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Digimon Adventure ZeroTwo: Hinode
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Re: Digimon Adventure ZeroTwo: Hinode
- Olha, vai ser um pouco complicado. Mas, não. Vocês vão ser obrigados a entender que... O que fiz foi um deslize meu! Espero que me perdoem, já que foi quem pediu para tomarem cuidado e não saírem agindo sem pensar nas conseqüências.
- Pare de enrolar e explique-se logo, Daisuke! - rosnou uma Miyako totalmente séria ao garoto ali, cujo agora parecia ser meio-digimon-meio-humano.
- Ok, ok... - suspirou dele - Prometam que não irão me dar sermões depois disso, certo? - olhou para o grupo, em especial para a garota no qual seria a PRIMEIRA a dar uma bronca nele.
- Certo, Motomiya... - E esta respondeu - Apenas nos conte como você ficou assim.
- Ok... Então, o que aconteceu foi--
- Espera - interrompeu ela - O que são esses riscos na tua cara?
- … Eh?
- São os traços do Lighdramon - respondeu Vee - O Daisuke não tinha condições de sair vivo daquele “limbo digital”, ele teve de fazer uma... Evolução antiga, uma que um estranho espírito digimoniano me contou quando o Umbra havia matado o Daisuke. Eu não posso, até determinado momento, evoluir para Lighdramon, já que essa evolução está... Uh... fusionada com o Dai-chan.
- Vee... Não me chama de Dai-chan na frente deles *gota* - pediu este
- Já te chamei assim diversas vezes ano passado e você não sentiu-se “ofendido” - reclamou o digimon.
- Mas... Eu...
- CHEGA DE ENROLAÇÃO! - berrou a Inoue, sendo temida por todos ali - Daisuke, nós estávamos o tempo todo pensando que ou você estava morto ou perdido! Então, dá pra cortar essa conversa de vocês e nos dar uma explicação para você ter nos enganado esse tempo todo, nos feito tão confusos e principalmente como você consegue soltar raios que nem um digimon?!
- Miyako, eu disse que isso não é uma fantasia! - respondeu ao mesmo nível dela - É como o V-mon disse, eu fui obrigado a fazer isso para ter chances de sobreviver! Se fosse só um disfarce, ok... Mas não é! E ainda, pelo que uma tal Renamon me disse, isso tem seus riscos! Estou ciente... Ok, não tão ciente do que ela estava dizendo, mas não havia outra escolha! Ou era isso ou morrer!
- Ok, ok... - Sora apartou a possível briga - Daisuke-kun, explique-nos por favor.
- Só por precaução... Afastem-se um pouco de mim. - pediu este.
Os demais fizeram o que o escolhido tinha pedido. Deixaram uma distância razoável de 2 metros.
E pôs-se a explicar logo em seguida:
#34 - Death & Rebirth: A origem de Lightnimon
...
- Ele veio por aqui...?
- Sim, Vee. É por aqui! – olhou para a estrela, segurou-a com força.
- Espero que essa fuga toda...
- Minha princesa... Miyako... Senpai... Pessoal... – sussurrava a si mesmo – Nós voltaremos vivos. Prometo.
- Daisuke...
- Siga em frente. Não pare. – ordenou – Temos de ganhar tempo pra eles.
- T-Tempo?! Estão tentando te matar!
- E não irão conseguir!
- Estão atrás de mim. Conforme era previsto. – Umbra olhou para trás, fitando a dupla 2-top atrás dele – Talvez seja uma boa hora para afastá-los daqui...
Estalou os dedos, abriu um vórtice bem a sua frente. Burning Fladramon acelerou para tentar capturá-lo antes de mergulhar no portal... Mas não conseguiu. E nisso também acabou adentrando no portal.
Não tiveram nem tempo para descobrirem onde estavam, pois o mago desapareceu pela paisagem. O dragão escarlate parou a mando de seu parceiro, e ambos passaram a observar o local.
O cenário era tão familiar. As cores vívidas, o cheiro das flores e folhagens, o céu azul que parecia mais uma pintura acrílica com borrões de branco e outros tons de azul...
- Ele nos trouxe para a Digital World. – concluiu Daisuke, dirigindo-se ao companheiro gigantesco.
Olhou para si por um momento. Percebeu uma nova diferença. Suas roupas não eram como a de dois anos atrás. A jaqueta nova possuía o mesmo desenho de chamas, mas ao invés do azul tínhamos um vermelho mais intenso (tijolo refratário) , e o pompom azul da gola agora era laranja-creme. Além disso, esta não tinha mangas, permitindo ver as de sua camisa, que era um azul forte com uma listra grande e branca na horizontal. A calça passava um pouco dos joelhos e era da cor marrom acinzentado. Meias lavanda, tênis vermelhos igual a parte de cima da jaqueta, semelhante aos alaranjados que usava aos 11 anos. Nestes tinha um detalhe em amarelo na sola, e no tecido vermelho detalhes em amarelo e nas laterais estampado o símbolo do fragmento da Determinação em laranja.
- Por que ele nos atrairia para a Digital World...? - perguntou-se Burning Fladramon.
- Não sei... - respondeu Daisuke - Mas... Não devemos perdê-lo de vista. Ou...
- Entendo. Segure-se firme.
- Yosh.
Montou novamente no pé do digimon gigantesco e voltaram a voar pelos céus. Planavam pelo azul e nada. Estava tudo silencioso. Muito silencioso. O bastante para dar sono (ei, não durmam.) Cerca de três minutos depois, um “slash” é ouvido e na sequência a dupla está em queda livre.
- O... O que foi isso?! - exclamou Motomiya, espantado.
- Ghn! D-Daisuke... Ele nos atacou... - olhou para o braço direito, que tinha um corte. E pra finalizar, metade da asa de fogo estava desfeita.
- Vee...! R-rápido! usa suas chamas para... G-gerar outra asa! Apenas para que possamos descer...!
- Vou tentar...!
- Ah... Acho que estou levando as coisas a sério demais... Não estou...? - riu Umbra, que pipocou no outro pé de Burning Fladramon.
- Mago maldito! - gritou Daisuke, encarando-o.
- Leve na esportiva, Lance-kun... Será que você faz jus ao seu antigo pseudonome? - desapareceu em instantes.
- Burning Fladramon... - olhou para o companheiro azulado - Tenta pousar em alguma árvore!
- Daisuke... EU TENHO CARA DE AVE?! - bufou o outro.
- NÃO, MAS SE NÃO FIZER ISSO A GENTE MORRE! - resmungou.
- E como vou fazer isso?!
- Será que se eu saltar daqui de cima consigo me agarrar em algum galho...?
- Tive uma idéia melhor... - pegou-o de seu pé e o colocou em seu colo.
- Vee... Tem certeza que não vamos morrer?
- Queda Livre... Estou maior, mais forte e mais ágil que antes... Deixa eu tentar uma coisa.
- Pensei que ele evoluindo pra Kanzentai... Ei! Volta à forma criança! rápido!
- Não dá tempo!
- Dane-se! Dará se fizer isso...!
- Ok, ok!
Voltou à forma infantil. Antes que se separasse do parceiro, o garoto o pegou. Ainda em pleno ar, já na metade da queda, sacou o digivice e realizou a evolução normal. Com isso, V-mon virou XV-mon e conseguiu parar em pleno ar. Ambos estavam quase mudando de cor, estavam pálidos e tremendo mais que um touro mecânico.
Desceram e pararam para descansar. Aquilo não foi agradável. Nem um pouco.
- Isso... Isso foi... Muito... Muito... Tenso... - e ele ainda tremia.
- S-sim... D-dai... M-Muito... - idem ao dragão.
- Hahahahah! Que cena linda... - debochou o mago - Pena que não tinha uma câmera para registrar aquilo...
- OI! SEU IDIOTA! EU... - Daisuke tentou pular no feiticeiro, mas Vee o segurou - VEE! ME SOLTA!
- Isso não vai terminar bem... - suspirou XV-mon - Acalme-se...
- Chega. Você veio atrás de mim... Não veio? - encarou-o, com um sorriso sarcástico no rosto - Sabe o que isso significa, Lance-kun...?
- Eu não me chamo mais “Lance”! - vociferou o goggle boy.
- Daisuke... Ele está tentando te tirar do sério... - o seu parceiro tentou controlá-lo.
- Sem essa, Vee! Não podemos deixar que esse cara continue prendendo a Hikari-chan e a Miyako naquela ilusão!
- Oh...? Veio atrás de mim só por causa daquelas duas jovens? As mesmas que você não conseguiu proteger, se declarar ou ajudá-las?
O Motomiya ficou irritado com aquele comentário. Fechou os punhos com força. Podia não ter mais as lembraças do Lance, mas ainda sabia que tudo que tinha feito antes quando era o Kuroboshi foi em nome daqueles que ele amava e vice-versa.
O mesmo que atualmente fazia. E seria capaz de morrer por eles se fosse para protegê-los.
- Não ouse falar delas. Nem da Yami e MiyaShurimon... Muito menos da HIKARI-CHAN E DA MIYAKO! - o D-3 brilhou como uma chama poderosa. Estas chamas invadiram XV-mon, e os olhares dos parceiros, humano e digimon, tornaram-se o mesmo, tornando-se um só.
O digimon voltou a forma criança, e olhou para o amigo, que pegou o D-3 do bolso. “DIGIMENTAL UP” foi ouvido e V-mon evoluiu automaticamente para Burning Fladramon mais uma vez.
- Quer brigar de novo? - provocou Umbra.
- Não nos subestime... - disseram os dois, juntos - Nós vamos te mostrar as nossas chamas determinantes! Por que nós somos... A dupla 2-top!
- Pff... Discursinho idiota...
- IKKEI! - apontou para o mago.
- KNUCKLE HEAT! - Burning Fladramon carregou seu punho e lançou uma rajada flamejante contra Umbra.
Este esquivou, e começaram a lutar. Porém aqueles dois estavam mais rápidos! E mais fortes! Mas isso não era o bastante para vencê-lo. Mesmo que eles fossem unidos, só aquela união não seria o suficiente para derrotá-lo. Eles não sabiam disso. Infelizmente não sabiam.
E também estavam tomados por essa confiança. Estavam confiantes que podiam sim terminar com aquele sujeito sem os outros. Sem a ajuda dos outros onze escolhidos. Infelizmente essa não era a verdade.
Aquela batalha estava a durar horas e horas. E nenhum dos dois notou que o tempo na Digital World estava correndo mais rápido que o tempo do mundo humano. Desde o começo daquelas buscas do maligno bruxo e de suas subordinadas. Enquanto eles lutavam, soldados de Frostmon, Ranamon e Lekismon causavam o terror em diversos pontos do lar das criaturinhas digitais.
Mas, voltando ao que interessa... Aquela luta era diferente das demais. Pois Daisuke não ficou parado, como era costume ele fazer. Desta vez sentiu-se motivado e quis ajudar o amigo draconiano. E com isso já estava cheio de rasgos em sua roupa, vários arranhões pelo corpo, alguns cortes... Mãos, braços, pés e pernas doloridos...
- Você está muito ferido! Melhor parar com isso! - alertou Vee, observando o garoto segurar seu braço direito e a respirar ofegante.
- Estou... Estou bem, V-Vee... - limpou o sangue que lhe escorria pela boca - Desde que enfrentamos Yami, Unmei, Pandora e aquela coisa estranha e feiosa, nunca mais quis ficar só assistindo. Se eu tiver forças para apanhar e bater nos inimigos... Se eu tiver forças pra fazer isso junto de você... Não me importo com a dor! Kh...!! Ai, m-minhas costas...!
- Nem com uns ossos quebrados??
- N-Nem... - sorriu, disfarçando a dor.
- Awww, que lindo... - debochou o adversário - Que bonitinho. Amizade é tão bonita, não é??
- Seu idiota... - ignorou-o, dando atenção ao menino - Pare já com isso!
- Estou bem! I-Isso passa!
Apesar de toda aquela armadura, Vee também já estava cansado e cheio de ferimentos. Mantinha-se de pé apenas pela sua insistência. E pelo fato de que deveria proteger Daisuke daquele mago sinistro. Burning Fladramon se apoiou em um joelho, monstrando sinais de cortes e arranhões pelo corpo. O sangue também escorria, tornando aquilo mais e mais agonizante.
- Burning Fladramon, agüente firme!
- Kh...
- Não adianta. – dizia o inimigo – Vocês não têm como me derrotar. E não terão mais.
- Eu me recuso a desistir! – vociferou Vee – Eu não posso falhar! Daisuke... Não pode... Não pode morrer!
- Estou apenas brincando com vocês, kukukukuku. Até o momento em que...
- Mestre. – voa voz soou pelos arredores – Lekismon encontrou-a.
- O q-que?! – disse Daisuke, incrédulo.
- Não pode ser! – idem ao dragão azul.
- Ora, ora... Parece que nossa brincadeira acabou... Certo, Motomiya Daisuke-kun? – debochou.
Ele aproximou-se, e revelou sua forma ao menino. Tinha a idade dele, a mesma altura até. Olhos azuis, cabelos morenos azulados. Sua roupa era normal: Uma camisa lilás, um sobretudo preto que ia até sua cintura, calças pretas e sapatos pretos.
- Você... Você uma criança... Assim como o Daisuke! Mas...!
- É só a aparência... – corrigiu o Motomiya – Só a aparência dele que parece ser humana...
- Bravo, bravo! – aplaudiu o “jovem” ironicamente – Essa é a minha forma humana. A minha verdadeira forma... Bem, não preciso mais me preocupar em poupar suas vidas. – estalou os dedos, e num piscar de olhos seu corpo sofreu uma mutação. O cabelo tornou-se louro, seus olhos passaram a ser vermelhos. Sua fisionomia ganhou aspecto de um homem adulto. E as roupas foram substituídas por uma armadura negra esquelética, com um olho no peito, nos ombros, nos joelhos e na ponta dos pés. As mãos eram crânios sinistros. Seu elmo tinha três chifres (um de cada lado e um na testa), com três pedras vermelhas que pareciam ser olhos.
- Essa é a minha verdadeira forma, Daisuke-kun. E você sabe que... Quem tem o privilégio de ver meu verdadeiro aspecto... São os que morrem.
Avançou contra o parceiro do goggle boy, desferiu um corte poderoso que o fez voltar a V-mon, pois o mesmo não tinha condições mais de permanecer naquela forma devido a exaustão da batalha.
- V-mon! – berrou Daisuke, que correu até o pequeno, mas um ataque o atirou contra o chão, derrubando suas preciosas goggles perto do pequenino.
- Sayonara... Kiseki no Kishi.
- Gh... D-DAISUKE!! – berrou o azulzinho, com seus olhos vidrados na pior cena que presenciaria em toda sua vida.
- Geist Abend!! - Disparou um raio mortal de sua armadura, direcionado para o escolhido.
Não tinha como desviar. Não tinha como V-mon saltar ali e tirá-lo da mira. O raio atingiu-o em cheio. E o pequenino só pode assistir, com os olhos repletos de lágrimas. Umbra cessou o raio e não tinha restado absolutamente nada lá.
- N... Não...! D-Dai... DAI-CHAN!! - gritou mais alto ainda. Começou a chorar descontroladamente, desesperado, aterrorizado.
- Eu deveria te matar agora, verme insolente. - apontou a lâmina para o pescoço de Vee - Mas... Seria mais divertido se os escolhidos soubessem que ele está morto. Poderá viver mais um pouco, apenas para dar essa notícia aos seus amiguinhos miseráveis.
Voltou à forma humana, e sorriu sarcasticamente.
- Aproveite essa oportunidade. Não é sempre que deixo minhas vítimas sobreviverem. - riu insanamente e desapareceu num piscar de olhos.
- D-Daisuke... - murmurou Vee, andando com dificuldade até aos goggles - … D-desculpe-me... E-eu... Eu não fui forte o suficiente pra te proteger... - pegou-os do chão, suas mãos tremiam de tão enfraquecida que estavam - Eu não fui capaz de te fazer parar... E... E evitar que isso acontecesse... *sob*
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- Código:
“......”
“Vee...?”
“........ Não vejo nada. Só... Só um espaço vazio...”
“Ugh... Eu... Onde estou?” “Será que... Morri...?”
“De novo...?!” “Não sinto nada.”
“Nem dor, nem meu corpo...”
“Não tenho nada.” “Nem pensamentos” “Nem o que dizer”
“Só... Só sinto um... Vazio.”
“Será que morri? Não... Não pareço ter morrido.”
“Da última vez... Fui parar em um lugar escuro. E quando estava prestes a morrer, fui parar em um lugar branco.”
“Isso não é morrer... Estou em outro mundo... A Digital World não teria um ‘céu’ ou ‘inferno’ ou sei lá...”
“Esse espaço vazio... Está... Com código binário...”
“Então... O certo é dizer que fui deletado...?” “Excluído?” “Apagado?”
“... Senpai já tinha parado aqui antes... E a Hikari-chan... E o Yamato, Koushiro... Mimi, Sora...”
“Mas eles conseguiram sair...” “Eu... Eu não consigo sair.”
