. Draco e Megidramon voavam ao redor de Millenniummon disparando ataques, que tentava acertá-los com um segundo par de braços que não estava apoiado no chão. Draco acertou um poderoso golpe com a lança no rosto de Millenniummon que o fez recuar gritando na direção do dragão.
O monstro começou a formar uma esfera negra em sua boa, que foi lançada na direção de Draco. O dragão desviou, mas a esfera acertou o chão poucos metros ao lado de Dante a Angel. Mas a esfera não explodiu, ela parecia ser maciça, feita de matéria.
-Cuidado com isso! – Draco gritou. Megidramon voou rapidamente e tirou os dois humanos de perto da esfera, que explodiu após outro grito de Millenniummon. Draco começou a realizar disparos com sua lança enquanto Millenniummon tentava acertá-lo
Megidramon lançou um poderoso jato de chamas incandescentes na direção do inimigo. Millenniummon parecia ficar mais furioso e mais forte, os ataques pareciam fazer menos efeito.
Ao longe Miguel viu as luzes da batalha. Os dois dragões voavam e atacavam simultaneamente um ponto único dentro do buraco negro. Ele tinha que chegar mais perto e ver o que estava acontecendo.
-Pablito, tome conta da señora Eva. Eu vou tentar ajudar.
Miguel viu quando um helicóptero sobrevoou a área em direção ao buraco negro. Aquilo estava prestes a ganhar proporções épicas.
O helicóptero passou a plainar sobre o local da batalha. Em segundos, imagens ao vivo direto da
Times Square entraram no ar para todos os lares americanos, ao mesmo tempo em que eram exibidas nos telões.
-Aqui é Melina Blair da CNN ao vivo direto da Times Square onde um evento cinematográfico está tomando lugar. Três monstros estão se enfrentando numa batalha sangrenta neste que há poucos instantes era um dos locais mais populosos do mundo. Não se sabe o envolvimento dos dois jovens que permanecem na cena. – Disse a repórter enquanto a câmera focalizava Dante e Angel. – Não se sabe a origem de tais criaturas ou por que eles escolherem esse local para o confronto. As autoridades locais ficaram congestionadas nos últimos minutos com inúmeras ligações desesperadas, mas não sabem que atitudes tomar diante das circunstâncias.
A câmera focalizou quando o dragão com uma lança no braço acertou um golpe certeiro bem no queixo do monstro que estava no buraco negro. Este que por sua vez, mirou os grandes canhões em suas costas a disparou contra o helicóptero.
O piloto tentou desviar, mas o ataque acertou a cauda da aeronave, que começou a rodopiar em direção ao solo. Draco voou na direção da aeronave , tentando fazer com que ele pousasse em segurança.
Miguel chegou ao campo de batalha pouco depois que o helicóptero tinha começado a transmitir as noticias. Todos os telões da Times Square agora transmitiam ao vivo a luta que eles vivenciavam.
Ao longe, Miguel viu uma figura conhecida. Escondido atrás de um carro, era o câmera que ia trabalhar com eles.
-Ei, você está aqui hombre! Cadê os outros muchachos?
-Todos eles fugiram de medo Miguel!
-E por que você continuou?
-Por que eu não tenho forças para correr! – Respondeu o rapaz desesperado.
-Amigo, você vai ser muito importante ahora!
-Como assim?
-Eu preciso que você estabeleça la conexión que nós íamos fazer nesse exato instante!
-Mas eu não tenho certeza se...
-VAMOS HAMILTON, IMAGENS NA TELA, AHORA!
-Sim senhor! – O rapaz espalhou os equipamentos pelo chão e começou a digitar em um pequeno computador. O suor escorria da testa do jovem, enquanto Miguel observava os ataques que lançavam clarões de luz da troca intensa de golpes. Após alguns minutos, o rapaz ajeitou a câmera e disse que estava ligada. Os telões agora transmitiam a figura de um homem hispânico, com uma camisa colorida amarrotada. Ao fundo, a violenta batalha.
-Digimons são reais! – Gritou Miguel, quando uma rajada de energia atingiu o helicóptero. A câmera focalizou Draco salvando o helicóptero do impacto com o solo. – Digimons são reais! Neste momento existem digimons por todo globo sendo oprimidos junto com seus parceiros humanos! E estes aqui estão arriscando as vidas deles para tentar salvar a de vocês! Sim, existem digimons selvagens que podem tentar nos fazer mal, mas a grande maioria deles são nossos amigos, nossos companheiros, nossos irmãos! Abram seus olhos para essa realidade, não se deixem enganar!
