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Digimon Truth
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Re: Digimon Truth
Matou a protagonista logo no 5ª cap, como os figurantes vão se deslocar agora? Vão comprar uma Vincent Black Shadow? kk
A fic em si é cheia de clichês por juntar muitas referências, mas não deixa de ter a sua graça e dava até pra deixar a porra mais séria se o Dante tivesse morrido...
PS- curti a ideia de o Megidramon só ser um fracasso nas mãos do Takato riariariariaria
A fic em si é cheia de clichês por juntar muitas referências, mas não deixa de ter a sua graça e dava até pra deixar a porra mais séria se o Dante tivesse morrido...
PS- curti a ideia de o Megidramon só ser um fracasso nas mãos do Takato riariariariaria
aswq- Child (Seichouki)
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Re: Digimon Truth
Holy fuck aswq postou numa fic!
Agora entendi porque você colocou tanta mulher pelada...
Agora entendi porque você colocou tanta mulher pelada...
Re: Digimon Truth
HAUHAUAHAUHAUH Todos os meus movimentos são friamente calculados!
Dragon- Ultimate (Kyuukyokutai)
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aswq- Child (Seichouki)
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Re: Digimon Truth
Aêêêê \õ/ Depois de conseguir fazer até o Fonseca comentar, aqui está mais um capítulo \õ/
Não precisam se preocupar em me corrigir, eu sei que meios de comunicação, exército e equipes de reportagem não são/trabalham desse jeito. É tudo pelo bem da história xD Aí está, enjoy!
Capítulo 8 – Why so British?
O monstro com múltiplos braços esmagava Draco como se este fosse um brinquedo de apertar. Os urros de dos do dragão ecoavam pelas ruas vazias como um filme de terror assustador.
Megidramon permanecia em posição de defesa perto dos humanos, que observavam a cena horrorizados.
-Draco!! – Gritou o humano. Ele tentou ir na direção de seu Digimon, mas Angel segurou em seu braço o impedindo.
-Daan.. aan.. teeee!! – O dragão berrou. – Praaaa tráááás!
Dante se sentiu fraco naquele momento. Sua vontade era correr loucamente para ajudar seu parceiro, destruir Millenniummon com as próprias mãos. Draco encontraria o seu fim nas mãos do Digimon que ele jurou destruir?
Ao redor do mundo o caos se espalhava de forma generalizada. Por toda Europa, Ásia, África e América telefones da policia e de redações de jornais locais foram congestionados com relatos de estranhas criaturas. Alguns relatavam ter a forma de mamíferos, outros de dinossauros, plantas, peixes, até o cúmulo de monstros que tinham a forma de objetos inanimados, como revolveres, peças de lego e estrelas.
No youtube pipocavam aos montes vídeos com nomes estranhos, codificados, cheios de números. “E626L15T2” “E690L23T5”, ao clicar em tais vídeos os internautas viam pequenos monstros aparentemente indefesos sendo submetidos a todo tipo de teste e exame. Alguns eram fortes demais, como a sequência que mostrava um ser que aparentava ser uma raposa amarela sendo dissecada ainda viva, provocando náuseas e fazendo com que muitos usuários deixassem de assistir.
Relatórios extensos, narrando detalhadamente grandes operações engrenadas para lidar com grandes monstros em áreas restritas, testes em humanos e até casos de tortura física e psicológica. Documentos secretos de governos, agências, pessoas que agiam nas sombras, que agora estavam sendo lidos por pessoas do mundo inteiro de forma que negar a existência de tais coisas seria impossível.
A histeria coletiva ao redor dos chamados “Digimons” crescia na mesma medida que a curiosidade das pessoas. Aliens? Monstros assassinos? Criados pelo homem? De outra dimensão? Armas de guerra? O que seriam aquelas coisas?
De repente as atenções de todo o mundo se voltaram para os veículos de comunicação de massas. Canais de televisão, estações de rádio, sites da internet foram invadidos de forma simultânea e perfeitamente coordenada. Os porta vozes da revolução então começavam seu discurso de paz para aqueles que se dispusessem a ouvir. Em inglês, português, chinês, japonês, espanhol, francês, italiano, alemão, todas as vozes se uniam em uma só mensagem: “Digimons são reais”.
As tevês dos EUA agora acompanhavam a luta de um lagarto vermelho para se livrar de um abraço mortal. A equipe de reportagem que estava no helicóptero saiu da aeronave danificada e transmitia ao vivo para todo o país as imagens de Draco sendo esmagado. A repórter permanecia muda diante da cena. Outras equipes de reportagem não tinham coragem de se aproximar, tentavam pegar cenas da luta de longe, eventualmente filmando algo. Aquela brava equipe que tinha sido alvo de Millenniummon era o único meio de informação dos cidadãos dos EUA naquele exato instante.
Draco então se sentiu sem forças. Sentiu que ia perder para a pressão colossal que estava sentindo sobre seus membros. Nada que ele fizesse seria capaz de livrá-lo naquele momento. A câmera focalizou em close quando um raio de energia no formato de uma lâmina decepou o braço de Millenniummon que estava segurando o Draco e seguiu ferozmente até se chocar contra alguns dos telões da Times Square. O gigantesco Digimon inimigo gritava de dor enquanto sangue escorria do local onde seu braço esteve preso até poucos instantes atrás. Draco estava livre, e a câmera teve tempo de filmar enquanto o grande cavaleiro branco chegava ao campo de batalha.
-Lan- celot? – Disse Draco, surpreso e machucado, provavelmente tinha alguns ossos quebrados.
-Não se dê por vencido ainda, temos uma batalha dura pela frente. – O Digimon branco tinha um ar imponente e sublime. Seu parceiro, Andrew, correu pela rua até encontrar Dante e Angel.
-Andrew?!? O que faz aqui? – Perguntou Dante, surpreso.
-O meu trabalho, caçando terroristas. Infelizmente, não pude chegar a tempo, como podem ver.
-Você conhece o loiro amor? – Perguntou Angel.
-Ele é o líder dos Cavaleiros Reais. – Respondeu Dante.
-Eu devia te matar sabia! – Disse Angel, ríspida.
-Deixe para me matar depois que dermos um jeito nesse cara. Vidas estão em jogo. Mas por que o outro dragão não ajudou o parceiro de Dante?
-Megidramon protege Angel acima de tudo... – Respondeu o rapaz. – É uma longa história.
-Tudo bem, teremos tempo para longas histórias. Agora vamos lá, Lancelot! – O Digimon partiu para o ataque com sua afiada espada, pronto para decepar mais alguns braços de Millenniummon.
-Draco, você não vai ser o cabeça dura que eu conheço se não se levantar e voltar para a luta!
-Nem que todos os ossos do meu corpo estivessem quebrados! – O dragão pegou sua lança caída no chão e partiu para o ataque.
-Megidramon!... Chuta a bunda desse miserável! – O dragão deu um pequeno grunhido e voltou para a ofensiva.
A linha de defesa agora era composta por três digimons, mas Millenniummon ainda tinha um braço para cada um. Os três humanos correram para procurar abrigo quando o Digimon lançou mais uma vez a esfera de energia maciça de sua boca, se escondendo atrás de carros que permaneciam intactos. Megidramon revidou dando um poderoso soco na cara de Millenniummon enquanto ele estava distraído, fazendo o Digimon perder o equilíbrio.
Lancelot atirou com seu canhão acertando o peito de Millenniummon, que revidou com seus canhões duplos. Os digimons desviaram, mas o disparo seguiu na direção de um prédio onde os últimos corajosos assistiam de camarote a luta. Draco fez um disparo com sua lança que acertou os projéteis, os fazendo explodir poucos antes de atingirem o prédio.
-É perigoso demais continuar lutando com ele aqui. – Disse Andrew. – Pessoas podem morrer se esses ataques descoordenados dele acertarem algum dos prédios ao redor.
-O que você pensa fazer então? – Perguntou Angel. – Não é como se pudéssemos simplesmente pegar ele no colo e levar para outro lugar.
-Omega inForce! – Lancelot se moveu rapidamente com o que pareciam ser vários clones seus. Cada um dos clones acertou Millenniummon repetidamente com golpes de espada. Dezenas de cortes se formaram na pele do Digimon, que urrava de modo ensurdecedor enquanto seu sangue fazia uma poça no chão de asfalto. Millenniummon agora parecia ainda mais irritado. Ele pouco a pouco começou a sair do portal, indo em direção aos seus três inimigos. O portal ia fechando aos poucos enquanto o enorme Digimon cruzava a barreira para o mundo real. Agora o assustador Digimon estava completamente no mundo humano, cada um de seus passos fazia o chão tremer enquanto ele tentava acertar Lancelot, Draco e Megidramon.
As cenas transmitidas ao vivo da Times Square começaram a ganhar o mundo através dos canais de televisão, a medida que as emissoras recuperavam o sinal que havia sido roubado pelos revolucionários. A mensagem que deveria ser passada já estava circulando o mundo, não havia mais nada que pudesse ser feito. Agora o mundo todo acompanhava ao vivo a luta. Pessoas de todas as partes do mundo suaram frio quando os disparos de Millenniummon se dirigiram para o prédio, e quando Draco salvou aquelas pessoas, os espectadores passaram a perceber quem estava do lado deles.
-Gambatte Ryuu-san! – Crianças numa escola do Japão vibravam e gritavam palavras de incentivo a cada movimento de Draco.
-C’mon guys. You can’t give up. – Pessoas na Inglaterra assistiam caladas e apreensivas, murmurando comentários entre uma ação e outra.
-Vamo lá caralho! Não deixem esse chupacabra super crescido botar medo em vocês – No Brasil, torcidas organizadas se formavam para assistir a luta pela internet.
- Lotta, lucertole maledetti! Non mollare! – Os italianos se envolveram profundamente na batalha, gritando, praguejando e fazendo gestos em direção a suas TV’s.
O mundo inteiro estava unido em torno de uma única causa. Muitas pessoas se mostravam preocupadas a respeito dos três jovens que pareciam estar envolvidos na batalha ajudando os digimons. As autoridades tinham medo de se envolver e encontrar problemas com o governo americano. As forças armadas norte americanas sugeriram um bombardeio da Times Square, que foi negado diante do risco de inúmeras mortes. A solução seria pequenos batalhões se dirigirem por terra até o local.
Mas no momento, o destino dependida de Dante, Angel e Andrew.
-Eu vou embora daqui! – Gritou Hamilton, tremendo.
-Ainda não hombre!
-Sem chance, não tem nada que eu possa fazer! Eu tenho amor pela minha vida! – O jovem rapaz disparou pela rua correndo na direção oposta da batalha, largando tudo que tinha consigo para trás.