“Posso não sentir nada, mas... Mas meu corpo [ainda] está ferido.”
“Sangrando” “Quebrado” “Danificado” “...”
“Então... Não há como voltar?” “Não há como impedí-lo...?” “Terei de ficar aqui, vagando infinitamente?!”
“Boa, Daisuke... Invés de ouvir o seu parceiro, preferiu continuar dando uma de lutador do Street Fighter [¬¬] *sarcasmo*”
“Mesmo depois de ter dito à Miyako, ao Iori, ao Ken, à Nina e à Carol que não deveríamos agir sozinhos e/ou subestimar nossos inimigos.”
“SEU IDIOTA, VOCÊ MESMO FEZ O QUE NÃO DEVIA!”
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- Se houvesse uma forma de... De reverter isso... *sob* - o dragãozinho abraçava os goggles, derramando lágrimas nas lentes do mesmo - O que irei f-fazer agora...?
- Você tem um recurso, Vee. Mas... Mas acho que seria arriscado fazer isso. Bem, é algo que não fazemos mais há séculos, desde que essa técnica tenha causado graves problemas...
- H-Huh?! - V-mon olhou ao seu redor, após ouvir uma voz - Q-quem está aí?!
- Você... Uh... Eu sou... Star V-mon. Bom, Você era eu... Agora... Só apenas uma parte que vaga pela Digital World, protegendo aos que eram meus amigos... E aos descendentes, e as vidas novas deles...
- … Ahn, se não for pedir muito, poderia dizer qual é o recurso que eu tenho...? Isso pode salvar o Daisuke...?!
- Bem, se tivermos chances, talvez funcione. Os riscos são sérios. Antes que te explique, preciso te alertar para que esteja ciente de sua decisão. O que você irá fazer é diferente do que já está acostumado a fazer. Antigamente isso unia os dois indivíduos, para que um pudesse salvar o outro da morte. Apenas digimonianos e humanos com fortes laços de amizade conseguiam usar isto para o bem. Outros... Fizeram isso para fins próprios. Ou para se tornar mais poderoso, ou para estudar esse tipo de poder.
- O que acontecerá... Se... Eu fizer isso...?
- Irá realizar algo parecido com a evolução Jogress, que é algo similar a isso. Mas também não é como uma evolução Spirit ou evolução Matrix... Isso foi aprimoração dessa técnica antiga... Só que...Un... Vocês se tornariam um ser só.
- E-eeh?! D-Dai-chan e eu... Nos tornarmos um só?!
- Mas... Isso depende. Você tem a habilidade de evoluir de duas formas. A primeira é a normal, para XV-mon. A segunda é com os digimentais. A evolução Hybrid só pode ser feita com uma evolução. Então, é só escolher a melhor forma que poderá sacrificar, ou seja, entregá-la como sua parte nessa evolução.
- Mas... Não sobrou digivice... nem digimental... nem nada. Só... Só as goggles dele... *sigh*
- Vee... Você acha que ele foi morto por completo...? Que ele não possa ter ido para o Espaço Binário...?
- Espaço... Binário...?
- Uh, é um lugar que, alguns dizem ser pra onde vão os dados dos digimons... Antes de serem restaurados e inseridos em um Digitama... Bom, Você sabe que os primeiros oito escolhidos estiveram lá graças ao Apocalymon, não é mesmo...?!
- S-Sim... Mas... Mas acha que o Daisuke...
- Acho não. Eu sinto. Algum “dado” dele foi parar lá. Se conseguir usar essa sua forte ligação com ele... Talvez consiga tirá-lo de lá. Antes que ele morra definitivamente.
- Se eu não tentar... Jamais me perdoarei... Star V-mon... Eu quero fazer isso, pelo meu parceiro! Porque... Ele é mais do que um digimon tamer pra mim... Ele... Ele é meu melhor amigo.
- Sabia... Que você faria isso... Porque... Eu queria ter feito isso pelo Dragon Hu caso eu não tivesse sido destruído antes dele...
- Ok... O que eu devo fazer...? - seus olhos brilharam, vivos de esperança. Não conseguia ver Star V-mon, mas sentia-o por perto.
- Primeiro deverá notificá-lo de sua decisão. A evolução Hybrid só funciona se os dois indivíduos, de raças distintas, aceitarem usá-la.
- Un... Entendi.
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- Código:
“Droga............” “Me sinto sozinho aqui.”
“O que faço...?”
<Boa pergunta...>
“Eeeeh?! Quem está aí...?!” *olha pros lados*
“Não estou ouvindo coisas?!” “Espera... É possível eu estar ouvindo coisas?!”
>Daisuke. Você não está louco.<
>Bom... Eu espero...<
“Legal, mais uma voz... Ei, por que essa voz parece a minha?!”
“Acho que estou pirando aqui...” “D’oh...” *facepalm*
<Não, Motomiya. Você não está pirando...>
<Feche seus olhos. Nós não estamos [fora] de você.>
>Faça isso logo.< >Talvez haja um jeito de sair daqui...<
>E espero que você não tenha desistido ainda, ouviu?!<
*Ele obedece a ordem das vozes.*
*Logo é [materializado] em um ambiente escuro, mas não totalmente preto ou sombrio*
“Uh... Ei, onde vocês estão...?”
“... Foi uma alucinação minha...?”
<Dissemos que não estava louco.> <Não acreditas?>
>Se ele acreditar... Bem, É capaz....<
>Não posso mentir.< >Já que eu pensaria que estava louco. [XD] <
“Vocês... Uh... Vocês são eu... Ou eu Sou vocês...?!”
*Daisuke olhava justo para um [Daisuke] sem goggles, vestido em trajes simples de um cavalheiro: camisa branca, colete azul meio acinzentado, calça preto azulada e sapatos pretos. Seu cabelo era curto e despenteado, porém preso com um uma fita da mesma cor do colete. Seus olhos eram cor de mel, sua pele mais branca que a do goggle boy e seu cabelo era castanho claro.*
<Somos a mesma pessoa, Motomiya. *riu* Será que a perda de sangue te deixou meio zonzo...?>
<Ah, perdoe-me. Não quero te aborrecer.>
“Uh... Acho que sim... Ugh...” *olhou para o outro* “E você...?”
*O outro [Daisuke] era nada mais nada menos que uma versão mais nova dele, a de três anos atrás. Usava a clássica Battle Outfit.*
>Não sou tão diferente do outro ali...<
>Sou você também.<
“Ok...” “Eu já estou reconhecendo vocês dois...”
“Mas... O que querem comigo...?”
<Motomiya> <Nós viemos te lembrar de algo.>
>Você NÃO pode desistir agora.<
“E tem como?” “Não posso sair daqui.”
“Se eu soubesse como sair...”
<Motomiya, você nunca desistiu uma vez sequer.>
<Mesmo quando tudo te forçava a aceitar a derrota.>
>Isso aí! Ou se esqueceu que [desistir] é uma palavra que não existe no meu dicionário?<
>Ou melhor... No [nosso] dicionário.<
“Me digam como sair daqui!”
“E então terei como continuar insistindo até derrotar aquele cara!”
<Er...> <Não faço a menor idéia... Perdão. [>A<;;] >
>Ih, cara... Fico te devendo essa... [n_n;;] <
“LEGAL.” “VOCÊS NÃO QUEREM QUE EU DESISTA.”
“MAS NÃO TEM NEM UMA SUPOSIÇÃO DE COMO SAIO DESSE...”
“DESSE LIMBO DIGITAL?!” “FALA SÉRIO! [ಠ_ಠ] ”
<Brigar conosco não vai resultar em nada, Motomiya.>
<Tenha calma. Tenha calma e pense.>
>Até porque... Se brigar conosco, será como se estivesse brigando consigo<
>E aí isso seria bem estranho....<
“Eu era estúpido assim três anos atrás...?”
“Ah. Lembrei.” “Era.”
>Ei! Não ofende também!<
>Você sabe... Eu era... Ahn... Bobinho demais, ingênuo demais...<
<Pensava na Hikari demais...>
>OW, LANCE! FICA NA TUA VIU?! [¬¬] <
<Calma. Só estou tentando... Ah, esquece.>
“Ok... Acho melhor desistir mesmo...” *facepalm* *suspira*
<E deixar que seus amigos sejam destruídos?!>
>E deixar que a Digital World e os outros mundos mergulhem nas trevas?!<
<Motomiya...> >VOCÊ NÃO PODE< <Fazer isso.>
“E o que irei fazer? Estalar os dedos e num passe de mágica sair deste limbo digital?”
>*estala os dedos* Peraí. *estala de novo*<
<*facepalm* Daichan, isso foi uma ironia.>
<Escuta... Sabe por que estamos aqui?>
>Porque somos... Ahn... os dois traços de personalidade que te compõem.<
<Os que te fizeram merecer os digimentais.>
>Sua Coragem.< <E sua Amizade.>
“Minha Coragem e Amizade...?!” “O... O que vocês...”
<Que você não desista!> <Não pode abandonar seus amigos!>
>Nem a Digital World, o seu mundo... E os outros mundos!<
*Ele fica pensativo por alguns momentos. Mas logo volta-se aos dois [eu] e responde-os*
“Não irei desistir. Eles são importantes para mim. Meus amigos, minha família, minha vida... A Digital World, o mundo humano... E não posso deixar que destruam isso e outras coisas.”
“Arigatou... Lance... Pela sua Amizade... Arigatou... Daichan... Pela sua Coragem.”
>Heheh... Era isso que queria ouvir.< >Na verdade... Eu já sabia.<
<Exibido...> >Sou não, Lance! [;n;] <
<Bem, de qualquer forma... É exatamente isso que você faria. Nós sabemos.>
<Afinal, somos o mesmo indivíduo.> <Agora... Open your eyes.>
>And you will see...<
*abriu os olhos, e viu a sua frente...*
- “Daisuke!” – gritou uma voz familiar ao menino.
- “V-mon?!” – arregalou os olhos, surpreso.
- “Daisuke!” – sorriu, mas logo olhou-o melhor – “Você...”
- “Nah...” “Isso não é nada.”
- “Eu...” “Eu quero que faça uma coisa.”
- “Huh?” – piscou os olhos, confuso – “O que?”
- “Use a Armor. Faça-me evoluir para Lighdramon...”
- “P-pra quê?!”
- “Se você quer sair daqui...” “Se não quiser morrer...”
- “... Eu farei isso.”
*O goggle boy pegou do bolso, com dificuldade devido aos seus ferimentos, o D-3 e apontou-o para o pequeno. O ecrã ficou iluminado.*
- “Yuujou no Digimental Up!!”
*V-mon evoluiu para Lighdramon. Este fitou o humano seriamente*
- “Agora... Aponte o digivice para mim, ative o fragmento e use-o. Escaneie-me e use meus dados para se transformar.”
- “Eh?!” “Mas... Mas quanto a você?!”
- “Estou lhe oferecendo minha evolução Armor para que possa retornar!”
- “Mas...”
- “Quer sair daqui ou não...?!” “Se demorar demais...”
- “Não tenho escolha...” “Mesmo que saísse daqui da mesma forma que o senpai e os outros conseguiram...” “Duvido que consiga sobreviver desse jeito...”
- “Aceite. Ou não.” “É sua escolha.”
- “Eu... Eu aceito isso.”
*O digivice brilhou outra vez. Na tela surgiu o símbolo da Determinação. Daisuke não perdeu tempo e fez um esforço para apontar o D-3 para o parceiro.
O aparelho então começou a escanear o Lighdramon. O digimon de armadura negra foi desaparecendo. Ficou só ali o V-mon.*
- “Agora... Use os dados para usar a evolução Hybrid.” – lhe deu a próxima instrução.
- “Ok...” – fez mais um esforço para movimentar o braço para apontar o digivice para si.
*Ao acionar o botão laranja, localizado no canto inferior, abaixo do ecrã, uma luz cobriu o corpo do Motomiya. Os dados escaniados passaram a tomar uma forma de aura, envolvendo-o por dentro. O escolhido foi [restaurado], tendo a habilidade de se mover novamente. Seu cabelo cresceu até as costas, mudando a coloração para o prateado. A vestimenta tornou-se semelhante ao design de Lighdramon. E a estrela de cristal [evoluiu] para um colar com uma pedra oval em amarelo, com o relevo do brasão do Milagre. Ao lado dela, tinha duas lascas finas, gravada na da direita o brasão da Coragem, e na outra o da Amizade.*
…..................................
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Vee ainda chorava, até que uma faísca azulada surgiu misteriosamente.
Olhou-a, meio tristonho. Mas começou a ficar surpreso quando a mesma foi aumentando seu tamanho e tomando uma forma própria.
Aproximou-se mais, e viu brotar um par de olhos brancos no que de deduzia ser a cabeça. Em seguida a figura foi aperfeiçoando suas formas. Ganhou a silhueta de um indivíduo, mãos, braços, pernas, pés, tronco, cabeça, pescoço...
Quando estava pronta, ela caiu de joelhos no chão, respirando ofegante. A fagulha que cobria o estranho desfez-se e revelou um pompom prateado. Este rapidamente abre os olhos e a primeira coisa que vê é...
- V-Vee...?
- Dai... Daisuke? - o pequenino piscou os olhinhos, surpreendido pelo outro ser.
- V-mon...? O que... O que aconteceu?
- É... É... V-você...?
- Uh... Tem mais algum outro “eu” aqui...?
- Eu... E-eu... aaaah! - abraçou-o com força, chorando mais do que antes.
- H-hey! Vai com calma...! P-parece até que eu tinha morrido--
- Você... Você morreu, mas... Mas... - meteu um tapa nele - Idiota, eu te disse para não fazer essas loucuras!
- A-acho que... Que mereci isso... - reconheceu o erro, enquanto passava a mão no local do tapa.
- N-não... Eu... Eu não me controlei... D-desculpe...! F-fico feliz em te ver... V-vivo...
- Ahn... Sinto-me estranho... Diferente... - olhou para si mesmo - Estou diferente...
- Não sei bem explicar isso... Mas... Está parecido com... Com o Lighdramon... Só que... com outra coloração...
- Não foi um sonho...?! Então... E-eu morri e...
- Daisuke... Se tivesse sido um sonho... Acha que te mentiria?!
- Não... Mas tudo pareceu tão surreal...
- Ele me deixou viver... Só para...
- Ele...? Aquele... Digimon sinistro que lançou aquele raio?!
- É. Ele me deixou vivo só para dizer aos nossos amigos que... Que você estava morto.
- Aquele... - fechou o punho, com força.
Tirou o azulzinho do colo, levantou-se e olhou para o céu. Não tinha noção do que estava mudado em si, mas continuava com aquela mesma aura de sempre. Aquela... A de proteger os outros, a de arriscar-se por eles... A não desistir nem mesmo que tudo lhe faça desistir.
- V-mon... - disse, sem se virar para trás - Ele está a solta na Digital World... Não está? Nós não podemos deixar que esse cara faça o que quiser. E quando digo “nós”, não me refiro a você e a mim...
- Huh?? O que está pensando...? - levantou do chão, olhando-o - Sim... Nós não podemos deixar, mas... Mas não acha que seria melhor voltarmos agora...? Só desta vez... Se ele souber que você ainda está vivo...
- Não vai dar tempo. Ele já tem o que quer. E já eliminou o que o impedia. Agora só temos uma única opção. Ou corremos contra o tempo, e tentamos virar o “jogo” para nós... Ou sentamos aqui e esperamos nosso fim. E você sabe que eu não escolherei a última opção, por isso só temos uma. E é ela quem devemos seguir.
Vee ficou calado. O goggle boy mostrava-se mais sério com o assunto. Bem mais sério do que antes. Ao tentar se aproximar para dizer algo contraditório, quase levou um choque. Foi aí que ambos perceberam o que tinha “mudado”. Dai ficou perplexo, e o digimon dragão assustado. Virou-se para o companheiro, preocupado com ele, temendo tê-lo ferido. Mas foi só um susto, a faísca só o assustou e o fez recuar.
- V-Vee... I-Isso...
- V-veio de... De você...! - respondeu, trêmulo.
- C-como que... Como que eu fiz isso...?!
- A-acho que... É... Ahn... Você está com... Com os poderes do Lighdramon...
- Eeh?! C-como...?!
- Aquele “sonho” que você teve... Nós aceitamos fazer isso... Era o único modo de te salvar! - começou a explicar - Você escaniou o Lighdramon, e o usou para restaurar seus “dados”. Aquele digimon maligno conseguiu destruir boa parte do seu corpo... Estava enfraquecido demais...! Milagrosamente... Você conseguiu realizar a evolução Hybrid...
- Quer dizer que... N-não sou mais humano...?!
- Uh... Acho que... Acho que é outra coisa... Você não tem cauda ou orelhas... Talvez alguma presa... Mas... Mas não sei se não seria mais humano...
- C-como que voltarei pra casa assim?! E o que explicar aos meus pais?!
- Talvez... Talvez tenha um jeito de voltar ao normal...
- Não... Não agora.
- Ahn?