Um movimento rápido, um forte urro de dor. A câmera focalizou quando um braço saindo de dentro do buraco negro agarrou Draco em pleno ar, e começou a esmagar o dragão com força bruta. Draco gritava cada vez mais enquanto a conexão aos poucos era perdida.
-A verdade... Digimons... reais! – Foi a última coisa que o telespectador que estava assistindo aquela cena conseguiu ouvir, em meio a estrondos e gritos, logo antes de a tela escureceu e a seguinte mensagem ser exibida “Fora do ar por problemas técnicos”.
Continua...
Alguém aí disse cliffhanger?
Capítulo 7 – Mr Anderson
Dante e Miguel caminhavam pelos corredores do esconderijo secreto após o apagar das luzes. Apenas algumas luzes no teto davam uma fraca iluminação, suficiente para alguém que quisesse andar pelos corredores à noite, mas que deixava tudo com o clima sombrio de um filme de suspense. Os dois discutiam os rumos que o mundo tomaria de agora em diante, o momento chave estava chegando.
-Então quer dizer que a Digital Hazard planeja uma espécie de atentado terrorista em Nova York? – Perguntou Dante puxando uma cadeira e se sentando perto de Miguel.
-Si señor, mas ainda não sabemos o que esses pendejos estão pensando.
-Todos os ataques hostis acontecem nessa cidade, é impressionante. Aliens, terroristas, seres dimensionais, acho que eles vão pra lá passar férias e causam o caos no processo.
-Bem, se quer provocar um evento que ganhe proporções mundiais. – Disse Miguel ainda rindo das comparações de Dante. – Este és el local perfeito para isso. Mas claro, nós vamos contra-atacar.
-Como exatamente?
-No dia em que estes cabróns planejam agir, nós vamos agir antes. É uma pequena peripécia que tengo planejado por meses. Primeiro vamos começar a soltar na internet todo tipo de informação sobre digimons, sobre a DH e sobre as organizações que temos armazenado por anos. Uma vez na rede, essa información no poderá más ser silenciada. – Miguel fez uma pequena pausa com um sorriso de satisfação. – Em uma hora determinada, nossos agentes com digimons espalhados por todo globo vão começar a sair das sombras e fazer aparições públicas. Mi amigo, agora entra a parte más ambiciosa: Vamos invadir los sistemas locais de televisão e enviar imagens na tela produzidas por nós, ao vivo, de cada grande centro urbano onde conseguirmos posicionar um hombre. Tudo isso de forma coordenada.
-Isso é bem... Ambicioso. Mas não se apoiaria em uma base muito fraca? – Perguntou Dante desconfiado.
-Amigo, teremos la populación ao nosso lado! Se conseguirmos fazer com que el povo simpatize com nossa causa, la fuerza más poderosa do mundo estará ao nosso favor. Governos, espiões, agentes secretos, nem a MIB poderá silenciar la populación del mundo inteiro. Nuestra intención não é mostrar quanto conhecimento temos ou quanto sabemos, si mostrar para la populación a informação que não querem que eles saibam.
-Uma espécie de Revolução Francesa em escala global...
-Exato! E se ainda sim eles quiserem nos dar algum regalo, eu, você e a señorita Angel vamos estar lá para mostrar nuestra hospitalidade.
-Agora sim você falou minha língua hahaha – Dante parecia se divertir com o plano de seu amigo. – E quando exatamente isso vai acontecer?
-Dentro de três meses, no exato dia em que eles planejam fazer o atentado. Consegue ficar inteiro até lá?
-É tempo suficiente. Mas por que arriscar tanto e agir exatamente no mesmo dia? Não poderíamos fazer isso sei lá... Semana que vem?
-Ah, só para trollar eles um pouco. Além disso, teremos um convidado especial em nuestra festa.
-Quem seria essa pessoa tão importante?
-La Señora Eva Dumont. Ela é el caso mais antigo que se tem registrado de um humano ligado a um Digimon. Señora será nuestra porta-voz nessa causa. Mas ela está mantida sob custódia de las autoridades canadenses. Esses três meses serão necessários para orquestrar uma fuga. Nosotros seremos los guarda-costas dela após isto e a levaremos a Nova York.
-Adoro seu jeito de pensar. Ok então, a operação “Pílula Vermelha” começa em três meses.
-Haha gostei do nome!
–//////--
Era uma típica noite fria canadense, onde o vento vindo do norte soprava sobre as copas das árvores fazendo com que elas se balançassem num balé sincronizado.
Nesse cenário, uma figura cruzava velozmente as estradas, rompendo a sinfonia do barulho do vento com o ronco de uma moto de corrida. A moto preta era pilotada por alguém vestindo um macacão de couro preto, que usava um capacete preto que cobria completamente o seu rosto.