Miguel teve que sair rapidamente de onde ele estava quando Millenniummon arremessou um carro em sua direção. Talvez Hamilton estivesse certo e fosse hora de procurar abrigo. Não havia mesmo muita coisa que ele pudesse fazer agora, sua parte já estava cumprida. Miguel resolveu voltar para o carro e ver como Eva e Pablito estavam.
Do carro, Eva observava enquanto as luzes da batalha se tornavam mais intensas. Ela não podia mais ficar sentada ali sem fazer nada.
-Bem, acho que uma velha senhora não pode deixar todo o trabalho para os jovens não é mesmo? – disse ela se levantando e saindo do carro com seu pequeno gato nos braços.
-Mas señora, usted não deve ir até lá. És perigoso! – O pequeno V-mon mexicano estava agitado e inquieto, não gostava de ficar longe de seu parceiro.
-Vamos lá pequenino, não adianta nada ficar aqui. – Eva passou a mão na cabeça do Digimon azul com um sorriso gentil, e começou a andar na direção da batalha. Algum tempo depois ela se encontrou com Miguel, que voltava correndo o mais rápido que podia.
-Señora Eva, por favor, fique longe. Correrás risco de vida indo até lá! –Disse Miguel, tentando convencer a mulher.
-Eu sou uma velha senhora, já vivi o suficiente. – Respondeu Eva, ainda com um sorriso gentil. A mulher voltou a caminhar, e Miguel resolveu segui-la. Pablito logo os alcançou e os seguiu.
A batalha seguia feroz. Os três digimons atacavam por todos os lados, enquanto Millenniummon revidava com toda força que tinha. Pouco a pouco eles empurraram o inimigo para o centro do cruzamento, onde poderiam se movimentar livremente sem correr o risco de colocar a vida de humanos em perigo. Ao redor deles o cenário estava cada vez mais destruído. O asfalto estava derretido e contorcido pelo calor e violência das explosões, o sangue de Millenniummon fazia um rastro pelo caminho do Digimon. Carros destruídos, postes arrancados, crateras abertas no chão. Os três humanos estavam abrigados atrás de um ônibus de turismo onde estariam seguros.
-Eu não queria ter que apelar para isso... Lancelot, use aquele ataque! – Ordenou Andrew.
-“Aquele ataque”? – Perguntou Dante.
-O ataque mais poderoso dele. Não gosto de usa-lo pelos efeitos que pode provocar, mas essa situação não pode se estender mais.
Lancelot voou e parou de frente para Millenniummon, o encarando. O cavaleiro branco ergueu sua espada para o céu em um gesto sublime, e pouco a pouco as inscrições da lâmina começaram a brilhar.
-Saiam da frente! – Gritou Lancelot para os outros dois digimons. – All...
Algo estranho aconteceu. Subitamente todo o corpo de Lancelot começou a brilhar. O Digimon parecia estar diminuindo de tamanho. Quando o brilho se dissipou, ele tinha se transformado em um dragão humanoide laranja usando armaduras pesadas e duas armas nos braços com grandes garras. Ao lado dele um pequeno Digimon que tinha a aparência de um cachorro, mas parecia estar usando um casaco de pele branco com listras azuis. O pequeno cachorro começou a cair, inerte. Antes de tocar o solo ele se desfez em dados, restando apenas o pequeno digitama no lugar.
-War...Greymon? – Andrew disse em uma voz fraca, pouco antes de cair de joelhos no chão. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto em um choro contido, mas que parecia rasgar seu peito. Ele sabia que, em algum lugar da Inglaterra, sua esposa havia dado seu último suspiro.
-O-Oh que aconteceu? – Perguntou Angel, perdida.
-O Metal Garurumon que estava fundido com o War Greymon dele... Era da esposa dele.
-Isso quer dizer que... Oh meu Deus... Oh Andrew... – Angel correu e abraçou o homem loiro que parecia estar desabando bem em frente aos seus olhos. Andrew então começou a chorar amargamente com o rosto enterrado no ombro de Angel.
Mas Millenniummon não estava comovido pela cena. O Digimon apontou seus canhões e acertou em cheio Lancelot, que não teve tempo de reagir. O guerreiro dragão foi de encontro ao solo com muitas peças de sua armadura destroçadas e fumaça saindo de seu corpo.
Millenniummon partiu para cima do Digimon caído, impiedosamente. Ele tentou agarrá-lo com suas mãos poderosas. Pouco antes de alcança-lo, Draco se colocou no caminho de Millenniummon. Ele perfurou a mão do Digimon com sua grande lança se colocando entre ele e Lancelot
-Não tão rápido! – O dragão vermelho segurava a lança com todas as suas forças lutando contra a pressão descomunal que Millenniummon estava fazendo do outro lado. O Digimon maligno então arrancou a lança das mãos de Draco usando outro de seus braços, e esmagou a arma enquanto a retirava de sua mão. Millenniummon então lançou a esfera de energia maciça que saia de sua boca na direção de Draco e Lancelot, que explodiu machucando severamente os dois digimons. – AAAARGH!
-DRACO! – Dante só pode ficar observando enquanto os dois digimons caiam no chão. Millenniummon parecia ter perdido o interesse neles e agora avançava na direção dos humanos. Andrew não reagia e Angel tentava ajuda-lo de alguma forma. A única defesa agora era Megidramon, que permanecia feroz entre os humanos e o Digimon maligno.
Megidramon rugiu de forma ensurdecedora, mas isso não abalou Millenniummon. O Digimon apontou seus canhões na direção do dragão e consequentemente na direção dos humanos. O dragão-serpente vermelho abriu suas asas como se tentasse formar um escudo com elas, estava pronto para receber o ataque.
Então algo misterioso aconteceu. Millenniummon parou de se mexer como se estivesse sendo impedido por uma força superior, consequentemente parando o ataque. O Digimon grunhia e rosnava, mas não conseguia sair do lugar. O campo de batalha pouco a pouco começou a ser inundado por uma chuva de luzes que parecia pequenos flocos de neve que reluziam e brilhavam. Algo parecido com uma aurora boreal se formou por cima do local, e era de lá que a “chuva” estava vindo. Seja lá o que fosse, aquilo estava travando completamente os movimentos de Millenniummon.
Os humanos então viram uma cena esplêndida. Se aproximando do campo de batalha, um lindo anjo com longos cabelos loiros, trajando uma armadura verde e portando uma grande lança. Caminhando junto com o anjo, estavam Eva, Miguel e Pablito.
-O-o que está acontecendo aqui? – Perguntou Dante, atônito.
-Não se preocupe meu rapaz. – Disse Eva, gentilmente. – Considere esse o meu voto de confiança de que juntos podemos construir um mundo melhor.
-Ela é um Digimon? – Disse Dante apontando para o anjo.
-Eu e Tailmon tivemos muito tempo juntas para melhorar nossas técnicas. Mas vocês precisam derrotar esse monstro agora, não sei por quanto tempo a técnica vai durar.
-Amigo, que grande fiesta ustedes estão dando aqui!
-Põe festa nisso amigo. Andrew, vamos lá. Eu sei que o que você está passando agora é uma dor insuportável. Eu não imagino o que faria se eu perdesse a Angel. Mas seu parceiro precisa de você mais do que nunca. Lancelot confia em você com a própria vida, não desperdice essa confiança.
-Você tem razão Dante... Lancelot está vivo, e está aqui. Ele precisa de mim.
-Tudo bem então, vamos acabar com isso de uma vez por todas! – Disse Dante pegando do bolso seu digivice preto e dourado. – Andrew, Angel!
-Vamos lá! – Andrew também pegou seu digivice, branco e dourado.
-Sim, vamos!
Com Millenniummon parado, os helicópteros de reportagem agora exibiam vários ângulos do campo de batalha. As autoridades se aproximavam por solo e chegariam a qualquer minuto com rifles, fuzis, morteiros, bazucas, e todo tipo de armamento pesado.
Dante e Andrew realizaram juntos a técnica que tinham utilizado um contra o outro. Suas auras intensas brilhavam ao redor de seus corpos fazendo suas roupas tremularem, enviando energia para seus digivices. Pessoas de todo mundo vibraram quando os dois dragões se ergueram da cratera onde tinham sido enterrados por escombros. Machucados, feridos, mas renovados, Draco e Lancelot voaram com novo ânimo em direção a Millenniummon, como duas fênix ressurgindo das cinzas.
Megidramon juntou suas mãos como se fossem um martelo e deu um golpe tão poderoso na cabeça de Millenniummon que mandou uma onda de choque até onde os humanos estavam. A terra tremeu quando o enorme corpo de Millenniummon foi de encontro ao solo.
Lancelot, posicionado acima do inimigo, formou uma gigantesca esfera laranja de energia sobre sua cabeça. O guerreiro dragão lançou a esfera na direção do inimigo. O ataque era tão grande que englobou todo o corpo de Millenniummon no que parecia ser uma esfera de pura energia condensada.
-Depois de tudo o que você causou, o mundo humano vai ser o seu túmulo. – Draco formou em sua mão uma lança de pura energia azul, que parecia ser feita inteiramente da aura que saia do corpo de Dante. – Volte para o buraco de onde você nunca deveria ter saído!
O dragão vermelho lançou seu ataque. A lança azul de energia cortou o espaço entre os dois digimons com velocidade assustadora, até ir de encontro ao ataque lançado por Lancelot. A colisão dos dois ataques provocou uma grande explosão, que quebrou os vidros de carros e janelas próximas à área de combate com a onda de choque. Megidramon protegeu os humanos de receber o impacto.
Quando a nuvem de poeira baixou, lá estava o corpo de Millenniummon. Destroçado, apenas uma leve semelhança a aquilo que ele já tinha sido. Mas estranhamente, ele não havia virado um ovo.
Os dados de Millenniummon pareciam estar tentando se reorganizar, como se ele estivesse tentando obter uma nova forma.
-Ophanimon. – Disse Eva, em tom de seriedade. A Digimon anjo criou um cristal com coloração roxa em suas mãos. O cristal flutuou até onde o corpo de Millenniummon estava, e sugou todos os dados do Digimon, os aprisionando.
-Acabou... – Disse Angel, caindo de joelhos, com o corpo e a mente exaustos. – Eu não quero passar por isso de novo.
-Está tudo bem agora. – Dante se abaixou, abraçou e beijou sua noiva.
Megidramon desapareceu no ar como sempre fez. Os outros dois digimons dragões pousaram perto de seus parceiros. Draco voltou a ser Dracomon, e Lancelot passou a ser um pequeno tiranossauro amarelo com grandes olhos verdes, do mesmo tamanho de Draco.