- Ele vai me caçar de novo se souber. Mas não podemos ficar parados. - vira-se para trás - Os dois mundos... E outros... Estão em perigo caso ele consiga completar o que quer. Não... Isso vai ser loucura... Mas... Deixe que pensem que o Daisuke Motomiya está morto.
- O que?! Nossos amigos irão pirar se...!
- Para os escolhidos, e a você... - continuou - O escolhido do Milagre está vivo, porém desaparecido. E você não poderá se unir a eles... Já que se te encontrarem e souberem que o seu parceiro está morto... Não há outra saída. É isso que faremos.
- Dai-chan... Não acha que isso é perigoso demais?
- Não queria fazer isso... Mas é preciso agora...!
- Isso... Não vai dar certo.
- Desculpe, mas não posso deixar que aquele cara mate os nossos amigos.
- Não há outro jeito...?
- Vee! Não tem como voltar atrás! Se eu não fizer isso... Eles vão morrer. Nós vamos morrer.
- Se você morrer de novo... N-não se esqueça que...
- Não vou. E não deixarei que me matem. Nem que te matem. Nem que os matem!
Caminhou alguns passos, parou e olhou outra vez pra si mesmo. Sua imprudência o fez ficar assim. Mas também lhe fez adquirir um medo de que o maligno mago Umbra exterminasse os outros, e os digimons... E tudo que viesse impedí-lo.
Não aguentaria viver escondido, mas seria necessário agora. Ou era agora ou nunca. Ou continuava ou desistia. Ou venciam ou perdiam.
- V-mon... - pegou o D-3 do bolso - Até segunda ordem, não me chame pelo meu nome, não me trate como se já nos conhecêssemos faz tanto tempo. E nem se esqueça que farei o mesmo. Não quero que entenda nenhuma palavra diferente como se fosse realidade. A partir de agora, nós não seremos amigos, e sim apenas dois indivíduos que se encontraram pelo caminho. Você está comigo por proteção e por ter te prometido encontrar o seu parceiro, que está perdido pela Digital World. Não conteste nada que eu diga, e não revele nada que eu tenha planejado.
- M-Mas...
- Nós vamos chamar os outros para cá. E vamos estar com eles, mas indiretamente. Abriremos caminho, e também atacaremos o inimigo por dentro. Isso significa que precisaremos despistar os dois lados. Vai ser dificil isso... Vai doer. Mais em mim do que em você... E do que neles. Mas... É a única escolha que me resta.
- T-Tem certeza...?
- É a única forma de me mover livremente. Se eu for o Daisuke... Serei caçado de novo. Portanto... Irei aproveitar essas mudanças... - virou-se para o pequenino - E agir sigilosamente. Claro, faremos isso em equipe, com os outros escolhidos. Mas, sem que percebam.
- Uh... O-ok...
- Ah. Sinto que... Tem alguma coisa acontecendo... Aqui perto. - farejou o ar - F-Fogo...?!
- Fogo...? Espera... Seus sentidos ficaram aguçados...? Pensei que só eu estava...
- Esquece isso. Não perderemos mais tempo. Faremos isso agora... - seus olhos mudaram, tornando-se vermelhos e iguais aos do digimon azul.
- S-seus olhos... V-Você pode fazer isso...?!
- Shut up. Aquilo que te disse minutos atrás valerá.... Agora. - o ecrã do D-3 iluminou-se. Materializou-se em sua mão um elmo similar ao de Lighdramon, porém em outras cores. E em seu peito surgiu um lenço, que cobriu o desenho do brasão da Amizade, e uma máscara ninja por baixo do lenço. Colocou a máscara e o elmo, logo tornou-se irreconhecível.
- Certo... Mas... Como irei te chamar agora...? - perguntou Vee.
- … Lightnimon.
- … Ah claro... Uma figura humana do Lighdramon...
- Pare de ironia e vamos logo. - sumiu como uma fagulha.
- Espero que ele não se esqueça de quem ele é... *sigh* - seguiu-o.
...
A narrativa cessou-se. Um pequeno olhar incrédulo do garoto “humano” (pois logo virá a explicação destas aspas) foi direcionado ao companheiro azulzinho após o término de sua frase. Sim, ele compreendida que, por um momento, V-mon temia que ele esquecesse de sua verdadeira identidade e passasse a ser outro indivíduo criado para proteger ao escolhido da morte. Mas isso não adiantaria nada. Se Lightnimon morresse... Morria Daisuke também, e outra vez. Mesmo assim, o “humano” decidiu continuar com o plano, que foi bem pensado e revisado no decorrer desta missão toda, alegando que era uma boa estratégia atacar os inimigos internamente do que diretamente, tal como faziam desde muito tempo.
Este suspirou, pousando os olhos vermelhos nas goggles e relembrando do significado oculto nelas. O mesmo significado que Taichi tinha explicado, a mesma importância que o seu superior dava aos tais óculos de aviador. Coragem para proteger àqueles que ama, aos seus amigos. Aqueles que se preocupam com você e vice-versa.
- Espero que... Não tenham ficado magoados com o que andei fazendo - disse ele, quebrando o silêncio.
- Não, não estamos - confortou-o Taichi - Pelo contrário, estamos é sem o que dizer.
- Como...? - Dai exclamou, olhando pro seu senpai um pouco confuso.
- O que o Taichi quis dizer é que... - Sora tentou explicar - Nós estávamos justo a discutir se era ou não você.
- Se... Se o Lightnimon era eu? - pediu que simplificassem mais ainda.
- Exato - respondeu Koushirou - Afinal, muitas coisas ficaram suspeitas, como o fato de você saber sobre nós, ter ajudado os nossos parceiros, ter em mãos as goggles do Taichi-san e...
- O fato de que a Nina-san e Hikari-san tinham uma certa certeza que de o Lightnimon não era um inimigo, mas sim alguém confiável - completou Ichijouji - E mais, as pistas que deixou pelo caminho mostraram-se óbvias. Você acabou eliminando os inimigos, mas deixou traços para que acreditássemos que a Frostmon tinha tentado nos desanimar com aquela notícia.
- Eu sei... Além do mais, fiz tudo parecer “óbvio” para vocês - respondeu-os - Principalmente quando fui ajudar a Sora-san a encontrar a Piyomon.
- Espera - exclamou a ruiva - Fizeste algo para que eu...
- Não sei se chegou a perceber, Frostmon estava por perto. Ela iria te encontrar uma hora, então... Sora-san, se lembra no momento em que te puxei para trás dos arbustos?
Num rápido flashback, a Takenouchi lembrou-se daquela cena. Tinha uma pequena noção, naquela vez, de que a mão que a puxara era extremamente familiar. Mas, como foi algo tão repentino, não chegou a perceber tal “pista”.
- Agora entendi... Naquela vez, você queria que eu percebesse que era você! Não é mesmo, Daisuke-kun?! Mas depois...
- Eu sei... Disse aquilo para “disfarçar”. Piyomon ficou com raiva de mim, e eu percebi isso. Mesmo digo sobre o Wormmon...
- Você agiu feito um louco - falou Ken - Wormmon não teve culpa. E você queria que eu percebesse que era você o tempo inteiro, não é mesmo Motomiya? Ao falar aquilo e me fazer lembrar do que aconteceu em minha casa, antes de nos envolvermos nessa história toda... Mas achei mesmo que você tinha ido pelo mesmo caminho que eu.
- E eu disse que não ia. Minhas intenções eram claras, podia descartar essa possibilidade de eu acabar virando algo similar ao Digimon Kaiser. Máximo que fui... Ahn, eu agi mais como um pseudo-inimigo de vocês.
- Não deveríamos falar daquilo pra eles? - Vee desviou o assunto, apontando para o céu.
- Ah é! - disse Daisuke, logo voltou-se aos companheiros de novo - Preciso que prestem atenção no que direi e... No que preciso que façam. Até tenho em mente como fazer, e sei que vocês vão detestar minha idéia... Mas foi a única forma que V-mon e eu conseguimos aprender sobre isso.
Todos olharam-no, agora curiosos.
- Sobre o que?! - disseram um coral de crianças e digimons, exceto Bunni e Terriermon.
Última edição por Daisuke Kaizaa em Seg Set 10, 2012 2:42 pm, editado 6 vez(es)
Convidado- Convidado
Re: Digimon Adventure ZeroTwo: Hinode
- Ok... - ele suspirou fundo, depois encarou os diversos olhares atentos a si - Se puderem fazer o favor, olhem para o céu, aquelas estrelas ali... Ela correspondem aos fragmentos. Elas são como... Um...
- Uma espécie de “medidor” - falou a coelha orelhuda - Na época que o Dragon Hu conjurou este feitiço, estas estrelas apareceram nos céus. Logo depois, cada “fragmento” tomou um rumo diferente, escolhendo um respectivo “portador” para, caso acontecesse algo e as trevas voltassem a causar o desequilíbrio, que pudessem ser invocadas e usadas para realizar a mesma magia. Essas estrelas correspondem a cada um dos fragmentos, eles refletem exatamente o “poder” deles.
Agora todo mundo fitou a pequena, que estava nos braços da Geijutsushi.
- Como é que você sabe disso?! - exclamou Daisuke - E-eu só li um trecho naquele livro e...!
- Esqueceu, Daisuke-san, que eu posso Posso ter forma de Younenki II, mas ainda tenho minha mente de Kyuukyokutai...?
- Estive ocupado demais para lembrar desse detalhe... - respondeu - mas, voltando ao assunto... Isso significa que nós não estamos prontos para encarar aquele cara. Não ainda.
- Ok... E o que você quer devemos fazer? - perguntou Ken.
#35 - Fragmentos
- Vocês... Precisam me prometer que NÃO vão ficar contra minha sugestão. Nem estranhar, muito mesmo contestar ou dizer “ah, mas não existe outra maneira?!”, pois... Se querem saber, prefiro fazer isso do que deixar que descubram numa luta contra Umbra e os seus subordinados.
- Diz logo - resmungou a Inoue outra vez - Chega de mistérios, ok?
- Primeiro me dêem uma confirmação que vão aceitar isso... Eu sei que vai ser estranho, pode até doer... Mas é a única forma que vejo, e a melhor e menos sofrível. A única forma de vocês aprenderem a ativar os fragmentos com força total... É aprendendo isso nas batalhas. Só que, entre ter que ser o opnente de vocês e deixar que aprendam isso contra eles... Prefiro fazer isso por conta própria do que deixar que aquele maldito os façam sofrer!
- C-como?! - gaguejou um Kido - Daisuke-kun, você está querendo...!
- Jyou-senpai... Acho que a Bunni e o Vee podem confirmar isso... Mas fui o primeiro a ter essa experiência! E acreditem, Frostmon estava torturando Fladramon. Ou eu aprendia aquilo ali... Ou deixava ela matá-lo e depois nos eliminar.
- Ah...! - exclamou a orelhuda - É mesmo! Daisuke-san foi o primeiro de vocês que fez com que o Fragmento da Determinação atingisse seu potencial máximo!
- Então tu quer batalhar CONTRA nós?! - indagou Taichi - É sério?! M-Mas nós acabamos de nos... “reencontrar” e...!!
- Yagami Taichi-san! - o kouhai chamou-o com seriedade - Você presenciou o que aquela Frostmon fez com o vilarejo, com Santa Geria... E o que a Ranamon tentou fazer com vocês, com os seus parceiros e com a Ni-chan! É preferível o que, aprender isso lutando contra mim ou tendo que aprender à força, para salvar a pele de vocês e de seus parceiros?!
- Mas... - contestou Hikari - Vai doer mais... Agora que sabemos que é você.
- Deveria ser o inverso... Não acha? Não estou fazendo isso para brincar com vocês, trazer sofrimento e dor. É como um treino, e de qualquer forma sempre estive com vocês... Por mais que tenha feito alguns me odiarem...
- Motomiya, não há OUTRA maneira? - reclamou a Geijutsushi - meditação, instrução, aprendizagem por treino...? Sei lá, até um CD de aula sobre como ativar esses fragmentos?!
- Falei que isso funciona como um treino, não falei? - e este bufou - É sério que vocês preferem fazer isso lutando contra nossos inimigos ao invés de fazermos isso juntos?! Não estou dizendo “Minna, eu pirei e quero que vocês lutem comigo”, estou dizendo que deveríamos treinar comigo e não adquirir isso com aqueles caras.
- Mas nós aprendemos a usar os brasões nas batalhas, sabia? - contestou Yamato.
- E os Digimentals também - emendou Iori.
- Isso foi ANTES - recusou o Motomiya - E, por mais que os veteranos queiram me arrancar os fios de cabelo, esse Umbra não é nada comparado aos inimigos de vocês, muito menos aos que nós - direcionou-se ao seu grupo agora - enfrentamos três anos atrás.
- Ok... Falou o “expert” - cutucou o Ishida.
- Y-Yamato-san eu não estou brincando!! - gritou ele - Vocês viram o que ele fez comigo, o que tentou fazer com a Carol-chan! Vai ser pior se descobrirem como ativar e a utilizar os fragmentos à moda antiga!
- Tá tá, calma! Calma vocês dois! - meteu-se a Sora no meio da discussão - Talvez seja necessário que... Que possamos parar e treinar, como o Daisuke-kun sugere. Eu sei o que ele sente... Eu fiz o mesmo, não lembram? E meu brasão brilhou naquele mesmo dia... E a Piyomon estava correndo perigo! - depois virou-se pro grupo - Se naquela época... Nós pudéssemos fazer isso, treinar e aprender com mais calma sobre nossos brasões, ninguém aqui iria optar pelo caminho mais difícil.
- Mas ele quer lutar contra nós! - e o Taichi continou a contestar - Você nos ajudou, mas não se obrigou a nos enfrentar como ele está sugerindo!
- Façam o que quiserem, só não quero que vocês tenham que passar pelo que passei naquela caverna ou sei lá o que era aquilo! - Dai cruzou os braços e virou o rosto para o lado, amuado - Foi diferente do que aconteceu antes, eles não estão dando tempo para pensarmos. Além disso, se eu tivesse chegado tarde, a Carol-chan--
- NÃO ME LEMBRE DAQUILO! - gritou ela e sua “irmã”
- Mas é só um exemplo do que estamos encarando - olhou para elas - Vee e eu já estamos habituados a isso. A esperar pelo inesperado. Não há como prever o que tentarão fazer!
- Eu sou contra essa idéia - pronunciou-se Miyako - Ficou maluco?! Teria sido mais fácil se fizesse isso bem antes de ter nos contado a verdade! Ao menos não seria...
- Até pensei em fazer isso, mas e depois? Como vocês ficariam?! - encarou-a.
- Depois você explicava tudo, não ia ser... Melhor? - tentou responder.
- Se vocês não me matassem, claro - peitou-a - A senhorita queria acabar comigo, lembra?!
- Eu não sabia se você era você ou...! Seu idiota! Não tinha certeza como o Ken ou a Nina-chan!
- Vocês precisam fazer isso - sugeriu V-mon - Contra mim e contra o Daisuke é melhor do que contra eles. E iria funcionar melhor... Porque a chave disso tudo está na união.
- Como?! - Palmon olhou-o, confusa.
- Daisuke só conseguiu ativar o fragmento dele... Quando a Frostmon estava prestes a me matar. Mas, não... Foi depois disso... O poder dele naquela hora... Ele foi compartilhado comigo, senti que nós éramos um só. Não como agora, que é “quase” no literal, mas senti aquela mesma determinação e poder correndo em meu corpo. É isso que vocês precisam fazer... E vão por mim, não é legal aprender isso direto com nossos inimigos.
- Mas... Só conseguiremos isso... Lutando? - perguntou Wormmon.
- Queria saber outro método... Mas não há. - acenou negativamente com a cabeça - Ao menos que não saiba... - olhou para a coelha rosada - Bunni, há outro modo?
- Eu não sei disso... - abaixou a cabeça - Desculpem, acho que essa é a única opção mesmo.
- Não temos escolha então... - pensou alto Tailmon, a única ali já tinha enfrentado os seus atuais parceiros - Precisamos fazer desta forma, se não há outra opção.
- T-Tailmon, você quer mesmo luta contra o V-mon?! - balbuciou Patamon.
- Antes de encontrar a Hikari, eu era inimiga de vocês - lembrou-os - Não vejo problema algum, e pelo que o V-mon falou sobre sua experiência... Seria desagradável para alguns que não sabem o que é correr risco de vida.
- Mas estaremos enfrentando um amigo nosso! - contrariou Hawkmon - É diferente! Até mesmo o Wormmon, que foi nosso inimigo também, se recusa a lutar contra o V-mon!
- De qualquer maneira - interrompeu o dragãozinho - Daisuke e eu não queremos que vocês sofram nas mãos deles! Eu sei que vai ser algo ruim ou desagradável, mas não dá para aceitarmos que seja da maneira mais horrível! Queremos que vocês todos façam isso conosco, e não lutando normalmente contra nossos inimigos!
Enquanto V-mon tentava explicar, o menino fazia o mesmo. E quase sem chances alguma.
O grupo não queria fazer aquilo, por mais que fosse um treino.