A moto seguiu em velocidade até encontrar um posto policial escondido entre as árvores, de onde um oficial já acenava ordenando que ele parasse. A moto desacelerou e parou a poucos metros do policial.
-Vou ter que pedir que o senhor dê meia volta, apenas pessoal autorizado a partir desse ponto. – Disse o oficial. O ser da moto tirou o capacete num gesto espalhafatoso, revelando longos cabelos ruivos. Logo após abriu o zíper que estava fechado até o pescoço revelando um decote matador, e penetrou até na alma do policial com vibrantes olhos azuis. O pobre homem ficou automaticamente desconcertado.
-Mas nem se eu pedir com jeitinho? – Disse ela apoiando o capacete no corpo da moto.
-Ah-eh bem hmm... Se no caso você tiver uma autorização, pode seguir em frente.
-Eu não tenho nenhuma autorização, mas se você quiser me dar uma – Disse a moça dando uma piscada na direção do policial. – Sou apenas uma viajante que não é desse país viajando por estradas que não conhece. Pensei que poderia usar essa estrada para chegar à cidade mais próxima.
-Er.. Não senhora, sem autorização não pode passar. – Disse o homem ficando corado.
-Não tem nada que eu possa fazer para você me deixar passar? – Disse ela inclinando o corpo para frente, tornando o decote mais visível. O oficial da policia sentiu um arrepio percorrendo todo seu corpo. Não era todo dia que algo assim acontecia.
-Não senhora, infelizmente não.
-Então será que você pelo menos poderia me informar como chegar na cidade mais próxima?
-Claro, venha comigo. – O homem caminhou em direção ao posto policial, seguido pela sedutora mulher de macacão de couro. Após entrarem, ele apontou uma cadeira para que ela pudesse se sentar, o que ela fez cruzando as pernas de forma sensual. Nesse instante, outro oficial entrou no recinto.
-O que está acontecendo aqui?
-A moça está perdida, precisa de informação. – Disse o primeiro policial.
-Entendo... Melhor olhar no mapa então. – Disse o segundo policial, estudando as formas da convidada. A mulher sorriu e acenou para ele.
-Hmm.. Se ela voltar pela estrada e pegar o primeiro desvio a esquerda então vai poder... – Enquanto os dois oficiais estudavam o mapa, envolvidos por pensamentos pecaminosos com a convidada sentada a poucos metros, não perceberam quando um quarto individuo entrou na sala. O homem vestido com o que parecia ser uma roupa camuflada para andar na floresta a noite se esgueirou vagarosamente por detrás dos dois policiais.
-Bye bye – Disse ele injetando uma seringa no pescoço de cada um deles. Os dois caíram apagados instantaneamente. – Vamos lá, já neutralizei todos os outros guardas daqui.
-Tudo bem então, nós temos vinte minutos até o horário onde eles trocam de turno. Vamos esconder os policiais na floresta para dar a impressão que eles já voltaram para a penitenciária quando os guardas chegarem para a troca de turno. Se nós chegarmos lá a tempo, vão achar que nós somos os guardas que vieram do posto e nos deixarão entrar sem problemas. Os documentos falsos e os disfarces estão prontos?
-Fiz o melhor que pude – disse ele retirando a touca e mostrando ser um jovem asiático. – Aparentemente tem um subgrupo de registro de pessoal que não é usado há muitos anos. Qualquer numero de identificação que caia nesse registro não vai encontrar conflitos.
-Esse é meu asiático preferido. Eu vou usar um quepe e uma peruca para esconder o cabelo, mas não posso esconder a voz. Qualquer pergunta que fizerem, você responde. – Disse a moça se levantando e indo em direção aos desacordados.
-Eu sabia que minhas aulas de teatro iam servir para alguma coisa.
-Vamos nos trocar agora. – A ruiva começou a puxar o zíper de seu macacão, que ia até a virilha, revelando não estar usando nada por baixo.
-Oi oi Marina-san, vamos fazer isso aqui mesmo? – Perguntou o asiático com o rosto vermelho.
-Nós não temos tempo para procurar um provador Daisuke. Vai me dizer que você nunca viu um corpo feminino desprovido de vestimentas. Na internet não vale.
-Cala a boa. – Retrucou Daisuke, envergonhado. Os dois vestiram roupas roubadas dos guardas desacordados, Marina usou um colete a prova de balas para disfarçar as curvas de seu corpo.