-E-eu preciso ir embora. Tenho... Coisas a resolver. – Disse Andrew, um tanto perdido.
-Amigo, você não precisa estar sozinho. Pode contar comigo para qualquer coisa. – Dante se levantou e estendeu a mão para Andrew.
-Eu sei mas... Eu preciso ir. – Andrew apertou a mão de seu mais novo amigo.
-Entendo sua situação...
-Mas preste atenção Dante, essa é a sua chance. Hora de mudar o mundo. – Andrew recolheu Lancelot e o digitama de Metal Garurumon para o seu digivice e partiu, deixando os outros humanos e seus digimons. Ophanimon voltou a ser Tailmon e se repousou nos ombros de Eva, enrolando sua cauda no pescoço da humana.
Pouco tempo depois que Andrew sumiu de vista, novos convidados chegaram a área da festa. O batalhão fortemente armado encontrou apenas uma área destruída, quatro humanos e três digimons inofensivos. O local então foi inundado com centenas de microfones, câmeras e repórteres de todas as emissoras de Tevê da América do Norte.
-Senhores, eu sei que tem muitas perguntas e que querem informações sobre o que aconteceu aqui hoje. Peço humildemente que escutem o que esta senhora tem a falar, acredito que muitas de suas dúvidas serão respondidas. – Disse Dante, passando os holofotes para Eva. A mulher foi cercada por dezenas de câmeras e microfones. Outros repórteres tentavam falar com Dante, Miguel e Angel. Outros tentavam entrevistar Draco. Eva então começou seu discurso.
-Meu nome é Eva Dumont, e eu sou uma sobrevivente.
Continua...
É isso aí galera, até a próxima xD
Não precisam se preocupar em me corrigir, eu sei que meios de comunicação, exército e equipes de reportagem não são/trabalham desse jeito. É tudo pelo bem da história xD Aí está, enjoy!
Capítulo 8 – Why so British?
O monstro com múltiplos braços esmagava Draco como se este fosse um brinquedo de apertar. Os urros de dos do dragão ecoavam pelas ruas vazias como um filme de terror assustador.
Megidramon permanecia em posição de defesa perto dos humanos, que observavam a cena horrorizados.
-Draco!! – Gritou o humano. Ele tentou ir na direção de seu Digimon, mas Angel segurou em seu braço o impedindo.
-Daan.. aan.. teeee!! – O dragão berrou. – Praaaa tráááás!
Dante se sentiu fraco naquele momento. Sua vontade era correr loucamente para ajudar seu parceiro, destruir Millenniummon com as próprias mãos. Draco encontraria o seu fim nas mãos do Digimon que ele jurou destruir?
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Ao redor do mundo o caos se espalhava de forma generalizada. Por toda Europa, Ásia, África e América telefones da policia e de redações de jornais locais foram congestionados com relatos de estranhas criaturas. Alguns relatavam ter a forma de mamíferos, outros de dinossauros, plantas, peixes, até o cúmulo de monstros que tinham a forma de objetos inanimados, como revolveres, peças de lego e estrelas.
No youtube pipocavam aos montes vídeos com nomes estranhos, codificados, cheios de números. “E626L15T2” “E690L23T5”, ao clicar em tais vídeos os internautas viam pequenos monstros aparentemente indefesos sendo submetidos a todo tipo de teste e exame. Alguns eram fortes demais, como a sequência que mostrava um ser que aparentava ser uma raposa amarela sendo dissecada ainda viva, provocando náuseas e fazendo com que muitos usuários deixassem de assistir.
Relatórios extensos, narrando detalhadamente grandes operações engrenadas para lidar com grandes monstros em áreas restritas, testes em humanos e até casos de tortura física e psicológica. Documentos secretos de governos, agências, pessoas que agiam nas sombras, que agora estavam sendo lidos por pessoas do mundo inteiro de forma que negar a existência de tais coisas seria impossível.
A histeria coletiva ao redor dos chamados “Digimons” crescia na mesma medida que a curiosidade das pessoas. Aliens? Monstros assassinos? Criados pelo homem? De outra dimensão? Armas de guerra? O que seriam aquelas coisas?
De repente as atenções de todo o mundo se voltaram para os veículos de comunicação de massas. Canais de televisão, estações de rádio, sites da internet foram invadidos de forma simultânea e perfeitamente coordenada. Os porta vozes da revolução então começavam seu discurso de paz para aqueles que se dispusessem a ouvir. Em inglês, português, chinês, japonês, espanhol, francês, italiano, alemão, todas as vozes se uniam em uma só mensagem: “Digimons são reais”.
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As tevês dos EUA agora acompanhavam a luta de um lagarto vermelho para se livrar de um abraço mortal. A equipe de reportagem que estava no helicóptero saiu da aeronave danificada e transmitia ao vivo para todo o país as imagens de Draco sendo esmagado. A repórter permanecia muda diante da cena. Outras equipes de reportagem não tinham coragem de se aproximar, tentavam pegar cenas da luta de longe, eventualmente filmando algo. Aquela brava equipe que tinha sido alvo de Millenniummon era o único meio de informação dos cidadãos dos EUA naquele exato instante.
Draco então se sentiu sem forças. Sentiu que ia perder para a pressão colossal que estava sentindo sobre seus membros. Nada que ele fizesse seria capaz de livrá-lo naquele momento. A câmera focalizou em close quando um raio de energia no formato de uma lâmina decepou o braço de Millenniummon que estava segurando o Draco e seguiu ferozmente até se chocar contra alguns dos telões da Times Square. O gigantesco Digimon inimigo gritava de dor enquanto sangue escorria do local onde seu braço esteve preso até poucos instantes atrás. Draco estava livre, e a câmera teve tempo de filmar enquanto o grande cavaleiro branco chegava ao campo de batalha.
-Lan- celot? – Disse Draco, surpreso e machucado, provavelmente tinha alguns ossos quebrados.
-Não se dê por vencido ainda, temos uma batalha dura pela frente. – O Digimon branco tinha um ar imponente e sublime. Seu parceiro, Andrew, correu pela rua até encontrar Dante e Angel.
-Andrew?!? O que faz aqui? – Perguntou Dante, surpreso.
-O meu trabalho, caçando terroristas. Infelizmente, não pude chegar a tempo, como podem ver.
-Você conhece o loiro amor? – Perguntou Angel.
-Ele é o líder dos Cavaleiros Reais. – Respondeu Dante.
-Eu devia te matar sabia! – Disse Angel, ríspida.
-Deixe para me matar depois que dermos um jeito nesse cara. Vidas estão em jogo. Mas por que o outro dragão não ajudou o parceiro de Dante?
-Megidramon protege Angel acima de tudo... – Respondeu o rapaz. – É uma longa história.
-Tudo bem, teremos tempo para longas histórias. Agora vamos lá, Lancelot! – O Digimon partiu para o ataque com sua afiada espada, pronto para decepar mais alguns braços de Millenniummon.
-Draco, você não vai ser o cabeça dura que eu conheço se não se levantar e voltar para a luta!
-Nem que todos os ossos do meu corpo estivessem quebrados! – O dragão pegou sua lança caída no chão e partiu para o ataque.
-Megidramon!... Chuta a bunda desse miserável! – O dragão deu um pequeno grunhido e voltou para a ofensiva.
A linha de defesa agora era composta por três digimons, mas Millenniummon ainda tinha um braço para cada um. Os três humanos correram para procurar abrigo quando o Digimon lançou mais uma vez a esfera de energia maciça de sua boca, se escondendo atrás de carros que permaneciam intactos. Megidramon revidou dando um poderoso soco na cara de Millenniummon enquanto ele estava distraído, fazendo o Digimon perder o equilíbrio.
Lancelot atirou com seu canhão acertando o peito de Millenniummon, que revidou com seus canhões duplos. Os digimons desviaram, mas o disparo seguiu na direção de um prédio onde os últimos corajosos assistiam de camarote a luta. Draco fez um disparo com sua lança que acertou os projéteis, os fazendo explodir poucos antes de atingirem o prédio.
-É perigoso demais continuar lutando com ele aqui. – Disse Andrew. – Pessoas podem morrer se esses ataques descoordenados dele acertarem algum dos prédios ao redor.
-O que você pensa fazer então? – Perguntou Angel. – Não é como se pudéssemos simplesmente pegar ele no colo e levar para outro lugar.
-Omega inForce! – Lancelot se moveu rapidamente com o que pareciam ser vários clones seus. Cada um dos clones acertou Millenniummon repetidamente com golpes de espada. Dezenas de cortes se formaram na pele do Digimon, que urrava de modo ensurdecedor enquanto seu sangue fazia uma poça no chão de asfalto. Millenniummon agora parecia ainda mais irritado. Ele pouco a pouco começou a sair do portal, indo em direção aos seus três inimigos. O portal ia fechando aos poucos enquanto o enorme Digimon cruzava a barreira para o mundo real. Agora o assustador Digimon estava completamente no mundo humano, cada um de seus passos fazia o chão tremer enquanto ele tentava acertar Lancelot, Draco e Megidramon.
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As cenas transmitidas ao vivo da Times Square começaram a ganhar o mundo através dos canais de televisão, a medida que as emissoras recuperavam o sinal que havia sido roubado pelos revolucionários. A mensagem que deveria ser passada já estava circulando o mundo, não havia mais nada que pudesse ser feito. Agora o mundo todo acompanhava ao vivo a luta. Pessoas de todas as partes do mundo suaram frio quando os disparos de Millenniummon se dirigiram para o prédio, e quando Draco salvou aquelas pessoas, os espectadores passaram a perceber quem estava do lado deles.
-Gambatte Ryuu-san! – Crianças numa escola do Japão vibravam e gritavam palavras de incentivo a cada movimento de Draco.
-C’mon guys. You can’t give up. – Pessoas na Inglaterra assistiam caladas e apreensivas, murmurando comentários entre uma ação e outra.
-Vamo lá caralho! Não deixem esse chupacabra super crescido botar medo em vocês – No Brasil, torcidas organizadas se formavam para assistir a luta pela internet.
- Lotta, lucertole maledetti! Non mollare! – Os italianos se envolveram profundamente na batalha, gritando, praguejando e fazendo gestos em direção a suas TV’s.
O mundo inteiro estava unido em torno de uma única causa. Muitas pessoas se mostravam preocupadas a respeito dos três jovens que pareciam estar envolvidos na batalha ajudando os digimons. As autoridades tinham medo de se envolver e encontrar problemas com o governo americano. As forças armadas norte americanas sugeriram um bombardeio da Times Square, que foi negado diante do risco de inúmeras mortes. A solução seria pequenos batalhões se dirigirem por terra até o local.
Mas no momento, o destino dependida de Dante, Angel e Andrew.