Sora até entendia o mais novo, já que fizera algo semelhante antes.
- Não vou fazer isso. - recusava o Yagami.
- Nem eu! - idem à irmã dele.
- Muito menos eu! - emendava Miyako
- Também! - completava Mimi.
- Não há outra forma, Daisuke-kun? - perguntava Koushirou, que também mostrava estar... Imparcial.
- A outra é enfrentando-os - bufou este - E se querem fazer isso, façam então...! Por esse método vai ser pior, não me importo de ser um punchbag de vocês por enquanto...!
- Minha vontade era de socar a sua cara - rosnou um escolhido da Amizade, que foi segurado pelo irmão mais novo.
- Yamato, calma! - pedia Taichi - Dessa forma vai fazer o que ele quer!
- Eu não estou brincando - Dai encarou todos eles - Senpai, você deveria confiar em mim! Ou esqueceu do que você me confiou três anos atrás?! Aquelas goggles... Elas estão temporariamente com o V-mon. Mas o Vee e eu somos quase um só. Então... Eu sinto como se eu ainda os estivesse usando!
- Como assim você e o V-mon são quase um só?! - o “pequeno” Hida piscou os olhos rapidamente, dando a entender que não havia entendido aquela frase.
- B-bem... Vee e eu somos quase um só. Isso significa que nós estamos “conectados” um ao outro, já que ele cedeu uma parte dele para realizar a evolução Hybrid. Ele não pode evoluir para Lighdramon por enquanto.
- Então você virou meio-digimon e meio-humano? Significa que você tem presas, garras... Até orelhas e cauda de digimon? - Miya olhou-o dos pés a cabeça, sendo fuzilada por um olhar nada agradável do amigo ali.
- Miyako... Sem piadas - bronqueou ele - Vocês não têm outra alternativa. Dizer como se ativa é diferente de ativar. Vocês não confiam em mim?!
- Já perdemos boa parte do tempo nisso, é sorte nossa que não vieram atrás da gente - provocou um V-mon.
- Acho que essa coisa de “conexão” fez o Vee ficar um pouquinho mais “Daisuke” - suspirou Nina - Ou Lightnimon sei lá...
- … - E o parceiro do Motomiya o encarou - OI, DAISUKE! NÃO FAÇA MAIS ISSO!
- Que?! - o restante ficou perdido agora.
- Você também faz isso comigo sem que eu perceba, ok?! - devolveu o olhar.
- Mas não faço de propósito!
- Faz sim!
- Faço não!
- Não sei o que diabos eles estão falando, mas só sei que agora não sei de mais nada... - comentou o Yagami com os outros.
- D-Daisuke, V-mon... Ahn... AH SEJA LÁ QUEM FOR DÁ PRA PARAREM DE BRIGAR?! - vociferou a Geijutsushi de novo.
A dupla só viu o povo ali mais perdido do que antes.
- Foi ele quem começou! - tentaram defender-se, apontando um para o outro.
- Não interessa quem começou! - ela continuou dando bronca neles.
- M-Mas...!
- PAREM DE NOS CONFUNDIR!
- SUMIMASEN! - abaixaram a cabeça, morrendo de medo daqueles olhos.
- Neechan, não seja tão--
- CAROL, NÃO VENHA DEFENDÊ-LOS!
- Isso ainda vai dar casamento - brincou Taichi, sabendo que logo ouviria algo.
- S-senpai! - grunhiu o kouhai - Casar... Com... Com a Geijutsushi?!
- NEGATIVO, YAGAMI! - negou a citada - EU NÃO ACEITO ISSO!
- Não acha que deveríamos levar à sério a situação...? - lembrou a orelhuda - E vocês gritando dessa maneira vão entregar nossa localização.
- Concordo com a Bunni! - exclamou a dupla 2-top ali.
- Foi só uma brincadeira inocente - Taichi tentou disfarçar.
- Sei... - cutucou Yamato - Que nem aquela “Eu quero o amor da Sora também”, não é?
- Y-Yamato! - Sora deu um olhar atravessado pro loiro.
O pupilo levantou-se do chão num pulo, foi até o senpai e...
- Taichi-senpai, não quero que façam isso. E eu fiz questão de avisar! Não me importo, agora... Agora vocês não vão tentar me matar. Se tivesse feito isso bem antes, não ia funcionar. Precisamos fazer isso juntos!
- Acha que é fácil ter que lutar contra um amigo? Temos a opção de recusar. Você não está falando sério... Ou está?
- Não me faça apelar...! Sei que o senpai não quer que eu faça isso, e não estou brincando. Não me dêem motivos... Por favor, se eu deixar que...
- Você não entende. - respondeu seriamente o escolhido da Coragem - Somos um grupo, e eu me recuso a aceitar isso. Deve haver outra maneira, e não me importo de--
- Eu me importo - interrompeu-o - Não é legal ficar assistindo aquilo, ok?! O V-mon foi quase morto. No seu lugar, Taichi... Eu aceitaria fazer isso, pois sabe que não seria tão cruel como eles. Não ia aguentar ver o Agumon ou outro digimon do nosso grupo enfrentando aqueles caras! Não estão prontos para isso! Sei que é totalmente estúpido o mais novo dizer isso ao mais velho, que já está tão acostumado com essas situações, mas NÃO DÁ MAIS PRA ACEITAR O QUE ELES ESTÃO FAZENDO!
Inesperadamente, Dai soltou uma faísca outra vez, forçando-os a recuar mais um pouco.
- Acho que entendi o que ele quis dizer com “não me faça apelar” - comentou a Inoue.
- D-desculpem...! - pediu - S-só que eu não quero que nenhum de vocês sofram como o Vee e eu sofremos... Principalmente depois que virei... isso.
- Não temos outra escolha, não é? - resmungou um Hida nada satisfeito.
- Eles também não darão tempo para ativarmos de outro modo - proferiu Takeru - Tentariam nos matar bem antes, e o Patamon... - o escolhido da Esperança olhou para cima e viu o parceiro em sua cabeça, como de costume.
- Seria horrível... N-Não quero que a Palmon sofra! - choramingou a Tachikawa, puxando a parceira e abraçando-a.
Ken ficou calado, mas ficou a passar o mesmo olhar que Takeru transmitia. Wormmon já tinha morrido antes também, não queria imaginar aquilo de novo. Ninguém queria.
- Não estou afim de perder nenhum amigo, seja humano ou digimon... Por isso me recuso a deixar que façam isso da pior maneira! - e Daisuke continuava cismando.
- Daisuke, não vou fazer isso. - repetiu o Yagami.
- Não estou fazendo isso só por vocês, mas pelos seus parceiros! - encarou-o.
- Eu não vou deixar o Agumon sofrer, deve haver outra forma, sem que seja esta ou a de lutar contra aquele tal de Umbra!
- Senpai... Você percebeu que... Por um determinado momento, não sou mais humano?! Estou dizendo que vivi até agora como um digimon, e não estou apto a aceitar que eles firam o Agumon ou qualquer outro digimon, seja do nosso grupo ou não! Não conseguiu perceber ainda que solto raios, tenho meus sentidos aguçados e posso ler aqueles rabiscos ali do seu digivice.
- Eu não vou fazer isso, mesmo que você seja digimon-humano-sei lá o que! E você não vai continuar insistindo com essa idéia, está bem?! Ninguém aqui quer lutar contra alguém que estávamos procurando por semanas! E ainda, eu sei muito bem que nossos inimigos são cruéis, pois nos atordoaram dizendo que você estava morto. Acha que ninguém aqui sofreu um choque emocional quando aquela ave maluca falou toda sorridente “Ah meu mestre o atraiu para uma armadilha e matou-o”, hein Daisuke?! Se insistir, aí sim... Você não vai ter motivos para continuar persistindo, já que vai se arrepender por me tirar do sério.
- Taichi bravo é pior que o Vamdemon, vai por mim - zuou Yamato.
- Yamato... SEM piadas - repreendeu o escolhido da Coragem.
- Senpai, eu vou inistir... Não há como continuar. Se o termo que usei foi forte demais, o que quero dizer é que devem treinar comigo. Acha que sou louco o bastante para atacá-los de verdade?! Melhor... Acha que tenho CORAGEM para fazer isso?!
- Daisuke, não insista.
- Taichi, deixe de olhar pra mim como se eu ainda tivesse sete anos!
- Não estou te tratando como se tivesse--
- Está! Acha que não sei me virar sozinho?! Que não passei por péssimas situações este tempo todo?! Fui idiota em achar que conseguiria resolver sozinho, pra evitar que eles envolvessem o resto do grupo, os meus amigos... A Minha família, o mundo humano... Tudo! Tudo que e quem eu amo! Ah, você está acostumado com esse tipo de situação, mas não teve de fazer uma evolução ou coisa do tipo para se salvar! Acabei sendo obrigado a aprender outra realidade. É, minha missão três anos atrás fui tão fácil quanto esta de agora, onde tenho que agir com cautela, até fingir ser outra pessoa para que não me encontrem e não me matem!
- Não me obrigue a seguir suas ordens! Ou pensa que é fácil ter de lutar contra alguém que é importante para você?! Com quem se preocupa... Que fica desesperado para encontrar e provar a si mesmo que tentaram te acertar com um golpe sujo como aquele?!
- Não estou falando mais no mesmo assunto... E eu entendi naquela vez, quando fui obrigado a atacar o Agumon. Eu acreditei nele, e nos outros... Assim como acreditei que o Ken havia mudado quando o vi salvando o Iori... Não sou mais uma criança irresponsável, Taichi. Aquela experiência me ensinou maturidade... Por mais que tenha feito idiotices, como querer ir ajudar vocês contra o Diablomon... Ou deixar que meus sentimentos me fizessem virar temporariamente o Digimon Kaiser ao invés de seguir o plano e salvar as garotas.
- Se sabe, então por que insiste com essa idéia de lutar contrá nós?!
- Alto lá! - o menino levantou a voz de novo - Eu sei que falei besteira, mas não foi no sentido em que está pensando! Falei no sentido de ser um treinamento, ajudá-los a ativar os fragmentos. Não no sentido de fazer vocês sofrerem ou de trair o grupo! Você me conhece faz anos, Taichi! Não consigo acreditar que... Que não está confiando mais em mim como confiava antes!
- Treinar...? - questionou Agumon - Mas se é isso, não vejo problema algum, Taichi! Treinamentos não são como enfrentar inimigos. Não se lembra que Piccolomon nos colocou em um treinamento antes? Todos nós?
- M-Mas, Agumon...!
- O Daisuke não seria capaz de me ferir de propósito... Por isso acho que ele quer que treinemos com ele, ao invés de ativarmos os fragmentos como se fosse no tempo dos brasões. E ele está certo, aqueles digimons malignos são cruéis demais. Nós também sofremos antes de vocês virem para cá. Só... Só não suspeitei muito de que o Lightnimon fosse o Daisuke!
- Nenhum de nós suspeitou - contou Gomamon - Se soubéssemos, teríamos evitado tanta desconfiança.
- Mas... - Gabumon então confessou - No meu caso, eu descobri que era ele. Na verdade, foi o código. E também tinha visto o V-mon, e a aparência anterior do Lightnimon lembrava o Lighdramon. E outra coisa... O brasão da Amizade reside nele também.
- Reside?! - exclamou o escolhido do tal brasão citado.
- Gabumon foi o único dos digimons que percebeu... - revelou o goggle boy - Bem, eu sabia que podia contar com ele, não que não tivesse confiança nos demais! Mas, eu precisava que o digimon do Yamato-san pudesse me ajudar. E eu tinha certeza que ele entenderia minhas razões melhor que qualquer um! Pois o Gabumon... Sem ofenças, ele é mais calmo e saberia evitar chamar a atenção sobre minha verdadeira identidade.
- Se é um treino, não há problemas. - e o digimon de Yamato deu sua opinião - Nós temos uma oportunidade de conseguirmos treinar e aprender de uma forma menos arriscada e perigosa, sem colocar nossas vidas em jogo.
- Mas - Taichi olhou atavessado pro seu pupilo - Não podia falar isso de uma forma mais sutil?! Acha que sou louco de querer lutar contigo à sério?!
- Foi erro meu - reverenciou-o - Perdoe-me, senpai! É que andei muito preocupado e cheio de coisas para fazer que esqueci os termos corretos! Viver na Digital World por semanas foi uma tarefa árdua. Se não fosse pelo V-mon, já teria sido destruído!
- Hm... O que pretendes fazer para nos treinar? - o Yagami ainda não estava totalmente convencido, por mais que os digimons e o garoto ali tentassem.
- Você sabe - replicou este - Não tenho como objetivo ferir ninguém, apenas fazer com que sincronizem suas energias e a “virtude” no momento certo. Isso não requer só saber a hora correta de agir, mas também o tempo calculado. Contra Frostmon, por exemplo, não pude demorar mais do que um minuto ou estaria tudo perdido.
- Então vais MESMO lutar contra nós - praguejou Taichi, ainda contrariado pelo pupilo.
- Ei, tira a idéia de que quero fazer isso por mal! - resmungou - Quantas vezes é preciso repetir o que tentei dizer faz... Uns trinta minutos atrás?!
- E como que me consegue “convencer” que só tem essa maneira?! - e o mestre contestava-o.
- FOR GOD SAKE, SENPAI! - Daisuke deu um tapa na sua testa - Não confias em mim?! Se houvesse outra forma, diria! E não se há como causar contratempos... Esse céu sinistro me deixa cada vez mais nervoso! E tenho total certeza de que o Umbra sabe que era eu quem salvou a Carol-chan!
- Confio, mas não quero ter que lutar contra você ou contra o V-mon!
- Taichi... - Yamato chamou-o - Já ficou claro que ele só usou a palavra errada, e que ele não seria idiota o suficiente de querer lutar a sério. Se não percebeu, estamos em maioria.
- Mas, Yamato! Lutar contra o Daisuke?!
- Cala a boca ou quem vai levar um soco na cara é você e não mais ele.
- Está falando sério?!
Não respondeu mais, meteu-lhe aquele prometido soco que queria dar no goggle boy. Só que preferiu meter no seu amigo cabeludo ali.
- Estou. - respondeu o Ishida - Melhorou a cabeça agora ou esse tufo gigantesco continua a te deixar paranóico?
- Ouch... - grunhiu o outro - Precisava bater com tanta força ou a raiva que fez seu punho virar de aço?!
- Ahn... Senpai - Dai interrompeu-os - Agora consegue entender o que eu disse...? E Yamato-san, não era precis--
- Se terminar essa frase, te dou aquele que prometi antes.
- O-Ok!! Só não quero ninguém brigando por minha c-causa! Posso tentar... Arranjar um meio de atrasá-los!
- Não... - o outro levantou do chão - Acho que fui mesmo paranóico, esqueci que não estamos enfrentando um inimigo como foi os Dark Masters, Digimon Kaiser ou Arachnemon... E sim um mais louco e insano que eles juntos... Ugh. Yamato, dessa vez acho que me arrancou um dente...
- E... Ele está com o Wallace. - completou Daisuke - E pelo visto tá afim de usá-lo contra nós... Por isso não há mais tempo.
- Yagami-san - pirragueou um certo alguém que ouviu aquele comentário - Poderia, por gentileza, não me lembrar do que eu fui há três anos atrás?
- Ah! D-desculpe, Ken! - virou-se para ele, dando um sorriso um pouco encabulado de vergonha - Não era a minha intenção.
- Bem... - Daisuke chamou a atenção do grupo para si mais uma vez - Acho que compreenderam o que sugeri agora... Certo...? Não tenho intenções próprias, e o Yamato-san tem toda razão, seria loucura minha querer enfrentar todos vocês seriamente.
- Mas... Pra esse treinamento funcionar - continuou Vee - Vão ter que nos deixar agir da nossa... Maneira.
- Não tou gostando isso... - reclamou Taichi, mas olhou pro punho do Yamato estralando e calou-se, preferindo não terminar a frase.
- De que maneira? - perguntou Ichijouji.
- Creio que já se deram conta das nossas habilidades - explicou o Motomiya - Como disse, você não devem apenas aprender a sincronizar esse poder, mas saber o momento e o tempo correto de ativá-lo. Como não somos tão fortes, muito menos os seus verdadeiro inimigos, posso fazer isso com mais “calma”, mas não poderei facilitar tudo. Só poderemos permitir um tempo entre um à cinco minutos.
- Deixa eu traduzir... Não irá nos avisar dos treinos. Vai ser algo rápido e teremos que lidar com isso. É isso?
- Nem somos tão poderosos assim... A única coisa que Vee e eu conseguimos é aguentar uns dez minutos contra um máximo de trinta oponentes... Isto é, se tivermos em boas condições. A última vez...
- Você foi MUITO teimoso - bronqueou o parceiro azulado - Aqueles Waru Monzaemons eram mais fortes. Consegui aguentar o meu máximo, mas por ser um aamaa seichouki e pequeno, não deveria ter passado de seus limites!
- Ou era isso ou eles viravam escravos da Ranamon.