Os dois seguiram pela estrada em direção à penitenciária. Pouco tempo depois eles passaram por um carro igual ao que eles haviam roubado, como Marina havia premeditado, tudo correndo dentro do plano. Em pouco tempo eles chegaram até uma grade metálica alta e extensa, com arame farpado eletrificado no topo. Uma pequena cabine como se fosse um pedágio estava posicionada ao lado da parte que parecia ser móvel, o policial lá dentro parecia entediado. O carro parou logo ao lado.
-Coronel Marston solicitando liberação de entrada soldado. Viemos para a transferência de prisioneiro. – Disse Daisuke, com voz firme. Marina continuou olhando para frente.
-Não fui informado de nenhuma transferência. – Respondeu o soldado da cabine.
-Ordens superiores soldado.
-Segurança nacional? – Daisuke apenas fez um gesto apontando para cima. – Interpol?
-Um pouco mais acima.
-Senhor, me perdoe senhor. Entrada liberada. – Perdendo a compostura, o soldado levantou a cancela e abriu o portão automático.
Os dois foram recebidos na entrada da penitenciária por dois soldados portando armas de grande porte. Os dois tinham sido encarregados de escolta-los pelas instalações, até que o diretor se apresentasse.
A prisão era um local melancólico e depressivo como se espera que um lugar destes seja. Corredores escuros, cheios de celas onde pessoas eram isoladas do mundo. Alguns gemidos podiam ser ouvidos, como se os presos estivessem se contorcendo em remorsos por seus próprios crimes. Alguns olhavam curiosos para os visitantes, outros nem mesmo se preocupavam em demonstrar reação. Era um cenário desolador, onde nenhum ser humano estaria por vontade própria. Marina se perguntava como uma senhora de idade tinha parado em um lugar assim.
Após caminhar por alguns minutos, os quatro pararam em frente a uma porta reforçada com uma pequena abertura onde pouca ou nenhuma luz entrava.
-O diretor pediu que aguardassem a chegada dele aqui. – Disse um dos soldados.
-Pois vá e diga ao seu diretor que é uma extrema falta de educação deixar um superior esperando.
-Senhor...
-Agora. – Disse Daisuke, em tom sério. Quando os dois homens começaram a se retirar, Daisuke voltou a falar. – Antes, abra a cela. Quero ver a prisioneira enquanto o incompetente do seu diretor não se apresenta.
-Mas Senhor...
-Vai questionar ordens de um superior, soldado? – O soldado relutante abriu a porta da cela, e se distanciou na companhia do outro. Dentro do espaço apertado, onde apenas tinha espaço para uma cama, um vaso sanitário e uma cadeira caindo aos pedaços, uma senhora aguardava pacientemente. Ela estava sentada na cadeira, com as pernas juntas e as mãos cruzadas sobre o colo. Um pequeno gato branco, que tinha um anel dourado na cauda e as pontas das orelhas azuis, dormia tranquilamente sobre suas pernas. A senhora usava um vestido cinza desbotado, tinha uma aparência serena, cabelos brancos presos no alto da cabeça e olhava curiosa para as pessoas na porta.
-Senhora, viemos libertá-la. – Disse Marina falando pela primeira vez desde que tinha colocado a roupa de oficial.
-Temos que tirá-la daqui antes que a força de segurança volte. – Complementou Daisuke.
-Eu sabia que este dia chegaria. Obrigado por se lembrarem desta velha senhora. – A mulher se levantou com cuidado para não acordar seu gato, e continuou carregando-o enquanto caminhava pelos corredores. Alguns presos olhavam surpresos a figura de uma mulher como aquela, e carregando um gato, andando por uma prisão federal. Eles voltaram pelo mesmo caminho que tinham feito, com Daisuke expressando toda sua habilidade teatral enquanto exibia seus documentos forjados.
Eles já estavam do lado de fora, dentro do veículo roubado quando a sirene tocou. O barulho agudo ecoou por toda floresta como um grito desesperado, enquanto Daisuke acelerava o carro ao máximo e disparava pela estrada antes que qualquer oficial pudesse ter alguma reação.
Três veículos passaram a segui-los de perto, tentando acertar a lateral do carro para fazê-lo rodopiar e perder a velocidade.
Mas Daisuke jogou o carro em direção à floresta, se movimentando entre as árvores e perdendo rapidamente seus perseguidores de vista. Eles seguiram até um ponto determinado onde em uma clareira um caminhão baú esperava para socorrê-los. Os três fugitivos entraram com carro e tudo dentro do compartimento de carga do caminhão, que era revestido com espelhos para dar a impressão de vazio, assim como nos truques de mágica onde um objeto some misteriosamente dentro de uma caixa.