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-Eu vou embora daqui! – Gritou Hamilton, tremendo.
-Ainda não hombre!
-Sem chance, não tem nada que eu possa fazer! Eu tenho amor pela minha vida! – O jovem rapaz disparou pela rua correndo na direção oposta da batalha, largando tudo que tinha consigo para trás.
Miguel teve que sair rapidamente de onde ele estava quando Millenniummon arremessou um carro em sua direção. Talvez Hamilton estivesse certo e fosse hora de procurar abrigo. Não havia mesmo muita coisa que ele pudesse fazer agora, sua parte já estava cumprida. Miguel resolveu voltar para o carro e ver como Eva e Pablito estavam.
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Do carro, Eva observava enquanto as luzes da batalha se tornavam mais intensas. Ela não podia mais ficar sentada ali sem fazer nada.
-Bem, acho que uma velha senhora não pode deixar todo o trabalho para os jovens não é mesmo? – disse ela se levantando e saindo do carro com seu pequeno gato nos braços.
-Mas señora, usted não deve ir até lá. És perigoso! – O pequeno V-mon mexicano estava agitado e inquieto, não gostava de ficar longe de seu parceiro.
-Vamos lá pequenino, não adianta nada ficar aqui. – Eva passou a mão na cabeça do Digimon azul com um sorriso gentil, e começou a andar na direção da batalha. Algum tempo depois ela se encontrou com Miguel, que voltava correndo o mais rápido que podia.
-Señora Eva, por favor, fique longe. Correrás risco de vida indo até lá! –Disse Miguel, tentando convencer a mulher.
-Eu sou uma velha senhora, já vivi o suficiente. – Respondeu Eva, ainda com um sorriso gentil. A mulher voltou a caminhar, e Miguel resolveu segui-la. Pablito logo os alcançou e os seguiu.
–//////--
A batalha seguia feroz. Os três digimons atacavam por todos os lados, enquanto Millenniummon revidava com toda força que tinha. Pouco a pouco eles empurraram o inimigo para o centro do cruzamento, onde poderiam se movimentar livremente sem correr o risco de colocar a vida de humanos em perigo. Ao redor deles o cenário estava cada vez mais destruído. O asfalto estava derretido e contorcido pelo calor e violência das explosões, o sangue de Millenniummon fazia um rastro pelo caminho do Digimon. Carros destruídos, postes arrancados, crateras abertas no chão. Os três humanos estavam abrigados atrás de um ônibus de turismo onde estariam seguros.
-Eu não queria ter que apelar para isso... Lancelot, use aquele ataque! – Ordenou Andrew.
-“Aquele ataque”? – Perguntou Dante.
-O ataque mais poderoso dele. Não gosto de usa-lo pelos efeitos que pode provocar, mas essa situação não pode se estender mais.
Lancelot voou e parou de frente para Millenniummon, o encarando. O cavaleiro branco ergueu sua espada para o céu em um gesto sublime, e pouco a pouco as inscrições da lâmina começaram a brilhar.
-Saiam da frente! – Gritou Lancelot para os outros dois digimons. – All...
Algo estranho aconteceu. Subitamente todo o corpo de Lancelot começou a brilhar. O Digimon parecia estar diminuindo de tamanho. Quando o brilho se dissipou, ele tinha se transformado em um dragão humanoide laranja usando armaduras pesadas e duas armas nos braços com grandes garras. Ao lado dele um pequeno Digimon que tinha a aparência de um cachorro, mas parecia estar usando um casaco de pele branco com listras azuis. O pequeno cachorro começou a cair, inerte. Antes de tocar o solo ele se desfez em dados, restando apenas o pequeno digitama no lugar.
-War...Greymon? – Andrew disse em uma voz fraca, pouco antes de cair de joelhos no chão. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto em um choro contido, mas que parecia rasgar seu peito. Ele sabia que, em algum lugar da Inglaterra, sua esposa havia dado seu último suspiro.
-O-Oh que aconteceu? – Perguntou Angel, perdida.
-O Metal Garurumon que estava fundido com o War Greymon dele... Era da esposa dele.
-Isso quer dizer que... Oh meu Deus... Oh Andrew... – Angel correu e abraçou o homem loiro que parecia estar desabando bem em frente aos seus olhos. Andrew então começou a chorar amargamente com o rosto enterrado no ombro de Angel.
Mas Millenniummon não estava comovido pela cena. O Digimon apontou seus canhões e acertou em cheio Lancelot, que não teve tempo de reagir. O guerreiro dragão foi de encontro ao solo com muitas peças de sua armadura destroçadas e fumaça saindo de seu corpo.
Millenniummon partiu para cima do Digimon caído, impiedosamente. Ele tentou agarrá-lo com suas mãos poderosas. Pouco antes de alcança-lo, Draco se colocou no caminho de Millenniummon. Ele perfurou a mão do Digimon com sua grande lança se colocando entre ele e Lancelot
-Não tão rápido! – O dragão vermelho segurava a lança com todas as suas forças lutando contra a pressão descomunal que Millenniummon estava fazendo do outro lado. O Digimon maligno então arrancou a lança das mãos de Draco usando outro de seus braços, e esmagou a arma enquanto a retirava de sua mão. Millenniummon então lançou a esfera de energia maciça que saia de sua boca na direção de Draco e Lancelot, que explodiu machucando severamente os dois digimons. – AAAARGH!
-DRACO! – Dante só pode ficar observando enquanto os dois digimons caiam no chão. Millenniummon parecia ter perdido o interesse neles e agora avançava na direção dos humanos. Andrew não reagia e Angel tentava ajuda-lo de alguma forma. A única defesa agora era Megidramon, que permanecia feroz entre os humanos e o Digimon maligno.
Megidramon rugiu de forma ensurdecedora, mas isso não abalou Millenniummon. O Digimon apontou seus canhões na direção do dragão e consequentemente na direção dos humanos. O dragão-serpente vermelho abriu suas asas como se tentasse formar um escudo com elas, estava pronto para receber o ataque.
Então algo misterioso aconteceu. Millenniummon parou de se mexer como se estivesse sendo impedido por uma força superior, consequentemente parando o ataque. O Digimon grunhia e rosnava, mas não conseguia sair do lugar. O campo de batalha pouco a pouco começou a ser inundado por uma chuva de luzes que parecia pequenos flocos de neve que reluziam e brilhavam. Algo parecido com uma aurora boreal se formou por cima do local, e era de lá que a “chuva” estava vindo. Seja lá o que fosse, aquilo estava travando completamente os movimentos de Millenniummon.
Os humanos então viram uma cena esplêndida. Se aproximando do campo de batalha, um lindo anjo com longos cabelos loiros, trajando uma armadura verde e portando uma grande lança. Caminhando junto com o anjo, estavam Eva, Miguel e Pablito.
-O-o que está acontecendo aqui? – Perguntou Dante, atônito.
-Não se preocupe meu rapaz. – Disse Eva, gentilmente. – Considere esse o meu voto de confiança de que juntos podemos construir um mundo melhor.
-Ela é um Digimon? – Disse Dante apontando para o anjo.
-Eu e Tailmon tivemos muito tempo juntas para melhorar nossas técnicas. Mas vocês precisam derrotar esse monstro agora, não sei por quanto tempo a técnica vai durar.
-Amigo, que grande fiesta ustedes estão dando aqui!
-Põe festa nisso amigo. Andrew, vamos lá. Eu sei que o que você está passando agora é uma dor insuportável. Eu não imagino o que faria se eu perdesse a Angel. Mas seu parceiro precisa de você mais do que nunca. Lancelot confia em você com a própria vida, não desperdice essa confiança.
-Você tem razão Dante... Lancelot está vivo, e está aqui. Ele precisa de mim.
-Tudo bem então, vamos acabar com isso de uma vez por todas! – Disse Dante pegando do bolso seu digivice preto e dourado. – Andrew, Angel!
-Vamos lá! – Andrew também pegou seu digivice, branco e dourado.
-Sim, vamos!
Com Millenniummon parado, os helicópteros de reportagem agora exibiam vários ângulos do campo de batalha. As autoridades se aproximavam por solo e chegariam a qualquer minuto com rifles, fuzis, morteiros, bazucas, e todo tipo de armamento pesado.
Dante e Andrew realizaram juntos a técnica que tinham utilizado um contra o outro. Suas auras intensas brilhavam ao redor de seus corpos fazendo suas roupas tremularem, enviando energia para seus digivices. Pessoas de todo mundo vibraram quando os dois dragões se ergueram da cratera onde tinham sido enterrados por escombros. Machucados, feridos, mas renovados, Draco e Lancelot voaram com novo ânimo em direção a Millenniummon, como duas fênix ressurgindo das cinzas.
Megidramon juntou suas mãos como se fossem um martelo e deu um golpe tão poderoso na cabeça de Millenniummon que mandou uma onda de choque até onde os humanos estavam. A terra tremeu quando o enorme corpo de Millenniummon foi de encontro ao solo.
Lancelot, posicionado acima do inimigo, formou uma gigantesca esfera laranja de energia sobre sua cabeça. O guerreiro dragão lançou a esfera na direção do inimigo. O ataque era tão grande que englobou todo o corpo de Millenniummon no que parecia ser uma esfera de pura energia condensada.
-Depois de tudo o que você causou, o mundo humano vai ser o seu túmulo. – Draco formou em sua mão uma lança de pura energia azul, que parecia ser feita inteiramente da aura que saia do corpo de Dante. – Volte para o buraco de onde você nunca deveria ter saído!
O dragão vermelho lançou seu ataque. A lança azul de energia cortou o espaço entre os dois digimons com velocidade assustadora, até ir de encontro ao ataque lançado por Lancelot. A colisão dos dois ataques provocou uma grande explosão, que quebrou os vidros de carros e janelas próximas à área de combate com a onda de choque. Megidramon protegeu os humanos de receber o impacto.
Quando a nuvem de poeira baixou, lá estava o corpo de Millenniummon. Destroçado, apenas uma leve semelhança a aquilo que ele já tinha sido. Mas estranhamente, ele não havia virado um ovo.
Os dados de Millenniummon pareciam estar tentando se reorganizar, como se ele estivesse tentando obter uma nova forma.
-Ophanimon. – Disse Eva, em tom de seriedade. A Digimon anjo criou um cristal com coloração roxa em suas mãos. O cristal flutuou até onde o corpo de Millenniummon estava, e sugou todos os dados do Digimon, os aprisionando.
-Acabou... – Disse Angel, caindo de joelhos, com o corpo e a mente exaustos. – Eu não quero passar por isso de novo.
-Está tudo bem agora. – Dante se abaixou, abraçou e beijou sua noiva.