- Vai nos atacar sem aviso prévio? - Miyako perguntou a mesma coisa de antes.
- Não exatamente... - tentou acalmá-la - vocês me encontraram.
- V-Vai ficar conosco agora?! - ela corou.
- Sempre estive... Mas agindo por trás dos panos.
- Mas e agora?
- E devo continuar agindo sigilosamente? - olhou-a, sorrindo - Somos uma equipe, não posso simplesmente sair e fugir feito um covarde. Não seria digno de usar aquelas goggles se fizesse isso.
- E não vamos “fugir” - repetiu Vee - Apenas seremos instrutores. Nesse meio tempo podemos até descobrir outro método, não é? - olhou pro parceiro.
- Yosh. Apenas preciso... Pensar no que fazer caso o Umbra não tenha percebido que era eu... Um não pode aparecer e outro sumir repentinamente... Entendem?
- Não consegue “pintar” o cabelo com aquela técnica? - perguntou Ni
- Já disse que não tenho muito “controle” sobre ela. - suspirou - E nem sei se, assim como meus olhos, eu possa fazer meu cabelo mudar de tonalidade.
- Se quer escondê-lo, não poderia pegar o seu lenço e usá-lo como aquelas toucas de natação? Ou como a bandana da Inoue?
- Acho que consigo resolver esse problema - replicou a ela, pegando o D-3 outra vez, apontando para a máscara da Armor Mode e adicionando uma espécie de capuz nela, tal como as máscaras de fantasia.
- Ok... - comentou Carol - Agora sim que você vai parecer uma verdadeira incógnita...
- Você não vai nos treinar desse jeito... O-Ou vai? - A Miyako não gostou daquela mudança.
- Vocês sabem que sou eu - olhou pra rapariga de óculos - Só saibam diferenciar um do outro... Não quero que, caso precise ir fazer algo sozinho, descubram minha verdadeira identidade.
- Ah... Só não venha nos assustar com isso - pediu a escolhida novata.
- Não me dê idéias então - riu ele.
- Se fizer isso, te jogo contra a primeira árvore que estiver por perto! - ameaçou-o.
- Fica tranquila... Eu só brinco, lembra? Não faço nada para ferir os outros.
- Tá, resolveu esse problema - suspirou V-mon - Agora acho melhor deixarmos isso tudo para amanhã.
- Certo... - Taichi deu um longo suspiro, e um ohar sério pro kouhai - Ao menos você não pretende iniciar treinamento algum agora, espero.
- Senpai, eu também estou cansado. E gastei minhas energias por hoje. Então não precisa se preocupar com isso... E deixei claro que avisarei de alguma forma. Claro, não vai ser um sonoro “ei, hora de treinar”.
Os demais foram andando, ficou só eles ali e os seus parceiros. Um ficou encarando o outro, mas não totalmente sérios. Claro que, no fundo, o Yagami entendia e confiava fortemente no mais novo. Como se soubesse que o tal Lightnimon era o seu kouhai desde o princípio.
Já o outro, sentia aquela confiança. E resolveu transpassá-la com uma seriedade também.
Daisuke sabia que Taichi notou o quanto ele havia evoluído, desde o dia em que presenciou o jovem Motomiya na Digital World até aquelas horas atrás salvando a Choujutsushi rapidamente.
Óbvio que ele faria o mesmo pelo grupo. Talvez não da mesma forma... Mas faria tudo por eles.
- Taichi-senpai... Desculpe-me por teimar contigo... - desculpou-se.
- Nem ligues... - respondeu-o, com um sorriso confiante - Já se esforçou o bastante por hoje.
- Mas...
- Daisuke, o que você veio fazendo foi... Arriscado demais. Mas, de uma certa maneira, me orgulha ter te confiado minhas goggles.
- E-eu não vou falhar! - ele ficou totalmente encabulado com aquilo - P-preciso continuar honrando aquele símbolo...!
- Os outros já foram - notificaram ambos digimons.
- Aah! Não podemos ficar para trás...! - disseram os seus parceiros em conjunto.
E os quatro seguiram o restante do grupo.
Última edição por Daisuke Kaizaa em Sex Set 14, 2012 10:26 pm, editado 5 vez(es)
Convidado- Convidado
Re: Digimon Adventure ZeroTwo: Hinode
Tinham ido acampar em outro canto e longe daquele “castelo”. De acordo com algumas investigadas dos heróis, tal “castelo” foi uma ilusão de óptica. Ou seja, estavam tentando atrair o grupo inteiro com o intuito de emboscá-los.
A madrugada foi mais calma, por mais que o céu avermelhado se tornasse mais sombrio durante as noites.
No dia seguinte...
O sol raiou naquele fundo vermelho-sangue que era o céu atual da Digital World. Sendo tão irônico, aquele raiar fez com que o Yagami levantasse e pensasse estar em apenas um acampamento de verão (mas atualmente estavam no inverno), lembrando-se da primeira vez que esteve naquele solo desconhecido.
Só que, por um rápido momento lembrou-se: Não tinha mais 11 anos e não estava ali com apenas os outros seis companheiros da sua primeira missão naquele mundo misterioso.
E aí que, ao olhar para a mata, próximo daquela tenda improvisada pelo grupo, percebeu um estranho brilho no meio daquelas folhagens.
E um Taichi ainda sonolento, estranhou tal coisa. Mas não teve nem tempo de comentar consigo mesmo o que seria aquilo. Um Agumon veio imediatamente por trás e empurrou-o.
Em seguida, o líder só conseguiu ver o seu parceiro bloqueando um ataque físico de algo muito rápido para os olhos humanos.
Quando o autor do ataque revelou-se, o escolhido da Coragem ficou “meio” aborrecido.
- Mas que diabos?! Você não disse que iria avisar, seu louco?! E logo pela manhã?!
Os dois olharam pro cabeludo, sem sair daquela mesma posição.
- Uh, Taichi... - pronunciou-se Agumon - Ele me avisou.
- Ah sim, e quanto a mim?! - bufou - Não fiquei ciente de nada!
- Estava dormindo feito uma pedra...?
- Não estava!
E os outros dois indivíduos ali suspiraram.
- Não podia ter avisado um pouquinho mais alto? - agora Agumon falava com a incógnita.
- E acordar os que ainda estão dormindo? - este respondeu, recolhendo o punho.
- Sabia que o Taichi ia... reclamar disso.
- E não deveria?! - contestou o Yagami - É muito legal acordar, sair pra fora da tenda e subitamente ser atacado logo pela manhã!
- Como se isso não fosse tão comum por aqui -suspiraram Agumon e Daisuke.
- Bom, pelo menos não era minha mãe dizendo que ia me atrasar pra aula... M-mas mesmo assim não faça isso mais, ouviu?! Ainda mais agora, que... Que você ficou totalmente irreconhecível!
- Hai hai... - suspirou outra vez - Mas bem antes vocês nem sabiam que era eu.
- Mesmo assim não parecia tão sinistro quanto agora - resmungou baixinho o líder.
- Senpai.... Tá parecendo a Miyako agora... - retirou a máscara e olhou-o - Aquela doida fez um escarcéu diante do pessoal só por não ver a cara do Digitamamon.
- O Digitamamon não tinha cara de inimigo - pensou - Bom, ele foi nosso inimigo, mas não tinha cara de um...
- Ahn, senpai... Posso pedir para que chame o Yamato-san e me encontrem daqui umas... duas horas?
- Traduza...? - pediu ele, ainda sentado no chão e meio sonolento ainda.
- Agora eu tou avisando, e espero que não diga que não avisei nada *sigh*
- Ah. Antes me deixa acordar - continuou num tom ranzinza - Ok?
- Taichi-san, você já acordou? - uma quarta voz invadiu a cena. Yagami olhou para o lado e viu um Koushirou alguns metros dali.
- Por pouco não volto a dormir... -respondeu-o, levantando-se e indo até lá.
- O que está fazendo acordado a esta hora...? - interrogou-o, um pouco curioso.
- Estava olhando isso que o Daisuke-san conseguiu de um dos inimigos.
- Isso o que?
- Isso. - mostrou-o um pequeno cartão - Parece ser um brasão falso.
- Me pergunto como ele arranjou essa coisa.
- Eu disse que andei ocupado *sigh* - disse o citado - Vee e eu estávamos tentando descobrir quem era a “Pandora”, lembra?
- Ok. Jamais esperava que aquele idiota destrambelhado do time conseguisse dar uma de espião - comentou mentalmente Taichi - Como o tempo mudou...
- Koushirou, Ranamon disse que isso é um brasão falso - corrigiu-o - Essa é a chave para acessar os portais que levam para o castelo. Quase consegui... Trazer o Wallace comigo, mas aquele loiro arrogante sabia quem era eu!
- Lembro de ter citado isso na noite anterior. Mas, esse brasão falso... - Izumi voltou a examiná-lo - Parece com aqueles que o exército de Vamdemon usava para procurar pela oitava criança.
- Só espero que o vampiro idiota não volte - comentou o menino - Parece que aquele cara tem vida infinita. Não esperava vê-lo outra vez e espero que ele nem volte.
- Só eu acho que foi definitivo...? - Taichi intrometeu-se no assunto - Vamdemon não vai conseguir voltar depois de ter levado aquele golpe poderoso do Imperialdramon.
- Não... Não é isso, Taichi-senpai... - olhou-o seriamente - Naquele dia em que Umbra prendeu a Hikari-chan e a Miyako numa ilusão para me atrair... Ele disse que o Vamdemon é imortal. E que ele também é. E... mais uma pessoa que ele citou...
- Ah não me diga que vai cair nessa lorota?! Até agora o vampirinho insistente não deu as caras. Então prefiro pensar que ele está morto, ou que foi pro mesmo lugar que o Piemon. Podem até estar jogando baralho e pensando na vida.
- Estamos falando do mesmo cara que conseguiu quase me mandar pelos ares - replicou-o com um tom BEM sério - Que quase decapitou a Carol-chan também. Claro que ele pode estar mentindo... Mas prefiro não ficar brincando por enquanto Taichi.
- Foi só pra descontrair a tensão... - grunhiu baixinho.
- Foi dando uma de lutador do Street Fighter que eu fiquei assim! - bronqueou-o - Por favor, não se distraia agora...
O escolhido da Coragem fitava o pupilo, meio que percebendo o motivo de tanta seriedade de agora. Talvez nunca passasse pela sua cabeça que algum diria o veria agir com extrema cautela. Aquilo tava dando um “crash” em sua mente.
Daisuke tomou juízo. Ótimo? Não, ele foi obrigado a tomar juízo depois de um deslize FATAL.
E ficou muito mais claro que ele ficar cobrando atenção dos outros... Era por justo saber com o que estão lidando.
E mais um detalhe: Se acontecesse algo com qualquer um ali, o goggle boy iria se culpar pro resto de sua vida.
Tentando entender isso, o Yagami não percebeu quem vinha logo atrás. Ao encostar em seu ombro, foi quase impulso, virou-se prestes a acertar quem lhe tocava.
A sorte do indivíduo foi que o Daisuke, com aquela agilidade desumana, segurou o punho de Taichi antes que acertasse quem seja lá que pipocou ali.
- Senpai! - Dai chamou-o para a realidade - Quase a acertaste...!
- Huh?! Q-quem?! C-como?!
- Taichi-senpai... *sigh*
Taichi olhou para a mocinha e sua parceira, um tanto surpresas. Ah, por isso o Daisuke ficou meio chateado. Mas foi reflexo, e todos perceberam. A questão era o simples distrair com inúmeras coisas fervendo em sua mente.
- Você está bem? - perguntaram tanto o senpai quanto o kouhai à Yagami mais nova.
- E-estou... - e ela continuava meio em choque pelo susto - Oniichan, te assustei?
- N-não foi nada Hikari! - o irmão mais velho balbuciou aquilo e pedia uns mil desculpas à ela.
- É disso que estou falando senpai! - cismou outra vez - Precisa ter cuidado! Quase acertou a Hikari-chan!
- Não se preocupem, foi só um susto... E a culpa foi minha, devia ter avisado antes.
- Não, a culpa foi minha dessa vez - falou o Yagami mais velho - Estava distraído mesmo.
- Tailmon e eu ouvimos falar de brasões e...
- Ah, é uma coisa que o Daisuke arranjou de um dos inimigos.
A gata olhou para a mão do escolhido da Sabedoria, e em seguida seus pelos eriçaram.
- É uma das cópias do brasão da Hikari. - confirmou.
#36 - Revenge! Miyako, vença Ranamon!
- Sério?! - exclamaram todos, perplexos.
- Sim. É uma das cópias que Vamdemon fez para procurar pela oitava criança.
- Mas por que eles teriam isso? - indagou Koushirou - Será que esse castelo...
- Ow ow, eu nunca estive na Digital World antes, então nem sei disso! - alegou o escolhido do Milagre - Ranamon só falou desses portais que levam pra esse castelo... E que se localiza numa região montanhosa.
- Será que seria o mesmo castelo de Vamdemon?! - exclamou o Yagami - Mas... Mas é possível ou é só uma coincidência?!
- Pode ser... - respondeu o ruivo - Pode ser coincidência, ou ser o mesmo castelo de Vamdemon.
Falando no tal polêmico castelo, alguém sentava na janela de uma das alas, olhando para os tais fragmentos. Mantinha-se calada e atormentada pelo medo de ou descobrirem que forneceu informações ao misterioso mercenário... Ou que o próprio Silent Knight viesse atrás dela CASO contasse ao seu mestre que foi capturada.
Ranamon não fazia idéia de como ele tinha subitamente mudado de forma. Mas só de comparar as duas vezes que o encontrou, já bastava pra relembrar que não poderia subestimá-lo mais.
E quanto Frostmon?! O que ele tinha contado era verdade? Sua “amiga” teria mesmo sido derrotada e se convertido em um digitama por conta própria?!
- Droga, o que faço...?! Se Umbra-sama descobre... Estarei morta! Mas... Mas se eu altertá-lo que fui forçada a contar os planos... Aquele digimon sombrio me mata!
Ah, a paralisia já havia terminado, logo Ranamon conseguia falar normalmente.
- E ele matou a Frostmon......! S-será que foi depois dele se tornar aquilo?! M-mas como?! Será...?! Será que teria alguma relação com o rugido aterrorizante que ouvi quando a Lekismon estava confrontando o escolhido da Bondade...?
- Rana-chan.
Sentiu um arrepio ao ouvir aquela voz masculina. Virou-se para trás e viu um par de olhos azuis e um tom sarcástico:
- Falando sozinha? Ou tive a impressão de ouvir...
- V-VOCÊ NÃO SE ATREVA A CONTAR! - ameaçou ela.
- Contar o quê? - ele sorriu - Que o Lightnimon te fez de refém? Era de se esperar de uma idiota como você.
- C-como se atreve?! - esbravejou Ranamon - Não sou idiota e é melhor tomar cuidado comigo, seu pirralho irritante! Não sou burra como a Frostmon, e melhor não me subestimar!
- Sei... - fez pouco caso - Se é tão inteligente assim... Por que falhou em capturar os digimons dos destinados, huh? Ou melhor... Por que não percebeu que aquele Lightnimon estava justo levando-os para os escolhidos?
- C-como?! Como... Como você ousa...
- Não ficou claro o suficiente? - riu o loiro - Seus planos falharam por acreditar que aquele digimon estava do seu lado. Estava óbvio demais que ele estava ajudando eles, e não você ou Frostmon. Mas a Frost-chan foi pior, não foi? Ela não desconfiou um segundo dele... Ou será que desconfiou e ficou com medinho de OUTRA coisa que você não percebeu?
Ela suou a frio com a última frase.
- M-Medo de quê?! - gaguejou - De que o escolhido do Milagre estivesse vivo?!
- Sua idiota... - Wallace a pegou pelo pescoço - Ele ESTÁ vivo. E sua cabeça de peixe não conseguiu notar os motivos do “Lightnimon” vir até aqui. Então melhor fazer alguma coisa!
Soltou-a, quase derrubando-a da janela.
- Você não vai contar ao Umbra-sama que...?! - choramingou ela - E-ele vai me matar se descobrir...!
- Acho que ele vai ficar feliz em saber disso - provocou-a - Que a Rana-chan entregou a localização pro gatuno...
- Não faça isso, por favor! - implorou, ajoelhando-se no chão - Eu faço qualquer coisa que desejar! Qualquer coisa mesmo! Mas não conte!
- Qualquer coisa? - olhou-a, com um ar malicioso.
Enquanto um ruivo e seu Tentomon com um uma Tailmon ao pé dele, junto de sua parceira humana, investigavam tais informações dadas, como “portais” “castelo” “brasões falsos”...
Alguns ficavam a assisti-los. Outros a acompanhar outra tarefa qualquer. E alguns a observar o treino, que tinha sido começado justo por quem não estava nada a favor da idéia, e do louro Ishida.
Diferente de Taichi, Agumon sabia que aquilo seria melhor do que fazer tal fragmento se ativar “a la brasão”. E ele não precisava de um grande motivo pra acreditar que a sugestão do kouhai de Taichi fosse a melhor saída.