-Dante vai pirar quando souber que conseguimos facilmente resgatar a senhora. – Disse Marina retirando o quepe e a peruca. – Soube que ele explodiu uma base militar inteira só para sair de lá com a Angel.
-Senhora, meu nome é Daisuke e a animada aqui se chama Marina. Nós somos amigos.
–//////--
Num quarto sem janelas, uma garota dormia profundamente. O corpo nu apenas coberto por um lençol branco, a pele clara levemente arrepiada pela temperatura do ar-condicionado, os cabelos bagunçados espalhados sobre um travesseiro onde uma segunda pessoa parecia ter se deitado até pouco tempo atrás.
A garota deixou a claridade do quarto pouco a pouco iluminar sua visão enquanto ela abria vagarosamente os olhos. Ao passar a mão pela cama, percebeu apenas um espaço vazio.
Ela se sentou na cama, esfregando os olhos sonolenta, observando o quarto vazio. A pequena mesa de refeição para dois, o sofá, a televisão, ele não estava em lugar nenhum. Teria sido tudo um sonho?
A garota se levantou, revelando seu belo corpo nu sob a luz branca. Ela abriu o armário e se cobriu com um roupão. Um banho ia ajudar a por a cabeça no lugar. Enquanto ela se dirigia para o banheiro, a porta de metal do quarto se abriu, revelando o que para ela era uma visão dos deuses. O olhar profundo, o sorriso bobo, o ar de menino que acabou de aprontar. Nem as bandagens enroladas ao redor da cintura dele podiam tirar sua beleza. Ele carregava uma bandeja de prata cheia de diferentes tipos de comida. Ele caminhou como se estivesse flutuando no ar e colocou a bandeja sobre a mesa, e fez um gesto como se fosse um garçom de um restaurante francês.
-Está servida, mademoiselle?
-Seu idiota, achei que você tinha me deixado sozinha aqui! – Disse ela correndo e se lançando nos braços dele com um pequeno salto. Seus rostos estavam a centímetros um do outro, ambos sorriam de forma radiante.
-Eu queria te fazer uma surpresa depois da nossa primeira noite juntos. Queria... Sei lá, fazer você ficar feliz depois de acordar.
-Dante, você me aceitou e me amou, não tem como eu ser mais feliz.
-Mas talvez você possa ME deixar um pouco mais feliz... – Dante rodeou a mesa e pegou da bandeja de prata uma pequena caixinha preta, escondida no meio de alguns recipientes de comida. Ele voltou a ficar frente a frente com Angel, segurou uma mão dela e se ajoelhou. O rosto de Angel começou a ficar corado, pequenas lágrimas brotaram nos cantos de seus olhos. – Amanhã nós vamos mudar o mundo. E eu sinceramente não sei como as coisas vão correr de agora em diante, por isso eu não ia me perdoar se eu perdesse essa chance.
-Idiota, não fale como se nós fossemos morrer! – A voz de Angel já estava embargada.
-Angel, quer se casar comigo? – Dante abriu a caixa, revelando um anel de ouro branco com um diamante incrustrado.
-É claro que eu quero! – Angel disse quase gritando, puxando Dante pelos ombros, e o beijando de forma intensa. – Onde você conseguiu esse anel?
-Eu tive três meses para descobrir como conseguir um. Ei, ajuda a tirar essas bandagens agora? Não aguento mais ficar com isso enrolado no corpo.
-Tem certeza que já pode tirar?
-Qual é, já tem três meses, eu vou sobreviver. – Angel desenrolou o curativo como se Dante fosse feito de vidro e se quebraria com um movimento brusco. Depois que todos os panos já tinham sido retirados, apenas podia se ver a cicatriz rosa em relevo no local onde a bala havia entrado. A garota passou os dedos por cima da cicatriz, as lembranças do dia em que ela havia sido feita fluindo em sua mente. – Eu achei que fosse te perder nesse dia.
-Mas eu estou aqui não é? Nós estamos aqui. – Dante puxou Angel para junto de si. Aos poucos os dois se aproximaram da cama e se recostaram mais uma vez, envolvidos em um beijo apaixonado. A mão do rapaz fez todo o contorno da perna de Angel, passando pela sua coxa, até parar sobre a sua cintura. – Angel...
-Que foi? – Disse ela de olhos fechados.
-A comida vai esfriar.
-A comida pode esperar.
–//////--
Os preparativos foram tomados. A resistência montou um caminhão com o compartimento de carga revestido por material isolante, para que os digimons pudessem viajar sem serem detectados. Na cabine, Miguel estava ao volante com Dante ao seu lado. Eva e Angel estavam nos assentos traseiros. Desta forma, os quatro seguiram para Nova York, a capital do mundo.