Megidramon desapareceu no ar como sempre fez. Os outros dois digimons dragões pousaram perto de seus parceiros. Draco voltou a ser Dracomon, e Lancelot passou a ser um pequeno tiranossauro amarelo com grandes olhos verdes, do mesmo tamanho de Draco.
-E-eu preciso ir embora. Tenho... Coisas a resolver. – Disse Andrew, um tanto perdido.
-Amigo, você não precisa estar sozinho. Pode contar comigo para qualquer coisa. – Dante se levantou e estendeu a mão para Andrew.
-Eu sei mas... Eu preciso ir. – Andrew apertou a mão de seu mais novo amigo.
-Entendo sua situação...
-Mas preste atenção Dante, essa é a sua chance. Hora de mudar o mundo. – Andrew recolheu Lancelot e o digitama de Metal Garurumon para o seu digivice e partiu, deixando os outros humanos e seus digimons. Ophanimon voltou a ser Tailmon e se repousou nos ombros de Eva, enrolando sua cauda no pescoço da humana.
Pouco tempo depois que Andrew sumiu de vista, novos convidados chegaram a área da festa. O batalhão fortemente armado encontrou apenas uma área destruída, quatro humanos e três digimons inofensivos. O local então foi inundado com centenas de microfones, câmeras e repórteres de todas as emissoras de Tevê da América do Norte.
-Senhores, eu sei que tem muitas perguntas e que querem informações sobre o que aconteceu aqui hoje. Peço humildemente que escutem o que esta senhora tem a falar, acredito que muitas de suas dúvidas serão respondidas. – Disse Dante, passando os holofotes para Eva. A mulher foi cercada por dezenas de câmeras e microfones. Outros repórteres tentavam falar com Dante, Miguel e Angel. Outros tentavam entrevistar Draco. Eva então começou seu discurso.
-Meu nome é Eva Dumont, e eu sou uma sobrevivente.
Continua...
É isso aí galera, até a próxima xD
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Re: Digimon Truth
"Se o autor quiser que um Cutemon derrote um Milleniummon, isso vai acontecer" EAUHAEUHEAUHAEUHAE A prova viva disso está aqui!!! xDDDD Holy mother of God!! Ficou épico!! Juro que pensei que a luta iria durar mais, mas ficou bem directo, sem palha inútil!
Não pensei que a Eva agisse directamente nesta luta, lol! Ficou foda!! Mas porra, logo na parte em que o Omegamon ia dar um f*cking ALL DELETE, O METAL GARURUMON MORRE POR CAUSA DA MULHER?! xDDDD pqp Eu sei que devia ser trágico, mas eu ri-me!!!
Dragon, GO ON!!
Não pensei que a Eva agisse directamente nesta luta, lol! Ficou foda!! Mas porra, logo na parte em que o Omegamon ia dar um f*cking ALL DELETE, O METAL GARURUMON MORRE POR CAUSA DA MULHER?! xDDDD pqp Eu sei que devia ser trágico, mas eu ri-me!!!
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Re: Digimon Truth
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH curti essa batalha ein!
Acho que a luta ficou bem narrada, salvo alguns pontinhos onde o poder de luta ficou um pouco excessivo, sei lá, com muitos adjetivos extremos hahaha, mas curti mesmo! Especialmente porque eu não tenho muito bem formada na minha cabeça a figura do Milleniummon nem a do Draco, pois não assisti nenhuma temporada onde eles apareçam, mas mesmo assim foi legal acompanhar e deu pra ter uma noção.
O motherfuking cliche do retorno do Andrew que eu já tinha previsto para o nosso vesgo lusitano ao final do capítulo passado finalmente se concretizou, MWAHAHA, mas confesso que me surpreendeu com a morte da mulher bem no meio da luta (claro, uma maneira de fazer o seu amado WarGreymon aparecer e tudo terminar numa supergenki dama gaia force à lá Dragon.
Bom, terminamos com um novo cliffhanger ein? >_> Quero só ver o que essa velhinha vai falar hahahaha
Muito bom cara, continua!
Acho que a luta ficou bem narrada, salvo alguns pontinhos onde o poder de luta ficou um pouco excessivo, sei lá, com muitos adjetivos extremos hahaha, mas curti mesmo! Especialmente porque eu não tenho muito bem formada na minha cabeça a figura do Milleniummon nem a do Draco, pois não assisti nenhuma temporada onde eles apareçam, mas mesmo assim foi legal acompanhar e deu pra ter uma noção.
O motherfuking cliche do retorno do Andrew que eu já tinha previsto para o nosso vesgo lusitano ao final do capítulo passado finalmente se concretizou, MWAHAHA, mas confesso que me surpreendeu com a morte da mulher bem no meio da luta (claro, uma maneira de fazer o seu amado WarGreymon aparecer e tudo terminar numa super
Bom, terminamos com um novo cliffhanger ein? >_> Quero só ver o que essa velhinha vai falar hahahaha
Muito bom cara, continua!
Re: Digimon Truth
Bem, eu vou ser bem sincero e direto. Eu não gostei desse capítulo. Achei ele chato, ruim pra ler e curto. MAS, ele é necessário, e como a Maf gostou eu recebi autorização mental para postar. Se ao fim da leitura vocês sentirem o mesmo que eu, podem criticar a valer, não vou levar a mal e usarei como combustível para escrever o próximo \õ/
Antes de mais nada quero dizer que eu sei que um julgamento não funciona dessa forma. Mas um julgamento real é chato e monótono, quis dar dinamismo a cena (Não sei se funcionou).
E obrigado Ray e Merz pelos comentários xD Aguardo vossas opiniões sobre este capítulo que vos apresento
Capítulo 9 – The Last Enemy That Shall Be Destroyed
Naquele instante, as atenções do mundo estavam voltadas para aquela senhora de aparência humilde e comum, que de forma alguma parecia ser uma pessoa com uma história a contar. Câmeras, microfones, olhos e ouvidos prestavam atenção em suas palavras, enquanto a mulher discursava com clareza e lucidez.
-Eu estou muito feliz, por que de alguma forma posso contribuir com uma pequena ajuda neste dia, que irá entrar para a história como uma das maiores manifestações para a liberdade que já ocorreram no mundo. A muitos e muitos anos atrás, um fenômeno ocorreu por todo planeta. Junto com uma nova geração de homens e mulheres que tinham um futuro brilhante pela frente, nasceram essas magníficas criaturas que todos pudemos ver em ação no dia de hoje. Nascemos unidos de uma forma que ainda hoje é incompreensível para a mente humana, irmãos de alma e espirito, iguais na diferença, mas acima de tudo livres.
Mas esta liberdade nos foi roubada. Fomos tirados de nossas casas, do amor de nossas famílias, para sermos tratados como sub-humanos, objetos de testes, meios de pesquisa, armas. Muitos nunca mais viram suas famílias, seus pais e irmãos, passando o resto de seus dias trancafiados, escravos em pleno novo mundo. Eu sou a última sobrevivente dessa geração, e me sinto no dever de compartilhar essa história com todos que puderem me ouvir. Mas ainda hoje isso acontece...
Ainda hoje, nós somos tratados como a escória da sociedade. E esses incríveis seres, tão inteligentes quanto muitos de nós jamais conseguirão ser, que também amam, sorriem, se entristecem e buscam significado para suas vidas, são tratados como marginais, irracionais, selvagens. Afinal o que nos difere deles? O fato de usarmos roupas coloridas, delegarmos autoridades, ou falarmos palavras bonitas nos torna mais importantes ou merecedores?
Não sou uma estudiosa, nem uma filósofa, muito menos uma intelectual. Sou apenas uma senhora que já passou por muitas situações, que carrega um sonho dentro de si. O sonho de que um dia, humanos e digimons possam coexistir pacificamente, livros do ódio, escravidão e preconceito. Tudo que precisamos para que isto se torne realidade é dar o primeiro passo.
Pouco a pouco, os ventos da mudança foram soprados sobre o mundo. Os digimons e seus companheiros humanos agora queriam alçar novos voos, alcançar novos horizontes, experimentar a liberdade que por muito tempo lhes foi privada.
No novo mundo que estava nascendo, onde o conhecimento sobre as criaturas digitais corria livre como qualquer outra informação, não havia atitude que as autoridades competentes pudessem tomar que não soasse como censura, retaliação, privação de direitos, ou que não tivesse ares de ditadura. A venda tinha sido tirada dos olhos do mundo, não havia mais como ser colocada.
O interesse das pessoas “comuns” pelos digimons crescia a cada dia. É claro, as atitudes eram diferenciadas em muitas partes do mundo. Na Europa, rapidamente surgiram argumentos conciliadores, pregando a igualdade de direitos e a tolerância. Os EUA começavam a encarar os digimons como um novo ramo de mercado. No Brasil, os monstros digitais rapidamente viraram enredo de escola de samba, letra de funk, uma espécie de moda que se espalhou por toda nação.
Em países do oriente médio, entretanto, o quadro foi contrário. Rapidamente surgiram relatos de crimes de ódio, racismo (se é que se pode dar esse nome), boatos de que governos queriam usar os seres digitais como armas.
Autoridades religiosas se levantaram para proclamar que digimons também eram criaturas vivas, criadas por Deus, Javé, Alá, Buda, ou qual seja o supremo senhor criador de todas as coisas e designer do universo. No Japão não tardaram a começar as pesquisas, desta vez mais amistosas e menos invasivas, sobre a estrutura biológica dos digimons, sua composição molecular, assim como sua posição na cadeia alimentar e evolutiva por mais irônico que isso pareça.
Por todo mundo as organizações, antes secretas, foram expostas ao público. Receberam nomes e foram encaixadas no governo, trabalhando agora sobre a legislação de cada país. A resistência se dissolveu sozinha como era de se esperar agora que não tinham mais o que “resistir”, cada integrante querendo voltar para suas casas, reencontrar suas famílias e reconstruir suas vidas. Já a Digital Hazard foi envolta em um profundo e temeroso silêncio, se tornando um assunto tabu que poucos queriam comentar. Alguns até mesmo os encaravam como uma associação fictícia como os Illuminati, outros como se fossem a KGB.
Dante, Angel, Eva e todos os outros que tinham se envolvido naquela que entrou para a história como A Batalha da Times Square se tornaram os rostos dessa revolução e rapidamente ascenderam ao posto de celebridades. Dante agora era considerado um herói americano, Eva era uma pacifista conhecida, Draco era o símbolo de todos os digimons espalhados pelo mundo e Angel um símbolo de coragem e ousadia. As coisas estavam muito diferentes antes, do dia em que Dante explodiu as portas de um complexo militar e fugiu de lá com sua noiva. Agora todas as pessoas sabiam ondem eles estavam, mas eles não precisavam se preocupar com isso.