- Tem certeza que quer fazer isso sozinho...? - o cabeludo continuou inseguro - Pensei que iria usar o V-mon ou...
- Senpai, eu não me importo. E se o V-mon ajudar... Isso vai levar cerca de uns cinco segundos.
- Não me agrada a idéia de... De ter que lutar diretamente contra você, mesmo sendo um treino...!
- Seria loucura antes... Mas eu não sou mais humano, lembre-se disso.
- Isso que me assusta - sussurrou o escolhido da Coragem.
- Senpai... - suspirou - Não quero te assustar mais, mas eu consigo te ouvir.
- E-eh?!
- Taichi, vais me dizer que tá com medo do Daisuke agora? - Yamato olhou-o atravessado.
- N-Não é nada disso! - e este tentou se defender.
- Queria saber como vocês então treinam no time de futebol - provocou o loiro.
- O Treinador sempre nos coloca no mesmo time de treino! - rosnou o Yagami.
- Sempre?
- Claro, tá duvidando?!
- Oi, Taichi-senpai, Yamato-san! Estamos perdendo tempo com isso! - bronqueou o mais novo - E senpai, não minta pro Yamato-san. O treinador não nos coloca sempre no mesmo time de treino. Ele equilibra ambos, já que nós dois somos uns dos melhores do time.
- Que feio Taichi! - Yamato continuou provocando.
- Cala a boca Yamato! - bravejou este.
- Taichi! É só um treino! - interrompeu a discussão dos veteranos ali - Eu sei que você ainda está em choque por saber que o Lightnimon era eu e nem te culpo por isso... Não pude contar nada a vocês antes, pois eles também pensavam que eu estava morto e me aproveitei disso pra sabotar os planos da Frostmon e da Ranamon. Mas vai ter que tomar coragem de fazer isso, ao menos agora! E se eles ainda não descobriram quem é o Lightnimon e... E precisar fingir estar enganando vocês, tal como fingi estar do lado deles também?!
- É, agora ele tá com toda a razão - concordou Yamato - Querendo ou não, optamos por deixar que ele nos treinasse e ensinasse de uma maneira mais segura, não foi?
- Eu não concordei... - respondeu-se mentalmente o escolhido da Coragem - Quem concordou foi o Agumon. Ainda não consigo... Aceitar que essa é a nossa única escolha.
- É, Daisuke... Vai ter que deixar o Taichi de fora desta vez - aconselhou o escolhido da Amizade - Acho que ele não notou a gravidade da situação.
Agumon apenas olhou preocupado com o seu parceiro. Não parecia o mesmo de anos atrás, ou melhor... Via uma situação similar naquela cena. Quando tentou dizer algo, o líder retirou-se dali. Seguiu-o, e olhou para Yamato e Gabumon de longe. Estes já começaram a treinar com Motomiya.
- Nunca pensei que um dia teria que fazer isso. - Taichi comentava consigo - Ou que ele se tornaria tão sério num piscar de olhos.
- Taichi... - Agumon aproximou-se - Por que está com medo? Está com medo de feri-lo? Ou dele me ferir?
Seus olhos castanhos encontrou os esverdeados do pequeno dinossauro. Talvez fosse essa a razão para hesitar tanto. Mas não compreendia, já lutou com Yamato antes... Quando Jyureimon convenceu o amigo a se voltar contra eles. Só que foi o Agumon e o Gabumon quem lutaram... Ele apenas brigou com Yamato, e da forma tradicional deles.
Mas agora... Agora a situação era diferente. Não era o Yamato, e sim o caçula dos Motomiya. E este não estava a ser controlado ou que tenha se revoltado contra eles.
- Taichi-san... Eu consigo te entender. - dirigiu-se uma pessoa - Não sei se temos as mesmas razões pra hesitar... Mas também não quero fazer isso.
Tirou os olhos do parceiro alaranjado e virou-se para a direita. Viu a Inoue ali, sentada no chão e com aquela mesma aura que ele tinha no momento.
- Não...? - ele e o Agumon olharam-na, junto de Hawkmon ali.
- Acho que é paranóia minha... Mas não gosto dessa idéia e não quero treinar.
- Mas ele não quer que nós sofremos como ele e o V-mon - contestou Aguchan
- Não consigo aceitar... Ele se parece com outro indivíduo agora.
O Yagami não falou nada, mas lembrou-se do que o pupilo tinha dito horas atrás.
Por um lado ele concordava com Miyako, mas por outro... É, era paranóia dela.
E dele também, mas não pela aparência. Era outro motivo.
- Não consigo entender! - ela continuou - Sora-san tentou me explicar, mas não entendo... Ele não... Ele não é assim, “frio” e calculista. Isso é mais a personalidade do Ken! Ou... Ou do Izumi-senpai! Não do idiota alegre do Daisuke!
- Ele me parece querer evitar que aconteça o mesmo que aconteceu a ele... - confessou o outro - Ele mudou drásticamente por isso. Por ter quase morrido. Mas não consigo fazer isso! Algo... Algo me impede!
- Nãoseriapelomesmomotivodetermedodaquelaaparêncianovadele, não é Taichi-san...? - pirragueou a menina, mas tão rápido que Tai só entendeu poucas palavras.
- Ahn?
- Nada... - disfarçou, não querendo repetir.
O dia foi praticamente isso. Koushirou e Hikari & Tailmon a averiguar aquilo, junto de Carol e Bunni.
Outros a fazer tarefas simples (cozinhar, cortar lenha, colher frutos e suprimentos).
E alguns a treinar ou só assistir (no caso de Taichi, Miyako, Mimi e Nina)
Logo anoiteceu.
A parceira de Hawkmon continuou naquele mesmo canto, olhando pro céu e praquilo que agora sabia o que era. Olhava diretamente para uma única que cintilava tão forte que já sabia qual fragmento tal “estrela” correspondia. Ao olhar para as outras, o brilha não era tão forte, ou nem brilhavam. Voltando-se para uma em particular, Miyako sentiu-se com mais receio de que não a faria ser ativada tão cedo.
E por um motivo claro: Não queria. Simplesmente não queria ir pelo modo fácil ou pelo difícil.
Queria mesmo uma terceira alternativa, mas ninguém ali pensava se existia ou não um outro método. Se pudesse, pediria para procurar mais uma opção para eles. Só que o tempo não para e muito menos espera. A preocupação do líder de seu grupo era justo... O inimigo que eles viram.
Assim como Taichi, a escolhida não estava querendo confrontá-lo. Mesmo que fosse treino, mesmo que por uma hipótese ele se tornasse inimigo deles.
E antes? Ela era uma das pessoas que queria dar um murro na cara do tal Lightnimon. E quantas juras ela fez... Agora “fugia” de vergonha, sendo um dos motivos dela não aceitar treinar. Se não soubesse, talvez conseguisse.
- Miyako-san...
Ela sentiu um calafrio pela espinha. Não foi o Hawkmon quem a chamou. Também não era o Iori, já que a voz era bem diferente do menino. Não era nenhuma das outras meninas, e a Geijutsushi a tratava por “Inoue” e sem sufixos. Nem Ken, pois a voz que a chamou era mais grossa que a do moreno.
Só podia ser uma pessoa. E ela não queria NEM olhar para frente ou para trás.
- Miyako... Posso falar contigo...?
- Não me assuste desse jeito! - gritou ela - E... E só fale comigo senãotiverusandoaquelacoisa! - resmungou, cerrando os dentes.
- Hein? - tentou traduzir aquilo.
- Daisuke-san - Hawkmon chamou-o num sussurro, e apontou com a asa para sua própria face.
- Ah... Miyako, não posso - aproximou-se e sentou-se ao lado dela - Pressinto que há alguém por perto. melhor não ficar aqui, longe dos outros.
- Não acha que não desconfiaram das suas pistas também? E o V-mon está conosco agora, vão descobrir mais cedo ou mais tarde!
- Vee ficou se escondendo, acha que iríamos agir sem cautela?! *sigh* Se vocês o encontrassem antes, iriam correr riscos. E ainda correm, por isso que ele só agia escondido.
- Não dá pra agir normalmente? - e ela continuava sem olhar para ele - Ser o...
Não permitiu que ela terminasse a frase. Tapou sua boca, fazendo com que ela olhasse para si. Miyako só conseguia ver seus olhos, e eles passaram a mensagem de que podia ter algo perto deles. Hawkmon também percebeu isso. A ave ficou em alerta, chamando a atenção da mocinha.
Os dois levantaram-se e ficaram em posição, escoltando a Miyako. Não faziam idéia de quem ou o que poderia estar por ali, mas só tinham certeza que não fazia parte do grupo.
- Hawkmon, tire a Miyako-san daqui. - pediu ele, olhando pelo canto dos olhos para o digimon.
- Mas... E quanto a você?! - perguntaram ambos, olhando pro Lightnimon.
- Não se preocupem comigo. Apenas leve a Miyako-san para os outros agora!
Hawkmon ajudou-a a se levantar e saíram daquele local. O mercenário olhou ao redor com bastante atenção, procurando pelo que estava a espioná-los.
- Seja lá o que veio fazer aqui... Saiba que não deixarei.
Mas nada apareceu. Pelo contrário. O que estava ali, prosseguiu correndo e foi atrás da garota. Ouviu o D-3 apitar segundos depois, rapidamente o pegou (de uma forma que NINGUÉM visse) e fitou o ecrã. O sinal da amiga estava voltando por outro caminho, como se estivesse fugindo de algo.
- Droga...! - praguejou, e em questão de milisegundos desapareceu dali.
Quanto à Inoue...
- Hawkmon, evolua! - pedia ela, entando pegar o D-3 do bolso.
- Miyako-san, não dá tempo! - falou este - Está cada vez mais perto!
- C-Como?! Nessa velocidade toda?!
- Som de água... - reportou.
- Água...?!
Ao olhar para trás, viu uma espécie de jato de água em formato de uma serpente. Ou ela fazia Hawkmon evoluir agora... Ou nada.
Resolveu arriscar. Naquela correria, colocou a mão outra vez no bolso e pegou o digivice. Porém um rápido vulto tirou-o de sua mão. Ela ficou surpresa e aterrorizada. Mas, não tinha idéia de quem poderia ser o culpado.
- Ei! Devolva, isso não é hora de brincadeiras seu...!
- Miyako-san!! - Hawkmon tentou alertá-la, mas a parceira continuava correndo e insultando tal sombra.
Hawkmon não viu outra alternativa a não ser empurrar a guria. Fez isso e foi acertado pela serpente. E aquele “monstro” jogou-o contra o chão, fazendo-o rolar até uma clareira. Mas, no empurrão, a menina também saiu rolando na mesma direção. E quando parou, ficou aos pés da criatura que roubou seu digivice.
- R-Ranamon?! - exclamou.
- Acho que consegui atrair sua atenção - sorriu a digimon inimiga.
- V-você... - Miya cerrou os dentes, mas logo olhou pro parceiro atirado ali no chão - Hawkmon!
- Que idiota, se não tivesse se intrometido, teria sido poupado.
- Então...! Foi você quem fez aquela coisa monstruosa que tava vindo atrás de nós?!
- Meu alvo não é ele, gracinha... É você.
Tentou se levantar, mas a digimon agitou a mão livre e fez com que a serpente viesse para lá. Agora ela estava na mira. E não daria tempo de correr daquilo mais uma vez.
- Oi!! Se eu fosse você a deixaria em paz! - ecoou uma voz pelo cenário.
Ranamon suou a frio. Era a voz do seu PIOR pesadelo, e pelo visto a guerreira da água não conseguiu evitá-lo. De alguma forma, ele descobriu tudo e veio atrás da escolhida.
- O... O q-que...?! - engoliu a seco a digimon - C-como... Como...?!
Mal conseguiu terminar a frase, já que algo saiu em extrema velocidade e acertou-a no estômago, atirando-a contra o chão. Com isso, a serperte de água se desfez antes de encostar na escolhida.
O autor do ataque parou diante dela, encarando-a e jogando o digivice da Inoue pra cima e pegando-o com a mão.
- Acha que iria conseguir mesmo me enganar, Rana-chan? - encarou-a por trás da máscara - Ou será que esqueceu de um detalhezinho? Eu consegui perceber que era você, sua verme!
Lightnimon atirou o aparelho de volta para a sua dona, que o pegou imediatamente.
- V-Você?! - a vilã levantou-se num salto e afastou-se do gatuno - C-como?! Como...
- Chega de conversa - interrompeu Lightnimon - Já que está aqui, deixa eu resolver um assunto contigo.
- A-Assunto?! - ela tremeu de medo e raiva - Que assunto?!
- E-espera... Você não vai fazer o que tou pensando?! - soluçou uma Miyako incrédula.
- Caia fora daqui, escolhida - respondeu-a num tom grosso.
- Daisuke...? - pensou - Você seria capaz de... matar essa digimon?!
- O que queria com ela? - interrogou o Silent Knight - Hein Ranamon?
- Não é do seu interesse!
- Quer mesmo falar por mal, huh? - suspirou - Right then. - e avançou contra a digimon rã.
- Não vou deixar que me elimine como fizeste com a Frost-chan! - partiu pra um contra-ataque.
- Ele... Eliminou aquela digimon ave que nos mentiu sobre o Daisuke estar morto?! - e ela continuava a refletir mentalmente, se olhos arregalados.
- Já disse que não a matei! - defendeu-se tanto da acusação quanto de um chute - Frostmon fez isso por conta própria! Sim, eu lutei contra ela... Mas quem quis regredir ao estágio Digitama foi ela!
- C-como...?! - Miyako apenas os ouvia e comentava em sua mente - Ele não a matou?! Mas... Mas como assim aquela digimon fez por conta própria?!
- Não acredito nisso! - vociferou a oponente - ELA JAMAIS FARIA ISSO!
- Ela fez! - rugiu Lightnimon - Porque eu RECUSEI matá-la!
- R-recusou?! - exclamaram tanto Miyako quando a anfíbia. A inimiga recuou para trás, olhando-o com uma expressão de surpresa.
- Por que ela fez isso?! - Ranamon apontou-lhe o dedo e o perguntou num tom desafiador.
- Motivos próprios - respondeu sem extender a explicação.
- Mentira!
- Eu não estou mentindo. Ela fez por vontade própria.
- Isso é MENTIRA - berrou a anfíbia, saltando ferozmente pra cima de Lightnimon.
- Ele...! - Miyako calou-se antes de continuar a frase. Lembrou-se que Daisuke esteve tomando cuidado para que não descobrissem a verdadeira face do Lightnimon.
- Hawkmon! - a garota de óculos olhou para o parceiro, que levantou-se um pouco zonzo e ferido - Temos que ajudar o Lightnimon!
- A-Ajudar...? - o digimon andou até lá, com alguma dificuldade. Caiu nos braços de Miyako logo em seguida - Como... Ajudá-lo, Miyako-san...?
- VOCÊS AÍ! FUJAM ENQUANTO HÁ TEMPO! - ainda em confronto, o tal citado gritou para a dupla dinâmica ali.
- Mas...!
- MIYAKO-SAN!! - rugiu o mascarado - HAWKMON NÃO ESTÁ EM CONDIÇÕES!
- M-Mesmo assim..! Não quero te abandonar!
- Eu me viro! Sai daqui agora, vá tratar os ferimentos de seu parceiro!
- Eu não quero... Não quero deixar que...!
- Miyako-san... - Hawkmon levantou-se - Por favor, me faça evoluir.
- Eh?
- Não podemos deixá-lo sozinho... - sussurrou o restante a ela - Ele não teria derrotado Frostmon sem necessitar do auxílio de Burning Fladramon.
- Sua escolhida insolete! - insultou-a o Silent Knight - Dá pra parar de agir a la heroína e cair fora daqui imediatamente?!
- MIYAKO O QUE RAIOS TE PASSAS PELA CABEÇA?! - gritava Daisuke mentalmente e irritado com as atitudes da amiga.
- C-como?! - ela bufou - Escolhida insolente?! Agora mesmo que eu te provo o meu valor, seu digimon mascarado idiota arrogante!
- Miyako-san... - Hawkmon deu um tapa em sua testa, graças a atitude de sua parceira.
- Chega! - berrou Ranamon, atirando Lightnimon contra o chão - As ordens era capturar essa garota... Mas se não consigo nessa forma...! - as pedras vermelhas do elmo brilharam, e em seguida a própria. Logo a anfibia cresceu de tamanho e assumiu outra forma.
- Good... - falou sarcasticamente o cavaleiro, levantando-se - Quando eu disse “fujam”, era pra FUGIR! Agora temos mais problemas. - olhou atravessado para a Inoue, mesmo que ninguém percebesse isso.
Ranamon mudou, tornou-se uma criatura estranha e assustadora. Tinha corpo de mulher, mas onde deveria ser as pernas... Era um corpo de polvo virado para baixo. Tinha tentáculos, olhos ao redor do que seria a cintura e dois tentáculos a mais, sendo grandes e com ventosas na parte debaixo deles, na ponta. Resumindo, Ranamon evoluiu para Calmaramon.