Angel nunca tinha visto de perto um centro urbano tão grande, com tantas pessoas reunidas sempre parecendo apressadas para algum compromisso. O grupo passou por arranha-céus, prédios comerciais, até chegar em Times Square. O carro foi estacionado a poucos metros do cruzamento principal, no local onde os taxistas geralmente esperam com seus carros.
-Qual é o plano com a Times Square? – Perguntou Angel.
-No momento certo, iremos tomar o controle simultâneo de todos os telões. Nuestros hombres que já estão na cidade devem estar cuidando disto neste exato momento. A imagem e a voz de la Señora Eva ira ganhar todas as telas daqui.
-É um prazer poder ajudar. – Disse a senhora, em tom suave.
-A esta altura a parte online do plano já deve ter tido inicio, e a informação deve estar se espalhando pelo mundo. Cada país ira receber as informações em sua própria língua... Só precisamos ter paciência agora. – Disse Dante. A ação seria cronometrada ao redor do mundo, ocorrendo simultaneamente em todos os pontos possíveis. Os minutos se arrastavam parecendo horas, a tensão no ar podia se cortar com uma faca. Aqueles quatro estavam a minutos do evento mais importante de suas vidas.
De repente, um estrondo que fez as janelas do carro balançarem. Os quatro revolucionários se entreolharam, assustados. Dante saiu rapidamente para ver o que acontecia, conseguiu enxergar somente um mar de gente correndo em todas as direções. O que tinha acontecido?
-Dante! – Gritou Angel.
-Fiquem no carro! – Respondem ele. Dante subiu na carroceria para poder enxergar melhor. Percebeu que todas as pessoas estavam se afastando de um ponto em comum: O centro da Times Square. Lá, algo como um fio preto de dezenas de metros de altura pairava no ar. O fio aos poucos começou a aumentar sua largura. Dante já havia visto aquilo, era um portal para o mundo digital. – Draco, está vendo isso?
-Sim! – Disse o dragão saindo do digivice e aparecendo ao lado de Dante na carroceria. – Mas o que pode passar por um portal tão grande assim?
-Não sei amigo, e tenho medo de descobrir. – Dante pulou do lado da porta em que Angel estava. – A Digital Hazard agiu. De alguma forma eles abriram um portal digital gigante bem no meio da Times Square. Eu vou impedi-los!
-Iremos com você! – disse Miguel, começando a abrir a porta.
-Não, vocês tem que ficar a proteger a senhora Eva!
-Você não vai me convencer a ficar aqui! – Disse Angel saindo do carro. – Eu não vou te deixar sozinho de novo!
-Mas Angel...
-Mas Angel nada! Quem quase morreu foi você, não tem direito de querer mandar em mim!
-Vão, eu protejo la señora Eva! – Disse Miguel, com urgência na voz.
-Boa sorte meninos! – Disse Eva, enquanto Dante e Angel já se afastavam.
Os dois corriam no fluxo contrário da multidão, que tentava se afastar, Draco voava por cima da cabeça deles. O portal já tinha se aberto o suficiente para um carro passar por ele e continuava a se expandir. Angel segurou firmemente a mão de Dante enquanto corria, o anel de brilhante reluzindo em seu dedo. Quando os dois chegaram bem ao centro da Times Square, a população já havia se dispersado, eram apenas eles e o portal gigante. Angel sentiu que havia algo estranho dentro dela. Megidramon estava inquieto.
-Dante, eu tenho um mau pressentimento sobre isso...
-Não precisa falar Angel, eu e Draco estamos tendo maus pressentimentos para uma sessão inteira no psicólogo.
-Dante... está vindo. – Quando o portal atingiu uma enorme extensão, Draco se colocou em posição de batalha. Seus músculos haviam se contraído, as presas estavam à mostra. Um rugido ecoava da garganta do dragãozinho. Então, do vazio negro que parecia ser o interior do portal, surgiu um par de olhos vermelhos. Dois braços enormes, com grandes garras se apoiaram no chão, enquanto metade do corpo do ser se projetou para fora, revelando uma estrutura que emitia uma luz amarela presa as suas costas, com o que pareciam ser dois canhões enormes. – Millenniummon!
-Milen o que? – Perguntou Angel, assustada com o enorme Digimon.
-Millenniummon. O Digimon que destruiu a vila onde Draco morava e matou o irmão dele. – disse Dante, sério. – Quem diria que nos encontraríamos aqui não é mesmo?
-Eu vou fazer você pagar por tudo que você fez! – Disse Draco rapidamente se transformando em Examon e investindo contra Millenniummon.