A organização americana a qual Dante pertencia recebeu o nome de DEEP, sigla para Digital Expansive Exploration Police, e foi incorporada ao FBI. Nesta manobra, as autoridades insatisfeitas com o comportamento do rapaz acharam um meio de autua-lo por deserção e abandono de posto em exercício da atividade. Posteriormente outras acusações foram acrescentadas, como sequestro e tentativa de assassinato, e o processo passou a seguir em segredo de justiça. Dante e Angel acharam que seria melhor adiar a cerimônia até que o caso se resolvesse, e passaram a morar juntos em uma das casas que o rapaz já havia comprado por debaixo dos panos alguns anos atrás, antes de conhecê-la. Agora eram uma família feliz, formada por um casal e dois digimons.
Seis meses depois, a ONU aprovou o Estatuto dos Seres Digitais, reconhecendo digimons como membros da sociedade tendo direitos e deveres como qualquer outra pessoa do mundo, além de leis contra crimes de ódio, exploração ilegal e descriminação contra monstros digitais. Pouco tempo depois, Draco foi o primeiro digimon a ser reconhecido como cidadão americano, inclusive ganhando uma certidão de nascimento e uma medalha de honra ao mérito. Era um admirável mundo novo.
Dezenas de pessoas se aglomeravam nas escadarias da Corte Superior de Nova York, esperando que chegasse a hora do evento mais esperado dos últimos meses. Pessoas carregavam placas onde se lia “Liberte o Herói” e “Prendam os reais bandidos!”. Câmeras de televisão, repórteres, fotógrafos, todos estavam posicionados esperando que os convidados de honra chegassem.
Depois de certo tempo de espera, um carro se aproximou da aglomeração. Um Mercedes preto, com vidros escuros, se aproximou lentamente até parar perto de todas aquelas pessoas. A porta do banco de passageiros se abriu, saindo dela um homem com cabelos novamente ruivos trajando um terno preto e óculos escuros. Ele tomava pela mão uma mulher de cabelos escuros, trajando um vestido também preto e usando óculos escuros.
Enquanto os dois se dirigiam para as escadarias, pessoas começaram a gritar palavras de incentivo enquanto repórteres metralhavam flashs com toda força. Dante tinha dispensado os possíveis seguranças, dizendo que o melhor segurança que ele tinha ele estava carregando no bolso. O casal passou tranquilo entre a multidão, apesar de não dar nenhuma declaração. Se dirigiram à sala do tribunal, e tomaram seus lugares.
Aquele era o dia em que Dante seria julgado pelas acusações feitas pela DEEP, depois do processo se arrastar por meses sobre sigilo. O governador havia exigido que a audiência final fosse pública, pois os cidadãos tinham o direito de saber o andamento de todos os processos jurídicos do país. Isto claro havia sido uma manobra politica, um homem sábio conseguindo votos ao se associar à imagem do mais novo herói do momento.
O julgamento demorou horas, acusação e defesa se degladiando. Os promotores tentavam pintar a imagem de um criminoso frio e calculista, que tinha todos os passos planejados desde o início. Os advogados se seguravam na alegação de autodefesa, dizendo que Dante havia arriscado tudo para salvar a vida de uma jovem indefesa que seria cobaia nos mais cruéis experimentos, além da falta de provas sobre qualquer suposto crime que este cometera. Nesta confusão, Angel se tornou uma vítima, não tendo nenhuma acusação pesando sobre seus ombros, servindo apenas como testemunha ocular dos fatos.
-Promotoria – Disse o Juiz com voz de autoridade. O juiz era um homem negro, corpulento, de cabelos brancos e expressão séria. – Repita as acusações do réu.
-Sim meritíssimo. – Disse o homem magro, careca e esguio, trajando paletó acinzentado. – O réu é acusado de deserção, sequestro e tentativa de assassinato.
-Protesto meritíssimo! – Exclamou uma mulher loira, aparentemente na casa de seus 40 anos. – Primeiramente, não se pode desertar de uma organização que não existe! Devo lembrar que na época onde isto supostamente aconteceu, a organização DEEP não tinha registros, não tinha nome e não tinha filiação com nenhuma outra entidade americana, portanto não existia. O argumento do sequestro é uma calúnia, dado que este homem que está aqui perante a vocês salvou a vida dessa mulher. Além do mais, não existem quaisquer provas de nenhuma suposta tentativa de assassinato, ora, é a organização DEEP que vem atentando contra a vida do meu cliente. Isto, de certo, é uma tentativa infantil de difamação.
-Promotor, o réu está sendo acusado de desertar uma organização que não existe, sequestrar uma mulher para salvar a vida dela e de se defender de atentados contra sua vida? Senhor promotor, o réu está sendo acusado de ser um herói? – Disse o Juiz, em um tom calmo.
-Excelência, é claro que colocando nestes termos pode parecer um pouco... – O promotor foi interrompido por três fortes batidas realizadas pelo martelo de madeira do Juiz.
-O réu Dante Alighieri é declarado inocente de todas as acusações, caso encerrado! – Decretou o Juiz. Angel se jogou sobre seu noivo, o abraçando e beijando, não se contendo de alegria.
Do lado de fora, as pessoas aguardavam pacientemente o resultado do julgamento. A maioria permanecia sentada nas escadarias do prédio, imóveis, esperando o veredito. Dante e Angel saíram do prédio de mãos dadas, com uma expressão séria no rosto. Silêncio total se fez quando todas as atenções foram voltadas para eles.
-AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!! – Gritou Dante com toda a força de seus pulmões levantando as duas mãos para o alto. A multidão reagiu instantaneamente gritando em coro, pulando de alegria, jogando chapéus e placas para o alto e por fim batendo palmas, ovacionando a vitória do rapaz. Angel sorria timidamente, não sabia como se portar diante do entusiasmo do noivo. Resolveu apenas partilhar da alegria, quando ele a agarrou pela cintura e a rodopiou no alto. Draco completou a festa saindo de seu digivice para o delírio dos presentes. Era a vitória do herói carismático.
Três meses depois, uma mulher de vestido branco adentrava as portas de uma grande catedral. Ela tinha seus cabelos negros presos atrás da cabeça e carregava um buquê de rosas brancas. Seu longo vestido branco estendia uma cauda por quase um metro, e seu rosto irradiava alegria em um lindo sorriso. Entre os muitos convidados, estavam nos bancos o médico Gustavo, Samantha, o revolucionário Miguel, a pacifista Eva, os três integrantes dos Cavaleiros Reais, além de algumas outras pessoas que ambos haviam conhecido na resistência. Todos orgulhosamente sentados junto a seus parceiros digimons. Para evitar conflitos na escolha dos padrinhos, Dante encontrou a solução perfeita: Todos os padrinhos seriam digimons. Assim, Draco estava ao seu lado no altar, trajando um terno feito sob medida para seu corpo pequeno.
Ao ver a imagem de Dante em pé ali, a esperando, Angel não pode conter as lágrimas. Por muito tempo Dante havia sido sua única alegria, e agora ele estava proporcionando o momento mais bonito e alegre da vida dela.
-Estou estragando a maquiagem. – Comentou ela quando Dante veio recebe-la no meio do caminho.
-Você é linda de qualquer jeito.
-Ótimo, agora estou borrada e corada. Obrigada, Dante – Pensou. O pastor ministrou a cerimônia sem nenhum empecilho, e logo chegou a hora dos votos matrimoniais. A palavra foi passada ao noivo.
-Angel... Dizem que as mais belas rosas desabrocham nos locais mais inusitados. Eu não sei nada sobre isso, mas tenho certeza de que anjos se revelam nas situações mais adversas. O dia em que nós nos conhecemos, eu vi uma luz diferente em você. Senti como se eu pudesse escutar o seu coração, e no mesmo instante quis agarrar e proteger aquela figura que na época parecia tão frágil. Naquele dia eu não imaginei que ia te amar tanto assim... Mas hoje posso dizer que você é o meu anjo. – As lágrimas escorriam pelo rosto de Angel e de muitos dos convidados. Dante achou ter escutado Draco fungar, mas não sabia se digimons podiam chorar.
-Dante, confesso que fiquei acordada a noite toda pensando em algo para dizer... E ainda assim acho que não consegui. Você me ensinou que eu podia ser alegre novamente, que eu podia sorrir e que eu podia amar. Você me ensinou a confiar em você, e quando se confia em alguém, não é por um instante ou por um momento, é para a vida toda. – Os dois agora tinham lágrimas no rosto, e estamparam um radiante sorriso durante o restante da cerimônia.
-Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva! – Disse o pastor, e ali ocorreu mais um beijo apaixonado.
E assim o tempo passou. Dante foi eleito o Homem do Ano pela Time e recebeu o título honorário de Major dos fuzileiros americanos. Por seus esforços em tornar a convivência homem-digimon mais harmoniosos possíveis, Eva ganhou o Nobel da paz. Dante e Angel receberam convites para o Oscar, Grammy, e qualquer outro evento que podia usar um pouco da popularidade do casal para se promover.
Cinco anos se passaram e o mundo se transformou rapidamente. Digimons agora tinham carteira de trabalho, direito a voto em muitos países e estavam se integrando cada vez mais na sociedade. Era comum ver digimons grandes e fortes carregando containers pesados em portos, digimons de forma canina trabalhando na polícia. Na Europa foi criada a Liga de Futebol Digital, onde um Shoutmon chamado Fabiano Reinaldo alcançou sucesso com suas habilidades, chegando a incrível marca de 87 gols na temporada. Não era raro também ver digimons de aparência delicada e meiga apresentando programas infantis, e até mesmo banda músicas cujos integrantes eram monstros digitais.
Dante abriu várias empresas, usando sua influência para colocar pessoas importantes nos cargos superiores enquanto ele, Angel, Draco e às vezes até mesmo Megidramon aproveitavam a vida. Eles não mais se envolviam em batalhas intensas ou colocavam suas integridades físicas em risco.
A luz radiante da manhã entrava pela janela enquanto as cortinas tremulavam ao sabor do vento. O barulho da brisa batendo nas folhas das árvores havia embalado os sonhos de Dante por algum tempo, mas agora a luz começava a incomodar. A família Alighieri estava passando uma temporada na casa de campo, encrustada numa encosta montanhosa e escondida entre as árvores da floresta. Os únicos barulhos que Dante podia ouvir além do vento e do canto de pássaros eram os passos macios de sua esposa andando pelo quarto. Draco devia estar por aí correndo atrás de esquilos, talvez fosse uma boa hora para se levantar.