- Você não me assusta mais, Lightnimon! - vociferou a inimiga.
- Legal, ela evoluiu - pensava Dai - Poderia agora utilizar o Vee, mas isso entregaria meu “disfarce” caso a Ranamon continuasse viva. Miyako provavelmente não há condições de encarar essa monstra sozinha! O que faço agora?! Pensa Daisuke! Se não fizer nada, Ranamon irá matar a Miyako... Ou seja lá o que for que ela queira!
- Você pagará caro pelo constrangimento que me fizeste passar! - Calmaramon lançou um de seus tentáculos contra Lightnimon, e este conseguiu esquivar-se em tempo.
- Miyako-san! - gritou mais uma vez para a moça de cabelo violeta - Saia daqui! Você é o alvo dela, então fuja!
- Mas ela vai te matar se eu fugir! - contestou a mocinha - E eu não posso! Não posso te deixar aqui... Eu... Eu estava errada sobre você e suas ações! - gritou de volta.
- Deixe de compaixões e se manda daqui! - respondeu-a, esquivando de outro tentáculo - Não está vendo que ela quer você?!
- Quanto interesse pela escolhida... - debochou a vilã - Não tinha dito que queria o mesmo que nós?! Que éramos rivais?! Agora está se aliando aos que possuem objetivos opostos aos nossos?! A qual lado você quer enganar, Lightnimon?! O nosso ou o deles?!
- Enganar...?! - murmurou a escolhida - Seria possível que...
- Já não disse...? Meu lado... - uniu as mãos, juntando toda a eletricidade nelas e fazendo-as tomar forma de garras - É justo o que consegue ler o meu verdadeiro propósito aqui!
- Não, Miyako... - pensava - Ele não está enganando vocês! Antes até parecia... Mas a verdade é que o Daisuke queria que pensássemos que ele estava vivo e “perdido”, mas no fundo queria que nós encontrássemos suas pistas e mensagens codificadas para... Chegarmos a conclusão dos verdadeiros atos do Lightnimon! Que eram...
- Miyako-san! SAI DAQUI AGORA! - rugiu o mais alto que podia, ainda esquivando e atacando a Calmaramon com aquelas lâminas elétricas geradas em suas mãos.
- És pequeno... Mas fraco. - riu sarcásticamente a inimiga, atacando-o impedosamente.
- Não posso... Não posso abandoná-lo agora... - murmurou tão baixo que quase parecia não emitir voz alguma - Dai-chan.
- MIYAKO! - gritou mais uma vez, esquivou de uma chicoteada e cortou este tal tentáculo, mas o corte foi pequeno e só paralisou aquele e não todo o corpo de Calmaramon. Pousou ao chão e virou-se para a garota, levantando a máscara rapidamente - SAI DAQUI AGORA OU...!
As preocupações com sua companheira de equipe o fizeram esquecer que estava diante de uma poderosa criatura e que esta poderia contar tudo caso escapasse. Talvez a idiota da Miyako tomasse vergonha na cara se o ouvisse e visse falando aquilo como Daisuke, e não como Lightnimon. Mas foi só meros segundos de guarda baixa........ Bastou para que a oponente o laçasse com um de seus tentáculos e o imobilizasse com sua força.
- Ora? Parece que você a chamou de uma forma diferente... - Calmaramon moveu-o até seu rosto - E pelo visto ela já viu sua face antes, não é mesmo? - olhou-o, vendo que o capturou no momento em que recolocava a tal máscara - Agora que é inofensivo... Posso descobrir sua aparência!
Os olhos da Inoue arregalaram-se. As palavras ditas uns minutos atrás vieram em sua cabeça.
Se aquela besta descobrisse tudo... A vida dele correria risco.
- L-Lightnimon...! - gaguejou Miyako - Eu... Eu não posso permitir que você - levantou-se do chão, encarou Calmaramon com toda sua energia - Fira alguém que veio nos ajudar!
O digivice de Miyako brilhou intensamente. Ela olhou para sua mão e viu o Fragmento da Energia esplandecer no ecrã. As ondas contagiraram-na e seguidamente de Hawkmon.
- DIGIMENTAL UP!!
Hawkmon Super evolução Armor para...
A brisa energética do Armor! Fäuermon!
- K-Kanzentai...?! - arregalou os olhos Calmaramon.
- Isso... Isso é pelo que você fez ao Hawkmon! - apontou o D-3 para a inimiga, e o parceiro avançou contra a digimon molusco.
Fäuermon atacou-a com o cajado egípcio, em seguida com suas garras. A monstra bloqueava com seus tentáculos, e tentava sufocá-lo. Só que Miyako e Fäuermon estavam sincronizados, estavam mais fortes do que antes.
- E isso é por ferir o Lightnimon! - berrou Miyako, enquanto o digivice começava a brilhar mais e mais.
- Red Sunburst! - O guerreiro egípcio levantou o cajado, e no topo dele surgiu uma esfera avermelhada, de onde foi lançado um raio. O raio acertou e cortou alguns tentáculos. Calmaramon urrou de dor e estava com queimaduras graves.
- Essa é a minha deixa...! - pensou Daisuke - INAZUMA TORNADO!
Realizou o golpe que consistia em três rodopios: O primeiro descarregou sua eletricidade no tentáculo, paralisando-o;
O segundo fez com que as faíscas de seu corpo formassem um tornado, abrindo o tentáculo paralisado;
O terceiro giro foi um chute parafuso na cara da inimiga, enquanto arrumava sua máscara.
Calmaramon, ao ser acertada no rosto, cambaleou para trás, pouquíssima atordoada. Lightnimon aterrisou ao lado da escolhida.. E caiu com um joelho ao chão.
- Seu verme insolente! - vociferou a besta.
- Sorry, lady. But it’s Game Over to you. - debochou dela o gatuno - Mas V-Você já era!
- Lightnimon! - Miyako olhou-o, preocupada - Você está bem?!
- Heh... N-não foi nada...!
- S-seus idiotas...! - gritava uma Calmaramon enfurecida - Mesmo que me destrua, vocês serão eliminados! É inútil! Rendam-se antes e sofram menos!
- Render...? - os óculos dela brilharam com a luz da tela do D-3 - Vocês quiseram eliminar o Daisuke... Levaram o Wallace, tentaram capturar a Chibi Bunnymon, tentaram destruir os parceiros dos nossos amigos, e agora querem me matar?! Se tiver como reverter essa situação, farei de tudo para revertê-la! E protegerei a todos que eu amo! Inclusive lutarei e defenderei o Daisuke quando encontrá-lo! Porque... No fundo... Eu gosto dele! Ele é importante pra mim, me ensinou a ser forte e a não me reprimir! Aprendi isso com o convívio com ele, com o Iori, com a Hikari, com o Takeru, com o Ken... Com todos! E eu gosto de todos eles! E... Se precisar, lutarei em defesa deles! Quero o bem deles! Quero proteger eles!
O digivice dela brilhou muito mais. Quase como uma estrela nos céus.
E ao lado dela, um certo Daisuke, cujo estava a agir com um codinome de “Lightnimon” no momento, corou ao ouvir aquilo.
- M-Miyako... - murmurou.
- Fäuermon! - ordenou a escolhida.
- Espera! - o “digimon” ao seu lado agarrou seu braço - Você não pode destruí-la!
- Como?! - olhou-o, agora sem mais medo daquela aparência.
- Você não pode matá-la. Ela está sendo manipulada, tal como Frostmon...!
- Manipulada...?
- Sinta a energia emanando dela. É anormal. Frostmon também tinha essa mesma anormalidade.
- M-Mas o que faço?!
- Aponte seu digivice para Calmaramon, e diga “Refresh”. Acione este botão ao lado do ecrã em seguida.
- Ok! - sorriu confiante.
A valente Miyako correu para perto de Fäuermon, e este usou o Wing Blast contra a inimiga. As rajadas de vento dificultava um contra-ataque. Nessa hora que a Inoue saltou no pé de seu parceiro e apontou o D-3 para Calmaramon:
- REFRESH! - apertou o botão do centro do digivice branco com bordas vermelhas.
Uma luz violeta saiu como uma onda e penetrou no corpo da digimon inimiga, que logo foi regredindo até virar um Poyomon. Antes de virar um Digitama, os três ali ouviram um som, algo como uma voz de bebê. Essa voz agradecia por ter sido libertada e o Poyomon despareceu assim que virou um pequeno ovo digital.
Tudo ficou calmo. Fäuermon pousou no chão e voltou à forma Hawkmon. Miyako correu e atirou-se nos braços de Lightnimon, e quase o fez perder o equilíbrio.
- Se não fosse por você... Estaríamos perdidos...! Obrigada! Muito Obrigada! - disse ela. Hawkmon manteve-se em silêncio.
- O-Ow...! Miyako! Vai com calma...! - pedia ele, totalmente corado - Está me sufocando com esse seu abraço... Ugh! E... Ai! Ai! A-acho que me machuquei muito... Kh!
- Ah...! D-Desculpe-me, Lightnimon...!
- T-Tudo bem... - riu ele - Acho que não há mais nenhum inimigo por aqui.
- Deixa eu te ajudar... - ofereceu a Inoue, ajudando-o a caminhar de volta pro acampamento.
- Não precisa! E-estou bem!
Ela sorriu, enquanto o Motomiya continuava sem o que falar sobre aquela frase anterior dela.
Aquela que ela disse: “Porque... No fundo... Eu gosto dele! Ele é importante pra mim, me ensinou a ser forte e a não me reprimir!”
Nos céus brilhava como nunca a luz que correspondia ao fragmento de Miyako.
Hawkmon notificou isso e avisou-os. Os dois jovens olharam pra cima, surpresos e contentes.
Mas Hawkmon agora tinha visto o que Daisuke tentou avisar. O que V-mon relatou também.
Dessa vez, mudou de idéia. Miyako sofreu e muito naquela luta. Só que quem estava mais ferido que a ave ali era o goggle boy.
Última edição por Daisuke Kaizaa em Sáb Set 15, 2012 1:43 pm, editado 4 vez(es)
Convidado- Convidado
Re: Digimon Adventure ZeroTwo: Hinode
Depois de voltarem, Miyako contou TUDO que tinha acontecido. Com seus exageros de sempre, também. E o que adorava ficar se vanglorizando e agravar mais os fatos, fazendo com que tivesse sido uma luta épica do mundo da ficção, mantinha-se calado e a olhar para ela.
É, Daisuke não estava mais... Agindo sem pensar. Mas estava em silêncio e revisando seu desempenho contra Ranamon.
- Jura que aconteceu isso? - duvidou Nina - Isso tá soando tão... Aquela mesma coisa versão do Motomiya daquela luta no tal “Mar das trevas”.
- Ranamon estava atrás dela, e não de mim ou da Bunni. Acabei por cair no truque dela, mas consegui perceber tudo antes que conseguisse fazer sei lá o que com a Miyako.
E o calado desfez toda a magia da batalha da “Inoue-Maravilha”.
- Ah ok... - suspirou a artista.
- Miyako-san... - idem Iori e Hawkmon.
- M-mas eu não menti tudo! - tentou defender-se ela.
- Miyako... - o goggle boy chamou-a, encarou no fundo dos olhos dela e falou em um tom sério - estamos numa batalha com inimigos piores que os anteriores, não há tempo para piadas ou brincadeiras. Você mesma presenciou agora pouco o que poderia ter acontecido se o Hawkmon não tivesse evoluído pra Fäuermon! Levou só... Uns... Uns cinco segundos.
- Cinco segundos?! - ela estranhou.
- Depois que a Calmaramon me pegou - começou a explicar - você só teve duas opções. A primeira seria sair de lá correndo e permitisse que o Vee pudesse vir me ajudar, sendo que ele teria de se apressar para chegar a tempo... Ou a segunda, que seria ativar o fragmento em pouco tempo para lutar contra aquela coisa.
- Mas... Foram mesmo cinco segundos...?! - Miyako começou a fazer as contas.
- Sim. - respondeu-a.
- Mas... Mas como você sabe disso?
- Foi o tempo de sua reação, foi mais rápida que a minha...
- Mas... Mas como você sabe que levou somente cinco segundos pra eu reagir?!
- Permite?
- O que você vai fazer?
Sabendo que ela iria fazer algo, Daisuke tentou imobilizá-la, segurando as mãos da amiga. Mas esta percebeu imediatamente e desviou, aplicando-lhe um tapa na cara dele (ainda protegida pela máscara). Ele parou a mão dela imediatamente e finalmente disse:
- Cinco segundos. Viu?
- Eu não gostei disso! - reclamou - Ainda mais essa sua velocidade e esses seus poderes.
- Não fiz nada além de te mostrar o teu tempo de reação.
Koushirou olhou a tal cena e começou a raciocinar. Foi como uma pista nova, que talvez pudesse fornecer uma solução para os receios e medos de quem recusava treinar.
Mas seria impossível sem treino. O que Daisuke queria com aquela demonstração era dizer que os inimigos sufocavam dentro dos confrontos. Diferente dos vilões anteriores, estes calculavam TUDO e tentavam realizar inúmeros ataques e contra-ataques além de cuidarem e reforçarem sua defesa retaguarda...
Um deslize e pronto, estavam perdidos. No caso da Miyako, se ela não tivesse reagido, Dai iria mobilizar suas mãos e ela não seria capaz de defender-se. A reação dela que a fez tomar uma atitude rápida, pois não tinha previsto o que ele estaria pedindo para fazer.
#37 - Semelhanças? Coincidências?
- Não gostei de ser cobaia! - resmungou outra vez Miyako.
- Tinha que ver você, com outra pessoa iria ser outro tempo - explicou.
- Mas... Não podia avisar que ia fazer isso?!
- Se eu te dissesse, sua reação iria variar - deu um olhar atravessado para a garota.
- Daisuke-kun... Não pode tirar essa coisa enquanto estiver dentro das tendas?! - pediu Mimi - Você parece... Um tanto assustador...
- Eh...? - ele percebeu que alguns ali emitiam uma espécie de medo de si - Ah, esperem um pouco... S-sei que estou totalmente aterrorizante e parecendo mesmo um serial killer, mas sou eu! Uh... Ok. Acho que consigo dar um jeito na minha aparência...
Sacou o digivice do bolso, apertou o tal botão laranja e mudou suas roupas. Voltaram a ser as mesmas que usava antes. Sim, a sua battle outfit. Não, ele ainda possuía no rosto as marcas do elmo do Lightnimon nas bochechas (aqueles dois riscos). Seus olhos, como era uma habilidade própria dele, podiam alternar entre a cor normal, castanho, e o vermelho.
- Mas nem sempre poderei andar com vocês. - guardou o D-3 e olhou pro pessoal.
- Voltaste ao normal? - perguntou um Taichi confuso.
- Não. Apenas... Posso fazer o mesmo que o meu grupo pode. Alterar a vestimenta.
- Isso significa que...
- Ainda posso usar as habilidades do Lighdramon, as do Lightnimon também.
- Mas... Por que não pode ficar conosco? - perguntou Patamon.
- Porque vão estranhar se o Lightnimon sumir. - justificou - E fica melhor se eles continuarem a pensar que o Daisuke está morto ou desaparecido, assim não virão atrás de vocês com o intuito de me atingir indiretamente ou de me atrair para uma armadilha... Como fizeram antes.
- E se eles te virem conosco? - indagou Ken - Irá mentir que está se passando pelo Motomiya-kun só para manter sua identidade em segurança, certo?
- Eh... Exatamente... - deu um pequeno sorriso - Só espero que vocês não se confundam, caso eu tenha que fazer isso... Não irei me sentir bem se alguém aqui pensar que eu realmente estou os enganando.
- Também espero que ninguém seja louco de pensar assim, NÉ? - Nina olhou discretamente para algumas pessoas, como Yamato, Carol, Miyako e Piyomon.
- Se tiver que acontecer isso... Não façam nada. - pediu o garoto - Se eu tiver que atacar vocês, não hesitem.
- L-Lutar?! - balbuciou a Tachikawa, surpresa.
- Bem... Se eles estranharem que o Lightnimon está com vocês, preciso despistar essas “certezas” deles. Assim como tive de fazê-los pensar que estava enganando os escolhidos e ajudando-os, vou ter que continuar a agir assim... Até que todos os fragmentos estejam ativados.
- Depois disso... - deduziu o Izumi - Irá revelar qual lado o Lightnimon está e a sua verdadeira identidade.
- Mas só conseguirei isso se... Vocês entenderem o que estou fazendo.
- Por isso que deixava aquelas pistas - revisou o Ichijouji - As conversas em particular, as informações “codificadas”... Queria que nós não pensássemos que o Lightnimon estava contra nós, mas sim do nosso lado. Porém não queria que deixássemos claro isso, e então nos confundia... Estou certo?
- Era de se esperar do detetive Ichijouji, huh? - riu - Não sou tão bom nisso, também deixei que eles percebessem que estou do lado de vocês, quando tive a idéia de verificar se a “Pandora” era mesmo o Wallace.