-Não seria melhor procurar os responsáveis por isso? – Perguntou Angel.
-Seria exatamente o que eles querem. Angel, nesse momento, só nós podemos impedir que esse monstro acabe com centenas, talvez milhares de vida. Eu nunca achei que diria isso para você, mas é hora de lutar.
-Entendido. – Respondeu Angel, Megidramon rapidamente se materializou sobre a sua cabeça.
Os dois dragões iniciaram uma batalha feroz contra a besta que tentava se libertar do portal. Draco e Megidramon voavam ao redor de Millenniummon disparando ataques, que tentava acertá-los com um segundo par de braços que não estava apoiado no chão. Draco acertou um poderoso golpe com a lança no rosto de Millenniummon que o fez recuar gritando na direção do dragão.
O monstro começou a formar uma esfera negra em sua boa, que foi lançada na direção de Draco. O dragão desviou, mas a esfera acertou o chão poucos metros ao lado de Dante a Angel. Mas a esfera não explodiu, ela parecia ser maciça, feita de matéria.
-Cuidado com isso! – Draco gritou. Megidramon voou rapidamente e tirou os dois humanos de perto da esfera, que explodiu após outro grito de Millenniummon. Draco começou a realizar disparos com sua lança enquanto Millenniummon tentava acertá-lo
Megidramon lançou um poderoso jato de chamas incandescentes na direção do inimigo. Millenniummon parecia ficar mais furioso e mais forte, os ataques pareciam fazer menos efeito.
–//////--
Ao longe Miguel viu as luzes da batalha. Os dois dragões voavam e atacavam simultaneamente um ponto único dentro do buraco negro. Ele tinha que chegar mais perto e ver o que estava acontecendo.
-Pablito, tome conta da señora Eva. Eu vou tentar ajudar.
Miguel viu quando um helicóptero sobrevoou a área em direção ao buraco negro. Aquilo estava prestes a ganhar proporções épicas.
–//////--
O helicóptero passou a plainar sobre o local da batalha. Em segundos, imagens ao vivo direto da
Times Square entraram no ar para todos os lares americanos, ao mesmo tempo em que eram exibidas nos telões.
-Aqui é Melina Blair da CNN ao vivo direto da Times Square onde um evento cinematográfico está tomando lugar. Três monstros estão se enfrentando numa batalha sangrenta neste que há poucos instantes era um dos locais mais populosos do mundo. Não se sabe o envolvimento dos dois jovens que permanecem na cena. – Disse a repórter enquanto a câmera focalizava Dante e Angel. – Não se sabe a origem de tais criaturas ou por que eles escolherem esse local para o confronto. As autoridades locais ficaram congestionadas nos últimos minutos com inúmeras ligações desesperadas, mas não sabem que atitudes tomar diante das circunstâncias.
A câmera focalizou quando o dragão com uma lança no braço acertou um golpe certeiro bem no queixo do monstro que estava no buraco negro. Este que por sua vez, mirou os grandes canhões em suas costas a disparou contra o helicóptero.
O piloto tentou desviar, mas o ataque acertou a cauda da aeronave, que começou a rodopiar em direção ao solo. Draco voou na direção da aeronave , tentando fazer com que ele pousasse em segurança.
–//////--
Miguel chegou ao campo de batalha pouco depois que o helicóptero tinha começado a transmitir as noticias. Todos os telões da Times Square agora transmitiam ao vivo a luta que eles vivenciavam.
Ao longe, Miguel viu uma figura conhecida. Escondido atrás de um carro, era o câmera que ia trabalhar com eles.
-Ei, você está aqui hombre! Cadê os outros muchachos?
-Todos eles fugiram de medo Miguel!
-E por que você continuou?
-Por que eu não tenho forças para correr! – Respondeu o rapaz desesperado.
-Amigo, você vai ser muito importante ahora!
-Como assim?
-Eu preciso que você estabeleça la conexión que nós íamos fazer nesse exato instante!
-Mas eu não tenho certeza se...
-VAMOS HAMILTON, IMAGENS NA TELA, AHORA!
-Sim senhor! – O rapaz espalhou os equipamentos pelo chão e começou a digitar em um pequeno computador. O suor escorria da testa do jovem, enquanto Miguel observava os ataques que lançavam clarões de luz da troca intensa de golpes. Após alguns minutos, o rapaz ajeitou a câmera e disse que estava ligada. Os telões agora transmitiam a figura de um homem hispânico, com uma camisa colorida amarrotada. Ao fundo, a violenta batalha.