Ele se levantou e se espreguiçou, fazendo força para abrir os olhos. Encontrou sua esposa apenas de toalha, com os cabelos úmidos, sentada ao pé da cama se penteando.
-Acordou, bela adormecida? – Disse Angel.
-Agora que a princesa encantada veio me acordar.
-Você estava tão fofo dormindo que eu não quis te acordar.
-Esse diálogo está invertido não? – Brincou Dante, se arrastando na cama para se aproximar de Angel.
-Você está parecendo um bicho preguiça se arrastando desse jeito.
-Eu sai do sono, mas o sono não saiu de mim. – Disse ele abraçando Angel por trás e a envolvendo em seus braços, recostando o queixo no ombro dela.
-Você acredita que a Playboy fez outra proposta para eu fazer fotos nua para a revista?
-Estou vendo que os executivos dessa revista vão sofrer um acidente com um dragão assassino.
-O meu ou o seu? – Disse Angel, dando uma risada.
-Mas por enquanto, vamos fazer algo mais interessante. – Dante desprendeu a toalha, deixando Angel completamente nua. Ele começou a beijar o pescoço de sua esposa enquanto acariciava seu corpo com as mãos. E nesse momento a campainha tocou.
-Mas que ótimo momento para a campainha tocar. – Disse Angel enquanto se levantava e começava a se vestir.
-Essa casa tem campainha? Por que diabos uma casa de campo tem campainha? – Reclamou Dante, se dirigindo para a porta.
-Para de reclamar e atende a porta, vamos ter tempo pra isso mais tarde. – Dante se dirigiu para a porta da frente resmungando, e a abriu com um puxão. Para sua surpresa, do outro lado estava Samantha.
-Vejo que ainda está na sua lua de mel estendida. – Disse a mulher.
-Apenas aproveitando o lado bom da vida. – Respondeu Dante. Angel foi em direção a porta e quando viu Samantha lá se sentiu aliviada por ter se vestido.
-Mas eu vou ser bem direta. Eu não vim até aqui para te fazer uma visita.
-Não me diga que está trabalhando no correio agora?
-Dante, eu preciso dos seus serviços.
-Que, isso virou um filme dos vingadores?
-Estou falando sério Dante. Não apenas da sua ajuda, mas como da ajuda de Angel também.
-E sobre o que exatamente estamos falando? – Perguntou Angel.
-Sobre a Digital Hazard. Precisamos de sua ajuda para acabar com ela de uma vez por todas. - O estômago de Angel se revirou quando as cenas da Batalha da Times Square voltaram a tona na sua mente. Seria inocência achar que eles haviam simplesmente evaporado no ar, mas Angel foi pega de surpresa depois de todos esses anos.
-Bem, acho que é hora de terminar o que começamos.
Continua...
E é isso aí galera. Não percam o emocionante último capítulo de Digimon Truth com o desfecho dessa história, não vão se arrepender!
Antes de mais nada quero dizer que eu sei que um julgamento não funciona dessa forma. Mas um julgamento real é chato e monótono, quis dar dinamismo a cena (Não sei se funcionou).
E obrigado Ray e Merz pelos comentários xD Aguardo vossas opiniões sobre este capítulo que vos apresento
Capítulo 9 – The Last Enemy That Shall Be Destroyed
Naquele instante, as atenções do mundo estavam voltadas para aquela senhora de aparência humilde e comum, que de forma alguma parecia ser uma pessoa com uma história a contar. Câmeras, microfones, olhos e ouvidos prestavam atenção em suas palavras, enquanto a mulher discursava com clareza e lucidez.
-Eu estou muito feliz, por que de alguma forma posso contribuir com uma pequena ajuda neste dia, que irá entrar para a história como uma das maiores manifestações para a liberdade que já ocorreram no mundo. A muitos e muitos anos atrás, um fenômeno ocorreu por todo planeta. Junto com uma nova geração de homens e mulheres que tinham um futuro brilhante pela frente, nasceram essas magníficas criaturas que todos pudemos ver em ação no dia de hoje. Nascemos unidos de uma forma que ainda hoje é incompreensível para a mente humana, irmãos de alma e espirito, iguais na diferença, mas acima de tudo livres.
Mas esta liberdade nos foi roubada. Fomos tirados de nossas casas, do amor de nossas famílias, para sermos tratados como sub-humanos, objetos de testes, meios de pesquisa, armas. Muitos nunca mais viram suas famílias, seus pais e irmãos, passando o resto de seus dias trancafiados, escravos em pleno novo mundo. Eu sou a última sobrevivente dessa geração, e me sinto no dever de compartilhar essa história com todos que puderem me ouvir. Mas ainda hoje isso acontece...
Ainda hoje, nós somos tratados como a escória da sociedade. E esses incríveis seres, tão inteligentes quanto muitos de nós jamais conseguirão ser, que também amam, sorriem, se entristecem e buscam significado para suas vidas, são tratados como marginais, irracionais, selvagens. Afinal o que nos difere deles? O fato de usarmos roupas coloridas, delegarmos autoridades, ou falarmos palavras bonitas nos torna mais importantes ou merecedores?
Não sou uma estudiosa, nem uma filósofa, muito menos uma intelectual. Sou apenas uma senhora que já passou por muitas situações, que carrega um sonho dentro de si. O sonho de que um dia, humanos e digimons possam coexistir pacificamente, livros do ódio, escravidão e preconceito. Tudo que precisamos para que isto se torne realidade é dar o primeiro passo.
–//////--
Pouco a pouco, os ventos da mudança foram soprados sobre o mundo. Os digimons e seus companheiros humanos agora queriam alçar novos voos, alcançar novos horizontes, experimentar a liberdade que por muito tempo lhes foi privada.
No novo mundo que estava nascendo, onde o conhecimento sobre as criaturas digitais corria livre como qualquer outra informação, não havia atitude que as autoridades competentes pudessem tomar que não soasse como censura, retaliação, privação de direitos, ou que não tivesse ares de ditadura. A venda tinha sido tirada dos olhos do mundo, não havia mais como ser colocada.
O interesse das pessoas “comuns” pelos digimons crescia a cada dia. É claro, as atitudes eram diferenciadas em muitas partes do mundo. Na Europa, rapidamente surgiram argumentos conciliadores, pregando a igualdade de direitos e a tolerância. Os EUA começavam a encarar os digimons como um novo ramo de mercado. No Brasil, os monstros digitais rapidamente viraram enredo de escola de samba, letra de funk, uma espécie de moda que se espalhou por toda nação.
Em países do oriente médio, entretanto, o quadro foi contrário. Rapidamente surgiram relatos de crimes de ódio, racismo (se é que se pode dar esse nome), boatos de que governos queriam usar os seres digitais como armas.
Autoridades religiosas se levantaram para proclamar que digimons também eram criaturas vivas, criadas por Deus, Javé, Alá, Buda, ou qual seja o supremo senhor criador de todas as coisas e designer do universo. No Japão não tardaram a começar as pesquisas, desta vez mais amistosas e menos invasivas, sobre a estrutura biológica dos digimons, sua composição molecular, assim como sua posição na cadeia alimentar e evolutiva por mais irônico que isso pareça.
Por todo mundo as organizações, antes secretas, foram expostas ao público. Receberam nomes e foram encaixadas no governo, trabalhando agora sobre a legislação de cada país. A resistência se dissolveu sozinha como era de se esperar agora que não tinham mais o que “resistir”, cada integrante querendo voltar para suas casas, reencontrar suas famílias e reconstruir suas vidas. Já a Digital Hazard foi envolta em um profundo e temeroso silêncio, se tornando um assunto tabu que poucos queriam comentar. Alguns até mesmo os encaravam como uma associação fictícia como os Illuminati, outros como se fossem a KGB.
Dante, Angel, Eva e todos os outros que tinham se envolvido naquela que entrou para a história como A Batalha da Times Square se tornaram os rostos dessa revolução e rapidamente ascenderam ao posto de celebridades. Dante agora era considerado um herói americano, Eva era uma pacifista conhecida, Draco era o símbolo de todos os digimons espalhados pelo mundo e Angel um símbolo de coragem e ousadia. As coisas estavam muito diferentes antes, do dia em que Dante explodiu as portas de um complexo militar e fugiu de lá com sua noiva. Agora todas as pessoas sabiam ondem eles estavam, mas eles não precisavam se preocupar com isso.
A organização americana a qual Dante pertencia recebeu o nome de DEEP, sigla para Digital Expansive Exploration Police, e foi incorporada ao FBI. Nesta manobra, as autoridades insatisfeitas com o comportamento do rapaz acharam um meio de autua-lo por deserção e abandono de posto em exercício da atividade. Posteriormente outras acusações foram acrescentadas, como sequestro e tentativa de assassinato, e o processo passou a seguir em segredo de justiça. Dante e Angel acharam que seria melhor adiar a cerimônia até que o caso se resolvesse, e passaram a morar juntos em uma das casas que o rapaz já havia comprado por debaixo dos panos alguns anos atrás, antes de conhecê-la. Agora eram uma família feliz, formada por um casal e dois digimons.
Seis meses depois, a ONU aprovou o Estatuto dos Seres Digitais, reconhecendo digimons como membros da sociedade tendo direitos e deveres como qualquer outra pessoa do mundo, além de leis contra crimes de ódio, exploração ilegal e descriminação contra monstros digitais. Pouco tempo depois, Draco foi o primeiro digimon a ser reconhecido como cidadão americano, inclusive ganhando uma certidão de nascimento e uma medalha de honra ao mérito. Era um admirável mundo novo.
–//////--
Dezenas de pessoas se aglomeravam nas escadarias da Corte Superior de Nova York, esperando que chegasse a hora do evento mais esperado dos últimos meses. Pessoas carregavam placas onde se lia “Liberte o Herói” e “Prendam os reais bandidos!”. Câmeras de televisão, repórteres, fotógrafos, todos estavam posicionados esperando que os convidados de honra chegassem.
Depois de certo tempo de espera, um carro se aproximou da aglomeração. Um Mercedes preto, com vidros escuros, se aproximou lentamente até parar perto de todas aquelas pessoas. A porta do banco de passageiros se abriu, saindo dela um homem com cabelos novamente ruivos trajando um terno preto e óculos escuros. Ele tomava pela mão uma mulher de cabelos escuros, trajando um vestido também preto e usando óculos escuros.
Enquanto os dois se dirigiam para as escadarias, pessoas começaram a gritar palavras de incentivo enquanto repórteres metralhavam flashs com toda força. Dante tinha dispensado os possíveis seguranças, dizendo que o melhor segurança que ele tinha ele estava carregando no bolso. O casal passou tranquilo entre a multidão, apesar de não dar nenhuma declaração. Se dirigiram à sala do tribunal, e tomaram seus lugares.