- Ninguém mandou você achar que conseguiria enganar o Wallace - cutucou Vee - Lembrou-se que ele tem a Lux Fatum que a Bunni contou? Óbvio que ele talvez tenha usado seus poderes pra descobrir isso ou sei lá...
- Ou seria por deixar na cara o que ia fazer lá...? - idem a Geijutsushi.
- Queriam que eu fizesse o quê?! - bufou Daisuke - Eu tentei falar com ele, não podia deixá-lo ser usado por esse cara! Assim como não podíamos deixar o Ichijouji achar que a Digital World era um jogo!
- Mas... - Miyako desviou do assunto - Ranamon tinha dito que ela tinha ordens para me capturar... Por quê...? E por que eu?! Se fosse a Bunni ou a Hikari... Iria fazer sentido!
- Ah, vai ver o Wallace ficou com saudades de você? - hipotetizou o azulzinho - Se não me falha a memória... Ele estava caídinho pela Miyako naquela vez.
- Quem ele pensa que é?! - rosnou o Motomiya - Tentar sequestrar a Miyako?!
- Daisuke-kun... Por acaso--
- AAAH NANANANADANADANADANADA! - Ni avançou pra cima da garota de olhos verdes e tapou sua boca em meros três segundos - NADA!
A atenção foi voltada para elas, recebendo olhares que pareciam dizer “o que deu na cabeça dessas duas agora?!”
E o pior disso... Era JUSTO o olhar dele. Alguém se lembra que um certo alguém estava tão sério e pedindo pro grupo inteiro levar a situação com seriedade e evitar distrações e brincadeiras?
- Ah, lá vai vir sermão pra cima de nós duas... - pensou uma garota tsundere ao traduzir a reação do goggle boy.
- Antes de dizer algo, Motomiya... - Nina encarou-o da mesma forma que ele a encarava - Ela ia fazer um comentário totalmente desnecessário. Então faça o favor de não nos morder.
- Ele não morde - murmurou o Ishida pra garota - Só ladra, mas nunca mordeu ninguém.
- Isso é porque vocês NÃO levaram um tapa/soco dele - discordaram Ken e Takeru.
- Mas eu não disse nada...! - estranhou a atitude dela - Só...
- “Só estava pensando em pedir para que levassem a situação à sério” - completou a Geijutsushi - Às vezes é tão previsível o que vai dizer e falar...
- Calma...!
- Ok, fui rude... Desculpe-me, Motomiya-senpai. - reverenciou-o, desculpando-se.
- S... “Senpai”?! - e ele ficou mais confuso ainda.
- Ué, você não é de 1991? Eu sou de 1992.
- E... E está na mesma--
- Foi truque dos meus pais. Entrei um ano mais cedo na escola, isso no outro país onde morávamos antes.
- É possível isso...?! - Exclamou o garoto
- Erraram o ano do meu nascimento na matrícula... - ela desviou os olhos, ao explicar o tal “truque” - Puseram 91 e não 92. Meus não perceberam o erro... Até hoje. - suspirou ela.
- Era necessário contar isso? - comentou Yamato.
- Ele perguntou, então eu tive de explicar - resmungou a mocinha.
- Ah... Já tinha percebido que ela era de 1992... - pensou alto um Taichi.
- Como assim, senpai? - Daisuke voltou-se a ele.
- Huh? - Ni levantou uma sobrancelha ao ouvir aquilo.
- Longa história... - respondeu-os Tai - Lembrei agora.
- Desembucha logo, Yagami - ela olhou-o.
- Como assim?! Conhece a Geijutsushi já?! - e o kouhai do Taichi ficava mais perdido.
- Se não me engano - começou a contar Taichi - foi depois do Diablomon aparecer...
- Ah, uma bola! Olha vovó! - soou uma voz graciosa e infantil pelo parque.
- Oi! Joga pra cá, por favor? - gritou o Yagami de longe, aproximando em instantes de uma senhora e uma menininha.
A pequena pegou a bola com suas delicadas mãos e olhou para a criança que parou na frente dela. Um cabelo gigantesco, goggles por cima de uma faixa azul de atleta. Ela entregou a bola de futebol ao jovem, que agradeceu-a.
- Yagami Taichi...? - disse a senhora - Como você cresceu...!
- Ah! Geijutsushi-san! - olhou-a sorrindo - Quanto tempo! Uh... Acho que passou um tempinho, ne? Eu estava no terceiro ano quando a senhora aposentou-se...
- Sim... Como vai o Kido Jou...? - aquela idosa tinha sido professora de Jou na quarta série, mas aposentou-se no ano seguinte.
- Ele está bem... Estudando como sempre... - riu.
- Ah, aquele jovem sempre está dedicando-se aos estudos. - elogiou.
- Vovó... - a pequena puxou a atenção para ela - Quem é ele...?
- Uh? Ah! Desculpem, nem me apresentei... - falou Taichi, dando um pequeno sorriso envergonhado - Eu sou Taichi. Yagami Taichi.
Ela olhou-o, sorriu. A vó ia apresentá-la, mas... A mesma fez isso.
- Eu sou Nina. Geijutsushi Nina. Tenho sete anos, farei oito em dezembro. Eu não moro no Japão, mas nas férias venho visitar meus tios e minha avó. Minha prima está sempre ocupada e o irmão dela é o único que brinca comigo. Ele também gosta de jogar futebol e sonha em ser convocado para a seleção japonesa quando crescer. Já eu quero... Quero desenhar! Adoro desenhar e sei que isso que quero fazer quando crescer! Desenhar!
- Ela é um tanto carismática - comentou o Yagami à avó de Nina.
- Todos da família dizem que ela puxou os pais... - riu - Meu filho casou-se com uma estrangeira, que também tem uma personalidade parecida com a dele.
- Minha mãe também adora desenhar. - emendou a neta - Foi ela quem me ensinou! E meu pai quem me ensinou japonês. Ah... E... Minha avó também.
- Taichi! O que você está fazendo?! - gritaram lá do fundo, era os amigos com quem jogava bola.
- Ah... Desculpem, mas estão me chamando... Até mais!
- Até. - acenou a ex-professora.
- Foi um prazer te conhecer! - gritou a menina ao jovem, que já estava se afastando dali.
- É, ela era um tanto... Diferente - comentou consigo.
- Não me lembrava bem disso... - disse ela - Mas agora...
- Ah é! Já sei porque me lembrei disso...! - sorriu - Foi no mesmo dia que o Daisuke me contou sobre os “lençóis voadores”.
- *doki* S-senpai...! - e o Daisuke engoliu a seco aquilo.
- Como?! - o povo fez uma entonação de curiosidade.
- Não vai contar aquilo... - ele tremeu um pouco - Não vai, ne senpai?!
- Não é nem um pouco embaraçoso - revelou aos demais - Aquilo... Bem, descobri que o Daisuke era uma das crianças raptadas pelo exército de Vamdemon graças a isso.
Passou uns trinta minutos depois do Yagami mais velho encontrar a pequena e sua avó. Este ia fazendo a festa no jogo, fazendo vários dribles e gols no time adversário. Olhava para o canto e via Hikari brincando com algumas meninas da idade dela. Noutro canto, sentado e observando o jogo, uma outra criança que já era um conhecido seu e de sua irmã.
O Motomiya caçula estava ali, sentado e resmungando sobre querer ir jogar bola com os meninos, mas não podia por causa do seu tornozelo. No dia anterior ele acabou torcendo-o. Como se recusava a parar e repousar, aquilo continuava a doer.
E o pequenino ficava a olhar os outros brincando e... Aquela quem deveria estar cuidando dele a paquerar alguns garotos um pouco mais velhos que ela. Então ele ficou ali, chateado e fazendo círculos no chão com o dedo.
- Devia ter ficado em casa...! Mas não dá, iria ficar sozinho, deitado, esperando sarar...! Isso ia ser uma tortura! É verão, quero ir à praia, quero brincar... Quero jogar bola!
- Passa pra mim, Yagami-san!
- Não deixa! Vai, pega!
- Corre Taichi! Chuta!
- Defende esse gol, não deixa ele!!
- Será que vou ficar aqui sentado pro resto do dia?! Sozinho?! - suspirou, dando uma espiada pelo canto dos olhos para a sua “adorável” irmã - E até quando a Jun-neesan vai ficar conversando com esses--
A esta altura do campeonato, a “estrela” do time estava cara-a-cara com o goleiro. Só precisava chutar e acertar a goleira improvisada ali. Ia terminar o jogo com mais um espetacular gol... Quando...
- AAAH! SOCORRO! ELES VOLTARAM! JUN-NEESAN!! NÃO ME LEVE, POR FAVOR!!
Ao focar-se no que acontecia alguns metros dali, e do lado oposto ao que Hikari estava, um ruivo de olhos azuis tomou a bola de Taichi. O time do Yagami ficou incrédulo, já que ganhavam a partida com uns três a um no adversário.
Sem hesitar e dar atenção pro que os amigos dele diziam ali, o cabeludo saiu do “campo” e foi até a briga de alguém com um lençol branco, que parece ter voado de alguma residência.
Taichi parou diante da criança e tirou o tal “fantasma” de cima dela. Só viu uma cabeça pequenina e com o cabelo todo despenteado. Ao ver aquele tufo castanho avermelhado, o escolhido da Coragem chamou-o:
- Daisuke?
- Ah?! - e o menininho abriu os olhos, parando de agitar os braços e pernas.
- O que você está fazendo? - perguntou, meio curioso.
- Um fantasma! - contou - Um lençol voador com olhos esbugalhados, garras, presas...!
- Isso...? - apontou pro que segurava com a mão direita.
- ESSA COISA VOLTOU PRA ME PEGAR! - abaixou a cabeça e protegeu-a com as mãos.
- Isso é só um lençol! - riu o mais velho - Não é um monstro ou essa coisa aí.
- Não?! - abriu um olho e fitou o Yagami - Então ele não vai me levar praquele vampiro?!
A última pergunta fez Taichi piscar os olhos rapidamente. “Vampiro”. E o pânico do Motomiya mais novo era por causa de um “fantasma com olhos esbugalhados, garras e presas”...
- Daisuke... Que vampiro? - questionou-o, com um tom mais curioso.
- Um loiro e pele azul...! Ele estava juntando várias crianças...! Não me lembro muito bem, mas ele... Ele pegou meus pais e a Jun-neesan! Aconteceu algo depois... Nós dormimos... Depois acordei e vi uma coisa gigante e feiosa... E depois BOOM! Um cachorro metálico e uma Lagartixa de armadura e luzes e...
- Tá, tá...! Já entendi... Eu acho! - interrompeu-o.
- Eh? Taichi-san também viu aquilo?!
- Foi em Agosto do ano passado?
- Sim! Foi horrível, eu--
- Daisuke, se ficar quietinho eu posso te explicar.
- Mas..?!
- Já que... Você viu aquilo tudo e ficou com medo do lençol...
- E-eu não estava com medo! - cruzou os braços e virou a cara.
- Ok, ok... - suspirou - Já que tomou um susto deste lençol inofensivo...
- Ele me atacou primeiro! Não fiz nada!
- Vai me deixar terminar de falar ou não?! - bronqueou-o.
- D-desculpe-me! - abaixou a cabeça.
- Aquilo que você viu foi... Digimons.
- Deji...?
- Digimons. Criaturas de outro mundo que--
- Eh?! Monstros?!
- DAISUKE!
- Desculpa! - grunhiu baixinho.
- Digimons são seres de um outro mundo chamado Digital World. O que você viu foi a nossa luta contra o Vamdemon pra salvar a oitava criança escolhida dele, que era a minha irmã.
- Hikari-chan?!
- Deixa eu terminar? Depois você comenta, chora, faz escarcéu ou seja lá qual for tua reação.
- Ei!
- Relaxa, só estou brincando - riu.
- Não teve graça! E-eu... Aquele monstro me deixou com medo!
- Ah? O Bakemon?
- Bakemono?
- Não, Bakemon. Não “bakemono”. Esse era o nome daqueles fantasmas feios que te pegaram.
- Eles já voltaram praquela Deji... Deji...
- Digital World? Nem esquenta... Nenhum digimon apareceu mais.
- Então ele não voltar...?
- Pensei que tinha visto a batalha!
- Eu dormi depois... Minha irmã e eu dormimos, Só acordei e vi aquela coisa lutando contra...
- Vamdemon já era, ele foi derrotado pelos nossos parceiros.
- Parceiros...?
- É, a lagartixa de armadura era o meu parceiro.
- Que... Que maneiro! - os olhos do jovem brilharam - Maneiro! E E o cachorro?!
- Cachorro? - Taichi tentava entender as descrições de Daisuke.
- É, aquele cachorro que era um robô e soltava mísseis e...
- Ah! Aquele era parceiro do meu amigo Yamato.
- Quem?
- Ahn... Ele não está por aqui hoje, foi visitar a avó dele com o irmão mais novo.
- Taichi-san... Hikari-chan também tem um parceiro?
- Ah? Sim, ela é a oitava criança.
- Como ele é?! Hein hein hein?
- Ela. - corrigiu-o.
- Eh? Digimons tem...
- É uma gata chamada Tailmon.
- Gata?! Lembro de um gato branco... Todas as crianças estavam passando por ele!
- Bem... Acho que esqueci de dizer que Vamdemon estava com a parceira da oitava criança.
- Sério?! E o que ele estava fazendo com ela?!
- … Não acabei de dizer que nós lutamos com o Vamdemon pra salvar Odaíba e a minha irmã?
- Ah... A Hikari-chan era o alvo daquele vampiro?
- Daisuke, você tá prestando atenção no que tou contando?!
- … E agora ele está... Diferente também - encerrou com seu comentário pessoal.
- Ta-Ta-Taichi-senpai!! - gaguejava o kouhai - Não precisava ter contado isso! E... E...
- Aww, que gracinha~ - comentou a Tachikawa.
- Gra... Gracinha?! - ele corou.
- Daisuke-kun era tão engraçado naquela época - comentou Hikari com a escolhida da Pureza, fazendo-o corar mais ainda.
- E tão idiota também... - provocou Yamato.
- EI! - protestou este.
- Então... Você também sofreu o mesmo “trauma” que eu...? - perguntou a Geijutsushi - Por isso que você disse... “Eu não podia deixar que esses Bakemons te pegassem”...?
Mas ela não recebeu resposta dele. Só um olhar, que soou um tanto deja-vu pra ambos.
Ele sabia que ela estava lá, e vice-versa. Além disso, ele tinha uma noção do motivo dela ser uma “escolhida” também. Coincidência de eles terem sido raptados pelos Bakemons, sofrerem o mesmo “trauma”, conhecer Taichi... E agora estarem ali, naquele mesmo pedaço de terra?!
- Você também faz aniversário em Dezembro? - perguntou uma Yagami gentil a ela.
- Sim... - e esqueceu da pergunta feita ao Daisuke - Você também?
- Ah... Não - Hikari negou com a cabeça - É que o Daisuke-kun também faz.
- S-sério...?! - ela sentiu um arrepio - Q-quando...?
Ela já sabia quando era. Afinal acompanhava o tal dia com muita atenção. Daisuke podia não ser popular, mas tinha os amigos dele, os companheiros do time...
Quanto a ela... Era mais fechada que a Yagami sobre seus sentimentos, e mais solitária que o Ken também.
- Primeiro de Dezembro... - respondeu ele, meio encabulado.
- Ah! Mas a gente já sabia - intrometeu-se a Choujutsushi - A neechan faz...
- Dois de Dezembro... - e a artista atropelou a fala de “irmã”, um pouco apressada.
E fez um senhor silêncio depois. Veteranos e novatos a olhar para os dois, com aquele ar de “MUITA COINCIDÊNCIA” e sem entender raios o que ambos pensavam naquele momento.
Mas isso não é uma história de amor, e eles lembram-se logo disso. Aliás, um não queria imaginar romance naquela hora. E Daisuke estava focado demais naquela batalha para ser obrigado a evitar namoricos com qualquer pessoa, incluindo o amor de sua vida.
- Não devíamos estar nos preocupando com o que aquele tal Umbra vai fazer agora? - e Ni mudou IMEDIATAMENTE o assunto outra vez.
- Era isso que eu ia dizer - concordou o goggle boy - Não podemos abaixar a guarda. Nem um segundo sequer.
- Impressão minha ou eles mudaram de assunto...? - comentou uma Carol com uma Hikari.
- CAROL-CHAN/CAROL!! - e os dois mencionados fuzilaram a menina.
- Ainda acho que isso vai dar casamento, depois disso tudo... - brincou Taichi.
- TAICHI-SENPAI/YAGAMI! - e aconteceu o mesmo.
- Ai ai... - Vee deu um tapa na testa - vocês deviam parar, é óbvio que uma hora eles admitem.
- VEE!! - e denovo.
- Que foi?! - o V-mon olhou para os dois - Vamos nos concentrar na missão agora e deixar os romances e destinos românticos.
- Concordo. - disseram Dai e Ni juntos.
- Mas... O que será que queriam comigo...? - Miyako retomou a pergunta anterior.
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Convidado- Convidado
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