-Digimons são reais! – Gritou Miguel, quando uma rajada de energia atingiu o helicóptero. A câmera focalizou Draco salvando o helicóptero do impacto com o solo. – Digimons são reais! Neste momento existem digimons por todo globo sendo oprimidos junto com seus parceiros humanos! E estes aqui estão arriscando as vidas deles para tentar salvar a de vocês! Sim, existem digimons selvagens que podem tentar nos fazer mal, mas a grande maioria deles são nossos amigos, nossos companheiros, nossos irmãos! Abram seus olhos para essa realidade, não se deixem enganar!
Um movimento rápido, um forte urro de dor. A câmera focalizou quando um braço saindo de dentro do buraco negro agarrou Draco em pleno ar, e começou a esmagar o dragão com força bruta. Draco gritava cada vez mais enquanto a conexão aos poucos era perdida.
-A verdade... Digimons... reais! – Foi a última coisa que o telespectador que estava assistindo aquela cena conseguiu ouvir, em meio a estrondos e gritos, logo antes de a tela escureceu e a seguinte mensagem ser exibida “Fora do ar por problemas técnicos”.
Continua...
Alguém aí disse cliffhanger?
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Re: Digimon Truth
UM FUCKING CLIFFHANGER, LOGO NESTE INSTANTE?!!! PORRA DRAGÃO, PORRA
ASEKHJAERHKE
xDDDD Mas eu curti, e morri de rir com a personagem da Eva. A citação bíblica tem algo a ver com a promiscuidade da moça?? E ainda mais a reacção do Daisuke.
Super curiosa sobre o papel da velhota que eles salvaram! Esperava tudo menos uma idosa com uma Tailmon ao colo (lol).
Now, se estavas com receio sobre o dia D, só tenho a declarar: CONTINUA PORRA!
A caracterização dos personagens continua dos coisas mais foda da fanfic - vê bem, até com aquele desgraçado da câmara que não fugiu por excesso de medo dá para simpatizar. xDD
Temos, portanto:
- um Millenniummon à solta pela cidade de NY, for the sake of the world wide wisdom.... #megusta
- um objectivo final: Dante e Angel, casarem, no fim de LA REVOLUCION
- uma velhinha misteriosa aehuaeuhae
CONTINUA!! xDD
ASEKHJAERHKE
xDDDD Mas eu curti, e morri de rir com a personagem da Eva. A citação bíblica tem algo a ver com a promiscuidade da moça?? E ainda mais a reacção do Daisuke.
Super curiosa sobre o papel da velhota que eles salvaram! Esperava tudo menos uma idosa com uma Tailmon ao colo (lol).
Now, se estavas com receio sobre o dia D, só tenho a declarar: CONTINUA PORRA!
A caracterização dos personagens continua dos coisas mais foda da fanfic - vê bem, até com aquele desgraçado da câmara que não fugiu por excesso de medo dá para simpatizar. xDD
Temos, portanto:
- um Millenniummon à solta pela cidade de NY, for the sake of the world wide wisdom.... #megusta
- um objectivo final: Dante e Angel, casarem, no fim de LA REVOLUCION
- uma velhinha misteriosa aehuaeuhae
CONTINUA!! xDD
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Re: Digimon Truth
HAVERÁ MELHOR LUGAR PARA UMA CENA FODEROSA COMO ESTA ACONTECER DO QUE O NO CORAÇÃO DO MUNDO, TIMES SQUARE? MALDITOS CLIFFHANGERS, NÃO ME DEIXAM CONTINUAR A VER OS MOVIMENTOS DA HISTÓRIA! auahuahauahau
tb ia morrendo qnd o dante pediu a angel em casamento... that. was. so. cute. *.* amo o dante, nem mais auhauahuahua
curti a personagem eva, o daisuke tem piada, gostei de ver a interacção entre eles os 2 xDDD
sério... não tenho palavras para descrever isso... apenas tem PDL a mais para parar agr! encomenda mais e depressa, please! *.*
tb ia morrendo qnd o dante pediu a angel em casamento... that. was. so. cute. *.* amo o dante, nem mais auhauahuahua
curti a personagem eva, o daisuke tem piada, gostei de ver a interacção entre eles os 2 xDDD
sério... não tenho palavras para descrever isso... apenas tem PDL a mais para parar agr! encomenda mais e depressa, please! *.*
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Re: Digimon Truth
Capítulo interessante! Muito embora eu ache que a velinha foi solta com certa facilidade xD O clichê da mulher gostosa é meio batido demais, acho que poderia ter sido mais original sem perder o alto grau de ero-sennindade AUEHUAH
Quero ver o desfecho dessa luta!
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