Aquele era o dia em que Dante seria julgado pelas acusações feitas pela DEEP, depois do processo se arrastar por meses sobre sigilo. O governador havia exigido que a audiência final fosse pública, pois os cidadãos tinham o direito de saber o andamento de todos os processos jurídicos do país. Isto claro havia sido uma manobra politica, um homem sábio conseguindo votos ao se associar à imagem do mais novo herói do momento.
O julgamento demorou horas, acusação e defesa se degladiando. Os promotores tentavam pintar a imagem de um criminoso frio e calculista, que tinha todos os passos planejados desde o início. Os advogados se seguravam na alegação de autodefesa, dizendo que Dante havia arriscado tudo para salvar a vida de uma jovem indefesa que seria cobaia nos mais cruéis experimentos, além da falta de provas sobre qualquer suposto crime que este cometera. Nesta confusão, Angel se tornou uma vítima, não tendo nenhuma acusação pesando sobre seus ombros, servindo apenas como testemunha ocular dos fatos.
-Promotoria – Disse o Juiz com voz de autoridade. O juiz era um homem negro, corpulento, de cabelos brancos e expressão séria. – Repita as acusações do réu.
-Sim meritíssimo. – Disse o homem magro, careca e esguio, trajando paletó acinzentado. – O réu é acusado de deserção, sequestro e tentativa de assassinato.
-Protesto meritíssimo! – Exclamou uma mulher loira, aparentemente na casa de seus 40 anos. – Primeiramente, não se pode desertar de uma organização que não existe! Devo lembrar que na época onde isto supostamente aconteceu, a organização DEEP não tinha registros, não tinha nome e não tinha filiação com nenhuma outra entidade americana, portanto não existia. O argumento do sequestro é uma calúnia, dado que este homem que está aqui perante a vocês salvou a vida dessa mulher. Além do mais, não existem quaisquer provas de nenhuma suposta tentativa de assassinato, ora, é a organização DEEP que vem atentando contra a vida do meu cliente. Isto, de certo, é uma tentativa infantil de difamação.
-Promotor, o réu está sendo acusado de desertar uma organização que não existe, sequestrar uma mulher para salvar a vida dela e de se defender de atentados contra sua vida? Senhor promotor, o réu está sendo acusado de ser um herói? – Disse o Juiz, em um tom calmo.
-Excelência, é claro que colocando nestes termos pode parecer um pouco... – O promotor foi interrompido por três fortes batidas realizadas pelo martelo de madeira do Juiz.
-O réu Dante Alighieri é declarado inocente de todas as acusações, caso encerrado! – Decretou o Juiz. Angel se jogou sobre seu noivo, o abraçando e beijando, não se contendo de alegria.
Do lado de fora, as pessoas aguardavam pacientemente o resultado do julgamento. A maioria permanecia sentada nas escadarias do prédio, imóveis, esperando o veredito. Dante e Angel saíram do prédio de mãos dadas, com uma expressão séria no rosto. Silêncio total se fez quando todas as atenções foram voltadas para eles.
-AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!! – Gritou Dante com toda a força de seus pulmões levantando as duas mãos para o alto. A multidão reagiu instantaneamente gritando em coro, pulando de alegria, jogando chapéus e placas para o alto e por fim batendo palmas, ovacionando a vitória do rapaz. Angel sorria timidamente, não sabia como se portar diante do entusiasmo do noivo. Resolveu apenas partilhar da alegria, quando ele a agarrou pela cintura e a rodopiou no alto. Draco completou a festa saindo de seu digivice para o delírio dos presentes. Era a vitória do herói carismático.
–//////--
Três meses depois, uma mulher de vestido branco adentrava as portas de uma grande catedral. Ela tinha seus cabelos negros presos atrás da cabeça e carregava um buquê de rosas brancas. Seu longo vestido branco estendia uma cauda por quase um metro, e seu rosto irradiava alegria em um lindo sorriso. Entre os muitos convidados, estavam nos bancos o médico Gustavo, Samantha, o revolucionário Miguel, a pacifista Eva, os três integrantes dos Cavaleiros Reais, além de algumas outras pessoas que ambos haviam conhecido na resistência. Todos orgulhosamente sentados junto a seus parceiros digimons. Para evitar conflitos na escolha dos padrinhos, Dante encontrou a solução perfeita: Todos os padrinhos seriam digimons. Assim, Draco estava ao seu lado no altar, trajando um terno feito sob medida para seu corpo pequeno.
Ao ver a imagem de Dante em pé ali, a esperando, Angel não pode conter as lágrimas. Por muito tempo Dante havia sido sua única alegria, e agora ele estava proporcionando o momento mais bonito e alegre da vida dela.
-Estou estragando a maquiagem. – Comentou ela quando Dante veio recebe-la no meio do caminho.
-Você é linda de qualquer jeito.
-Ótimo, agora estou borrada e corada. Obrigada, Dante – Pensou. O pastor ministrou a cerimônia sem nenhum empecilho, e logo chegou a hora dos votos matrimoniais. A palavra foi passada ao noivo.
-Angel... Dizem que as mais belas rosas desabrocham nos locais mais inusitados. Eu não sei nada sobre isso, mas tenho certeza de que anjos se revelam nas situações mais adversas. O dia em que nós nos conhecemos, eu vi uma luz diferente em você. Senti como se eu pudesse escutar o seu coração, e no mesmo instante quis agarrar e proteger aquela figura que na época parecia tão frágil. Naquele dia eu não imaginei que ia te amar tanto assim... Mas hoje posso dizer que você é o meu anjo. – As lágrimas escorriam pelo rosto de Angel e de muitos dos convidados. Dante achou ter escutado Draco fungar, mas não sabia se digimons podiam chorar.
-Dante, confesso que fiquei acordada a noite toda pensando em algo para dizer... E ainda assim acho que não consegui. Você me ensinou que eu podia ser alegre novamente, que eu podia sorrir e que eu podia amar. Você me ensinou a confiar em você, e quando se confia em alguém, não é por um instante ou por um momento, é para a vida toda. – Os dois agora tinham lágrimas no rosto, e estamparam um radiante sorriso durante o restante da cerimônia.
-Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva! – Disse o pastor, e ali ocorreu mais um beijo apaixonado.
–//////--
E assim o tempo passou. Dante foi eleito o Homem do Ano pela Time e recebeu o título honorário de Major dos fuzileiros americanos. Por seus esforços em tornar a convivência homem-digimon mais harmoniosos possíveis, Eva ganhou o Nobel da paz. Dante e Angel receberam convites para o Oscar, Grammy, e qualquer outro evento que podia usar um pouco da popularidade do casal para se promover.
Cinco anos se passaram e o mundo se transformou rapidamente. Digimons agora tinham carteira de trabalho, direito a voto em muitos países e estavam se integrando cada vez mais na sociedade. Era comum ver digimons grandes e fortes carregando containers pesados em portos, digimons de forma canina trabalhando na polícia. Na Europa foi criada a Liga de Futebol Digital, onde um Shoutmon chamado Fabiano Reinaldo alcançou sucesso com suas habilidades, chegando a incrível marca de 87 gols na temporada. Não era raro também ver digimons de aparência delicada e meiga apresentando programas infantis, e até mesmo banda músicas cujos integrantes eram monstros digitais.
Dante abriu várias empresas, usando sua influência para colocar pessoas importantes nos cargos superiores enquanto ele, Angel, Draco e às vezes até mesmo Megidramon aproveitavam a vida. Eles não mais se envolviam em batalhas intensas ou colocavam suas integridades físicas em risco.
–//////--
A luz radiante da manhã entrava pela janela enquanto as cortinas tremulavam ao sabor do vento. O barulho da brisa batendo nas folhas das árvores havia embalado os sonhos de Dante por algum tempo, mas agora a luz começava a incomodar. A família Alighieri estava passando uma temporada na casa de campo, encrustada numa encosta montanhosa e escondida entre as árvores da floresta. Os únicos barulhos que Dante podia ouvir além do vento e do canto de pássaros eram os passos macios de sua esposa andando pelo quarto. Draco devia estar por aí correndo atrás de esquilos, talvez fosse uma boa hora para se levantar.
Ele se levantou e se espreguiçou, fazendo força para abrir os olhos. Encontrou sua esposa apenas de toalha, com os cabelos úmidos, sentada ao pé da cama se penteando.
-Acordou, bela adormecida? – Disse Angel.
-Agora que a princesa encantada veio me acordar.
-Você estava tão fofo dormindo que eu não quis te acordar.
-Esse diálogo está invertido não? – Brincou Dante, se arrastando na cama para se aproximar de Angel.
-Você está parecendo um bicho preguiça se arrastando desse jeito.
-Eu sai do sono, mas o sono não saiu de mim. – Disse ele abraçando Angel por trás e a envolvendo em seus braços, recostando o queixo no ombro dela.
-Você acredita que a Playboy fez outra proposta para eu fazer fotos nua para a revista?
-Estou vendo que os executivos dessa revista vão sofrer um acidente com um dragão assassino.
-O meu ou o seu? – Disse Angel, dando uma risada.
-Mas por enquanto, vamos fazer algo mais interessante. – Dante desprendeu a toalha, deixando Angel completamente nua. Ele começou a beijar o pescoço de sua esposa enquanto acariciava seu corpo com as mãos. E nesse momento a campainha tocou.
-Mas que ótimo momento para a campainha tocar. – Disse Angel enquanto se levantava e começava a se vestir.
-Essa casa tem campainha? Por que diabos uma casa de campo tem campainha? – Reclamou Dante, se dirigindo para a porta.
-Para de reclamar e atende a porta, vamos ter tempo pra isso mais tarde. – Dante se dirigiu para a porta da frente resmungando, e a abriu com um puxão. Para sua surpresa, do outro lado estava Samantha.
-Vejo que ainda está na sua lua de mel estendida. – Disse a mulher.
-Apenas aproveitando o lado bom da vida. – Respondeu Dante. Angel foi em direção a porta e quando viu Samantha lá se sentiu aliviada por ter se vestido.
-Mas eu vou ser bem direta. Eu não vim até aqui para te fazer uma visita.
-Não me diga que está trabalhando no correio agora?
-Dante, eu preciso dos seus serviços.
-Que, isso virou um filme dos vingadores?
-Estou falando sério Dante. Não apenas da sua ajuda, mas como da ajuda de Angel também.
-E sobre o que exatamente estamos falando? – Perguntou Angel.
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Re: Digimon Truth
Porra Charizard, tinha de ser o Prof Gilmar o advogado do Dante...
De resto foi boring mesmo.
De resto foi boring mesmo.
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